Pelo fotógrafo John Ferguson, 22/11/2007
Quantas chances você tem de bater um papo íntimo com o rei do pop?
Numa típica manhã nublada de maio, eu recebi um telefonema muito animado do meu editor fotográfico do Daily Mirror, Ian Down, que me pediu pra correr para a Harrods (nota da tradutora: Harrods é uma famosa loja de departamentos em Londres), em Knightsbridge.
Chegando lá, nós nos encontramos com o dono da loja, Mohammad Al Fayed, que acompanhou pessoalmente a mim e a repórter Fiona Cummins ao seu escritório privado. Eventualmente, iríamos encontrar lá a lenda da música, Michael Jackson, para uma entrevista exclusiva – e que acabou por ser um encontro muito bizarro e inesquecível.
Inicialmente, Fiona e eu fomos deixados numa sala luxuosa de Al Fayed por mais de duas horas, sem termos idéia do que estava acontecendo. Eventualmente, fomos levados para outra sala onde tivemos que esperar mais 45 angustiantes minutos.
Finalmente, Al Fayed apareceu com a notícia de que Michael estaria conosco em 10 minutos. O ar ficou pesado. Depois de tanto tempo de espera, ainda estávamos muito céticos, nos perguntando se aquela entrevista realmente sairia. Estávamos tensos para conhecer aquela estranha figura da história do pop, um homem que raramente dá entrevistas à imprensa. Mas, de repente, a porta se abriu e Michael Jackson entrou, olhando ainda mais confuso do que nós. Eu tenho que admitir, eu quase caí na gargalhada quando nós apertamos as mãos. Todo o cenário era extremamente surreal.
Imediatamente, pedi a Michael para posar com a jornalista e, em seguida, com Al Fayed. Eu tinha feito um pequeno set num canto da sala para tirar mais algumas fotos de Michael, mas um maníaco Al Fayed interveio e me falou que não teria mais fotografias do Michael, “Por favor, deixe-o descansar”, ele vociferava . Michael então começou a circular pela sala, fazendo vários ruídos indistinguíveis. Fizemos algumas perguntas sobre sua viagem a Londres e outras gentilezas, tentando fazer ele se sentir um pouco mais confortável. É verdade, ele é tão criança assim como dizem. Até mesmo Al Fayed tentou fazer algumas piadas para relaxar Michael – cada piada mais sem graça que a outra, mas Michael sorria timidamente.
Com a insistência de Al Fayed para que não tirar mais nenhuma foto, eu pensava na possibilidade de tirar uma outra foto de Michael sem causar muito alarde. Mas então, comecei a me perguntar: “Quantas vezes se tem a oportunidade de conhecer Michael Jackson?”. Decidi aproveitar a oportunidade e tirar mais umas duas ou três fotos. Surpreendentemente, Al Fayed não reagiu, eu consegui as imagens e todos nós apertamos as mãos de novo antes de Michael sair da sala.
Surpreendentemente, as três fotos extras que consegui tirar no último minuto ficaram ótimas! Considerando que eu realmente não tive tempo suficiente para enquadrar as fotos tão bem quanto queria, fiquei muito entusiasmado com os resultados. Eu me arrisquei e valeu a pena. Michael Jackson é uma lenda viva da música, uma figura ímpar do nosso tempo e, pra mim, como um fotógrafo, ele foi uma das figuras mais interessantes que fotografei.
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