domingo, 4 de março de 2012

Spike Lee relembra Michael Jackson


 
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Em 1996, o diretor Spike Lee - de filmes como Faça a Coisa Certa e Malcolm X ou do documentário Kobe Doin - viajou para o Brasil com Michael Jackson para produzir o videoclipe de sua polêmica canção "They Don't Care About Us." Ele falou à revista Time sobre suas experiências juntos, o legado de Michael Jackson e como foi recebê-lo em sua casa.


Qual é a sua canção favorita de Michael Jackson?

Eu nasci em 1957, ele nasceu em 1958. E assim eu cresci, literalmente, com Michael Jackson. Nós dois chegamos à adolescência ao mesmo tempo. E eu tinha um grande penteado afro como ele, e eu esperava que as meninas gostassem de mim do mesmo jeito que elas gostavam de Michael - mas isso não estava acontecendo. E você sabe, eu o amava como artista solo, mas eu tenho um lugar especial no meu coração para uma coisa que ele fez com o Jackson 5, "I'll Be There".

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Você se lembra da primeira vez que você a ouviu?

Não. Minha memória é dose. Estou em Cannes, na França, para uma conferência; após o jantar na noite passada, cheguei em casa, liguei a CNN e lá estava - ele sendo levado para o hospital. Eu não dormi a noite inteira. Eu só continuei assistindo a CNN. Então, é uma grande, grande, grande, grande perda para o mundo. E eu gostaria de fazer este comentário: eu tenho visto muitas pessoas falando de Michael, de como eles sabiam exatamente o que ele fazia. Vamos celebrar o seu gênio, a sua musicalidade, seu dom, seu talento, e deixar as outras coisas, pelo menos, até que ele seja enterrado. Vamos celebrar a sua vida agora. é como eu me sinto sobre isso.

Eu posso ouvir Michael Jackson tocando ao fundo, agora.

Sim, meu amigo está me levando para Mônaco, e eu fui a uma loja e comprei maiores sucessos de Michael Jackson. De forma que, quando entramos no carro, eu disse: "Esta é a nossa música de viagem!" Iremos de Cannes a Mônaco ouvindo os maiores sucessos de Michael.

Como ele era quando você trabalhou com ele no vídeo de "They Don't Care About Us?"

Michael era formidável. Ele tinha senso de humor. Ele trabalhava duro. As pessoas falam sobre quão duramente Kobe Bryant [famoso jogador de basquete americano] trabalhou, mas ele não trabalhou mais duramente do que Michael Jackson. é isto o que eu tenho aprendido. Você sabe, eu fiz um documentário sobre Kobe, eu sei sobre ele; Michael Jordan, eu trabalhei com ele um pouco também; e Michael Jackson - quando você ama muito o que faz, isso não é trabalho. Então você pode ir mais longe e mais duramente e mais e mais velozmente porque não é um fardo. Você ama o que você está fazendo.

E você falava com ele no set? Ele era acessível?

Oh, sim! Michael era um cidadão do mundo. Eu disse, "Mike, vamos ao Brasil para fazer isso." E ele disse: "Vamos, Spike!" E é ótimo quando você trabalha com pessoas que dizem coisas assim - não é uma questão de orçamento. Ele queria fazê-lo? Nós iríamos fazê-lo!

Você já tinha conhecido ele antes disso?

Sim, eu o conheci em jantares e coisas assim, mas esse foi o momento mais íntimo que eu tinha tido com ele. Posso te contar uma história rápida? Michael Jackson me ligou e disse: "Spike, eu quero te conhecer, eu estou indo para Nova York." Eu disse, "Bem, onde você quer me encontrar?" Ele respondeu: "Eu quero ir a sua casa." Eu vivo no Brooklyn! Ele quer vir a minha casa! Assim, Michael Jackson veio a minha casa, no Brooklyn, New York - Isso foi quando eu estava morando em Fort Greene. [o Brookyn é considerado um dos bairros mais perigosos de NY] E ele disse, "Eu quero que você dirija um vídeo para mim. Meu novo álbum está saindo, escolha uma música". Então, nós escutamos todas as canções e eu escolhi "Stranger in Moscow". E ele disse, "Eu não quero que você faça essa." E eu respondi: "Michael, apenas me diga qual você quer que eu faça! Por que me pede para escolher uma?" E ele riu e disse que queria que eu fizesse "They Don't Care About Us". E assim aconteceu.

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Ele gostou do Brooklyn?

Bem, eu não sei se ele já tinha estado lá antes. Passamos umas duas ou três horas apenas conversando. Quero dizer, nós somos da mesma idade. Eu sou menos de um ano mais velho do que ele. Para ser honesto, eu dominei a conversa, porque eu estava tentando dizer-lhe quão realmente grande foi o impacto que ele teve na minha vida. E eu simplesmente não podia acreditar que Michael Jackson estava sentado na minha sala, no Brooklyn, New York! Foi maravilhoso.

Eu só quero voltar rapidamente para "I'll Be There". Que tipo de associações que você faz com essa música? O que ela significa para você?

Eu só me lembro de ser jovem, amando essa música, começando a me interessar por meninas; foi justamente nesse período de tempo. E aqui está uma coisa que eu me lembro: ao crescer, as meninas ficavam distantes, nem todo mundo gostava de Michael. Elas gostavam de Tito, elas gostavam de Jackie, elas gostavam de Jermaine - era como os Beatles, as meninas tinham seus favoritos. Nem sempre foi Michael, Michael, Michael.


Ele sempre foi o seu Jackson favorito?

Oh, sim!

Fonte: mjhideout.com/forum/enciclopedia-mj // Fórum Number Ones

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