"Vocês provavelmente não estão surpresos em ouvir que eu
não tive uma infância idílica. A tensão que existe na minha relação com meu pai
é bem documentada. Meu pai é um homem duro, e pressionou bastante à mim e à meus
irmãos, desde a tenra idade, para sermos os melhores artistas que pudéssemos
ser.Ele tinha muita dificuldade em mostrar afeição. Ele nunca disse que me amava
de verdade. E também nunca me elogiava. Se eu fizesse um grande show, ele dizia
que era um bom show.
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E se eu fizesse um show legal, ele me dizia que tinha sido um show muito ruim. Ele parecia tentar acima de tudo nos fazer um sucesso comercial. E nisso era mais do que adepto. Meu pai era um empresário genial e meus irmãos e eu devemos nosso sucesso Profissional em uma medida menor a forma dura com que ele nos pressionou. Ele me treinou como um show man e, sob a orientação dele, eu não poderia cometer erro algum.
Mas o que eu realmente queria era um pai. Eu queria um pai que me mostrasse amor. E o meu pai nunca fez isso. Ele nunca disse, "Eu amo você" me olhando nos olhos, ele nunca brincou comigo, nunca me carregou nas costas, nunca jogou um travesseiro em mim.
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Mas eu me lembro uma vez quando eu tinha mais ou menos quatro anos de idade houve um pequeno carnaval e ele me pegou e me pôs em cima de um pônei. Foi gesto pequeno, provavelmente algo que ele tenha esquecido em cinco minutos depois. Mas por causa desse momento, eu tenho um lugar especial em meu coração para ele. Por que é assim que as crianças são. As pequenas coisas significam muito para elas, e para mim, esse momento especial significou tudo. Eu só tive essa experiência única, mas me fez realmente sentir muito diferentemente com relação à ele e ao mundo.
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Mas agora eu também sou pai, e um dia eu estava pensando em meus filhos, Prince e Paris, e em como eu queria que eles pensassem de mim quando crescessem. Para ter certeza, eu gostaria que eles se lembrassem no quanto eu os quis comigo em qualquer lugar que eu fosse, no quanto eu queria, tentava colocá-los em primeiro lugar, incluindo meus álbuns e meus concertos.
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Mas também há desafios na vida deles. Pois meus filhos são perseguidos por paparazzi, eles não podem sempre ir a um parque ou cinema comigo. Então, e se quando eles crescessem e se sentirem ressentidos comigo e pelas escolhas que fiz e afetaram a juventude deles? Por que não tivemos uma infância comum como todas as outras crianças? Eles podem perguntar.
No momento, eu rezo para que meus filhos me deem o benefício da dúvida. Que eles digam, "Nosso papai fez o melhor que pôde para nos dar as circunstâncias únicas que ele enfrentou. Ele pôde não ter sido perfeito, mas ele foi um homem amoroso e decente que tentou nos dar todo o amor do mundo!"
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Eu espero que eles sempre foquem nas coisas positivas, nos sacrifícios que eu dispostamente fiz por eles, e não criticar as circunstâncias sacrificantes que podem ter sido colocadas sobre eles pelos erros que eu tenha cometido e que certamente continuarei cometendo enquanto os crio. Pois todos nós fomos um dia filhos de alguém e sabemos que apesar dos melhores planos e esforços erros continuarão ocorrendo. Isso é ser humano.
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E quando eu penso nisso, no quanto eu espero que meus filhos não me julguem de uma forma desfavorável, e que perdoem minhas ausências, e sou forçado a pensar em meu próprio pai, e apesar de parte de mim ter negado isso por anos eu tenho que admitir que ele deve ter me amado. E ele me amou, e eu sei disso.
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Havia pequenas coisas que mostravam isso. Quando eu era um garoto eu adorava doces - todos nós adorávamos. Minha comida favorita eram donuts brilhantes, e meu pai sabia disso. Então, toda semana eu descia de manhã e na cozinha havia um saco cheio deles - sem notas, sem explicações - apenas os donuts. Era como presente do Papai Noel. Às vezes, eu pensava em ficar acordado até mais tarde só para vê-lo colocando-os lá, como um Papai Noel, eu não queria arruinar a magia, por medo de que nunca mais acontecesse de novo.
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Meu pai tinha que deixá-los ali de noite para que ninguém o visse fazê-lo. Ele tinha medo das emoções humanas, ele não entendia ou sabia como lidar com elas. Mas sabia sobre os donuts.
E quando eu abri minha memória outras lembranças apareceram rápido, lembranças de outros pequenos gestos, no entanto eram incompletas, mas mostravam que ele fez o que ele podia.
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Então essa noite, em vez de focar nas coisas que meu pai não fez, eu quero focar nas coisas que ele fez, e em seus desafios pessoais. Eu quero parar de julgá-lo.
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Eu comecei a refletir no fato de que meu pai cresceu no Sul, numa família muito pobre. Ele cresceu durante a época da Depressão, e seu próprio pai, que se esforçou para alimentar seus filhos, mostrou pouca afeição por sua família e criou meu pai e meus tios com punho de aço. Quem poderia imaginar como era ser criado por um negro pobre no Sul, roubado de sua dignidade, privado de esperança, batalhando para se tornar um homem num mundo que via meu pai como um subordinado.
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Eu fui o primeiro artista negro a estrelar na MTV e eu lembro como isso era grande, e ainda o é. E foi nos anos 80!
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Meu pai se mudou para Indiana e tinha uma família grande, trabalhando longas horas como metalúrgico, um trabalho que adoece os pulmões e torna o espírito humilde, tudo para sustentar sua família. Será que dá para entender o quanto ele achou difícil expor seus sentimentos? Seria mistério que ele tenha endurecido seu coração, que ele tenha erguido muralhas emocionais? Quê outra escolha um homem tem quando sua vida é uma batalha a ser vivida? E o mais importante, seria difícil imaginar o por que dele ter pressionado tanto seus filhos para serem artistas bem sucedidos para que pudessem ser poupados de uma vida que ele sabia ser de indignidade e pobreza? Eu comecei a ver até mesmo a rispidez de meu pai como um tipo de amor, um amor imperfeito, para ser mais exato, menos que amor. Ele me pressionou por que me amava. Por que não queria que ninguém menosprezasse seus filhos.
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E agora, com o tempo, em vez de amargura eu sinto benção. No lugar de raiva, eu encontrei absolvição.. E no lugar de vingança, eu encontrei reconciliação. E minha fúria inicial foi vagarosamente dando lugar ao perdão.
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Quase uma década depois, eu fundei um centro de caridade chamada Heal the World. O título era algo que eu senti dentro de mim. Era pequeno, como Shmuley depois me mostrou que essas palavras formavam a pedra angular da profecia do Velho Testamento.
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Se eu realmente acredito que possamos curar esse mundo crivado de guerra, ódio e genocídio mesmo nesses dias? E se eu realmente acho que possamos curar nossas crianças, as mesmas crianças que entram em suas escolas com armas e cheios de ódio atiram em seus colegas como fizeram em Columbine; nossas crianças que lincham uma criancinha até a morte como a trágica história de Jamie Bulger ( assassinado na Inglaterra por dois garotos de 10 anos)? Claro que eu acredito, ou eu não estaria aqui esta noite. Mas tudo começou com perdão. Pois para curar as crianças nós primeiro temos que nos curar. E para curar nossas crianças, nós primeiro temos que curar a criança dentro de cada um de nós.
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E como adulto, e como pai, eu percebo que eu não posso ser um ser humano completo, e nem um pai capaz de amar totalmente e incondicionalmente até exorcizar todos os fantasmas da minha própria infância.
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E é isso o que eu estou pedindo para todos nós essa noite. Viva o Quinto dos Dez Mandamentos. Honrar pai e mãe por não julgá-los. Dar à eles o benefício da dúvida. Entender que eles tiveram suas próprias batalhas, suas próprias dores, seus próprios traumas, e ainda assim fizeram o melhor que puderam.
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Por isso perdoei meu pai, e parei de julgá-lo. Eu quis perdoá-lo por que eu queria um pai e esse é o único que eu tenho. Eu queria tirar o peso do meu passado dos meus ombros, e ainda quero ser livre para ter uma relação com meu pai pelo resto da minha vida, sem o estorvo dos 'duendes' do passado.
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Shmuley e eu, estamos comandando essa iniciativa essa noite, somos membros da Comunidade Negra e Judaica, ambas confrontaram horrores e atrocidades através de nossas histórias. Como nossas comunidades perdoaram os horrores sofridos por nós sem no entanto esquecê-los? Por apenas lembrar. Passamos ao longo de nossas estórias. Mas também nos erguemos dessas estórias. Num mundo cheio de ódio, ainda ousamos ter esperança. Num mundo cheio de raiva, ainda ousamos consolar. Num mundo cheio de desespero, ainda ousamos sonhar. E num mundo cheio de desconfiança, ainda ousamos a acreditar.
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Para todos vocês essa noite que se sentem tristes com seus pais, eu peço que deixem para trás suas decepções. Para todos vocês que nessa noite se sentem traídos por seus pais ou suas mães, eu peço para que não se traiam mais. E para todos vocês essa noite que sentem vontade de mandar seus pais para o inferno, eu peço que estenda a mão para eles em vez disso.
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Pois na troca de dor as contas nunca se equilibram. Vingança não traz restituição. Por perdoar nossos pais, não estamos negando os erros deles para conosco. Não estamos lavando os pecados deles criando santos de pecadores. Mas abrigar ressentimento contra nossos pais nunca trará o amor que tanto almejamos. E dar não irá nem mesmo melhorar nossas vidas. Dor perpétua, , sofrimento perpétuo, o ciclo nunca termina. Há um provérbio Bakongo que diz " Vingar-se é sacrificar alguém!" E amigos, nossa geração tem sacrificado e sofrido o suficiente.
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Do mesmo jeito que peço a vocês eu peço a mim, para dar aos nossos pais o dom do amor incondicional para que eles possam aprender a amar através de nós, os filhos deles. Então esse amor será finalmente restaurado para um mundo desolado e solitário. Shmuley uma vez mencionou para mim uma antiga profecia bíblica que diz que viria o tempo em que " os corações dos pais seriam restaurados pelos corações dos filhos." Meus amigos, nós somos esses filhos.
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Mahatma Gandhi disse " O fraco nunca consegue perdoar. Perdão é atributo do forte." Nessa noite, seja forte. Além de ser forte, erga-se para o maior dos desafios: Restaurar a aliança quebrada por ensinar nossos pais como amar. Devemos superar quaisquer que sejam os efeitos danosos de nossas infâncias tiveram sobre nossas vidas, e nas palavras de Jesse Jackson, perdoar uns aos outros, redimir uns aos outros, e seguir em frente."
E se eu fizesse um show legal, ele me dizia que tinha sido um show muito ruim. Ele parecia tentar acima de tudo nos fazer um sucesso comercial. E nisso era mais do que adepto. Meu pai era um empresário genial e meus irmãos e eu devemos nosso sucesso Profissional em uma medida menor a forma dura com que ele nos pressionou. Ele me treinou como um show man e, sob a orientação dele, eu não poderia cometer erro algum.
Mas o que eu realmente queria era um pai. Eu queria um pai que me mostrasse amor. E o meu pai nunca fez isso. Ele nunca disse, "Eu amo você" me olhando nos olhos, ele nunca brincou comigo, nunca me carregou nas costas, nunca jogou um travesseiro em mim.
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Mas eu me lembro uma vez quando eu tinha mais ou menos quatro anos de idade houve um pequeno carnaval e ele me pegou e me pôs em cima de um pônei. Foi gesto pequeno, provavelmente algo que ele tenha esquecido em cinco minutos depois. Mas por causa desse momento, eu tenho um lugar especial em meu coração para ele. Por que é assim que as crianças são. As pequenas coisas significam muito para elas, e para mim, esse momento especial significou tudo. Eu só tive essa experiência única, mas me fez realmente sentir muito diferentemente com relação à ele e ao mundo.
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Mas agora eu também sou pai, e um dia eu estava pensando em meus filhos, Prince e Paris, e em como eu queria que eles pensassem de mim quando crescessem. Para ter certeza, eu gostaria que eles se lembrassem no quanto eu os quis comigo em qualquer lugar que eu fosse, no quanto eu queria, tentava colocá-los em primeiro lugar, incluindo meus álbuns e meus concertos.
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Mas também há desafios na vida deles. Pois meus filhos são perseguidos por paparazzi, eles não podem sempre ir a um parque ou cinema comigo. Então, e se quando eles crescessem e se sentirem ressentidos comigo e pelas escolhas que fiz e afetaram a juventude deles? Por que não tivemos uma infância comum como todas as outras crianças? Eles podem perguntar.
No momento, eu rezo para que meus filhos me deem o benefício da dúvida. Que eles digam, "Nosso papai fez o melhor que pôde para nos dar as circunstâncias únicas que ele enfrentou. Ele pôde não ter sido perfeito, mas ele foi um homem amoroso e decente que tentou nos dar todo o amor do mundo!"
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Eu espero que eles sempre foquem nas coisas positivas, nos sacrifícios que eu dispostamente fiz por eles, e não criticar as circunstâncias sacrificantes que podem ter sido colocadas sobre eles pelos erros que eu tenha cometido e que certamente continuarei cometendo enquanto os crio. Pois todos nós fomos um dia filhos de alguém e sabemos que apesar dos melhores planos e esforços erros continuarão ocorrendo. Isso é ser humano.
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E quando eu penso nisso, no quanto eu espero que meus filhos não me julguem de uma forma desfavorável, e que perdoem minhas ausências, e sou forçado a pensar em meu próprio pai, e apesar de parte de mim ter negado isso por anos eu tenho que admitir que ele deve ter me amado. E ele me amou, e eu sei disso.
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Havia pequenas coisas que mostravam isso. Quando eu era um garoto eu adorava doces - todos nós adorávamos. Minha comida favorita eram donuts brilhantes, e meu pai sabia disso. Então, toda semana eu descia de manhã e na cozinha havia um saco cheio deles - sem notas, sem explicações - apenas os donuts. Era como presente do Papai Noel. Às vezes, eu pensava em ficar acordado até mais tarde só para vê-lo colocando-os lá, como um Papai Noel, eu não queria arruinar a magia, por medo de que nunca mais acontecesse de novo.
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Meu pai tinha que deixá-los ali de noite para que ninguém o visse fazê-lo. Ele tinha medo das emoções humanas, ele não entendia ou sabia como lidar com elas. Mas sabia sobre os donuts.
E quando eu abri minha memória outras lembranças apareceram rápido, lembranças de outros pequenos gestos, no entanto eram incompletas, mas mostravam que ele fez o que ele podia.
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Então essa noite, em vez de focar nas coisas que meu pai não fez, eu quero focar nas coisas que ele fez, e em seus desafios pessoais. Eu quero parar de julgá-lo.
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Eu comecei a refletir no fato de que meu pai cresceu no Sul, numa família muito pobre. Ele cresceu durante a época da Depressão, e seu próprio pai, que se esforçou para alimentar seus filhos, mostrou pouca afeição por sua família e criou meu pai e meus tios com punho de aço. Quem poderia imaginar como era ser criado por um negro pobre no Sul, roubado de sua dignidade, privado de esperança, batalhando para se tornar um homem num mundo que via meu pai como um subordinado.
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Eu fui o primeiro artista negro a estrelar na MTV e eu lembro como isso era grande, e ainda o é. E foi nos anos 80!
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Meu pai se mudou para Indiana e tinha uma família grande, trabalhando longas horas como metalúrgico, um trabalho que adoece os pulmões e torna o espírito humilde, tudo para sustentar sua família. Será que dá para entender o quanto ele achou difícil expor seus sentimentos? Seria mistério que ele tenha endurecido seu coração, que ele tenha erguido muralhas emocionais? Quê outra escolha um homem tem quando sua vida é uma batalha a ser vivida? E o mais importante, seria difícil imaginar o por que dele ter pressionado tanto seus filhos para serem artistas bem sucedidos para que pudessem ser poupados de uma vida que ele sabia ser de indignidade e pobreza? Eu comecei a ver até mesmo a rispidez de meu pai como um tipo de amor, um amor imperfeito, para ser mais exato, menos que amor. Ele me pressionou por que me amava. Por que não queria que ninguém menosprezasse seus filhos.
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E agora, com o tempo, em vez de amargura eu sinto benção. No lugar de raiva, eu encontrei absolvição.. E no lugar de vingança, eu encontrei reconciliação. E minha fúria inicial foi vagarosamente dando lugar ao perdão.
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Quase uma década depois, eu fundei um centro de caridade chamada Heal the World. O título era algo que eu senti dentro de mim. Era pequeno, como Shmuley depois me mostrou que essas palavras formavam a pedra angular da profecia do Velho Testamento.
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Se eu realmente acredito que possamos curar esse mundo crivado de guerra, ódio e genocídio mesmo nesses dias? E se eu realmente acho que possamos curar nossas crianças, as mesmas crianças que entram em suas escolas com armas e cheios de ódio atiram em seus colegas como fizeram em Columbine; nossas crianças que lincham uma criancinha até a morte como a trágica história de Jamie Bulger ( assassinado na Inglaterra por dois garotos de 10 anos)? Claro que eu acredito, ou eu não estaria aqui esta noite. Mas tudo começou com perdão. Pois para curar as crianças nós primeiro temos que nos curar. E para curar nossas crianças, nós primeiro temos que curar a criança dentro de cada um de nós.
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E como adulto, e como pai, eu percebo que eu não posso ser um ser humano completo, e nem um pai capaz de amar totalmente e incondicionalmente até exorcizar todos os fantasmas da minha própria infância.
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E é isso o que eu estou pedindo para todos nós essa noite. Viva o Quinto dos Dez Mandamentos. Honrar pai e mãe por não julgá-los. Dar à eles o benefício da dúvida. Entender que eles tiveram suas próprias batalhas, suas próprias dores, seus próprios traumas, e ainda assim fizeram o melhor que puderam.
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Por isso perdoei meu pai, e parei de julgá-lo. Eu quis perdoá-lo por que eu queria um pai e esse é o único que eu tenho. Eu queria tirar o peso do meu passado dos meus ombros, e ainda quero ser livre para ter uma relação com meu pai pelo resto da minha vida, sem o estorvo dos 'duendes' do passado.
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Shmuley e eu, estamos comandando essa iniciativa essa noite, somos membros da Comunidade Negra e Judaica, ambas confrontaram horrores e atrocidades através de nossas histórias. Como nossas comunidades perdoaram os horrores sofridos por nós sem no entanto esquecê-los? Por apenas lembrar. Passamos ao longo de nossas estórias. Mas também nos erguemos dessas estórias. Num mundo cheio de ódio, ainda ousamos ter esperança. Num mundo cheio de raiva, ainda ousamos consolar. Num mundo cheio de desespero, ainda ousamos sonhar. E num mundo cheio de desconfiança, ainda ousamos a acreditar.
.
Para todos vocês essa noite que se sentem tristes com seus pais, eu peço que deixem para trás suas decepções. Para todos vocês que nessa noite se sentem traídos por seus pais ou suas mães, eu peço para que não se traiam mais. E para todos vocês essa noite que sentem vontade de mandar seus pais para o inferno, eu peço que estenda a mão para eles em vez disso.
.
Pois na troca de dor as contas nunca se equilibram. Vingança não traz restituição. Por perdoar nossos pais, não estamos negando os erros deles para conosco. Não estamos lavando os pecados deles criando santos de pecadores. Mas abrigar ressentimento contra nossos pais nunca trará o amor que tanto almejamos. E dar não irá nem mesmo melhorar nossas vidas. Dor perpétua, , sofrimento perpétuo, o ciclo nunca termina. Há um provérbio Bakongo que diz " Vingar-se é sacrificar alguém!" E amigos, nossa geração tem sacrificado e sofrido o suficiente.
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Do mesmo jeito que peço a vocês eu peço a mim, para dar aos nossos pais o dom do amor incondicional para que eles possam aprender a amar através de nós, os filhos deles. Então esse amor será finalmente restaurado para um mundo desolado e solitário. Shmuley uma vez mencionou para mim uma antiga profecia bíblica que diz que viria o tempo em que " os corações dos pais seriam restaurados pelos corações dos filhos." Meus amigos, nós somos esses filhos.
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Mahatma Gandhi disse " O fraco nunca consegue perdoar. Perdão é atributo do forte." Nessa noite, seja forte. Além de ser forte, erga-se para o maior dos desafios: Restaurar a aliança quebrada por ensinar nossos pais como amar. Devemos superar quaisquer que sejam os efeitos danosos de nossas infâncias tiveram sobre nossas vidas, e nas palavras de Jesse Jackson, perdoar uns aos outros, redimir uns aos outros, e seguir em frente."
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