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domingo, 17 de junho de 2012

Especial: Julgamento de 2005 "Michael Jackson um homem inocente"


Quem é quem no julgamento:


O advogado de defesa.



Thomas Mesereau, advogado de Michael Jackson está acostumado aos processos de famosos e possui uma reputação de defensor persistente e temido. Com 54 anos, tem aspecto atlético, foi boxeador aficionado e jogador de futebol americano, usa óculos e uma de suas características é o cabelo cumprido branco na altura dos ombros. Na costa oeste é uma figura midiática, que frequentemente aparece na televisão.


Entre os casos mais conhecidos de sua carreira figura a defesa do boxeador Mike Tyson acusado de violação em 2001, a quem conseguiu evitar o julgamento. Também participou várias vezes em defesa de ofício, com o que ganhou certo reconhecimento da comunidade negra. Mesereau nasceu em família de militares. Formou-se em Harvard e também estudou na Faculdade de Economia de Londres. Está divorciado e não tem filhos.

Thomas Mesereau

O Promotor.

Tom Sneddom
No dia seguinte, Sneddon anunciava a acusação contra Jackson por abuso sexual e o início de um processo contra ele. Sneddon – quem foi boxeador quando jovem – fez o possível para assegurar o julgamento e convocou a um Grande Júri antes de concluir a emissão de 10 acusações contra Michael Jackson, que incluem abuso sexual, conspiração para cometer sequestro, extorsão, cárcere privado e administração de um agente tóxico para cometer um crime.



Durante o julgamento, o promotor definiu Jackson como um depravado com um recorrente histórico de abuso sexual de menores. Foi o próprio Sneddon quem instruiu um expediente similar em 1993 contra Jackson, após outro menor lhe acusar de abuso sexual. Mas seus esforços foram em vão: Jackson aceitou uma resolução extrajudicial com o jovem, então com 13 anos, por um valor estimado em 23 milhões de dólares.


As testemunhas.


Os seguintes são as principais testemunhas apresentadas pela acusação e defesa durante o julgamento contra Michael Jackson por abuso sexual contra um menor.

Testemunhas da Promotoria:

A suposta vítima, um adolescente que hoje tem 15 anos, afirmou que Jackson lhe abusou sexualmente entre fevereiro e março de 2003.
O irmão mais novo do acusador, de 14 anos, sua irmã de 18 anos e sua mãe.

Martin Bashir, o jornalista britânico que realizou o documentário Living With Michael Jackson em 2003.
Jamis Masada, proprietário de um music-hall de Los Angeles que pôs em contato a suposta vítima com Jackson.

Stan Katz, a psicóloga que entrevistou o menor depois do suposto abuso.
Os investigadores que entraram em Neverland, e que analisaram as impressões digitais e receberam outras evidências.

O filho de uma ex-empregada de Jackson que afirmou que este ele lhe abusou nos anos 90 e que obteve dois milhões de dólares por um acordo para evitar julgamento.

Ex-empregados de Neverland que afirmaram ter visto Jackson abusar sexualmente de crianças nos anos 90. 

Larry Feldman, o advogado de um garoto que recebeu mais de 20 milhões de dólares de Michael Jackson em 1994 após tê-lo acusado de abuso sexual.

Debbie Rowe, a ex-mulher de Jackson, que o apoia no processo e acusa seus algozes.

Testemunhas da defesa:

O ator Macaulay Culkin, de 24 anos, nega que Jackson o tenha molestado em Neverland no início dos anos 90.

Wade Robson, de 22 anos e Brett Barnes, de 23, dois australianos que desmentem que Jackson os tenha abusado, mas admitem terem compartilhado a cama com ele.

David LeGrand e Mark Geragos, os advogados que trabalharam para Jackson em 2003.

Rijo Jackson, de 12 anos e Simone Jackson, de 16, primos de Michael que visitam frequentemente o rancho Neverland.

Irene Peters, uma assistente social que havia interrogado a suposta vítima em 2003.

O motorista do apresentador norte-americano Jay Leno, que disse não ter sido assediado pela família da suposta vítima. 

O ator Chris Tucker, que disse ter alertado Jackson contra a família do acusador, dizendo-lhe que suspeitava de suas intenções.


Michael Jackson Comparece a Suprema Corte

Segunda-feira 31/01/2005
tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson chegou ao tribunal nesta segunda-feira, onde vai assumir o caso contra ele. O cantor foi recebido por uma multidão de fãs que gritavam o encorajando a seu favor. Jackson vestindo uma roupa branca e protegido por um guarda-chuva saudou seus simpatizantes ao entrar no tribunal. Logo depois de uma hora de espera, Jackson e seu advogado se puseram de pé e enfrentaram o primeiro grupo de potenciais membros do jurado que preenchiam a sala do tribunal. 
O juiz da Suprema Corte Rodney S. Melville expressou aos possíveis membros do júri que deveriam desempenhar suas funções durante seis meses, mas lhes disse que era uma tarefa importante. "A maior parte de nós temos parentes que lutaram e morreram para proteger este serviço", manifestou. "A liberdade não é de graça. A tarefa do jurado é parte do custo da liberdade".
O juiz Melville convocou 300 pessoas ao tribunal para iniciar na segunda-feira a primeira rodada de seleção dos membros do júri. Outros 300 na terça-feira e o resto, uns 150 na quarta-feira. Desse total, o juiz deverá escolher 12 jurados e 8 suplentes. Durante as horas que antecederam a chegada de Michael, seus fãs dançaram e cantaram uma canção em que Jackson fazia referência ao promotor do caso. Muitos deles passaram a noite em frente ao tribunal.


Horas antes de começar a seleção dos membros do jurado, os pais de Jackson falaram em sua defesa, indicando que a família do garoto que o acusa só quer dinheiro. "Conheço o meu filho, isto é ridículo", disse sua mãe, Katherine Jackson, ao ser entrevistada em um programa da emissora de televisão CBS horas antes e iniciar a seleção do júri. Ela indicou que as pessoas que creem que seu filho é culpado, "não o conhecem".

O pai de Jackson, Joe Jackson, disse que seu filho era amado em todo o mundo, mas tinha problemas nos Estados Unidos devido ao racismo. Indicou que o motivo de seus acusadores é claro: "Trata-se de dinheiro". A porta-voz de Michael Jackson, Raymone K. Bain, disse que o humor do cantor "é excelente" e desmentiu as versões de que ele tentara suicídio. "Ele tem o apoio de sua família, seus filhos e seus amigos", adicionou Bain. "Vocês verão que Michael Jackson é muito sério e muito eficaz".

O titular da promotoria é seu tradicional adversário, Tom Sneddon, que durante mais de uma década persegue Jackson para decifrar o que acontece no rancho Neverland. Jackson o caracterizou em uma canção como um "homem frio" que alimenta uma vingança. Sneddon ameaçou recentemente revelar tudo que sabe sobre Jackson a menos que a defesa pare de acusá-lo de tentar "destruir uma celebridade".



Thomas Mesereau Singer Michael Jackson and his lawyer Thomas Mesereau (R) arrive for a court appearance at Santa Maria Superior Court January 31, 2005 in Santa Maria, California.



Thomas Mesereau Singer Michael Jackson (C) and lead defense attorney Thomas Mesereau (L) leave Santa Maria Superior Court for a lunch break in jury selection during his child molestation trial January 31, 2005 in Santa Maria, California.



Thomas Mesereau Singer Michael Jackson (C) and lead defense attorney Thomas Mesereau (L) leave Santa Maria Superior Court for a lunch break in jury selection during his child molestation trial January 31, 2005 in Santa Maria, California.



Juiz Ainda Seleciona o Júri

Terça-feira 01/02/2005

tradução de Bruno Fahning.



Michael Jackson voltou nessa terça-feira para um segundo dia consecutivo ao tribunal onde selecionam os jurados e foi recebido por um pequeno grupo de fãs. Jackson trajava um terno preto com listras verticais vermelhas e douradas nas calças e uma insígnia no lado esquerdo do terno. Atravessou entre a multidão e chegou ao tribunal onde o juiz Rodney Melville continuava interrogando os possíveis candidatos acerca de sua disposição a integrar o júri. 

Jackson, seus advogados e os procuradores permaneceram em silêncio enquanto o juiz interrogava os possíveis jurados sobre suas situações pessoais e disposição a prestar este serviço. Ao concluir a sessão de segunda-feira, 138 pessoas pediram para ser dispensadas do jurado, mas o juiz só excluiu de imediato uma mulher grávida de oito meses.






Cerca de 300 candidatos serão lavrados na terça-feira, seguidos por 150 na quarta-feira. Os que não forem dispensados de imediato deverão preencher um questionário que será estudado pelos advogados antes de interrogar pessoalmente os aspirantes. Além dos 12 jurados oficiais, Melville quer outros 8 suplentes. O promotor distrital do condado de Santa Barbara, Tom Sneddon, ainda não se apresentou no tribunal, e foi representado na audiência preliminar por um procurador-adjunto.
Enquanto isso, a promotoria vai tentar que as mulheres seja o maior número possível neste júri, porque geralmente elas são mais propensas do que os homens para defender a versão de uma criança. Além da presença sempre chamativa de Jackson, o mais interessante que acontece fora do tribunal, onde as pessoas ao redor do mundo se reuniram para adorar o seu peculiar ídolo, alguns deles de férias e outros desempregados após abandonar seus empregos. Entre os fãs está Joseph Gultry, um homem de 20 anos que declarou a imprensa: "Eu tenho um Deus, este está acima de tudo, mas Michael Jackson é minha principal influência depois dele".



Rodney Melville Terminou a Primeira Seleção do Júri
Quarta-feira 02/02/2005

tradução de Bruno Fahning



O juiz do caso de Michael Jackson terminou a primeira fase da seleção dos possíveis candidatos ao jurado um dia antes do previsto, em parte devido ao alto número de interessados. 

O juiz do condado de Santa Barbara, Rodney Melville, disse que cerca de 250 dos 430 candidatos interrogados na segunda-feira e terça-feira estavam dispostos a participar no processo, que é esperado que se estenda durante seis meses.

Melville cancelou seus planos de entrevistar cerca de 300 aspirantes. "Creio que temos integrantes suficientes do jurado", disse Melville. O interrogatório individual dos candidatos começará na segunda-feira.

Michael Jackson Comparece Novamente ao Tribunal

Segunda-feira 14/02/2005

tradução de Bruno Fahning



Michael Jackson foi ao tribunal hoje em meio aos gritos dos fãs que lhe desejaram um feliz dia dos namorados, enquanto seus advogados estavam se preparando para interrogar potenciais membros do jurado.

A presença de Michael logo depois de duas semanas de ausência na Corte de Santa Maria, levou duas dezenas de fãs a cantar "Feliz Dia dos Namorados, Michael".
Vestido com um terno preto e camisa vermelha, Jackson saudou brevemente aos seus fiéis fãs, alguns deles portavam imagens de Mickey Mouse e globos em forma de coração em alusão ao dia dos namorados. 


Celebridades Serão Convocadas a Depor



O advogado de Michael Jackson disse fora do tribunal que tem planos de convocar várias personalidades do mundo do espetáculo para deporem como testemunhas. Entre elas estão a atriz Elizabeth Taylor, o jogador de basquete Kobe Bryant e o apresentador de televisão Jay Leno. 

O principal advogado de Jackson, Tom Mesereau levou uma lista de possíveis testemunhas enquanto acontecia o processo de seleção dos jurados. A lista de Mesereau inclui o garoto que acusou Jackson e membros de sua família. 

Além disso, o advogado disse que vai chamar para depor os cantores Stevie Wonder, Barry Gibb, Diana Ross e Nick Carter e o comediante Chris Tucker, os apresentadores de TV Larry King e Maury Povich e o espiritualista Deepak Chopra.

O juiz da Suprema Corte do Condado de Santa Barbara, Rodney Melville, convocou 100 possíveis jurados a sua sala de audiências e logo pediu a Jackson, vestido de preto e com um colete vermelho, que se colocasse de pé e os olhasse de frente. O popstar cumprimentou os possíveis jurados. Posteriormente leram as 10 acusações que pesavam contra ele.

"Há alguém aqui que pela natureza das acusações sente que não pode oferecer ao Sr. Jackson um julgamento justo?", perguntou Melville. Nenhum levantou a mão. Um dos possíveis jurados, um homem de 82 anos, foi dispensado de seus deveres depois de ter declarado que seu estado de saúde não lhe permitia ser jurado durante o julgamento de seis meses.



Recomeça o Julgamento de Jackson
Terça-feira 22/02/2005
tradução de Bruno Fahning


O julgamento de Michael Jackson retomou hoje o processo de seleção do júri depois de dois atrasos motivados pela morte da irmã de seu advogado e por uma gripe. Jackson chegou hoje cedo, 8 horas da manhã ao tribunal vestido com terno e gravata escura e uma tradicional braçadeira, desta vez azul. 


Dos mais de 240 potenciais jurados que responderam um questionário sobre sua percepção de Jackson, o juiz que segue o caso elegeu a um primeiro grupo de 113 pessoas, que a promotoria e defesa começaram a interrogar esta manhã. Dada a enorme fama de Jackson, os seletores decidiram esquecer a possibilidade de encontrar 20 possíveis jurados que desconhecem o caso, porque isso parece impossível.


O juiz do Condado de Santa Barbara Rodney S. Melville disse aos supostos jurados que entende suas frustrações diante "dos falsos começos", em referência a enfermidade de Jackson, que na semana passada adiou a seleção do júri, e outro atraso causado pela morte da irmã do advogado de defesa, Thomas Mesereau. Ele disse que os atrasos não são parte de uma tentativa calculada de adiar o julgamento.


Jackson "estava realmente enfermo. Teve gripe", disse o juiz. "Falei com seu médico... Eu não deixaria que ninguém se aproveitasse de nós desta forma". O juiz disse que foram adicionados vários nomes a lista de celebridades dispostas a depor pela defesa, entre elas Macaulay Culkin, Eddie Murphy e Smokey Robinson. Mais de 300 nomes foram apresentados pela defesa, entre eles Kobe Bryant, Eizabeth Taylor, Diana Ross e Jay Leno.


Os promotores começaram a entrevistar os possíveis jurados que com antecedência foram interrogados pelos advogados de defesa. O vice-procurador distrital Ron Zonen perguntou aos potenciais jurados se haviam visto uma entrevista recente de Geraldo Rivera com Jackson em um canal de televisão, na qual o cantor afirma que muitas das histórias sobre ele não são verdade. Ninguém disse ter visto.



O comportamento de Michael na corte

26 de fevereiro de 2005.



Semana passada, há apenas algumas horas antes da seleção do júri que decidirá seu caso, Michael Jackson estava relaxado o bastante para cogitar comprar um desenho de si mesmo de um artista do tribunal.Com a abertura no domingo das discussões num julgamento de abuso sexual que poderá colocá-lo na prisão e destruir uma carreira que ele construiu ao longo de toda uma vida, o comportamento do popstarna Corte não aparenta nenhum sinal de pânico.




Ele mostrou algum nervosismo dobrando lenços enquanto seus advogados questionavam possíveis jurados, e em outro momento batendo alto a unha do polegar embaixo da mesa da defesa. Ocasionalmente ficava animado nas reuniões em voz baixa com seus advogados, mas mesmo nessas discussões ele pareceu calmo. Seus ocasionais gestos com as mãos e dedos foram enfáticos mas graciosos, como seus famosos passos de dança.”Quanto mais relaxado ele se mostra, menos assustado ele aparenta. Se ele parecer assustado, vai parecer que ele tem algo a temer”, diz Laurie Levenson, professora da Loyola Law School.

“Ele é um grande comunicador e isso é parte do que o torna um superstar. Mas, se os jurados virem isso como falso, ele estará com problemas”.Na presença dos jurados, Jackson foi rápido em balançar a cabeça e sorrir, mas quieto e educado. Não houve nenhum sinal do homem maior que a vida que, após uma de suas primeiras aparições no tribunal, subiu numa van e dançou para as centenas de fãs vibrantes que se amontoavam do lado de fora.

Com a multidão se dissipando para um núcleo de pelo menos uns 20 reacionários que agora comparecem às suas datas no tribunal, a personalidade de Jackson se encolheu à escala humana. Ele é amigável com todos, conversando com as pessoas que trabalham na Corte e ocasionalmente com a imprensa.

Mesmo com seu advogado, Thomas Mesereau, perguntando repetidamente aos jurados sobre o mal causado pela cobertura “sensacionalista” da mídia que tem colocado a vida de Jackson “sob um microscópio”, ele tirou um momento terça-feira para educadamente responder a um repórter sobre um emblema em sua jaqueta.

Sua resposta sugeriu que ele não dá tanta atenção a seus elaborados trajes para ir ao tribunal como seus fãs e os repórteres dão. “O rapaz que cuida do meu guarda-roupa colocou isso aí”, ele diz.

Num encontro quarta-feira pela manhã com Bill Robles, um artista da corte cujo trabalho aparece nos jornais e na televisão, Jackson pediu seu cartão. Robles, como muitos artistas, exibia uma de suas ilustrações em seu cartão e, neste caso, havia um desenho de Jackson. O cantor, aparentemente lisonjeado, levou seu advogado Brian Oxman para negociar por alguns de seus trabalhos. Oxman propôs trocá-los por alguns autógrafos de Jackson. Robles disse na sexta que não tinha nenhuma opinião formada até então, mas que o cantor havia se virado e rido para ele, “dando-me uma boa impressão”.

Na maior parte do tempo, Jackson tem se focado intensamente em seu julgamento. Quando possíveis jurados chegaram, ele levantou e sorriu. Quando o questionário começou, ele balançou a cabeça e sorriu com as respostas dos jurados. Quando uma mulher reclamou que um amigo certa vez tocou tanto uma música sua que ela já estava louca, ele caiu na gargalhada. Jackson também sorriu quando um jurado disse que suas irmãs, Janet e La Toya, são muito bonitas.

O cantor esteve mais avidamente envolvido, entretanto, quando a promotoria rejeitou que duas mulheres negras fossem consideradas para a banca de jurados. Elas eram as únicas negras a serem consideradas como juradas, embora o jovem negro de 19 anos que elogiou as irmãs de Jackson tenha sido eventualmente nomeado como um reserva.

Quando o advogado de Jackson aproximou-se da bancada do tribunal para objetar a rejeição de uma das mulheres negras, Jackson parou num canto com Oxmanm, cochichou em seu ouvido e gesticulou com seus longos e finos dedos, às vezes apontando para o próprio Oxman.

Antes do lado de Jackson rejeitar um potencial jurado, uma mulher cujo irmão é um oficial da polícia, Jackson reuniu-se com seus advogados.

Quando o juiz perguntou a Mesereau na quinta-feira se Jackson estaria na audiência sexta, pois não era obrigatória sua presença, ele virou-se para o cantor esperando por sua resposta, que foi “sim”.

Quando Jackson chegou na sexta pela manhã, sorriu calorosamente para uma repórter que o cumprimentou, e tocou-lhe o ombro suavemente. Enquanto ele esperava o juiz chegar à bancada, foi a um canto da sala do tribunal e fez vários alongamentos.

Ele presenciou várias moções, mas, com a permissão do juiz, deixou a corte mais cedo, antes do meio-dia, caminhando para fora e acenando para os fãs enquanto dirigia-se para sua van que esperava para levá-lo embora.



Martin Bashir Depõe e Defesa Rebate Acusações da Promotoria

Terça-feira 01/03/2005

tradução de Bruno Fahning.



O advogado de Michael Jackson semeou nesta terça-feira mais dúvidas sobre a acusação de pedofilia no segundo dia de julgamento, e indicou ao júri que seu cliente rejeitará todas as acusações. Thomas Mesereau Jr. finalizou o dia dando sua declaração inicial contra-atacando de novo a família da suposta vítima e relembrando numerosas ocasiões em que esta negou as autoridades que Jackson teria um comportamento impróprio com um menor. 



Segundo Mesereau, foi depois que a mãe "percebeu que Jackson não iria sustentar sua família pelo resto da vida", quando decidiu acusar o cantor de uma série de abusos sexuais que supostamente ocorreram no quarto principal de seu rancho Neverland no início de 2003. Uma vez encerrado o depoimento de Mesereau, que havia iniciado na segunda-feira depois que o promotor Sneddon apresentou ao júri durante mais de duas horas sua versão do ocorrido, depôs a primeira testemunha de acusação, o jornalista britânico Martin Bashir.


Bashir é o autor do polêmico documentário Living With Michael Jackson. Após assumir o lugar, Bashir praticamente só respondeu a duas perguntas da acusação para autenticar o documentário e a continuação do filme, de mais de duas horas, que foi mostrado em sua integridade aos 12 homens e mulheres do júri. Em vista da decisão da promotoria de apresentar todo o documentário aos jurados, não é estranho que o advogado de Jackson advertiu hoje que "vai ser um julgamento longo e vão ouvir muitas provas".


Acima de tudo, Mesereau se mostrou confiante uma vez que sejam expostos os dados "vão decidir que Michael Jackson é absolutamente inocente de qualquer dessas acusações". Mesereau afirmou que a promotoria tem equivocadas datas dos supostos abusos e teve que mudá-las em várias ocasiões para coincidirem com a presença de Jackson em Neverland e assegurou que as provas físicas são nulas.



Em "muitas das datas que disseram a promotoria, Jackson não estava próximo do local", disse o advogado, quem adicionou que, "Jackson nega totalmente estas alegações de violações. São todas falsas". O que Mesereau confessou a promotoria é que o cantor gosta de ver revistas eróticas. "Jackson admite livremente que lê revistas pornográficas de vez em quando. Mas absolutamente não as mostra para as crianças", adicionou.


Na segunda-feira, o promotor Tom Sneddon assegurou que Jackson utilizou bebida alcoólica e pornografia em seus ataques ao menor, o que a acusação respaldará com provas de que suas impressões digitais estavam nas revistas de Jackson. Este fato foi justificado por Mesereau ao afirmar que o menor teve acesso às publicações sem o consentimento ou conhecimento de Jackson.

Terceiro Dia de Testemunho no Processo Contra Jackson
Quarta-feira 02/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson chegou hoje com 20 minutos de antecedência ao terceiro dia de julgamento que enfrenta. Jackson chegou vestido com um terno e calça preta, uma braçadeira dourada em seu braço direito e um colete branco. 

Seu advogado Tom Mesereau adiantou que a decisão para que Jackson seja testemunha em seu próprio julgamento ainda não foi decidida, isso dependerá do desenvolvimento e circunstância do processo. Para os especialistas, o comparecimento de Jackson poderia ser contraproducente, pois poderia colocar em situação de vulnerabilidade diante dos ataques ácidos e afiados por parte da promotoria encabeçada por Tom Sneddon.

O advogado também disse que hoje irá encaminhar uma moção ao juiz Melville para forçar a revelar as fontes do jornalista britânico Martin Bashir, ele quem abriu a caixa de pandora para esta denúncia, com o documentário Living With Michael Jackson.

Em seu comparecimento como a primeira testemunha no processo, Bashir respondeu algumas perguntas dos advogados, se reservando no direito de manter em segredo suas fontes de informação jornalística. "Se o senhor Bashir responder a muitas de nossas perguntas nos seria muito útil para esclarecer o caminho neste processo", assegurou Mesereau.

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Para a audiência deste dia está citada como testemunha Anne Kite, uma publicitária contratada para divulgar o documentário que assistiu em fevereiro de 2003 um mês antes dos supostos abusos. Os promotores do julgamento de Michael Jackson conseguiram com que Anne Kite mencionasse as denúncias de abusos sexuais contra um menor formuladas em 1993 contra Jackson, mas que não chegaram aos tribunais.


A menção do caso de 1993 foi formulada quando os promotores interrogavam Anne Kite sobre os problemas de relações públicas que Jackson enfrentou em fevereiro de 2003. Kite mencionou o documentário produzido por Martin Bashir, que deu cabo ao caso atual, e o vazamento de informações relacionadas com o caso de 1993 na página da internet do site www.thesmokinggun.com. Kite disse que as denúncias posteriores foram relacionadas com a conduta imprópria com um adolescente. 

O documento que aparece nesta página da internet é uma declaração do acusador de Jackson em 1993, quando um adolescente descreveu em detalhes os supostos abusos. "Combinado com o documentário de Bashir, creio que foi muito pior que um desastre", afirmou Kite. O advogado de defesa, Thomas Mesereau Jr. objetivou as perguntas em torno do caso de 1993, e o juiz advertiu aos jurados que só deveriam considerar essas declarações sobre os motivos de Kite e não na "veracidade do assunto". Os membros do jurado foram perguntados durante a seleção se estavam a par das denúncias de 1993.

Promotoria Mostra Vídeos do Quarto de Michael Jackson
Quinta-feira 03/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Jackson chegou hoje pontualmente no tribunal, acompanhado por sua mãe Katherine e vestido com novo traje escuro com a camisa também de mesma cor, mas com colete claro com bordados. A irmã do acusador apresentou sua declaração. A jovem de 18 anos foi chamada a declarar sobre o que ocorreu há dois anos quando, segundo a promotoria, um de seus irmãos foi objeto de abusos sexuais.

Anteriormente, a promotoria convocou ao fotógrafo do Departamento de Fotografia do Condado de Santa Barbara que gravou o vídeo da invasão em Neverland em 18 de novembro de 2003. Michael observava o processo sem se mexer com o dedo pressionado sobre o rosto, enquanto sua mãe Katherine e seu irmão Jackie olhavam do setor destinado ao público, e os membros do jurado tomavam notas.



O júri viu no tribunal imagens feitas durante a batida policial no rancho Neverland, que não mostram rastros de objetos sexuais. Nas cenas se vê um quarto bagunçado de objetos, com uma cama coberta com uma colcha, mas nunca apareceram as revistas para adultos que supostamente Michael Jackson mostrava ao menor. No marasmo de objetos e adornos que estavam acumulados no quarto se destacavam as fotografias de Marilyn Monroe e Shirley Temple.


Além disso, a promotoria mostrou imagens dos quartos classificados como "quarto dos brinquedos", repletos de bonecos de todos os tamanhos de personagens populares como Batman, Superman, C3-PO e R2-D2, os robôs mais conhecidos da saga "Guerra nas Estrelas".


Irmã do Acusador Volta a Depor e Admite ter Mentido em Outros Depoimentos

Sexta-feira 04/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Os advogados de Michael Jackson conseguiram abrir fortes questões sobre a credibilidade da família do garoto Arvizo, depois que a irmã da suposta vítima admitiu ter mentido no passado sobre o caso. No segundo depoimento, muitas vezes contraditório, a jovem de 18 anos confessou aos advogados da defesa que nem sempre disse a verdade sobre sua versão dos fatos, desde que o caso começara no início de 2003. 

O advogado de Jackson, Thomas Mesereau, disse que ficou surpreso que nem ela e nenhum outro membro da família ter admitido antes aos assistentes sociais que o artista tenha atuado de forma inapropriada. "Então, você mente sobre algumas coisas e diz a verdade sobre outras, dependendo do que lhe perguntam", disse Mesereau a jovem. Ela respondeu: "Sim". Em um dia considerado de azar para a acusação, os membros do jurado puderam ver uma fita onde a família da suposta vítima – integrada por ele, seus irmãos e sua mãe – se desmancham em elogios a Michael, chegando a denominá-lo como "um pai".




Em uma fita de vídeo mostrada aos jurados, Janet Arvizo elogiou Jackson dizendo que ele é "um verdadeiro homem de família. É um homem ideal e eu o amo com todo o meu coração", que a fez muito feliz e a seus filhos. "Ele abriu seus braços. Assegurou-se de que meus filhos estivessem seguros e felizes, uma felicidade que nunca tiveram", expressou a mulher. A filmagem foi feita pouco depois do documentário de 2003. A promotoria sustenta que o documentário realizado pelo jornalista Martin Bashir provocou pânico na equipe de Jackson, e que de imediato trataram de isolar a família do acusador e os fizeram cooperar aparecendo em um "vídeo de refutação" para salvar a imagem pública do cantor.

"Michael me devolveu a fé", disse o garoto no vídeo. "Permitiu-me olhar para o futuro". Enquanto exibiam a fita de vídeo, a irmã do acusador de Jackson voltava ao banco das testemunhas na sala de audiências do tribunal para um segundo dia de interrogatórios. A jovem começou a chorar ao ver o vídeo e logo descreveu as mudanças que aconteceram com seu irmão depois de ter passado momentos a sós com Jackson. "Ele não queria que eu o abraçasse. Não queria que eu o beijasse", disse. "Isso me doía, porque sou sua irmã mais velha".


Michael Jackson, Vestido para Convencer

Março de 2005
tradução de Bruno Fahning.


 



Michael Jackson seguiu os conselhos dos analistas de imagem. Depois de aparecer nos primeiros 4 dias de seu julgamento vestido com uniformes estilo militar, medalhões, guarda-chuvas e batom; ontem ele usou um simples terno preto, camisa branca e gravata vermelha. Durante toda a semana, especialistas em design de imagem asseguraram que as roupas que o cantor usa prejudicam-no no julgamento o qual enfrenta por abuso de menor. 

Pat McEvoy, um especialista em consultoria de imagem, declarou ao jornal The New York Post que a mera ideia de ir a julgamento vestido como o Sergeant Pepper é negativo. "Tem que pensar no efeito que vai produzir aos jurados", disse. O jornal nova-iorquino sondou a opinião de vários consultores que ajudaram a outras celebridades envolvidas em processo e a maioria concordou que Jackson deveria usar terno preto e camisa simples, para que o júri veja o ser humano que se esconde atrás do personagem.

Também fizeram referência ao fato de que as pessoas sabem que durante anos viram um personagem; mas que na frente do júri, Jackson deve mostrar seu lado humano. Em geral, os especialistas aconselham que o cantor abandone seus uniformes militares, medalhões, brasões, guarda-chuvas e batom. Inclusive recomendam que use o cabelo para cima, para que o júri possa fixar nos olhos dele para determinar a veracidade da declaração.




A mudança de imagem também incluiria menos maquiagem no rosto. "Se não tem nada a ocultar, então não entendo porque tem que ir maquiado como se fosse uma panqueca", disse um dos especialistas consultados. O diário nova-iorquino compara a situação de Jackson com algumas outras famosas celebridades que foram julgadas. Por exemplo, quando Winona Ryder foi indiciada por furto, ela utilizou vestidos discretos que projetavam uma imagem de seriedade.

Também mencionam Anthony Keidis, dos Red Hot Chili Peppers, e ao rapper Eminem, quem também vestiram ternos durante os julgamentos. Os consultores entrevistados pelo jornal indicaram que um ar mais sério seria como dizer ao júri: "Sou uma pessoa racional, não sou capaz de fazer essas coisas". Especialmente ressaltaram que todo circo armado antes da chegada de Jackson na Corte influi em seu julgamento e que não está beneficiando em nada essa atitude espalhafatosa.

No entanto, também indicaram alguns especialistas que estavam de acordo com Michael Jackson. Como Dan Young, presidente da Directed Decision, quem explicou que uma mudança de imagem poderia ser como uma tentativa de manipulação. Argumentaram que Jackson deve se mostrar como sempre foi, com trajes que as pessoas estão habituadas a vê-lo, para que o júri possa ver a quem estão julgando. Qualquer que seja sua imagem, Jackson não pode escapar do que realmente é.


O Irmão mais Novo do Acusador Depõe e faz Sérias Acusações



Rodada Final das Perguntas a Irmã do Acusador

Segunda-feira 07/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson chegou a Corte poucos minutos antes do início da segunda semana do julgamento. Vestido com um colete cinza, paletó preto e gravata, Jackson ao contrário dos outros dias foi recebido por poucos fãs e repórteres fora do tribunal. O júri ouviu uma fita de áudio, onde os irmãos e a mãe do acusador elogiam a Michael como uma figura paternal que os recebeu depois de anos de abuso pelo ex-marido de Janet Arvizo. 

A fita foi utilizada pela defesa na tentativa de pôr em dúvida a credibilidade da irmã do acusador, tentando mostrar as incoerências entre seu testemunho e outras declarações. Sobre a gravação, a jovem declarou, "nesse momento eu ainda gostava do Sr. Jackson. Fui submetida a 16 anos de abuso e não sabia que tipo de pai ele era". A fita foi gravada em 16 de fevereiro de 2003 pelo investigador particular Bradley Miller, que trabalhava para o ex-advogado de Jackson, Mark Geragos.

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Miller a gravou durante a época em que a promotoria disse que a família foi mantida em cárcere privado e forçada a declarar a favor de Jackson, com a finalidade de refutar o documentário de Bashir exibido em 6 de fevereiro de 2003 o estopim que teria manchado a imagem de Michael. Na fita, Miller pede que a mãe descreva a relação da família com Jackson.

O Irmão mais Novo do Acusador Depõe

O irmão mais novo do acusador depôs e disse que Michael lhes mostrou sites de sexo durante uma visita a Neverland. No entanto, o testemunho do adolescente de 14 anos incrementou ainda mais a confusão sobre a ordem dos acontecimentos no caso apresentado pela promotoria.

Horas antes, a irmã dos meninos afirmou que duas pessoas dormiram no quarto de Jackson na primeira noite deles em Neverland, mas no novo depoimento, disse que ele e seu irmão dormiram com o pai, e posteriormente no quarto de Michael. O irmão disse que primeiro navegaram na internet e logo assistiram episódios da série Os Simpsons.

"Michael nos disse que não era para dizermos a ninguém o que havíamos feito, nem aos nossos pais", declarou. Inclusive, indicou que também estavam presentes o assistente de Jackson, Frank Cascio e os filhos do cantor, Prince Michael e Paris. Nesta ocasião os garotos dormiram na cama do cantor enquanto ele dormia no chão. Em um ponto, o garoto disse que Jackson perguntou, "tem leite?", em tom de brincadeira, enquanto mostrava uma foto dos seios de uma mulher, e também se aproximou do ouvido de seu filho enquanto ele dormia, supostamente sussurrando "você precisa algo de...", usando um termo vulgar para a anatomia feminina.




Sérias Contradições no Segundo Dia de Depoimento do Irmão do Acusador
Terça-feira 08/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Os advogados de Michael Jackson contra-atacaram nessa terça-feira na Corte o testemunho do irmão mais novo da suposta vítima, levantando dúvidas sobre a veracidade das declarações da testemunha mais importante da acusação.

O irmão da suposta vítima havia declarado na segunda-feira que viu em duas ocasiões Jackson com uma das mãos acariciando o órgão genital do seu irmão mais velho, enquanto que com a outra mão o cantor se masturbava em seu quarto em Neverland. 

Quando questionado pelo advogado de Jackson, o garoto admitiu ter mentido sob juramento em outro processo judicial, afirmando que sua mãe e seu pai nunca brigaram e que nem a primeira e nem ele sofreram maus-tratos por parte do patriarca da família.

"Quando perguntado se seu pai lhe havia batido alguma vez, você respondeu 'nunca'", disse o advogado de defesa Thomas Mesereau. "É verdade isso?", perguntou ele. "Não", respondeu o garoto, que é a única testemunha que até agora mencionou abusos sexuais por parte de Jackson. O garoto reconheceu também que mentiu em outro caso ao dar seu testemunho por um processo que sua mãe moveu contra uma loja.




Quando Mesereau lhe pediu que dissesse diante do júri porque mentiu sob juramento, o garoto respondeu: "Não lembro, foi algo que aconteceu há cinco anos. Não me lembro de nada". No entanto, todos os esforços de Mesereau foram dedicados hoje para demonstrar que estas são as declarações de um mentiroso que está preso em seus próprios detalhes.

A mesma tática utilizada anteriormente com a irmã do acusador, que ao final de seu interrogatório parece que deu resultados, com a jovem chorando e contradizendo algumas de suas declarações anteriores. Mesereau fez hoje com que o menor voltasse atrás em sua declaração de que Jackson lhes mostrou uma cópia da revista pornô "Barely Legal".

O exemplar que o jovem assegurou na segunda-feira ter visto com Jackson tinha data de agosto de 2003. Sendo que a última vez que o garoto esteve em Neverland foi em março do mesmo ano. Em seu último golpe nesta escabrosa e minuciosa jornada, Mesereau disse perante o menor e ao júri outras incoerências em suas declarações como testemunha ocular do suposto abuso de seu irmão.

O advogado relembrou ao jovem a existência de um alarme próximo ao quarto de Michael que teria sido acionado com sua presença. Quando a testemunha reconheceu que havia dormido, um detalhe nunca mencionado anteriormente, Mesereau se lembrou das declarações do menor na segunda-feira, quando ele disse que durante o suposto abuso seu irmão dormia e inclusive roncava.

Como na sessão anterior, o irmão do acusador parecia desconfortável durante seu depoimento, tensão atenuada sempre no final de suas frases, que concluía em tom de pergunta. Por outro lado, em muitos casos, a criança indicava que não conseguia se lembrar de o que havia dito mais cedo, em resposta às perguntas do advogado.



Michael Jackson Fica Frente a Frente com o seu Acusador

Quarta-feira 09/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

O jovem que acusou de abuso sexual o cantor Michael Jackson, compareceu nesta quarta-feira na Suprema Corte onde apresentou seu testemunho, considerado o mais importante do caso. "Você reconhece o réu?", interrogou o promotor Thomas Sneddon logo depois do adolescente prestar seu juramento. "Sim", respondeu ele. 

"Quem é ele?", perguntou Sneddon apontando para o cantor. "Michael Jackson", disse. O menor começou a declarar na Corte pouco depois do seu irmão, quem admitiu ter dado informações conflitantes sobre seu depoimento.

Mais Contradições do Irmão do Acusador

O irmão mais novo de Gavin Arvizo se contradisse hoje pela terceira vez consecutiva, quando questionado pelo advogado de Michael Jackson, dizendo haver um terceiro caso de abuso que ninguém, até agora, tinha conhecimento. O jovem contou na segunda-feira, que havia visto Jackson molestar seu irmão em duas oportunidades. 

Hoje o jovem citou um terceiro caso, explicando que surpreendeu a ambos, enquanto que para a polícia ele declarou que fingiu que dormia durante um dos supostos casos de abuso. É uma contradição que não passou despercebida pelo advogado do cantor. O jovem se limitou a dizer que "estava muito nervoso quando fui interrogado pela polícia".

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Ontem o irmão mais novo de Gavin admitido que mentiu em um processo antigo sobre violência doméstica. Na ocasião, estando sob juramento, afirmou que nunca foi espancado pelo pai, fato que ocorreu em diferentes oportunidades. Segundo lembrou hoje Thomas Mesereau, em sua última declaração o irmão do acusador disse ter presenciado cenas de abuso da escada que levava ao quarto do cantor.

Entretanto, o menor assegurou anteriormente que estava em um sofá no quarto fingindo que dormia. "Foi isso o que você disse ontem?", perguntou o advogado de defesa. O menor ficou nervoso nesta e em outras inconsistências de seu testemunho. Também disse em numerosas ocasiões que não se lembrava do que Mesereau lhe perguntava.

Exibido Vídeos de Gavin e sua Família em Neverland

Os advogados de Michael Jackson apresentaram nesta quarta-feira ao júri um vídeo dramático da família que agora o acusa e que ilustra a relação de Jackson com o garoto doente de câncer. Em uma produção musical que formava parte aparentemente dos arquivos pessoais de Jackson, pode-se ver o cantor com o garoto, uma figura "fantasmagórica" com pouco cabelo durante a época em que estava fazendo o tratamento de quimioterapia.

O júri viu o garoto em uma cadeira de rodas conduzida pelo seu irmão. Jackson caminhando ao lado, depois leva o garoto para uma árvore onde estende uma toalha no gramado para sentarem e contemplarem o lago de seu rancho Neverland. O vídeo era acompanhado pela voz de Jackson cantando "I'll Be There", que inclui a letra "Eu estarei lá para te confortar com o meu mundo de sonhos".

O vídeo também incluía a frases da canção "Smile", como "smile though your heart is breaking" e mostrava cenas idílicas de Neverland com Jackson e o garoto caminhando lado a lado. Enquanto isso, a cabeça de um dos jurados se movia ao compasso da música. Do banco das testemunhas, foi perguntado ao irmão do garoto se ele alguma vez viu esse vídeo. Ele não estava seguro se viu. Apenas disse, "Michael esteve ali algumas vezes com Gavin", disse a testemunha, minimizando a relação.

"Ouviu alguma vez Michael Jackson dizer palavras de ânimo ao seu irmão para que se sentisse melhor?", perguntou Mesereau. "Pode ser que tenha dito pelo telefone, isso eu não sei", disse o garoto. Mesereau mostrou também um vídeo gravado chamado "The Neverland Channel". A estrela do show era a própria testemunha, que aparecia com um microfone e apresentava a si mesmo dizendo, "Olá, isto é Neverland, Estados Unidos. E eu sou o apresentador do 'The Neverland Channel'". Depois, o garoto entrevista a adestradora dos elefantes enquanto um grupo deles caminha ao seu redor. 

"Com isto terminamos com os elefantes", anuncia o garoto. "Agora os levarei a outra parte de Neverland". O vídeo mostra em seguida um grupo de garotos no trem dando uma volta pelo parque de atrações. "Estão bem garotos?", pergunta o menor. As crianças respondem "Sim!". "Vamos!", disse entusiasmado, quando o trem começava a andar. Quando terminou o vídeo, Mesereau pergunta se ele se emocionou enquanto fazia a gravação. "Não... estava muito cansado. Estava com sono". Mesereau pergunta de novo, "se emocionou ao narrar um vídeo como esse em Neverland?". "Não, estava com sono", insistiu o garoto. 

O advogado continuou depois com uma repetição do vídeo onde aparecem o irmão, o acusador, a irmã e a mãe. A promotoria afirma que o vídeo era parte de uma conspiração para prender a família e fazê-la participar no controle dos danos causados pelo documentário de TV exibido em 6 de fevereiro de 2003. No banco das testemunhas, o irmão de Gavin escutou algumas passagens onde sua mãe elogia Jackson como uma figura paternal que tirou a família da pobreza.

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"Ouviu sua mãe fazer esses comentários?", perguntou Mesereau. "Não estava ouvindo", contesta a testemunha. "Eu caía da cadeira. Eram 4 horas da manhã. Estava com muito sono". Como resposta a outras perguntas, ele disse que seus comentários no vídeo não eram verdadeiros e afirmou que no momento em que elogiava a Jackson estava na realidade elogiando seu padrasto. A testemunha também disse que não lembrava nada sobre seu irmão dizendo que Jackson o ajudou a superar o câncer.

Em um determinado momento quando a mãe declara no vídeo que Jackson "acolheu esses três pequeninos como seus filhos", Mesereau perguntou ao garoto, "Acredita que sua mãe estava dizendo a verdade?'. "Não", disse ele. "Estava fazendo o que Dieter lhe disse para fazer". Dieter Wiesner era o empresário de Jackson, um dos supostos co-conspiradores neste caso. A mãe também declara no vídeo que o desejo da família é "aparecer em filmes". Mesereau perguntou ao menor, "quer aparecer em filmes?". "Não", respondeu. "Não quero aparecer em filmes... sou muito tímido", completou. Mesereau parava e continuava o vídeo repetidamente para perguntar ao garoto sobre seus próprios comentários. "Estava com medo?", perguntou o advogado. "Simplesmente tinha sono", contestou o garoto.


Michael Jackson Quase foi Preso Após Chegar com Atraso no Tribunal

Quinta-feira 10/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Usando pijamas, Michael Jackson chegou nesta quinta-feira com mais de uma hora de atraso na Suprema Corte sob ameaça de ordem de prisão expedido pelo juiz. Visivelmente cansado, Michael chegou ao tribunal às 9h35, horário local, mais de uma hora depois do previsto. 

Vestido casualmente com um pijama azul e um paletó preto e com dificuldades para andar, Jackson chegou acompanhado de sua mãe e de seu pai escoltados pelos seguranças do cantor. Após descer do veículo, seus fãs que estavam aguardando-o desde cedo gritaram freneticamente.

Nesta manhã, depois do atraso de Jackson, o juiz Rodney Melville disse que iria emitir uma ordem de prisão contra o cantor por não apresentar-se no horário previsto diante do tribunal. "Vou emitir uma ordem para que o prendam", disse Melville. "Vou confiscar sua fiança", afirmou. O juiz disse que iria reter a ordem de prisão e a confiscação durante uma hora para dar prazo para Jackson comparecer. O prazo venceu poucos minutos depois que Michael chegou a Corte.




O advogado de defesa disse que o atraso de Jackson foi porque ele estava no hospital Santa Ynez Cottage, a 60 km de Santa Maria, com "um sério problema nas costas". A porta-voz de Jackson confirmou que igual à todos os dias o cantor acordou de madrugada para se preparar para o julgamento, mas que ele sentiu uma forte dor nas costas e decidiu ir ao hospital para que lhe ministrassem um relaxante muscular.

"Ele teve forte dores nas costas. Ele foi a uma sala de emergência às 5h45 para conseguir um relaxante muscular, mas não sabemos por que ficaram tanto tempo lá", disse Bain. "Não sei como está agora. Sei que ele não estava nada bem esta manhã", adicionou. Uma funcionária do hospital confirmou que Jackson esteve lá esta madrugada. "Ele esteve aqui, mas não podemos dizer que horas ele chegou", contou. "Michael Jackson teve um problema médico e eu tive que forçar seu comparecimento na Corte", disse o juiz Melville pela manhã.

Continua o Testemunho do Acusador

O acusador adolescente de Michael Jackson disse nesta quinta-feira no tribunal que ingeriu bebida alcoólica na casa do cantor. O garoto disse que Jackson o levou e a sua família para Miami com o objetivo de participarem de uma coletiva de imprensa para defendê-lo, depois do polêmico documentário de Martin Bashir, onde o cantor admitiu ter compartilhado sua cama com crianças.

O garoto disse que Jackson lhe disse que brincariam de um jogo onde ele seria um estudante que se comportava mal e o cantor seria o diretor da escola. Depois, o adolescente disse que Jackson lhe ofereceu uma lata de soda que continha vinho e perguntou se alguma vez ele ouviu falar do "suco de Jesus" e logo o explicou que Jesus Cristo bebeu vinho e que por isso chamava dessa forma.

O menino contou que Jackson o presenteou com um relógio e uma jaqueta e lhe pediu que não contasse a ninguém que tomou vinho. Assim mesmo, o garoto disse que quando Jackson, ele e sua família voltaram de Miami para o rancho Neverland, eles dois beberam vodca, uísque e rum no quarto e em outros lugares.

O Acusador Afirma ter dito que Michael Jackson não o Molestou
Segunda-feira 14/03/2005
tradução de Bruno Fahning.
O adolescente que acusa Michael Jackson de abuso sexual permaneceu nesta segunda-feira, tranquilo durante os interrogatórios da defesa e da promotoria, embora tenha admitido ter sido desorganizado com a bebida e que estava confuso sobre sua sexualidade. O garoto disse na semana passada aos membros do júri que Michael Jackson havia se masturbado ao menos duas vezes em fevereiro de 2003 em noites que eles beberam muito. 
Thomas Mesereau confrontou várias queixas disciplinares que os professores fizeram contra o garoto, como brigas, alteração da ordem na classe e más notas. "Você teve uma reunião com o diretor da escola por conta de problemas disciplinares", disse Mesereau. "Não", respondeu o menino. Mesereau disse que o diretor da escola uma vez perguntou ao garoto se Jackson o havia molestado sexualmente. Gavin admitiu em julgamento que respondeu não.

Mesereau confrontou também com o garoto uma entrevista que teve com a polícia na época em que supostamente Jackson o molestou sexualmente. Na dita entrevista, o menino disse a polícia que sua avó lhe contou que os homens que não se masturbam se convertem em estupradores, quase o mesmo comentário que supostamente Jackson fez. O adolescente disse a Mesereau com firmeza que havia discutido o tema de masturbação com sua avó e com Jackson.

"Michael tentou me explicar primeiro. Ele insistia mais (...) Suponho que minha avó se deu conta que eu estava muito confuso com minha sexualidade. Ela não me disse o mesmo", que Jackson expressou ao adolescente. O advogado de defesa leu para o garoto o que parecia ser uma transcrição de uma entrevista com o professor, Jeffrey Alpert, da escola secundária John Burroughs. "Olhe para mim... Não posso te ajudar se não me disser a verdade. Aconteceu algo assim?", afirmou Alpert segundo a citação de Mesereau.

O garoto de 15 anos reconheceu ter respondido "não", e em outro momento do interrogatório reafirmou sua resposta: "Eu disse ao Sr. Alpert que ele (Jackson) nunca me fez nada". Mesereau leu ao acusador seus antecedentes disciplinares na escola de Los Angeles, e o garoto reconheceu ter discutido com os professores. A questão sobre o professor provocou uma discussão entre os advogados, com relação ao que o menino disse exatamente ao promotor Tom Sneddon sobre a conversação com Alpert.

A cadeia de notícias ABC informou nessa segunda-feira que os promotores e os advogados se reuniram no fim de semana para entrevistar o professor, e que o advogado deste, Thomas Forsyth, disse que espera que seu cliente seja convocado como testemunha. Mencionando fontes não identificadas, a emissora informou que a conversação entre o garoto e o professor ocorreu nos primeiros meses de 2003. Isto depois da exibição do documentário Living With Michael Jackson e do período de tempo em que presumidamente ocorreu o abuso, mas antes que o músico fosse acusado formalmente.

Acusador se Defende de suas Contradições e Mesmo Estando Sequestrados ele e sua Família Sempre Voltavam a Neverland
Terça-feira 15/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

O acusador de Michael Jackson disse nesta terça-feira que declarou a um funcionário de sua escola que Jackson não lhe abusou porque seus colegas de classe zombavam dele e desejava colocar um ponto final às brincadeiras. 

O jovem declarou que quando voltou de sua estadia mais recente em Neverland em março de 2003, seus companheiros de classe faziam pesadas piadas e diziam que ele foi "violado". Como resultado disso ele se viu envolvido em várias brigas e teve que falar com o diretor da escola Jeffrey Albert, quem lhe perguntou se foi alvo de abusos. "Eu lhe disse que não ocorreu nada", contou o garoto. "Todos os meninos zombavam de mim na escola e eu não queria que ninguém pensasse que algo havia ocorrido realmente". 

O testemunho foi prestado durante o interrogatório do promotor Tom Sneddon, justo antes o garoto deixar o banco das testemunhas, depois de comparecer à Corte por quatro dias. Um dia antes, a defesa fez com que o adolescente admitisse que negou o suposto abuso sexual em declarações feitas ao funcionário da escola. 
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Sneddon também refutou um vídeo mostrado pelo advogado de Jackson, onde o garoto dizia que o cantor era "como um pai" para ele. Sneddon perguntou ao acusador o que pensa agora de Michael: "Ele não me cai realmente bem", disse. "Não creio que mereça o respeito que eu sentia por ele, quando eu acreditava que ele era o melhor cara do mundo".

Em um esforço para recuperar a credibilidade no jovem, o promotor questionou sua principal testemunha sobre as diferenças em seu testemunho perante um grande júri em abril e as declarações dos últimos quatro dias no tribunal. "Quando declarou diante a grande júri, você dizia a verdade?", perguntou Sneddon. "Sim", disse o adolescente. O promotor se referia as contradições que foram expostas durante o interrogatório da defesa que começou na quinta-feira e culminou esta manhã.

"Por que dar diferentes versões dos fatos?", disparou ontem o advogado. O adolescente, conhecido como "John Doe", em termos jurídicos, admitiu terça-feira que nem ele e nem seus familiares jamais pediram ajuda, enquanto Jackson os mantinha, segundo eles, sequestrados em Neverland. "É algo que você não entende; eu gostava de estar em Neverland, era como estar na Disneylândia", disse o jovem, ao ser interrogado pela defesa do porquê de não ter pedido ajuda. "Minha mãe era a única que estava preocupada", assegurou. Mas Mesereau contra-atacou: "Mas sempre voltavam, não é verdade?". O adolescente respondeu: "Acho que sim".


Promotoria Tenta Recuperar Terreno Perdido

Quarta-feira 16/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

A promotoria no julgamento contra Michael Jackson tentou recuperar o protagonismo nesta quarta-feira, depois da defesa nesses últimos dias ter marcado vários pontos no caso. O promotor Thomas Sneddon interrogou o policial que conduziu o inquérito do caso e exibiu aos jurados fotos de revistas pornográficas encontradas durante a busca da polícia realizada no rancho Neverland.

Com estes testemunhos a promotoria pretende recuperar terreno em um caso que perdeu vigor nos últimos dias, após a defesa mostrar várias contradições nas declarações da suposta vítima e de seus irmãos. O adolescente que acusa a Michael Jackson de abuso sexual disse à polícia que o cantor o tocou intimamente cinco ou sete vezes, mas que só podia lembrar-se dos detalhes de duas ocasiões.




"Ele me disse especificamente de duas ocasiões. Ele crer que ocorreu entre cinco e sete vezes. Não pode explicar o que passou, mas acredita que aconteceu cinco ou sete vezes", disse o sargento do Condado de Santa Barbara, Steve Robel, aos membros do júri. Além disso, Robel disse que o estado de humor do garoto mudou quando ele confessou pela primeira vez que Jackson o molestou em seu rancho Neverland.

"De imediato, notei uma mudança abrupta em sua conduta. Ele ficou muito, mas muito calado, cruzou os braços e sentou-se na cadeira. Houve um momento em que ele ligeiramente soluçava", disse Robel. A audiência da quarta-feira não se caracterizou pelas dinâmicas mudanças verbais que marcaram as primeiras duas semanas de julgamento.

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Ex-empregada do Rancho Neverland Depõe

Quinta-feira 17/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Uma ex-empregada do rancho Neverland declarou que o cantor tinha vários amigos entre 10 e 14 anos, e que viu alguns deles aparentemente bêbados na casa. Kiki Fournier disse que os meninos que se hospedavam em Neverland alguns dias ou meses, por vezes, dormiam no quarto de Jackson, e descreveu que ele permitia que eles corressem a vontade sem a supervisão de seus pais e com pouca disciplina por parte de Michael, e lhes deixavam comer doces, ver filmes e jogar videogame. 

"Eles organizavam guerra de doces na sala do cinema", disse, descrevendo como foi que ela apelidou Neverland de "Ilha do Prazer de Pinocchio". "Em ocasiões eles passavam dos limites... Eles tinham muita liberdade, pode-se dizer assim. Faziam muito barulho". O acusador de Jackson e seu irmão estavam entre os garotos que passavam mais tempo em Neverland, contou Fournier. Ela disse que no começo o garoto acusador se mostrou com bons modos, mas logo percebeu que o quarto que ele compartilhava com seu irmão estava cada vez mais bagunçado.




Quando perguntada pelo promotor Gordon Auchincloss se ela viu alguma vez crianças que pareciam estar sob efeito de algum estimulante, Fournier respondeu: "Não posso dizer com segurança quantas vezes, mas foi umas duas vezes". Posteriormente a testemunha adicionou ter sido três ou quatro. Ela disse que numa ocasião serviu o jantar a Jackson e uns quatro garotos, dos quais três pareciam estar embriagados.

Fournier disse que deixou de trabalhar em Neverland pouco depois dessa cena em setembro de 2003, mas não explicou por que saiu. Também adicionou que entre os garotos que se hospedaram lá estão o ator Macaulay Culkin e Frank Cascio, que se converteu em um funcionário de Jackson ao ficar adulto e que a promotoria menciona como um co-conspirador não acusado formalmente.

Horas antes, Fritz Coleman, responsável por fornecer as condições meteorológicas no canal KNBC em Los Angeles e que fez amizade com a família do acusador disse que lhes deu presentes e os ajudou a levantar dinheiro, apesar de nunca terem lhe pedido nada. Coleman, quem também é comediante, foi mencionado nas declarações iniciais da defesa, a qual sugeriu que ele foi enganado pela família para que pensasse que eles necessitavam de dinheiro para gastos médicos, quando na realidade tinha suficientes fundos graças ao seguro do sindicato do pai.


James Brown Acredita que Michael Jackson é Vítima de uma Armadilha Jurídica

Março de 2005
tradução de Bruno Fahning.

O lendário cantor de soul James Brown, disse que Michael Jackson é vítima de uma armadilha jurídica, como foram muitas celebridades das quais acreditam que têm muito dinheiro. Brown disse em entrevista pelo telefone no domingo que o Rei do Pop deveria estar ajudando as vítimas do tsunami no sudeste da Ásia ao invés de estar se defendendo de acusações de pedofilia na Corte da Califórnia.


Michael Jackson Reza Todas as Manhãs com o Reverendo Jesse Jackson

Março de 2005
tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson inicia seus dias julgamento rezando com o reverendo Jesse Jackson, disseram o pastor protestante e a porta-voz do Rei do Pop. Michael recebe conselhos do pastor sobre assuntos espirituais e pessoais, disse Raymone K. Bain. "Eles se conhecem há anos", disse Bain durante um recesso do julgamento. Ela disse também que Michael acorda por volta das 4h30 da madrugada e fala com o reverendo Jackson pelo telefone durante uns 15 ou 20 minutos. Ambos rezam juntos, adicionou Bain.




Em uma entrevista pelo telefone, o pastor disse que o artista e sua família são testemunhas-de-jeová e que a oração que ambos compartilham é ecumênica. "Eu dou conselhos a ele e a sua família", disse. Ele contou que seu principal conselho é "manter a serenidade... Isso é algo difícil para todos os envolvidos, o acusador e o acusado", disse Jesse. Mas adicionou que Michael "sobreviverá" a esta situação. Também considerou injusto que o júri do caso de Michael Jackson careça de representantes da raça negra.



Michael Jackson Chega Visivelmente Debilitado e Atrasado no Tribunal
Segunda-feira 21/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Parecendo doente e trêmulo, Michael Jackson chegou hoje novamente atrasado ao tribunal acompanhado de um médico, mas logo após uma demora de 45 minutos o juiz ordenou adiar a audiência sem dar explicações aos membros do júri. Desta vez, o juiz Rodney S. Melville não adotou nenhuma ação contra Jackson que foi ameaçado com uma ordem de prisão e ter a fiança confiscada quando chegou com atraso em 10 de março, após uma passagem ao hospital nas primeiras horas da manhã para ser tratado do que os advogados disseram ser uma lesão nas costas.




Michael desceu de seu carro e caminhou com passos curtos, hesitantes, até a sala do tribunal, e parecia estar com muita dor. O médico, Bert Weiner, membro do hospital Cottage, em Santa Ynez, foi a sala do juiz para falar a portas fechadas, e permaneceu na primeira fila do tribunal quando a tomada dos testemunhos reiniciou. Durante a coletiva no gabinete do juiz, Jackie, irmão de Jackson e um segurança acompanharam o cantor até o banheiro. Quando voltou a sala, lhe viam chorar na mesa onde senta seu advogado, com um lenço de papel sobre o rosto. Parecia ter dificuldades para sentar e levantar.

A sessão recomeçou no tribunal com o testemunho de um detetive da polícia, o sargento Conn Abel, que estava prestando declarações quando o tribunal entrou em recesso na quinta-feira. A promotoria disse que poderia concluir a parte do caso relacionada com o suposto abuso de menores possivelmente esta semana. Logo, a acusação se concentrará nas acusações de conspiração. Mesereau conversou nesta segunda-feira com o juiz da Suprema Corte. Na reunião participou o médico do hospital Santa Ynez Cottage, que acompanhava Jackson.


Testemunho de uma Comediante é Ouvido

Terça-feira 22/03/2005
tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson chegou a tempo nesta terça-feira ao tribunal, sorrindo, mas andando com dificuldades como na segunda-feira, quando chegou atrasado. Vários de seus ajudantes protegeram Jackson com guarda-chuvas enquanto chovia, o cantor parecia estar com um melhor humor. Nesta terça-feira a Corte se reuniu durante a metade do dia. A primeira testemunha foi Louise Palanker, uma comediante que tentou ajudar a família do garoto acusador enquanto ele enfrentava um câncer.




A comediante que deu 20 mil dólares a família do menino, declarou que recebeu um telefonema da mãe dele, chorando, que fez supor que a família aparentemente era mantida contra sua vontade. Louise Palanker disse que tentou entrar em contato com mãe do garoto depois de ver o documentário Living With Michael Jackson

"Ela estava muito nervosa e falava sussurrando... parecia assustada", disse Palanker. Ela pediu a comediante que não voltasse a chamar no mesmo número. Segundo Palanker, ela lhe disse, "não volte a ligar aqui. Está ouvindo o que digo. Essa gente é mal". Palanker disse que ligou para seu advogado pois "acreditei que eles estavam sendo mantidos contra sua vontade".


Júri viu Material Pornográfico Encontrado em Neverland


Juiz Nega o Pedido da Promotoria para Mostrar Imagens do Computador de Jackson

Quarta-feira 23/03/2005

tradução de Bruno Fahning.

Michael Jackson chegou nesta quarta-feira com 15 minutos de antecedência no tribunal de Santa Maria, acompanhado de seu advogado e dos pais. Jackson chegou caminhando devagar, mas diferente dos dias anteriores, quando foi visto andando com muita dificuldade e apoiado pelos seguranças.
Vestido com um paletó escuro, camisa branca e um colete colorido, uma de suas características braçadeiras e óculos de sol, Jackson chegou a contar uma piada ao seu advogado, Tom Mesereau, e cumprimentou seus fãs. A promotoria concluirá previsivelmente entre hoje e amanhã a apresentação de seu caso e no começo da semana seguinte o juiz pode decidir se admite como prova neste julgamento as denúncias de outros menores do ano de 1993. 
A promotoria apresentou ao júri revistas e vídeos pornográficos encontrados na mansão do cantor, mas perdeu na tentativa de incluir páginas da internet acessadas do computador de Jackson. O juiz Melville disse que estudou o material e coincidiu com a defesa que as imagens puderam ser armazenadas automaticamente e que "não haveria uma maneira de saber se alguém olhou esse material ou não". O juiz também concordou que o material aparentemente não correspondia ao tempo com os supostos delitos.



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A falha ocorreu quando o promotor Tom Sneddon numa tentativa desesperada tentou introduzir centenas de revistas, vídeos e fotos, mas nenhuma delas com o DNA do acusador de Jackson e de sua família. O dia terminou com a chegada de uma ambulância para um dos advogados de Jackson, Brian Oxman, quem apoiava sua cabeça sobre a mesa da defesa. Oxman foi levado ao Centro Médico Marian, cujo porta-voz disse que não daria nenhuma informação a pedido do advogado. A questão das provas do computador foi tratada antes que o júri entrasse na sala, pouco depois da chegada de Jackson.

Júri viu Material Pornográfico Encontrado em Neverland
O júri teve ontem a oportunidade de ver uma seleção dos filmes e revistas eróticas encontradas em Neverland. Entretanto nenhuma delas mostrava crianças ou homens, os promotores afirmam que Jackson mostrou esse material pornô heterossexual ao jovem que o acusa de abusos. 
O detetive que coletou as revistas e vídeos disse aos advogados de defesa que não havia evidência física como impressões digitais ou DNA que provasse que Jackson e o garoto viram aquele material juntos.
Embora os promotores terem conseguido mostrar esse material ao júri, o juiz Rodney Melville negou a petição de apresentar mais de 1 mil e 700 imagens encontradas nos computadores usados por Jackson.
Melville disse que as imagens não eram ilegais e que não foram baixadas nem olhadas durante os três anos em que os quais o acusador visitava o rancho Neverland. Michael suportou corajosamente a identificação por parte do detetive de cada peça pornográfica. A promotoria alega que os técnicos conseguiram detectar material em três computadores do rancho Neverland que inclui páginas eróticas com adolescentes e informação sobre adoção de crianças.




 James Brown Volta a Defender Michael Jackson


Março de 2005

tradução de Bruno Fahning.

James Brown assegurou durante sua estadia no Chile que as pessoas que envolvem ele, Michael Jackson e outros grandes do negócio da música em escândalos, o único que querem é dinheiro e se aproveitar deles.
Brown disse que "pessoas desse tipo só querem obter dinheiro. Não sei quem são, mas que Deus abençoe suas almas. Essas pessoas tentaram tirar vantagem de pobres pessoas como eu, B.B. King, Michael Jackson e Kobe Bryant, todos nossos amigos. Tiram vantagem de nós sem nenhuma razão".
Brown ressaltou que espera que "deixem de falar das pessoas e de destruir suas vidas", mas não quis comentar se acreditava na inocência de Jackson, atualmente em julgamento por abuso sexual infantil.


Promotoria Tenta Mostrar que Existem Digitais do Acusador em Revistas

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Quinta-feira 24/03/2005

tradução de Bruno Fahning.

Um cientista forense do Serviço Secreto declarou no julgamento de Michael Jackson que era possível que as impressões digitais do acusador encontradas em uma revista pornográfica, poderiam ter se deteriorado durante o ano em que a polícia demorou a submeter à revista a análises correspondentes. 
Antonio Cantu, diretor forense do Serviço Secreto, disse que não tinha conhecimento do atraso das provas para determinar as impressões digitais, e reconheceu que seria preferível que as tais provas fossem submetidas à análise imediatamente. Cantu disse que os vestígios das digitais podem mudar com o tempo, mas admitiu que algumas marcas desse tipo duram até 50 anos.
O juiz ordenou a eliminação desse comentário, porque a testemunha não é um especialista em identificação de impressões digitais, mas sim um especialista em processos químicos para detectá-las. A promotoria disse que uma revista apreendida em Neverland mostra as digitais do acusador e de Jackson e outra do próprio artista. A defesa alegou que o garoto poderia ter tocado na revista durante as audiências do júri investigador, antes que fosse submetida à análise.

O advogado Robert Sanger, perguntou se Cantu consideraria adequado fazer as provas depois que o material fosse apresentado ao júri investigador. "O certo seria esperar para fazer primeiro a análise", respondeu a testemunha. "Você sabia que a análise de impressões digitais não pode ser feita até um ano depois da requisição das provas?", perguntou o advogado. "Não sabia", respondeu Cantu.

Enquanto isso, uma testemunha de acusação foi presa em Las Vegas acusado de crimes não relacionados com este caso, incluindo sequestro e roubo. O acusado, Christopher Eric Carter, 25 anos, que foi segurança de Michael Jackson, se declarou inocente das acusações, disse o seu advogado Lloyd Baker. Funcionários de Nevada disseram, no entanto, que Carter se apresentaria no julgamento de Jackson.
Apesar da avalanche de publicações pornográficas apresentadas no tribunal nos últimos dias, os especialistas acreditam que os promotores ainda têm que provar se esse material servirá como prova que Michael Jackson abusou do menor. "Creio que os promotores ainda terão que provar que Michael Jackson mostrou essa montanha de material pornográfico a sua suposta vítima", disse o jurista Jim Moret, fora do tribunal. Para que essas revistas sirvam para algo "tem que haver uma conexão entre o material, Michael Jackson e a criança", adicionou.



Brian Oxman Recebe Alta e Volta para Defesa de Jackson


Sexta-feira 25/03/2005


tradução de Bruno Fahning.




A defesa de Michael Jackson recuperou sua formação completa com a volta ao processo, de um dos advogados que ficou doente na metade da semana passada e teve que ser hospitalizado. O advogado Brian Oxman, que foi levado na quarta-feira do tribunal a um hospital, voltou ao caso após receber alta de um tratamento de uma inflamação no pulmão direito. Jackson e sua mãe abraçaram Oxman na sua chegada. 

O testemunho da sexta-feira no caso de Jackson se concentrou no manejo das provas pelas quais os investigadores do condado de Santa Barbara realizaram suas análises das impressões digitais. Seguiram a apresentação desta semana, por parte da promotoria, de uma extensa série de revistas pornográficas apreendidas no rancho Neverland.



Uma técnica da polícia local, disse na quinta-feira ter encontrado uma impressão digital do irmão do acusador em uma revista, enquanto os promotores apresentaram ao júri outras fotos explícitas as quais disseram ter na maioria impressões digitais, mas não indicaram de quem eram essas impressões. 
Em vez disso, na sexta-feira, a defesa procurou mostrar que as provas apreendidas no rancho foram mal manuseadas. Um especialista forense da polícia local, Timothy Sutcliffe, reconheceu que os rótulos de duas impressões digitais haviam sido trocados. A supervisora Alicia Romero, que manuseia as provas para o tribunal, declarou que havia manipulado os objetos com outro funcionário judicial sem usar luvas, e que só mais tarde disse que era para usá-las.
Foram encontradas 19 impressões digitais latentes nas páginas das revistas, entre elas Penthouse e Barely Legal compatíveis com as de Jackson, com as do acusador, as do irmão mais novo, disse Robert Spinner, sargento aposentado do condado de Santa Barbara. Spinner foi a sexta testemunha da promotoria a depor nesta sexta-feira, enquanto os promotores tentavam corroborar o que acusar de Jackson havia dito.




Juiz Aceita o Testemunho de Acusadores do Passado


Segunda-feira 28/03/2005

tradução de Bruno Fahning.

O juiz do caso de Michael Jackson permitiu que a acusação introduzisse como evidência denúncias de abuso sexual apresentadas contra o cantor no passado. Os casos antigos são de cinco garotos, entre eles dois que chegaram a um acordo extrajudicial.
Rodney Melville anunciou sua decisão depois de ouvir os argumentos do promotor Sneddon e do advogado Mesereau. O juiz disse que permitirá a apresentação de testemunhos sobre supostos casos de abuso sexual e denúncias de que Jackson "preparava" as crianças para abusar delas. 
A parte acusadora havia perdido a permissão de apresentar provas acerca de casos de sete garotos, mas o juiz se negou a admitir dois deles. Melville disse que permitirá ouvir os testemunhos de um garoto e sua mãe. O menino acusou Jackson em 1990 e chegou a um acordo com o cantor por 2 milhões e 400 mil dólares. 

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O advogado de Jackson se esforçou para que a Corte não admitisse evidências de atos do passado denominados similares, argumentando que eram baseados por terceiros, muitos dos quais querendo apenas o dinheiro de Jackson. 

"Como você pode permitir que um desfile de personagens relacionados ao caso se apresente sem nenhuma das vítimas?", questionou Mesereau. Sneddon, tentando empregar as denúncias do passado para reforçar a credibilidade do atual acusador de Jackson, disse que o testemunho de outras vítimas mostrará que o músico tem um padrão de abuso consistente.

Jordie Chandler não Vai Depor

Um jovem que em 1993 chegou a um acordo extrajudicial milionário com Michael Jackson após alegar abuso sexual, não quer declarar no atual julgamento, porque deseja manter sua privacidade, mas sua mãe irá comparecer, assegurou um tio dele. "Quero deixar claro que ele não vai testemunhar. Está fora do país", disse Raymond Chandler, tio do rapaz que afirmou que Jackson o molestou.
"Ele não quer ser o 'garoto do Michael Jackson'. Não quer estar envolvido", adicionou. "A imprensa o persegue. Ele teve que mudar muitas vezes", explicou. Entretanto, Chandler disse que a mãe do jovem – hoje com 25 anos – comparecerá no julgamento atual. "Estou bastante seguro de que sua mãe será chamada para depor e que dará uma evidência muito séria", disse. Chandler explicou que seu sobrinho passou ao menos umas "50 ou 60 noites" com o cantor em seu rancho Neverland, e em "hotéis em Las Vegas, Nova York, Paris e Mônaco. Noite após noite, sozinhos em um quarto".


Testemunhou Jamie Masada, quem Apresentou o Garoto a Jackson



Terça-feira 29/03/2005

tradução de Bruno Fahning.
O organizador de um acampamento para aprendizes de comediante pobres descreveu seus esforços para ajudar o garoto acusador de Michael Jackson, que naquela época se recuperava de um câncer, e disse que como parte desses esforços decidiu apresentá-lo ao artista. 
Jamie Masada, que é proprietário do clube Laugh Factory de Hollywood, disse que o garoto assistiu ao acampamento com seu irmão e sua irmã em 1999, e durante sua estada no local tentaram desenvolver uma peça de comédia.


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Também disse que foi visitar o garoto em um hospital onde era submetido à quimioterapia como parte de seu tratamento contra o câncer. "Oh, Deus, não quero relembrar esses momentos", disse Masada sobre a doença do menino. 
"Eu lhe dizia: Se você comer lhe dou 50 dólares. Então, lhe dava algum dinheiro todas as semanas", disse o proprietário. Os promotores disseram que o jovem conheceu Jackson através de Masada na época em que ele era dono do clube e o apresentava aos famosos para lhe animar. Masada disse que também levou comediantes ao hospital.

Macaulay Culkin Poderá não Depor no Julgamento



Os promotores do julgamento contra Michael Jackson poderão apresentar provas sobre cinco supostas vítimas do Rei do Pop, anteriores ao atual caso, segundo decisão do juiz Rodney Melville. Um deles é o ator Macaulay Culkin.

Macaulay Culkin, que atualmente tem 24 anos, foi uma surpresa, precisamente porque o protagonista de Esqueceram de Mim tem uma amizade com Jackson, e sempre negou que fosse vítima dos supostos abusos do cantor. A representante de Culkin, Michelle Bega, assegurou que o ator não deporá no julgamento e insiste em que seu cliente sempre desmentiu tais acusações.



Psicólogo que Entrevistou o Acusador Depõe



Quarta-feira 30/03/2005
tradução de Bruno Fahning.


Os adolescentes masculinos raramente formulam acusações falsas de abuso sexual, disse um psicólogo que entrevistou o garoto que processa Michael Jackson. Stan Katz, uma testemunha-chave da promotoria que foi o primeiro a reportar as autoridades das acusações do acusador de Jackson, disse: "Seria muito incomum um adolescente masculino de 12 ou 13 anos acusasse falsamente outro homem". 
Katz, contratado por um advogado para entrevistar o acusador de Jackson e seus irmãos, expressou que entrou em contato com funcionários do serviço social pouco depois de ter conversado com o garoto. A notificação deu início a uma investigação por parte do Departamento do Xerife do Condado de Santa Barbara e logo conduzida a acusações criminais apresentadas contra Michael.


Tom Mesereau confrontou a Katz com algumas de suas obras publicadas, incluindo um artigo intitulado "Detenham a Caça de Predadores Sexuais" e outro em que dizia que cerca de 40% dos casos de abuso sexual são "infundados". "Você está consciente de que as supostas vítimas de abuso sexual geralmente acusam seus agressores por milhões de dólares em tribunais civis, não é?", perguntou Mesereau. "Correto", respondeu Katz.

No entanto, quando o vice-procurador Rob Zonen o questionou, Katz disse que ele escreveu sobre as crianças quando descreveu a capacidade que alguns pais têm para convencer seus próprios filhos de que foram abusados sexualmente. "Segundo minha experiência, um garoto que fabrica (acusações de abuso sexual) não pode ser consistente ou manter-se firme por muito tempo", disse Katz. Os garotos "não mantem acusações sólidas quando começam a pensar que as desvantagens (de suas alegações) superam as vantagens". Katz informou que recebeu 4 mil e 800 dólares para entrevistar aos três jovens.


Aeromoça Afirma que Gavin se Gabava dos Presentes que Ganhava


O garoto que acusa Michael Jackson exibiu um relógio caro que ganhou do cantor e se mostrou dizendo que ele lhe compraria qualquer coisa, disse uma aeromoça. Cynthia Bell contou que o menino se gabava do relógio em um voo com Jackson e sua família de Miami para a Califórnia em 2003. 
A promotoria alegou que o relógio foi um suborno para que o menor não revelasse que Jackson lhe deu bebida alcoólica. A defesa respondeu que o menino e sua família extorquiam o cantor e outras celebridades. Adicionou que as acusações de abuso são parte dessa extorsão.
Bell também declarou que serviu vinho a Jackson em uma lata de Coca-Cola Diet, mas que não viu seu acusador beber nela como disse a promotoria. Bell contou que foi ideia sua servir vinho em latas de refrigerante a Jackson e que se converteu numa rotina em todos os voos do cantor, porque "Michael Jackson gostava de beber discretamente". Ela ainda declarou que o menor se mostrou grosseiro e rude durante o voo.
O promotor Gordon Auchincloss perguntou a Bell se ela viu Jackson fazer carinhos no menor. Ela respondeu que não, mas que em um determinado momento, o cantor colocou seu braço ao redor do garoto.




Investigador Defende a Operação Realizada em Neverland




Sexta-feira 01/04/2011
tradução de Bruno Fahning.

Um investigador do caso de Michael Jackson defendeu a magnitude da invasão realizada em Neverland e disse que participaram várias dúzias de policiais, porque só tinham um dia para realizar a operação. O chefe de polícia do condado de Santa Barbara, o tenente Jeff Klapackis contou que se seria preciso 69 investigadores, pois o promotor estatal Tom Sneddon só lhes deu um dia para "não sobrecarregar a fazenda e seus empregados com a nossa presença por mais tempo do que o necessário".
Contou também que a invasão da fazenda de 1 e 100 hectares foi atípico, porque tiveram que investigar vários edifícios de grande porte. Klapackis admitiu que os 69 investigadores que participaram da investigação do dia 18 de novembro de 2003, seriam mais do que o dobro dos que participação de uma investigação de assassinato. Thomas Mesereau tentou sugerir que muitos foram apenas porque Jackson é uma celebridade. Klapackis também negou uma sugestão de Mesereau de que algumas pessoas do departamento policial tenha alertado a imprensa sobre a operação. 
Contou que suas ordens aos policiais foram: "Não falem com a imprensa". Em sua opinião, alguém "fora da polícia", alertou aos jornalistas. Quando perguntado por que não foram recolhidas impressões digitais em garrafas de bebidas alcoólicas ou móveis, Klapackis disse que era porque o acusador e sua família haviam saído da casa há oito meses. Ele admitiu, no entanto, que as pistas permanecem até um ano a partir do momento em que foram impressas.



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Em seu depoimento, Klapackis disse que a investigação foi retomada em junho de 2003 depois de falar com Larry Feldman, advogado da família da criança, e com o psicólogo Stan Katz, que entrevistou o menino e sua mãe. A investigação tinha sido encerrada no início do ano quando os agentes sociais de Los Angeles disseram que o menor e sua família afirmaram que o cantor não havia molestado o garoto. Os promotores sustentam que as acusações de abuso sexual transcenderam durante as entrevistas do jovem com Katz.

O Primeiro Advogado do Acusador Depõe

O advogado que interrogou pela primeira vez o acusador de Michael Jackson declarou que jamais lhe pediram para abrir um processo contra o cantor. A promotoria chamou Larry Feldman, para determinar como as autoridades se inteiraram das alegações contra Jackson. A defesa aproveitou a presença do advogado para convencer o júri que o acusador e sua família tentaram obter o dinheiro do artista.

Feldman reconheceu em interrogatório que o garoto poderia apresentar um processo civil contra Jackson até cumprir os 20 anos. O acusador tinha 15. Thomas Mesereau perguntou a Feldman se um fato condenatório contra o artista facilitaria à família do acusador receber uma boa compensação financeira. "Se o Sr. Jackson fosse culpado de abuso de menores neste caso (o menino e o seu irmão) poderiam utilizar diretamente um eventual processo civil contra o Sr. Jackson, correto?", perguntou Mesereau. "Correto", disse Feldman.
O promotor Tom Sneddon perguntou a Feldman se havia recomendado ao jovem e sua família a possibilidade de um processo este passou o caso do garoto para a promotoria. Naquela época "não havia planos de apresentar um processo", disse Feldman. "Depende da investigação", adicionou. Durante um recesso, uma multidão de fãs de Michael Jackson gritou a Feldman que ele era um mentiroso e estava ganhando dinheiro à custa do caso.



Filho de Ex-empregada de Neverland dá Depoimento Emocionado



Segunda-feira 04/04/2005
tradução de Bruno Fahning.


O filho de uma antiga empregada da mansão de Michael Jackson declarou com a voz trêmula pela emoção que o cantor lhe tocou indevidamente enquanto lhe fazia cócegas em 1990. Segundo o seu depoimento, ao longo de vários anos, Jackson tocou em duas ocasiões em seus genitais por cima das calças quando lhe fazia cócegas em condomínio que o artista possui em Los Angeles, que ele e sua mãe chamavam de "o esconderijo" e em um terceiro incidente onde o cantor pôs a mão dentro de sua roupa em Neverland. 
"Fazíamos cócegas", contou a testemunha antes de solicitar ao juiz uma pausa. Enxugou os olhos e bebeu água. "Ele me fazia cócegas. Eu usava shorts. Pegou na minha perna enquanto eu ria e logo pegou em minhas partes íntimas", contou a testemunha. Ao descrever o suposto abuso, se desculpou perante o promotor Ron Zonen por sua declaração hesitante e disse que "precisei de muitas sessões com um psicólogo para me recuperar disto". O advogado de defesa pediu que o comentário fosse excluído do registro taquigráfico e o juiz aceitou.
Segundo o testemunho, naquele incidente Jackson lhe abusou por dois ou três minutos e recordou que pensou "seguramente tenho que ir". Perguntado sobre a primeira vez que contou o incidente a alguém, especialmente a quem, a testemunha respondeu que "provavelmente a Deus". Além disso, o ex-administrador de Neverland alegou que certa vez viu três crianças entrarem com o cantor na adega e depois saíram bêbados. Jesus Salas declarou que era uma manhã de 2003 quando viu os três menores saírem da adega, localizada debaixo de uma galeria de jogos na fazenda.




"Quando vi os garotos saindo da galeria, eles não se comportavam corretamente, eu lhes perguntei se estavam bem. Foi ali que me dei conta de que estavam embriagados. Estiveram bebendo... Não era normal. Algo ruim aconteceu com os meninos", disse ele. Ainda adicionou que Jackson estava com as crianças na adega de vinhos. Salas disse que em duas ocasiões lhe ordenaram que servissem vinho a Jackson em seu quarto, em uma delas na presença do acusador e de outros dois garotos.
Contou que levou quatro copos e uma garrafa de vinho ao quarto. Mas disse que o vinho não era para os menores. "Deixe-me contar-lhes algo mais", disse Salas, Jackson "ordenou alguns refrigerantes para eles". O procurador observou que, quando Salas testemunhou perante o júri, ele nunca mencionou refrigerantes. Salas disse que acabara de se lembrar.
Também contou que não se lembrava de garotos estarem presentes em outra oportunidade que levou vinho a Jackson. Cerca de 120 fanáticos do cantor se reuniram em frente ao tribunal nesta segunda-feira para realizar uma vigília com velas, vestidos de branco para simbolizar a inocência, e braçadeiras douradas similares as que Jackson usa. E ergueram bandeiras de 20 países para simbolizar o apoio ao cantor em todo o mundo.




Mesereau Enfatiza Contradições no Depoimento da Testemunha




Terça-feira 05/04/2005
tradução de Bruno Fahning.

Um jovem que declarou ter sido molestado por Michael Jackson há mais de uma década alegou repetidas vezes ter uma péssima memória nesta terça-feira, quando o advogado do cantor o interrogou acerca de suas declarações. 
Mesereau procurou destacar as inconsistências entre o que a testemunha disse segunda-feira em tribunal e as suas declarações anteriores. A testemunha de 24 anos, que é filho de uma ex-empregada de Jackson, foi interrogada pela promotoria na segunda-feira em um esforço em demonstrar que o artista manteve uma conduta imprópria com alguns garotos.


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Ele recebeu 2 milhões e 400 mil dólares da parte de Jackson em 1994 e não apresentou processos legais contra o cantor. O júri ouviu que havia um acordo entre as partes, mas sem a divulgação da soma. O advogado do garoto reconheceu que as cláusulas do acordo incluíam o fato de que Jackson não admitia conduta imprópria alguma. Ao ser questionado na terça-feira, a testemunha admitiu que na sua entrevista de 1993, disse inicialmente que Jackson não o molestou. Mesereau perguntou se os investigadores foram agressivos e haviam qualificado Jackson com abusador sexual e que o insultaram.
A testemunha disse que não se lembrava dos detalhes da entrevista. Em uma pergunta de Mesereau, o rapaz disse que Jackson lhe dava dinheiro quando lia um livro ou quando tinha boas notas. Uma pergunta similar foi feita pela promotoria, entretanto a testemunha negou que tivesse ocorrido tal coisa. Mesereau leu para a ele uma declaração formulada durante uma de suas entrevistas, em que o jovem disse: "Me fizeram declarar um monte de coisas. Pressionaram-me. Eu queria dar um golpe na cabeça". O jovem disse que não se recordava dessa declaração.

Ex-empregada Depõe

Michael Jackson e Macaulay Culkin dormiram no mesmo quarto em várias ocasiões. Esse foi o depoimento de uma ex-empregada da mansão do cantor.
Segundo a empregada, encarregada do quarto de Michael, pode comprovar como em várias ocasiões Jackson e Culkin dormiram no mesmo quarto onde só havia uma cama. O jovem ator sempre negou esses rumores.

 Ex-segurança de Neverland Conta Detalhes Sórdidos de Supostos Abusos

Quinta-feira 07/04/2005

tradução de Bruno Fahning.


Ralph Chacón, quem trabalhou de 1991 a 1994 em Neverland e perdeu um processo judicial contra Michael Jackson por tê-lo demitido sem uma devida justificativa, disse que o garoto com quem o cantor chegou a um acordo multimilionário em 1993, havia estado com Michael e este teria praticado sexo oral no menor. 
Chacón disse ao júri que em uma noite de 1993 viu Jackson e o menino, na época com 9 ou 10 anos, juntos em uma banheira, e que posteriormente viu Michael acariciando o cabelo dele, beijando o seu rosto e lambendo seus mamilos.
"Ele colocou o órgão genital do garoto em sua boca", disse Chacón. "Você viu isso?", perguntou o promotor Tom Sneddon. "Sim", afirmou Chacón, e ainda adicionou que os beijos de Jackson eram "muito apaixonados" e que as mãos do cantor acariciavam todo o corpo do menino. A mãe de Jackson e o irmão do artista saíram da sala de audiências durante o testemunho.

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Ralph, a quem o advogado de defesa descreveu como um homem ressentido foi uma das várias testemunhas que a promotoria em sua tentativa de demonstrar o que qualificou como a estratégia de 15 anos de Jackson para abusar sexualmente de crianças.

O ex-segurança disse que também viu Jackson e um garoto em um beijo apaixonado em outra ocasião em Neverland. "Sua mão (a de Jackson) foi até a braguilha da calça do menino", contou. Chacón disse que nunca falou isto para ninguém porque pensou que não acreditariam. Os advogados de Jackson disseram que seus acusadores estavam motivados pela perspectiva de obter lucrativos acordos extrajudiciais com Michael.
O principal advogado da defesa descreveu Chacón como um homem amargurado por ter perdido um processo contra seu cliente há 12 anos. Mesereau destacou que Jackson apresentou um contra processo e que, depois de um julgamento de seis meses, Michael saiu vitorioso com uma sentença de um milhão de dólares contra Chacón e uma ordem judicial de 25 mil dólares por propriedades roubadas. Ralph trabalhava em Neverland no período noturno e reconheceu que vendia histórias sobre a conduta de Jackson com garotos aos jornais sensacionalistas, depois de ter deixado de trabalhar para ele.


Ex-cozinheiro Disse ter Visto Michael Jackson Molestar Macaulay Culkin




Sexta-feira 08/04/2005

tradução de Bruno Fahning.



Um ex-cozinheiro de Michael Jackson depôs e disse que ele havia tocado intimamente o ator Macaulay Culkin em 1991 enquanto ambos jogavam videogame em Neverland. Phillip LeMarque contou ao júri que viu o cantor com a mão sobre a parte da frente das calças de Culkin, quando foi servir um lanche noturno com batatas fritas. 

"Fiquei surpreso, por pouco não deixei cair as batatas fritas", disse o ex-cozinheiro, quem falou inglês com um sotaque francês. LeMarque era o responsável por preparar e servir os alimentos para o cantor, disse que o incidente ocorreu há 14 anos durante uma das visitas que o ator fazia a Neverland.

"Michael estava jogando com Macaulay Culkin um jogo chamado 'Thriller', e estava abraçando o garoto porque ele era pequeno e não podia segurar o controle. A mão esquerda (de Jackson) estava dentro da calça do menino", disse LeMarque.

Durante o interrogatório do advogado de defesa, LeMarque reconheceu que seu trabalho com Jackson teve fim com um processo o qual queria dinheiro que supostamente o cantor lhe devia e que o caso foi resolvido fora dos tribunais.

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Durante um recesso, o juiz Rodney Melville proibiu que a defesa falasse do último trabalho de LeMarque que era operador de um site pornográfico. LeMarque foi a última de várias testemunhas da promotoria na sua tentativa de estabelecer um padrão de abuso sexual que Jackson teria cometido com crianças durante anos. Advogados de Culkin, quem negou publicamente que Jackson tenha se comportado indevidamente, disseram que o ator não vai depor.



Júri Ouve o Depoimento da Mãe de Jordie Chandler


Segunda-feira 11/04/2005
tradução de Bruno Fahning.
O julgamento contra Michael Jackson começou uma nova semana de testemunhos tão escandalosos quanto duvidosos. O júri teve hoje a oportunidade de ouvir o depoimento da mãe do menor que em 1993 acusou o cantor de abusos sexuais. A mulher falou de viagens e presentes que recebeu de Michael durante vários meses em 1993, no mesmo ano em que aceitou que seu filho dormisse com Jackson.
Naquela ocasião, o menor e sua família nunca apresentaram uma denúncia oficial após chegar a um acordo financeiro com Jackson fora dos tribunais, supostamente por mais de 20 milhões de dólares. Segundo a mãe, Michael protagonizou vários ataques de histeria quando não podia compartilhar o mesmo quarto de seu filho e de maneira insistente lhe perguntava: "Você não confia em mim?".
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Depois desses ataques e uma vez que cedeu aos pedidos de Jackson, a mãe passou a receber luxuosos presentes como um bracelete de ouro da Cartier ou dias de compras com cartão de crédito. A mãe está separada de seu filho desde meados dos anos 90, quando o pai do menor recuperou a guarda do jovem e reprovou sua ex-esposa por ter permitido sua relação com o Rei do Pop. O menor, que hoje tem 25 anos, está fora dos Estados Unidos e não pensa em participar no julgamento contra o cantor.

Depoimento de Bob Jones, Ex-vice-presidente da MJJProductions

Uma testemunha no julgamento de Michael Jackson surpreendeu a acusação ao dizer que não se lembrava de ter visto o cantor lamber a cabeça de uma criança, mas depois se retratou. Quando lhe mostraram um e-mail seu, a testemunha disse que o incidente poderia ter acontecido.
Bob Jones, ex-vice-presidente da MJJProductions, disse inicialmente, "Não lembro de ter visto que (Jackson) tivesse lambido alguma cabeça", durante um voo de Paris a Los Angeles em meados da década de noventa. Em seguida, o promotor Gordon Auchincloss leu um fragmento de um livro que Jones está escrevendo indicando que Jackson e o menino estavam se beijando, e que o cantor lambeu sua cabeça.
"Se abraçavam muito estreitamente, quase em um sentido romântico", indica o fragmento mostrado pela promotoria. O tema da cabeça lambida foi levantado pela promotoria, que tenta demonstrar a conduta desviada do cantor. Os promotores também disseram que Jackson lambeu a cabeça de outro garoto que agora o acusa de abuso sexual em fevereiro de 2003.
Ao ser interrogado pelo advogado de defesa, Jones disse que os fragmentos que escreve são completados por um co-escritor, e posteriormente revisados. Jones disse que não revisou essa parte e que era incorreto. Mas, em seguida, o procurador mostrou a Jones uma mensagem de e-mail que ele enviou ao seu co-escritor em que ele descreveu Jackson lambendo a cabeça da criança. "Se esteva em meu e-mail, eu assumo a responsabilidade por minhas mensagens", disse Bob em seguida.
Jones é a última das testemunhas que está trazendo dores de cabeça à promotoria. Por exemplo, o ex-administrador do rancho de Jackson, Jesus Salas, disse aos investigadores que levou vinho a Jackson e a vários garotos. Entretanto, quando prestou depoimento no tribunal disse que acabara de recordar que além de vinho levou refrigerantes.



 Janet Arvizo Começa a Depor

Quarta-feira 13/04/2005
tradução de Bruno Fahning.

Janet Arvizo, mãe do menino que acusa Michael Jackson evocou hoje o seu direito sob a quinta emenda, de modo que durante seu depoimento vai manter silêncio sobre os cheques que recebeu da Previdência Social. Após uma breve pausa no processo para analisar as implicações desta nova reviravolta no julgamento, o juiz Rodney Melville deu sua aprovação para prosseguir. 
A mãe do menor é considerada uma testemunha crucial tanto para a acusação que a chamou para testemunhar quanto para a defesa de Jackson. Cinco minutos depois de sua chegada ao tribunal, Janet evocou seu direito constitucional de abster-se a falar sobre o dinheiro que recebeu dos serviços sociais entre 2001 e 2003. A defesa de Jackson quer minar a credibilidade da mãe do garoto mediante tentativas de demonstrar que ela recebeu ajuda do governo de maneira fraudulenta.
Este é um argumento que o júri ouviu repetidamente, desde os atuais depoimentos até o interrogatório de seus filhos, os irmãos do menor, sendo um deles uma da suposta vítima de abusos sexuais. Em seu discurso de abertura, Thomas Sneddon, o promotor encarregado do caso, disse que aceitaria as acusações durante o seu depoimento. A chegada da mãe da criança no tribunal pôs fim as especulações sobre sua possível ausência.

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No entanto, para invocar o seu direito à Quinta Emenda para não oferecer o testemunho que pode ser usado contra ela, a mãe da criança permanecerá em silêncio em tudo o que se relaciona com o dinheiro recebido da assistência social. O juiz instruiu ao júri sobre esta nova situação no julgamento repleto de sobressaltos, para que não tirem nenhuma conclusão precipitada. A decisão do juiz recebeu protestos da defesa de Jackson, e o advogado Robert Sanger disse que era "injusto" para seu cliente que a testemunha possa responder algumas perguntas e outras não.

O juiz Melville deixou as portas abertas para que a defesa questione a credibilidade da mulher durante seu interrogatório em outros depoimentos. Após a sua chegada ao tribunal, a mãe do menor compareceu perante o júri completamente mudada a respeito da imagem que deu no vídeo gravado em 2003 a favor do cantor. Se naquela época era uma mulher muito maquiada de cabelo encaracolado, hoje foi uma senhora com pouca maquiagem de cabelos curtos e simples. Ainda assim, a mãe do menino se mostrou sensível ao responder às perguntas do promotor, com grande pausa antes de falar e mostrando um nervosismo quase beligerante em algumas de suas respostas.




Janet Arvizo Continua Depondo e Defesa Espera seu Turno


Quinta-feira 14/04/2005
tradução de Bruno Fahning.


Janet Arvizo continuou hoje o seu depoimento contra Michael Jackson. Em seu testemunho, praticamente sem interrupções, a mulher prosseguiu respondendo as perguntas da promotoria. Até o momento a mãe do menor falou de um clima de "medo e intimidação" contra a família em Neverland, após o documentário onde o jovem aparecia de mãos dadas com Jackson. 

Segundo a senhora, os sócios de Jackson ameaçaram veladamente sua família se não cooperassem. "Disseram-me que se colocássemos Michael em maus lençóis, eles sabiam onde moravam meus pais", testemunhou perante o júri com lágrimas nos olhos e às vezes difícil de seguir devido à sua contínua explicações. Ela também afirmou que estava triste e confusa, quando fez uma gravação de vídeo para parabenizar o cantor descrevê-lo como uma figura paterna.



Os promotores dizem que a mãe e vários dos seus filhos fizeram o vídeo sob coação, a pedido dos associados de Jackson. A mulher disse que recebeu um guia e que durante a gravação liam perguntas escritas antecipadamente. Também contou que recebeu instruções para dizer repetidas vezes que o artista era um "pai maravilhoso... para meus filhos". O assistente da promotoria Ron Zonen lhe perguntou se realmente acreditava nas coisas que dizia no vídeo, ela respondeu: "Estava confusa e triste, de maneira que basicamente estava atuando".

Na gravação, a mulher sempre elogiava Jackson e ocasionalmente brincava e ria com seus filhos. A mãe disse que um associado de Jackson, Dieter Wiesner, foi o encarregado de escrever as perguntas e as respostas. Wiesner foi nomeado pelos promotores como co-conspirador, mas não foi chamado. 

A mãe também disse que viu Jackson lamber a cabeça de seu filho durante um voo realizado em fevereiro de 2003 de Miami para Califórnia em um avião particular. Perguntada sobre o incidente, a mulher se virou para o júri e disse: "Por favor, não me julguem". Então ela chorou, bateu no peito e disse: "Eu pensei estar vendo coisas, eu achava que era". A defesa espera seu turno para interrogar fortemente a testemunha.


 A Defesa de Michael Jackson Contra-ataca Janet Arvizo


Sexta-feira 15/04/2005

tradução de Bruno Fahning.
A defesa de Michael Jackson lançou uma forte ofensiva contra a mãe do jovem que o acusa de abuso sexual, quem admitiu ter mentido sob juramento em outro caso civil, em uma das audiências mais quentes desde quando começou o julgamento. A defesa de Jackson desintegrou e atacou uma das declarações de Janet Arvizo. A tal ponto que o juiz Melville teve que intervir mais de uma vez a troca de palavras entre Thomas Mesereau e a mulher, de 37 anos, de origem mexicana. 
Ela também saiu em defesa própria em várias ocasiões e esclareceu ao júri: "Ele (Mesereau) não está certo, não diz a verdade". Mesereau pediu que a mulher respondesse suas perguntas em poucas palavras, mas ela foi muito evasiva. O advogado fez com que ela admitisse que mentiu em 2000 quando processou uma loja. "Você mentiu sob juramento para conseguir dinheiro, não é verdade?", alfinetou.
A mulher apresentou um processo contra uma cadeia de lojas onde acusou um segurança, empregado da loja, de abusar sexualmente dela e fisicamente de seus filhos. A loja chegou a um acordo extrajudicial com a mulher que ganhou cerca de 150 mil dólares para encerrar o assunto. Mesereau disse que a mulher tinha assinado um relatório que dizia que seu ex-marido, o pai de seus três primeiros filhos, nunca tinha abusado dela, mas depois o denunciou por abuso físico e sexual contra sua filha mais velha.
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Mesereau se referiu também à versão do sequestro que segundo ela sofreu – junto com seus três filhos – em Neverland. "Você nunca escapou de Neverland, não é?", perguntou Mesereau. "Claro que sim", respondeu ela. "Quantas vezes em sua mente você escapou deste 'calabouço' chamado Neverland?", voltou a lhe perguntar. O advogado a levou a admitir que havia deixado o rancho em três ocasiões durante o período do suposto sequestro, e sempre voltava por conta própria.

Em uma revelação surpresa, ela também admitiu que seu próprio filho, o mesmo que acusou Jackson de abuso sexual, lhe acusou de abuso. A mulher disse esta semana que ela e seus filhos foram detidos contra a sua vontade no rancho depois da exibição do documentário Living With Michael Jackson por causa das ameaças que alguns assassinos procuravam por ela e sua família. "Quanto mais fala (a mulher), a acusação perde mais pontos", opinou o especialista Michael Cardoza. "Ela nem sequer responde as perguntas mais simples", adicionou. Mesereau "só começou a cirurgia", comentou.

Janet Arvizo, Muito Nervosa se Defende dos Ataques

O rancho de Michael Jackson, Neverland, é um antro de "álcool, pornografia e relações sexuais com menores", disse Janet Arvizo ao júri. Durante trocas verbais com o principal advogado da defesa, a mãe do adolescente contou que colaboradores do astro lhe disseram que o cantor nunca bebia, mas ela disse que sabia que isso era mentira. "Agora sei que Neverland é álcool, pornografia e sexo com crianças", disse a mulher.
Ao ouvir o depoimento, Jackson fazia um sinal de negação com a cabeça sem dizer nada. Por sua parte, o juiz Rodney Melville ordenou que não fosse incluído esse comentário nos documentos gerados pelo júri. Os advogados de defesa apresentaram a mãe do acusador de Jackson como uma mulher ambiciosa que organizou tudo isso para arrancar dinheiro do cantor. 
Mesereau exerceu pressão sobre a mulher para que admitisse que queria processar Jackson assim como fez anteriormente com a cadeia de lojas J.C. Penney, depois que a prenderam sob suspeita de furto. "Nunca processaremos outra vez o Sr. Jackson. O que eu quero é justiça", disse a mulher. Durante o julgamento, Mesereau falou dos tratamentos de beleza que ela recebeu a custa da hospitalidade de Jackson, mas ela alegou que o cantor era capaz de "fazer uma coreografia por tudo". "E você?", refutou Mesereau.
Em outro momento da troca verbal, a mulher se autoqualificou má atriz, mas Mesereau interviu para dizer: "Não, eu creio que você é uma ótima atriz". Melville teve que intervir várias vezes para repreender Mesereau e lembrar-lhe que deveria se comportar de maneira profissional, mas também para adverti-lo que a testemunha é que tinha que contestar as perguntas que lhe faziam. "E não discuta com ele", disse Melville à mulher.


Uma Viagem para o Brasil


Janet Arvizo assegurou na quinta-feira, 14 de abril, em seu depoimento que aceitou uma proposta para ir com sua família ao Brasil, depois do suposto sequestro em Neverland, porque temia por sua vida e de seus filhos. A mulher disse no tribunal que concordou assinar a solicitação de passaportes para ela e seus filhos no começo de 2003 para viajar ao Brasil, por sugestão dos assessores de Jackson, porque um segurança de Michael avisou a ela que se não colaborasse, seus pais e seu noivo poderiam ser assassinados.
No entanto, a solicitação do passaporte fornecida pela promotoria estabelece da França para Itália como o destino da viagem e do pedido de visto para o Brasil é definir uma direção na qual a mulher nunca viveu nos Estados Unidos. A mulher assegurou que foi forçada a dizer coisas agradáveis sobre Jackson em um vídeo que, segundo a promotoria, foi filmado enquanto estavam sequestrados.

Segundo ela, os assessores de Jackson a obrigaram a dizer coisas tais como: "Ele é um pai maravilhoso com meus filhos". "Eu estava confusa, triste, basicamente estava atuando", assegurou a mãe do garoto que acusou Michael Jackson de abuso sexual. Antes, a mulher disse que foi ameaçada de morte. Na segunda-feira continuará o interrogatório por parte da defesa.




Equipe de Defesa Volta a Interrogar Janet Arvizo


Segunda-feira 18/04/2005

tradução de Bruno Fahning.

A equipe de advogados de Michael Jackson voltou a interrogar a mãe do adolescente que o processa para tentar provar as inconsistências de seu depoimento. Em uma série de trocas verbais, a mulher discutiu várias vezes com o principal advogado do cantor, especialmente quando ele sugeriu que ela tinha costume de perseguir as celebridades para obter favores e influência. 

A defesa tentou retratar a mulher como uma mentirosa e oportunista e alegou ainda que Jackson é inocente, e generoso benfeitor, que se tornou vítima de um plano mesquinho. Mesereau citou a petição que a mulher havia feito no final da década de 90 para que a declarassem incapacitada por depressão porque "se sentia muito triste por ser uma 'Zé ninguém'". "Eu ainda sou uma 'Zé ninguém'", disse três vezes em repostas aos interrogatórios da defesa.


Mesereau perguntou também porque mencionou os nomes de Jackson e da estrela do basquete, Kobe Bryant, em uma entrevista com a polícia em 2001, quando denunciava brigas domésticas com o seu ex-marido. "Isso foi porque David me acusava de prostituta e disse que eu estava dormindo com esses homens", disse. Durante a audiência, a mãe do requerente foi forçada a reconhecer que havia pessoas que poderiam ter chamado a ajudá-la no caso de seu filho, incluindo um advogado que estava no comando de sua situação conjugal, mas nunca o fez.
Janet Arvizo citou a confidencialidade das relações advogado-cliente ao se negar a responder se um advogado já lhe representava quando supostamente Michael a mantinha em cárcere privado junto com seus filhos. Thomas Mesereau perguntou a ela se o advogado Michael Manning a representou de 2001 a 2004 com relação a assuntos vinculados a seu divórcio. A mulher respondeu que Manning lhe ajudou com vários assuntos relativos com a sua separação, e disse que ele não cobrava nada por seus serviços, por ela ser uma de suas clientes de baixa prioridade.
O juiz Rodney S. Melville da Suprema Corte ordenou que estes últimos comentários não fossem registrados oficialmente. Quando Mesereau perguntou a mulher se Manning era seu advogado durante a época do suposto sequestro, ela perguntou: "Esse é um privilégio advogado-cliente?". Privilégio é uma norma que protege a confidencialidade das comunicações entre advogado e cliente, e proíbe usá-los como prova em julgamento, ou permitir a outra parte veja. Mesereau disse que cancelaria a pergunta se ela estivesse exercendo esse privilégio, ela respondeu afirmativamente.



Janet Arvizo Disse que sua Família foi Ameaçada

Terça-feira 19/04/2005
tradução de Bruno Fahning.

A mãe do menor acusador de Michael Jackson continuou depondo em seu quinto dia consecutivo. Janet fez mais acusações contra Jackson, depois de revelar que seus assessores a ameaçaram que poderiam desaparecer com seus filhos em um gigantesco balão. A testemunha declarou que um dos assessores do cantor a ameaçou dizendo que seu noivo e seus pais poderiam ser assassinados e desaparecidos em um enorme balão.
A mulher, de 37 anos, fez fortes comentários como "Jackson manipulou o mundo todo, mas agora com este caso criminal as pessoas vão saber quem ele realmente é". Janet foi acusada pelo advogado do cantor de ser uma boa atriz e de orquestrar o processo e instruir os seus filhos para receber uma milionária compensação. Lançando forte olhares a Jackson, que se mostraram pouco expressivos, ele apenas colocava suas mãos em seu rosto ou ajeitava o cabelo, a mulher negou ter pedido dinheiro do artista para ajudar no tratamento de câncer do seu filho. 

Dúvidas Sobre Hematomas

O advogado de Michael Jackson pôs em dúvida a autenticidade de fotografias que parecem mostrar a mãe do acusador com hematomas supostamente provocados pelos seguranças de uma loja. A família de Janet recebeu mais de 150 mil dólares como compensação pelo incidente ocorrido em 1998. O episódio não está relacionado com o caso de abuso infantil que Jackson enfrenta, mas os advogados retomaram o assunto para fundamentar seu argumento de que a família tem a prática de pedir indenizações baseadas em acusações falsas.

Thomas Mesereau criticou as fotografias apresentadas pela promotoria na segunda-feira à noite, perguntando a mulher quando elas foram tiradas. Ela respondeu que imediatamente depois dos fatos terem ocorrido, pois seu até então marido queria ter uma prova das lesões. "Mas você não depôs que esses hematomas não saíram imediatamente?", perguntou Mesereau. A mulher titubeou um pouco e disse que fez tudo seguindo as instruções de um advogado, depois de ter sido detida sob suspeita de agressão, assalto em propriedade e pequenos furtos, acusações retiradas posteriormente.

Mesereau perguntou se ela havia dito a uma mulher de um escritório de advocacia que os hematomas fotografados eram, na realidade, consequência de um golpe que ela deu em seu ex-marido. "Isso não é certo", respondeu. Ela disse que, embora ela tenha alegado ter sido espancada e sexualmente tocada durante a briga com os guardas na loja, não decidiu processar até um ano depois. Mesereau então sugeriu que este era o mesmo padrão que ela estava seguindo no caso de Jackson.

O Depoimento da Avó

A avó do menor que acusa Michael Jackson declarou em espanhol que seu neto mudou muito depois de sua estadia em Neverland. "Esses garotos que voltaram não eram os meus netos... Não falavam do mesmo modo. A essa altura (o mais velho) não é o mesmo menino", relatou a avó.
Nem a mãe e nem a avó presenciaram nenhum dos supostos abusos ao menor que, segundo a promotoria, aconteceram entre fevereiro e março de 2003. O depoimento da avó corroborou com as declarações de Janet no que se referia aos supostos planos do artista de manter a família da criança contra sua vontade no rancho Neverland.
"Tive que mentir dizendo que estava doente para que deixassem vir a minha casa", insistiu a avó. Também falou de várias chamadas telefônicas noturnas a sua casa que ela não entendia, inclusive de um incidente onde um sujeito atirou pedras contra seu edifício antes de fugir em um carro. Ambos os casos, a avó os atribuiu aos colaboradores de Jackson.


Ex-segurança de Neverland Disse que Nenhuma Criança Podia Sair Sozinha


Quarta-feira 20/04/2005

tradução de Bruno Fahning. 
Um ex-segurança de Neverland disse que a equipe do local lhe orientou que impedisse a saída do adolescente que está processando Michael Jackson. Brian Barron, oficial da polícia que trabalhou como segurança no rancho entre 1997 e 2004, disse que no início de 2003 escreveram uma nota de segurança do escritório da fazenda. Isto coincide com a época em que a família do acusador disse estar sendo mantida contra sua vontade.

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"Expressava simplesmente que (o garoto) não podia abandonar a propriedade", disse Barron. Ele ainda adicionou que a nota escrita em uma placa permaneceu ali por uma semana e entendeu que isto significava que "não podiam sair da propriedade sem permissão". A promotoria esperava que o depoimento de Barron fortalecesse a declaração de que a família do acusador foi mantida em cárcere privado. Durante o interrogatório, Barron admitiu que Neverland tinha uma política de não permitir que nenhuma criança saísse de lá sem estar devidamente acompanhada.



Juiz Proíbe a Presença de Especialistas em Violência Doméstica



Quinta-feira 21/04/2005


tradução de Bruno Fahning.

O juiz encarregado do caso contra Michael Jackson proibiu que a promotoria citasse especialistas em violência doméstica para explicar ao júri a aparente conduta errada da mãe do adolescente que está processando Jackson.
No entanto, o juiz Rodney Melville disse que permitiria provas de que o acusado e seu irmão se masturbavam vendo material pornográfico em Neverland, o que pode reforçar os argumentos da defesa de que os meninos fizeram tudo que eles queriam na casa de Jackson.

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Estas decisões são empecilhos para a promotoria, que está em fase final de apresentação de provas perante o júri de oito mulheres e quatro homens. O depoimento da mãe do acusador de Jackson é a chave para que a promotoria possa demonstrar que a família foi mantida contra sua vontade em Neverland para participar de um vídeo defendendo Michael.

Os advogados de defesa tentam apresentar Janet como uma mulher ambiciosa que quer dinheiro de celebridades. Ela "se comporta como faz por contra de seu histórico como vítima de violência doméstica", disse o assistente da Corte do Condado de Santa Barbara, Gordon Auchincloss. Mas o advogado de defesa Robert Sanger contestou: "Ela disse coisas absurdas (...) Isso não quer dizer que ela sofra de síndrome da mulher abusava. Isso é porque mente para obter lucro".







 Debbie Rowe Poderá ser Chamada pela Promotoria para Depor

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Segunda-feira 25/04/2005

tradução de Bruno Fahning.

O destaque para esta semana é que a promotoria, liderada por Tom Sneddon, poderia terminar com a sua longa lista de testemunhas, buscando reforçar a ideia de que Jackson tem um grave problema de conduta tratando de forma indevida menores de idade. Nesta segunda-feira pela manhã, Jackson chegou a Corte com 10 minutos de antecedência, acompanhado de seus pais Joe e Katherine.
As audiências foram retomadas nesta segunda-feira, após a programada para sexta-feira passada ter sido adiada por conta de alguns membros do júri que não poderiam assistir à sessão, e depois da recusa do pedido de suspender as atividades esta semana. Os promotores do julgamento podem convocar a ex-esposa do cantor, Debbie Rowe, para depor, apesar das objeções da defesa.




A expectativa é que Rowe, mãe de dois filhos de Jackson, deponha esta semana. O promotor Ron Zonen disse que Debbie dirá ao júri que os funcionários do cantor lhe pressionaram para conceder uma entrevista "muito bem delineada" onde o apoiava em troca ela poderia visitar os filhos em Neverland.
Os promotores afirmam que os assessores de Jackson sofreram um ataque de pânico ao conhecer o conteúdo do documentário Living With Michael Jackson, exibido em fevereiro de 2003. Por outro lado, os promotores disseram que não chamariam para depor Chris Carter, um ex-chefe da segurança de Neverland, que enfrenta acusações de roubo e sequestro em Las Vegas, mas não explicaram os motivos para a mudança de tática.




Agente de Viagens Fala da Suposta Viagem ao Brasil




Terça-feira 26/04/2005
tradução de Bruno Fahning.



Uma agente de viagens que testemunhou sob imunidade no julgamento de Michael Jackson disse que fez a reserva de um voo para o Brasil para a família do acusador, a pedido de um dos sócios comerciais de Jackson. Cynthia Montgomery contou que organizou uma viagem de 15 mil dólares com destino a São Paulo solicitado por Marc Schaffel, mencionado pelos promotores como um dos co-conspiradores não acusados do caso de Jackson. 
Os promotores sustentam que os sócios de Michael planejaram manter a família no Brasil por tempo indeterminado depois da exibição do documentário Living With Michael Jackson. As autoridades concederam imunidade a Montgomery porque o FBI está investigando sua relação com a filmagem secreta de Jackson e o advogado Mark Geragos durante um voo que ela programou de Las Vegas para Los Angeles.



Montgomery disse que reservou lugar para a família do acusador em um avião que partiria para o Brasil em 1º de maio de 2003. Ela expressou que Schaffel lhe pediu que as reservas fossem apenas de ida, mas teve que fazê-las também para a volta, porque os americanos não podem entrar no país sem suas passagens de regresso. Também disse que escolheu arbitrariamente a data de retorno aos Estados Unidos.
A família nunca concretizou o voo e os promotores não discutiram a razão no tribunal. A mãe do acusador declarou que planejou uma forma de escapar dos sócios de Jackson dizendo-lhes que seus filhos tinham que visitar os avós antes de viajar para o Brasil. Contou que a família abandonou o rancho Neverland do cantor pela última vez em 12 de março de 2003.

Brian Oxman Deixa a Equipe de Advogados de Michael Jackson

Um dos advogados que defende Michael Jackson no processo foi despedido, depois de aparentemente ter discutido no estacionamento do tribunal com o advogado principal Thomas Mesereau.
Brian Oxman, o advogado que saiu de cena, foi visto discutir com Mesereau e uma assistente ao término da audiência dessa segunda-feira. Depois eles se abraçaram.
Mesereau posteriormente deu a notícia do abandono de Oxman, sem dar detalhes. A rede de televisão Fox afirmou que Mesereau despediu Oxman, com quem teve muitas divergências e ao parecer tiveram uma história profissional tensa.






Debbie Rowe dá seu Testemunho no Julgamento




Quarta-feira 27/04/2005

tradução de Bruno Fahning.

Os promotores chamaram a ex-esposa do cantor Michael Jackson e mãe de dois filhos dele, Debbie Rowe, para que deponha no julgamento por supostos abusos sexual cometido pelo artista. Perguntada como se chamava, disse se chamar Deborah Rowe Jackson. Quando o promotor Ron Zonen lhe perguntou se conhecia Jackson, ela respondeu "somos amigos e fomos casados". 
Ela Adicionou que conhece Jackson há 20 anos, mas ao ser perguntada se chegaram a viver juntos, ela respondeu "nunca compartilhamos um lar". Rowe disse que nunca ensaiou para dizer coisas positivas no Take 2. "Eu não queria que ninguém me viesse dizer que ensaiei minha entrevista.
Como o Sr. Jackson sabe, ninguém pode me falar o que tenho que dizer".

Rowe disparou alguns olhares a Jackson. Ele não pareceu intimidar. Debbie reiterou que seus entrevistadores lhe ofereceram uma lista de perguntas, mas que não quis vê-las: "Foi uma entrevista fria e eu queria que assim fosse". Zonen perguntou o que ela esperava depois da entrevista. Entre lágrimas disse "Me encontrei com as crianças e fiz às pazes com seu pai". Perguntada por que queria voltar a ver Jackson, disse: "Ele é meu amigo".

"Você é a mãe de seus dois filhos maiores?", disse Zonen. "Sim", respondeu. Questionada sobre sua situação doméstica, contou "nunca compartilhamos uma casa... nunca dividimos um apartamento". Rowe contou que conhece o cantor há 20 anos e quando se divorciaram ela podia ver as crianças por oito horas a cada 45 dias. Disse que era difícil pelas viagens de Michael e por isso abdicou todos os seus direitos.
"As visitas não eram cômodas", explicou que eram em hotéis, "era em um ambiente muito estéril". Disse que não via as crianças nos últimos 2 anos e meio ou 3. Em 2003, contou que recebeu um telefonema do médico que lhe empregava (Arnold Klein). Ele contou que um sócio do cantor queria falar com ela e a pôs em contato com Marc Schaffel. Durante a conversação Jackson interviu brevemente.
"Ele me disse que saiu um vídeo cheio de mentiras e se podia ajudá-lo. Eu disse, como sempre, sim. Perguntei-lhe se estava bem. Eu estava muito enfadada. Pediu-me se eu poderia trabalhar com Ronald e Dieter. Perguntei se as crianças estavam bem e se poderia vê-las quando as coisas fossem melhorando. Ele me disse que sim". O promotor Zonen perguntou: "Você queria ver as crianças?". Debbie quase chorando: "Sim, muitíssimo".
Rowe disse que a conversação com Jackson durou 2 minutos e meio e não falou o que queria que fizesse. Perguntada por que queria ajudar o cantor, disse: "Lhe prometi que sempre estaria aqui para ele e as crianças". Debbie não deu detalhes de sua vida pessoal com Jackson e deixou claro que não falaria: "Minha vida pessoal não diz respeito a ninguém", disse isso quando perguntaram se o que ela falou no vídeo foi totalmente verdadeiro. 
Rowe disse que antes da entrevista na casa de Schaffel, falaram brevemente sobre sua família e lhe disseram como estavam as crianças. Contou que Schaffel falou que "eles estão bem, que Michael estava bem, e o quão grande eles estavam". A gravação durou nove horas e a promotoria exibiu duas, mas era muito chato e quase nem prestaram atenção. Debbie disse que não viu Living With Michael Jackson antes de gravar sua entrevista: "Tudo que eu sabia é que o que eles fazem sobre Michael é prejudicial para ele e as crianças".

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Depoimento de Cinegrafista Desmente o que Disse Janet Arvizo

O depoimento de Hamid Moslehi, câmera do vídeo que refutava o Living With Michael Jackson, não corroborou com a versão dos fatos oferecida por Janet Arvizo que afirmou ter sido obrigada a seguir um script que elogiava Michael Jackson, como parte de um plano para desvirtuar um documentário de televisão que causou danos ao cantor.
Moslehi declarou que o garoto, seu irmão e sua irmã estiveram em sua casa durante duas ou três horas antes de iniciar as gravações, e que os viu jogar, mas não ensaiar suas declarações. Disse que a mãe chegou à casa por volta de uma hora antes da gravação e que tampouco a viu ensaiar.
Hamid também disse que não viu ninguém explicar a mãe o que deveria dizer enquanto se maquiava para aparecer na câmera. Ela declarou que um assessor de Jackson, Dieter Wiesner, praticou com ela para indicar-lhe o que deveria dizer. Moslehi concluiu as suas declarações, mas foi recomendado a permanecer à disposição do tribunal, se caso fosse chamado pela moção da defesa.





Debbie Rowe Defendeu Michael Jackson e Criticou seus Assessores



Quinta-feira 28/04/2005
tradução de Bruno Fahning.

A ex-esposa de Michael Jackson, Deborah Rowe, declarou que o cantor é "uma grande pessoa e um ótimo pai", e que alguns que o cercam são "abutres" que só querem explorá-lo. O depoimento de Rowe foi ora emocionado ora sarcástico. Certo momento ela não entendeu a pergunta dos promotores, e admitiu ter declarado que Jackson era manipulado com facilidade. 

Rowe pareceu lamentar o estado de sua relação com o artista quando o advogado Thomas Mesereau lhe perguntou se ainda considerava Jackson um amigo. "Sim", disse. Mas adicionou: "Se eu falar...". Suas declarações se tornaram emocionadas quando descreveu seus sentimentos sobre Jackson. "Há diferentes Michaels", disse. "De um lado está meu Michael e do outro o Michael que o resto do mundo vê".


Para uma pergunta do promotor Ron Zonen sobre o porquê estava disposta a ajudar Jackson, a testemunha declarou: "Estava desejando fazer porque assim poderia ver meus filhos e possivelmente reaver uma relação com Jackson". Em outra pergunta acerca das relações de Marc Schaffel e outros supostos co-conspiradores com Michael, Rowe contestou. "Acredito que são abutres oportunistas".
Mais uma vez, a ex-enfermeira confirmou, "Como sabe Jackson, ninguém me diz o que falar. Sempre digo o que penso", assegurou Rowe. A promotoria anunciou no começo do julgamento que a ex-esposa do cantor participou da entrevista preparada a favor do artista em troca teria um maior acesso a seus filhos. Com este argumento queriam apoiar as acusações de que Jackson e seus assessores forçaram a família Arvizo participar de um documentário favorável a Jackson.
Rowe também negou diante do júri tenha recebido uma oferta financeira por participar da entrevista e se mostrou favorável a colaborar com seu ex-marido. Quando o promotor Ron Zonen insistiu, apesar dos protestos da defesa, se Jackson agora se mostra "disposto" a deixá-la ver seus filhos, Rowe disse que "em seu coração" espera que assim seja. Debbie inclusive chegou a chorar ao repetir que o cantor era seu amigo e deixou evidente que gostaria de voltar a fazer parte de sua vida e de seus filhos. Na saída do tribunal, Jackson respondeu com um "sim" as perguntas dos jornalistas sobre se foi agradável voltar a ver Rowe.







Juiz Permite Dois Livros como Evidência Contra Michael Jackson



O júri responsável pelo caso contra Michael Jackson viu dois livros de fotografias de crianças encontrados em Neverland durante uma operação em 1993. Os volumes apresentados pela promotoria, Boys Will Be Boys e The Boy: A Photographic Essay mostram imagens de crianças e jovens em diferentes estágios de nudez. 

Os dois livros foram encontrados no quarto do cantor e estavam em um armário trancado com chave. O juiz Rodney Melville, que aceitou a solicitação da acusação para incluir ambos os volumes como provas contra Jackson, indicou que alguma das fotos pode ser considerada material sexualmente explícito.
Melville não deu atenção aos protestos da defesa de Michael Jackson, que considerou os volumes como "irrelevante" e que só servem para alimentar os preconceitos dos jurados. Os livros foram apreendidos durante uma operação em Neverland em 1993, quando Jackson era alvo de uma investigação sobre supostos abusos a outro menor de 13 anos.
Um dos livros apresentado hoje ao júri inclui uma anotação de próprio punho de Jackson onde diz: "Esta é a vida que nunca tive. A vida que quero para meus filhos". E no outro tem uma dedicatória: "Para Michael (símbolo de um coração) de sua fã, XXXOOO (símbolo de beijos) Rhonda". A promotoria anunciou que acha que concluirá sua parte do processo na próxima terça-feira. Além disso, a acusação quer incluir três novas testemunhas, entre elas o jornalista Ian Drew, que planejava entrevistar a mãe da suposta vítima.




Promotoria Está Encerrando sua Apresentação do Caso

Marc Schaffel Converteu dois Cheques Multimilionários
Segunda-feira 02/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

Um sócio de Michael Jackson utilizou uma conta bancária controlada por ele e o cantor para converter em dinheiro dois cheques de montantes importantes no começo de 2003, declarou uma funcionária do banco. Baverly Wagner, gerente de uma agência bancária, disse que Marc Schaffel converteu os cheques que totalizam 1 milhão e 500 mil dólares de uma conta que pertencia a Neverland Valley Entertainment, na qual Jackson e Schaffel eram os únicos signatários. 



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A funcionária explicou que Schaffel chegou primeiro para converter um cheque de 1 milhão de dólares com data do dia 2 de abril de 2003, e uma semana depois ele voltou para fazer outra conversão de um cheque de 500 mil dólares. Os promotores consideram Schaffel como um conspirador não acusado, e seu nome foi citado várias vezes no julgamento. Schaffel está processando Jackson porque supostamente ele lhe deve mais de 3 milhões de dólares em empréstimos e custos de produção.



Termina a Apresentação do Caso pela Promotoria



É esperado que depois que os requerentes terminem com sua apresentação, a defesa peça ao juiz Rodney S. Melville que julgue o caso por falta de evidências. Mas na maioria dos casos, esses pedidos são malsucedidos. O júri se prepara para ouvir os argumentos da defesa uma vez que a acusação termine sua exposição. 

O promotor Tom Sneddon anunciou na semana passada que a acusação concluirá nesta terça-feira sua lista de testemunhas, com um ligeiro atraso sobre o final que era previsto para a sexta-feira passada. O julgamento entra em sua décima semana depois que a promotoria sofrera um revés quando a segunda ex-esposa de Jackson, Debbie Rowe, foi chamada a depor como parte da acusação.

As declarações de Rowe só contradizem o anunciado pela promotoria, sendo que ela ofereceu um forte apoio a Michael, onde o descreveu como uma vítima de "abutres oportunistas". Enquanto a acusação concluía seu turno, a defesa espera que o juiz desestime este caso por falta de provas. Se finalmente chega essa moção, seria meramente uma formalidade dentro do processo que dificilmente poria fim ao julgamento

O início do turno da defesa abre outra interrogação neste caso: Jackson irá depor em sua própria defesa? O chefe de sua equipe de advogado, Mesereau, tem agora a possibilidade de chamar o cantor para que deponha em defesa própria, algo até agora não confirmado. Outra incógnita na lista de testemunhas da defesa é o nome do que foi o garoto prodígio do cinema americano Macaulay Culkin. O jovem ator é um amigo antigo de Michael Jackson com quem passou numerosas jornadas no rancho Neverland.



 Investigador Policial Desmente o que Disse Debbie Rowe Sobre Jackson





Terça-feira 03/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

Um investigador policial declarou no julgamento de Michael Jackson que a ex-esposa do réu, Deborah Rowe, o descreveu em particular como um "sociopata". O sargento Steve Robel adicionou que, em entrevista realizada no ano passado, Rowe o confidenciou que ela e o artista tinham planos de falar sempre bem um do outro em público. O promotor Tom Sneddon disse ao juiz que apresentou Robel ao júri para impugnar o testemunho de Rowe sobre Jackson. 
Rowe, que é a mãe de dois dos três filhos de Jackson, propiciou um revés aos promotores na semana passada, quando declarou que Jackson era um pai maravilhoso, uma pessoa generosa e uma vítima dos "abutres oportunistas" de seu círculo de assessores que se aproveitavam de seus problemas para obter lucros. Robel disse que em sua entrevista com Debbie, ela expressou preocupações sobre a capacidade do cantor para ser um bom pai.
"Ela se referiu a Michael com um sociopata que tratava seus filhos como possessões", disse Robel, e adicionou que a ex-esposa lhe disse que ela e o artista tinham um plano dela falar positivamente sobre Jackson em suas declarações públicas depois do divórcio em 1999. Anteriormente, o júri examinou na quinta-feira mais contas telefônicas dos funcionários do cantor para tentar apontar as acusações de conspiração.
Os promotores apresentaram contas de dezenas de chamadas telefônicas pertencentes aos assessores de Jackson, realizadas em fevereiro de 2003, na época em que transmitiram o documentário prejudicial à reputação do artista. Durante a primeira apresentação de tais dados, realizada na segunda-feira, um detetive admitiu que nenhuma das ligações estava diretamente vinculadas com Jackson.
Na terça-feira, o investigador da promotoria David Saunders apresentou recibos mostrando, disse ele, que um homem chamado Paul Hugo esteve no Brasil em 2 de março de 2003, e de lá fez ligações a dois indivíduos nomeados como co-conspiradores não liquidados no processo: Marc Schaffel e Vincent Amen. Hugo foi descrito como um associado de Schaffel.
Os promotores afirmam que nessa época, vários membros do círculo mais estreito de assessores de Jackson se confabulavam para enviar ao Brasil o garoto, que hoje é o acusador do cantor, assim como a sua família. No confronto seguinte, o advogado de defesa Robert Sanger observou que os registros apresentados ao júri só indicavam que os telefones foram usados apenas para comunicação, e não quem estava falando através deles. Quando perguntado se ele poderia ter certeza de quem falou nas chamadas feitas com o telefone de Hugo, Saunders disse que "é razoável supor que fosse ele" (Hugo).





Promotoria Encerra sua Apresentação do Caso

Quarta-feira 04/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

A promotoria deu por concluída a apresentação das testemunhas de acusação no julgamento de Michael Jackson com as quais tentaram durante mais dois meses acusar o cantor de abuso contra um menor e de manter sua família em cárcere privado em Neverland. O promotor Tom Sneddon disse ao juiz Rodney Melville que concluiu sua apresentação, enquanto o juiz decide se uma série de artículos que foram exibidos ao júri possa ser admitida como evidências. 
O juiz disse que ouvirá a moção da defesa ao iniciar a sessão da quinta-feira. É previsto que a defesa argumente que a promotoria não provou sua acusação e solicitará uma decisão imediata a seu favor. O juiz disse que a promotoria poderia apresentar mais testemunhas se estivesse de acordo com suas decisões. A última testemunha de acusação foi um ex-funcionário de um sócio de Jackson. Rudy Provencio, encurralado pelas perguntas da defesa, reconheceu que antes de depor no tribunal introduziu alterações na sua própria letra em uma declaração que ele deu à polícia a implicar Jackson em uma conspiração.
A promotoria apresentou seu caso com muito drama, dentro e fora do tribunal. Um elenco de mais de 80 testemunhas ao longo de 10 semanas lideradas pelo jovem acusador, sua histriônica mãe e outros que disseram que os abusos de menores por Jackson vêm desde os anos 80. Algumas testemunhas de acusação finalmente beneficiaram a defesa, entre elas a ex-esposa de Jackson, que o descreveu com uma vítima de charlatães ávidos por dinheiro.
Embora não tendo dito nenhuma palavra, Jackson continuou sendo a estrela do julgamento. Sua ausência, causada por doença, provocou rebuliço, e em uma ocasião precisou ir de pijamas, sob ameaça do juiz que o mandaria prender. Depois dessa ocasião, Jackson se apresentou sempre com pontualidade e ouviu com serenidade os depoimentos, vestido com coletes coloridos. A testemunha, Rudy Provencio, foi convocado para respaldar as acusações de confabulação para reter a família, formuladas pela promotoria contra Jackson.
Os promotores afirmam que os assessores de Jackson participaram de um plano para manter em cárcere privado os familiares do acusador em 2003, sob o pretexto de que havia um bando de assassinos que os perseguiam. A ideia era manter a família para que participassem de um vídeo que refutaria as afirmações contidas no documentário desastroso e prejudicial a reputação de Jackson.
Provencio disse que ouviu um associado Jackson, Marc Schaffel, aludindo uns "assassinos" e que isso lhe preocupava. Disse que perguntou a Schaffel quem eram eles, e que ele respondeu dizendo que eram "os assassinos que perseguiam a família". Provencio disse que contatou Vincent Amen, outro funcionário do cantor, e que lhe pediu mais detalhes. Amen respondeu que: "Não há assassinos".
Provencio disse que Amen indicou que a única ameaça recebida pelo acusador era de alguns companheiros de escola que lhe insultavam com frases homofóbicas devido a sua aparição no documentário com Jackson. Em outro momento, disse que Schaffel pôs fim a uma conversação com ele dizendo: "Não posso falar agora, eles acabam de escapar". Provencio contou que voltou a falar com Amen, quem disse que tampouco podia falar porque "a família acabara de fugir".




Testemunhas Depõem a Favor de Michael Jackson

Quinta-feira 05/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

Os advogados de Michael Jackson pediram ao juiz que o absolvesse das acusações de abuso de menores e conspiração, com o argumento de que as testemunhas apresentadas pela promotoria demonstraram uma tendência a declarar a favor do acusado. O juiz Rodney Melville ouviu os argumentos da defesa no dia seguinte onde a promotoria encerrou seu caso contra Jackson. Tais moções são comuns quando a promotoria termina suas apresentações, e raramente tem êxito. 
O advogado de defesa Robert Sanger disse que as testemunhas tais como a aeromoça Cynthia Bell, o ex-empregado Jesus Salas, e a ex-esposa do cantor Debbie Rowe foram convocadas pela promotoria, mas deram depoimentos favoráveis a Jackson. "As evidências contundentes que as testemunhas iriam apresentar não apareceram em parte alguma", disse Sanger. Os advogados de Michael também disseram que o acusador, seu irmão e sua mãe não foram testemunhas fidedignas e que o juiz tinha o dever de falar que eles não eram confiáveis e assegurar que o júri não culpasse injustamente a Jackson.



O juiz manifestou relutância em tomar uma decisão sobre a credibilidade das testemunhas e deu a entender que tal decisão correspondia ao júri. Anteriormente, os advogados argumentaram sobre a possibilidade de determinados documentos utilizados pela acusação não tem autenticidade suficiente para ser admitida como parte das provas. A discussão continuou ao anúncio do promotor, Tom Sneddon, de que a promotoria concluiu seu caso e esperava agora a decisão do juiz Melville para admitir os documentos em questão.
O debate centrou-se em 22 documentos e itens como um livro de endereços, contratos, e-mails, registros financeiros e uma cópia de um cheque de um milhão de dólares cobrado por um colaborador de Jackson, Marc Schaffel, que faz parte de um grupo de indivíduos nomeados pelo Ministério Público como conspiradores, mas não indiciados. Finalmente o juiz rejeitou o pedido da defesa para inocentar Michael Jackson de todas as acusações contra ele. Entretanto, Melville decidiu que o processo pode continuar com os depoimentos das testemunhas de defesa. 

Jovens Testemunham a Favor de Jackson

Dois jovens descritos pela promotoria como vítimas de Michael Jackson quando crianças negaram enfaticamente que Jackson tenha abusado deles. Em um dramático depoimento que abre a defesa de Jackson, tanto Wade Robson como Brett Barnes disseram que continuavam amigos de Michael com quem compartilharam a cama em incontáveis ocasiões no rancho Neverland. 
"Você foi abusado pelo Sr. Jackson em alguma ocasião?", perguntou o advogado principal da defesa Tom Mesereau a Robson, um coreógrafo de 22 anos e ex-prodígio da dança que já trabalhou com Britney Spears. "Absolutamente não", respondeu Robson. "Alguma vez o Sr. Jackson lhe tocou de maneira sexual?", questionou Mesereau. "Não, nunca", disse o jovem.
Anteriormente, a ex-empregada de Neverland testemunhou dizendo que viu Robson em um banho com Jackson e, com a cueca no chão do banheiro. Mas Robson, ao ser interrogado por Mesereau, disse que nunca compartilhou um banho com o cantor. 
Outra antiga funcionária do rancho contou ao júri que uma vez viu o popstar tocando nas nádegas de Barnes quando este era uma criança. Contudo, Barnes, hoje com 23 anos, negou taxativamente qualquer sugestão de comportamento inapropriado do cantor.
"Não, em absoluto, e posso dizer que se ele tivesse feito eu não estaria agora aqui", disse. Ao ser perguntado se era consciente dos depoimentos prévios, Barnes, em tom desafiante, respondeu: "Eu sou e estou muito zangado porque é falso. Estão citando meu nome e estou muito, muito chateado com isso".






Depoimentos a Favor de Jackson: Nunca Aconteceu Nada Impróprio em Neverland



Mais Depoimentos a Favor de Jackson: Nunca Aconteceu Nada Impróprio em Neverland
Sexta-feira 06/05/2005

tradução de Bruno Fahning.


Uma mulher cujo filho dormiu várias vezes na cama de Michael Jackson declarou que Neverland é "o lugar mais feliz da terra" e que nunca presenciou nada que parecesse impróprio. "Quando se está em Neverland você esquece os problemas", disse Joy Robson, mãe de Wade, rapaz de 22 anos, que depôs na quinta-feira ao começar a fase da defesa no julgamento do cantor por abuso de menores. 

O advogado de defesa Thomas Mesereau perguntou o que a família Robson fazia durante suas visitas a Neverland. A mãe respondeu que assistiam filmes e que em particular se divertiam muito com os chimpanzés que Jackson tinha em seu zoológico. Os Robsons formam parte do grupo de testemunhas que a defesa do cantor convocou para contestar as afirmações da promotoria de que Jackson tem um histórico de conduta imprópria com menores de idade. Wade Robson declarou na quinta-feira que Michael nunca lhe abusou e desmentiu a acusação que teria tomado banho com o artista.




O promotor Tom Sneddon perguntou a mãe se não acreditava que Jackson poderia impulsionar a carreira de seu filho, que hoje é dançarino e diretor de cinema. "Você não pensou que tendo uma conexão e uma amizade com o Sr. Jackson, isso poderia beneficiar a carreira de seu filho?", perguntou o promotor. "Você está me dizendo que essa foi a base de nossa amizade, mas isso não é correto", disse a mãe. Os promotores consideraram a resposta como insatisfatória, e o juiz Rodney Melville esteve de acordo com a objeção.

Jackson "sente amor pelas crianças", disse Joy Robson, mãe de Wade. "Mas – perguntou Sneddon – como pode alguém deixar seu filho dormir com Jackson em uma primeira visita a Neverland?". "Isso não é um problema. Havia uma relação de confiança com Michael Jackson", respondeu Joy. Pouco depois, sua filha Chantal, irmã de Wade, reconheceu que ela também já dormiu com Jackson. "É normal para uma garota de 10 anos dormir com um adulto de 35?", perguntou o assistente do promotor."Acredito que seja normal para uma garota de 10 anos dormir com um amigo que ela confia e seus pais estão de acordo", respondeu Chantal Robson. 

"Por que permitiu que seu filho Brett (Barnes) dormisse com Jackson?", perguntou um promotor a Marie-Lisbett Barnes. "Porque não?", respondeu a mãe do jovem. "Michael é um amigo e eu o amo", afirmou Karlee Barnes, irmã de Brett, que dormiu com o cantor em 1991, quando tinha 12 anos. A jovem afirmou que seu irmão dormiu "365 noites" com o cantor. "Produz um efeito curioso perceber que Michael Jackson estava exercendo seu carisma, não só nas crianças, mas também em suas mães", comentou Smith. Os membros do júri ouviram também que Jackson pagou muito dinheiro às famílias Robson e Barnes durante muitos anos. "Implicitamente, é como se essas mulheres tivessem vendido seus filhos a Jackson", disse Moret.



Ex-empregada Desmente que Macaulay Culkin tenha sido Molestado


Segunda-feira 09/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

Uma ex-empregada de Neverland desmentiu o depoimento de outra funcionária que acusou Michael de molestar o ator Macaulay Culkin e outros garotos. Francine Contreras, que trabalhou na mansão entre 1991 e 1993, disse que enquanto foi colega de trabalho de Adrian McManus nunca ouviu nada ruim a respeito de Jackson. 
Com o depoimento começou a primeira semana completa em que o caso é apresentado pela defesa. Jackson chegou pouco antes de começar o testemunho, escoltado por um segurança que carregava um guarda-chuva e acompanhado por seus pais e seu irmão Jermaine. McManus, chamada pela promotoria, disse que viu uma vez o cantor beijando Culkin na bochecha, enquanto sua mão estava no órgão genital da criança. Ela descreveu cenas similares com outros meninos.

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Culkin era um convidado regular em Neverland no começo da década de noventa, e poderia ser uma das testemunhas de defesa. A credibilidade de McManus foi questionada pelos advogados do cantor, que mostraram que ela e seu marido enganaram três crianças em mais de 350 mil dólares. Em outro processo judicial, ela foi condenada a pagar 30 mil dólares por roubar um esboço de Elvis Presley feito por Jackson e vendê-lo a um tabloide.

A promotoria, por sua vez, tentou questionar o caráter de Contreras ao perguntá-la se não foi processada por ter roubado objetos em seu emprego seguinte em uma loja de departamento. Contreras se defendeu dizendo que foi acusada por entrar sem autorização em uma propriedade particular, e não por roubo.

Gerente de Neverland Garante que Ninguém Permaneceu Preso no Rancho


Terça-feira 10/05/2005

tradução de Bruno Fahning.



O gerente do rancho Neverland declarou no julgamento que nunca recebeu ordens para manter presa a família do garoto que acusa Jackson. Joe Marcus, que é testemunha da defesa, depôs em relação a uma ordem que receberam os seguranças para não permitir a saída dos Arvizo da propriedade.

Click here to enlargeMarcus explicou que os garotos frequentemente conduziam veículos na propriedade, e a ordem era para impedir que eles saíssem com o carro pelas ruas. "Você recebeu alguma vez de alguém a ordem para manter detida a família contra sua vontade?", perguntou o advogado Robert Sanger. "Não", respondeu Marcus.

Marcus declarou que os membros da família pareciam desfrutar muito de sua estadia no rancho e que voltavam com entusiasmo a Neverland após um passeio fora da propriedade. E adicionou que ele mesmo os levou várias vezes quando eles queriam sair. "Você estava ali para vigiá-los?", perguntou Sanger. Marcus disse que não.

O gerente, que é funcionário do lugar há 18 anos, foi chamado a depor pela defesa com outros atuais e ex-empregados de Neverland para desfazer a impressão negativa deixada pelos antigos funcionários do rancho convocados como testemunhas de acusação pela promotoria. Marcus disse que nunca viu o cantor fazer nada que pudesse fazê-lo apresentar uma denúncia às autoridades.

Macaulay Culkin Assegura que Nunca foi Abusado por Michael Jackson



Quarta-feira 11/05/2005
tradução de Bruno Fahning.




O ator Macaulay Culkin prestou seu depoimento no julgamento de Michael Jackson e desmentiu que o cantor tenha lhe molestado e qualificou as acusações a respeito de "absolutamente ridículas". Culkin é o terceiro jovem que depõe pela defesa e desmente ter sido vítima de abusos sexuais por parte de Michael durante suas visitas a Neverland. 

Disse que os promotores nunca lhe perguntaram se foi objeto de abusos e só ficou sabendo dessas acusações ao ver a cobertura jornalística do caso pela televisão. "Alguém me disse que eu deveria ver as notícias da CNN porque falavam a meu respeito", disse Culkin. "Eu achava incrível... Era insólito que ninguém me perguntasse se essas denúncias eram verdadeiras".

O advogado de Jackson, Thomas Mesereau, perguntou a Culkin, hoje com 24 anos, o que pensava das acusações formuladas contra o artista. "Creio que são absolutamente ridículas", respondeu o ator. Culkin disse ao júri que sentia um vínculo especial por Michael, porque ambos foram estrelas infantis. "Somos parte de um grupo extraordinário de pessoas... Ele passou por isso, de modo que sabia o que representava estar colocado na mesma posição que eu fui sendo atirado para dentro dela", contou.


Culkin declarou que conheceu Jackson quando tinha 9 ou 10 anos e que ambos continuaram sendo amigos desde então. Disse também que sua família visitou Neverland várias vezes e que viu o quarto do cantor. Ao ser perguntado se presenciou algo impróprio acontecer durante as visitas de Brett Barnes e de Wade Robson, dois jovens que também declararam pela defesa, Culkin respondeu: "Nunca o (Jackson) vi fazer algo impróprio a ninguém".
Macaulay contou que dormiu várias vezes na cama de Jackson entre os 10 e 14 anos e às vezes com outros garotos. Revelou que as ocasiões em que dormiu no quarto do cantor não foram planejadas e que tanto ele como os outros convidados simplesmente caíam no sono quando estavam cansados. "Eu dormia em qualquer parte do rancho. Basicamente eu tombava em qualquer lugar", declarou.
Culkin disse que nunca aconteceu nada inadequado entre eles e adicionou: inclusive dormindo "eu me daria conta se algo estivesse acontecendo". "O Sr. Jackson já lhe abusou?", perguntou Mesereau. "Nunca", respondeu Macaulay. "Alguma vez ele te tocou de maneira indevida?", voltou a perguntar. "Claro que não", disse o jovem. "Alguma vez lhe tocou com intenções sexuais?", novamente. "Não", afirmou Culkin. O ator disse que ficou sabendo das acusações de 1993 pelo próprio artista que o chamou e lhe contou. E disse que precisava de sua amizade e Culkin esteve de acordo.

Exibição do Making of do Documentário Living With Michael Jackson

Os advogados de Michael Jackson conseguiram que o juiz autorizasse a projeção do vídeo feito pelo cinegrafista de Jackson durante o making of do documentário Living With Michael Jackson.
A defesa fundamentou que as cenas omitidas mostraram do que muito do que saiu no documentário estava fora do contexto.
O juiz aceitou que colocassem a fita completa de duas horas e 40 minutos logo depois do depoimento Macaulay Culkin e de outro ex-segurança de Jackson.

Ex-advogado de Michael Jackson Disse que ele Está Cercado de Aproveitadores

Quinta-feira 12/05/2005

tradução de Bruno Fahning.


Michael Jackson estava cercado de pessoas que pareciam dispostas a explorá-lo, disse um de seus ex-advogados. David LeGrand, um advogado que trabalhou para Jackson durante os três primeiros meses de 2003, contou que tinha muitas suspeitas dos três principais assessores de Jackson e que inclusive contratou um detetive particular para investigá-los.


LeGrand, a quem a defesa convocou como testemunha disse que também suspeitava de que um dos dois assessores do cantor lhe roubou quase um milhão de dólares. "Eu suspeitava de todos, porque todos queriam tirar proveito do Sr. Jackson, de uma forma ou de outra", falou LeGrand ao júri. David contou que poucos dias depois de conhecer o assessor de Jackson, Ronald Konitzer, começou a desconfiar dele.



"Comecei a discordar das decisões do Sr. Konitzer em vários assuntos. Parecia-me que ele estava tomando as decisões erradas. Então, suspeitei de suas razões e de suas ações", expressou. O advogado disse que suspeitava que Konitzer e talvez outro homem, Dieter Wiesner, roubaram 965 mil dólares de Jackson.
LeGrand explicou que suas suspeitas se baseavam em contas que outro advogado lhe passou, as quais "indicavam que desembolsaram 965 mil dólares a favor de Ronald Konitzer ou de Dieter Wiesner". LeGrand decidiu contratar os serviços de um detetive particular para investigar Konitzer, Wiesner e a outro assessor de Jackson, Marc Schaffel. Entretanto, LeGrand foi demitido pouco depois de escrever para Konitzer perguntando sobre essa suspeita retirada de dinheiro.


Continua a Exibição do Making of Onde Martin Bashir Elogia Jackson


A defesa de Michael Jackson apresentou um vídeo em que Martin Bashir elogia Michael por suas habilidades como pai. "Sua relação com seus filhos é espetacular", disse a Jackson o diretor britânico durante a filmagem do documentário. "Quase me fazia chorar". O vídeo foi gravado pelo cinegrafista pessoal do cantor enquanto Bashir e seus técnicos o entrevistavam para o Living With Michael Jackson

O júri começou a ver o vídeo na quarta-feira, depois que o ator Macaulay Culkin declarou que quando criança se tornou amigo de Jackson porque ambos tiveram experiências similares como estrelas infantis e contou que dormiu em sua cama, mas nunca foi objeto de abusos sexuais tal como a promotoria afirmou. Ao final do vídeo, o filho de um jardineiro de Jackson, Carlos Velasco, disse que muitas vezes viu o filho de uma empregada doméstica que testemunhou no início do julgamento dizendo que artista o molestou quando era criança.


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Velasco disse que se reuniu com a criança a cada ano no "dia da família" em Neverland e que foram juntos para a escola e se tornaram amigos. "Você escutou ou viu algo que sugerisse que (o filho da empregada) havia sido vítima de abusos sexuais por parte de Michael Jackson?", perguntou o advogado de defesa Robert Sanger. "Nunca", disse Velasco. O promotor Gordon Auchincloss perguntou a Velasco se dormiu alguma vez com o cantor. A resposta da testemunha foi não.


Dez Coisas que Michael Jackson Ama

Durante a projeção da filmagem captada por seu próprio cinegrafista durante o documentário de Martin Bashir, Michael Jackson proclamou seu amor pelos trens, os macacos e os italianos. Entrevista visualizada pelo júri.

"Amo a inocência". Michael proclama seu profundo e puro amor as crianças e disse que preferia cortar os pulsos do que machucar uma criança.

"Amo atuar em público". Afirma que os únicos momentos em que se sente cômodo em público é quando está em cena.

"Eu amo todas as pessoas." Jackson alega que isso torna ainda mais doloroso quando as pessoas dizem mentiras sobre você.

"Amo o céu azul". Jackson não conseguiu explicar o alcance deste comentário. 

"Amo os trens". Um trem de miniatura circula por Neverland e outro a vapor, de tamanho natural, cobre uma distância mais curta. O apito de uma locomotiva é ouvido durante a entrevista.

"Amo a arte". Sua propriedade está adornada com valiosas obras de arte e objetos da época vitoriana.

"Amo a leitura". Contou que entre seus escritores favoritos estão William Wordsworth, Enrnest Hemingway e Tennessee Williams. O júri ouviu mais cedo que Jackson possuía uma extensa coleção de livros em seu rancho.

"Amo a sabedoria". Disse que grande parte desse amor nasce de suas leituras, que frequentemente realiza debaixo de sua árvore favorita em Neverland.

"Amo os italianos". Ainda declarou que não sente o mesmo pelos paparazzi italianos.


"Amo os gorilas prateados". Fez esta afirmação ao se referir a uma visita ao zoológico de Berlim anos atrás. "Poderia observá-los durante o dia todo".

Mark Geragos Depõe a Favor de Michael Jackson


Sexta-feira 13/05/2005

tradução de Bruno Fahning.



Mark Geragos, um ex-advogado de Michael Jackson, declarou que, segundo Jackson, seu acusador dormiu em sua cama sem que fosse produzido qualquer ato de natureza sexual. Geragos, que disse que estava investigando a família do demandante e se mostrou muito preocupado depois de revisar o passado deles, foi interrogado se alguma vez ele perguntou a Jackson se o garoto dormiu em sua cama. 


"Ele disse que não aconteceu nada. Afirmou que não fez nada para pensar que se tratasse de algo sexual e que se alguém passou a noite em seu quarto foi por amor incondicional", declarou Geragos. O advogado também fez uma forte defesa de seu ex-cliente ao descrever sua primeira visita ao rancho Neverland. "Quando estive lá, vi um cavalheiro que se mostrava quase infantil em seu amor pelas crianças. Não vi alguém que pudesse fazer algo nefasto ou criminoso, vi alguém que estava pronto para ficar limpo (de acusações)", indicou Mark.

Geragos contou que foi contrato em fevereiro de 2003 quando foi exibido o documentário em que Jackson aparecia com o garoto que agora o acusa de abuso sexual. Ao ser interrogado pelo atual advogado do cantor, Thomas Mesereau, Geragos disse que as alegações surgidas pelo documentário o preocupavam, pois o menino ou sua família poderiam se aproveitar dele.

Geragos disse que ao fazer buscas na base de dados para constatar se a família teve "um histórico de litígios", lhe preocupou descobrir que eles processaram uma empresa de loja varejista J.C. Penney sob alegações de que foram agredidos pelo pessoal da segurança do estabelecimento. A família recebeu uma indenização fora da Corte de 150 mil dólares. 

Mark contou que contratou um investigador particular para analisar a família e os resultados lhe levaram a crer que eles significavam problemas. "Michael não deveria ter relações com eles, porque era um desastre iminente", disse Geragos. No entanto, Jackson dispensou Geragos em abril de 2004 como seu advogado para que pudesse depor em seu julgamento.



Juiz Fica Irritado


O depoimento de Geragos irritou o juiz Rodney Melville antes mesmo de começar. Primeiro o juiz teve que ameaçá-lo de prisão para que comparecesse hoje no tribunal de Santa Maria depois do advogado se atrasar "porque estava muito ocupado".
Melville pediu que Mesereau chamasse sua testemunha para depor em uma jornada da defesa dedicada a outros depoimentos. Por fim, o juiz foi o primeiro surpreendido quando Geragos, que até agora havia respondido as perguntas sem objeções, se recusou a responder a uma pergunta da acusação para não violar o acordo entre advogado e cliente.
Segundo Melville, Mesereau deu a entender que Geragos colaboraria com todo seu depoimento e não só na parte de sua relação com Jackson até o momento da prisão do cantor. Dado este mal-entendido, Melville encerrou esta nova semana de depoimentos para estudar o caso e ver se solicita um novo comparecimento de Geragos ou elimina seu testemunho do julgamento.




O Magnetismo do Estrelato no Julgamento Contra Michael Jackson

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Maio de 2005

tradução de Bruno Fahning.

Dia após dia, Michael Jackson senta-se silenciosamente na sala de audiências de um tribunal na Califórnia e às vezes parece um homem frágil, com dores, alheio ao personagem famoso que é neste julgamento por abuso sexual de um menor. 
Sem cantar nem dançar, o magnetismo do Rei do Pop ficou claro nesses três meses de depoimentos de dezenas de testemunhas tanto a favor como contra. O drama que se desenrolava no tribunal é se Jackson usou seu poder de estrela para fazer o mal ou bem.
A promotoria acredita que o cantor usou sua condição de celebridade com uma ferramenta de delito para congraçar-se com crianças e seus familiares. Mas os advogados de defesa alegam que muitos oportunistas tentaram se aproveitar da generosidade de Jackson e de seu amor pelas crianças.
"Uma grande estrela pode atrair muita gente", disse Robert Thompson, professor de cultura popular e relações públicas da Universidade de Syracuse. "O estrelato é magnético". J. Randy Taraborrelli, que acompanhou Jackson por mais de duas décadas, disse: "É como o flautista de Amelin da música pop, pois atrai as crianças e sua família como nenhuma outra estrela da história".
Em partes de um documentário mostrado ao júri, Jackson reconhece que sua condição de celebridade o obrigou a levar uma vida isolada que muitas vezes é distorcida pela mídia. "Eles são rápidos ao me chamar de estranho e extravagante, mas praticamente me vejo obrigado a ser diferente", disse o cantor.
Thompson disse que Jackson representa uma alegoria de como o estrelato pode isolar completamente uma pessoa do mundo real, mas destacou que o poder de celebridade do cantor lhe permite controlar o seu redor. "Assim como Deus criou o universo e depois quis que houvesse pessoas nele, pode-se dizer que quando você cria uma Neverland (rancho de Jackson), com animais e diversões, então você quer jogar com alguém", contou Thompson.


Testemunhas Derrubam os Depoimentos da Acusação



Segunda-feira 16/05/2005
tradução de Bruno Fahning.


Uma empregada de Neverland disse durante o julgamento que a mãe do acusador elogiava Michael Jackson e queria que seus filhos o chamassem de "pai". A funcionária, Maria Gomez, disse que eles estavam no rancho em fevereiro e março de 2003 quando, segundo a mãe do acusador, eles foram mantidos contra a vontade na propriedade. 

Gomez disse que durante uma conversa, a mãe do acusador disse que "o Sr. Jackson era como um pai para seus filhos e que desejava que eles o chamassem de 'papai'". Janet Arvizo disse que o cantor era uma benção para sua família, contou a empregada. Gomez, que trabalha há 10 anos para Jackson, disse que uma semana depois da dita conversa Janet começou a falar que estava no rancho contra sua vontade. E dizia "que deveríamos ajudá-la a sair".

Além disso, Gomez disse que enquanto limpava um quarto de hóspedes, que o irmão e a irmã do acusador dividiam, encontrou uma mochila cheia de revistas pornográficas. Maria pensou que as revistas pertenciam a Gavin, que disse em seu depoimento nunca ter visto pornografia até Jackson lhe mostrar. Outra testemunha de Neverland, a secretária administrativa Kate Bernard, falou que a mãe do acusador pediu para que a levassem a uma academia.

Bernard conduziu a mulher até o local e logo foi pegá-la uma hora depois. A visita à academia ocorreu durante o período que ela e seus filhos supostamente estavam em cárcere privado em Neverland. A defesa de Jackson está tentando mostrar que a família do acusador podia siar livremente para onde quisesse. Durante o trajeto até a academia, Bernard disse que Janet elogiava o cantor. "Falou do quão bom Michael tem sido para ela, de como ele era uma figura paterna para seus filhos", adicionou.



Click here to enlargeDentista Disse que não Havia Indício de Cárcere Privado
Uma dentista declarou que ela não viu indício algum de que a família que acusa Michael estava sendo mantida contra a vontade na mansão do cantor quando lhe visitaram em seu consultório. A mãe do acusador disse que pediu uma consulta com a dentista a fim de fugir de Jackson.
A doutora Jean Lorraine Seamount foi chamada pelos advogados de Jackson para responder ao depoimento da mãe do acusador que inventou a necessidade de que seus filhos precisavam de um tratamento dentário como um meio de escapar de Neverland.
Seamount disse que em 24 de fevereiro de 2003 foi visitada pelo acusador, seu irmão, irmã e sua mãe. Negou que houvesse cinegrafistas presentes, tal como afirmou a mãe, e que não viu indício algum de que os membros da família estivessem sequestrados. No interrogatório, o promotor Ron Zonen perguntou a médica porque os garotos foram designados "pacientes preferenciais".
Seamount disse que pacientes que tinham necessidades particulares eram designados "preferenciais". Isso lhes permitia ter privilégios especiais na programação das visitas. A profissional declarou que o gerente de Neverland, Joe Marcus, disse para alguém de seu consultório que os garotos eram famosos e poderiam ser reconhecidos.

Segurança viu Acusadores com Garrafas de Vinho

Um segurança de Neverland declarou que encontrou o adolescente acusador e seu irmão com uma garrafa de vinho, e uma empregada disse ao júri que viu revistas pornôs na mochila de um dos jovens.

Click here to enlargeOs advogados de defesa chamaram os empregados de Neverland para desafiar as acusações dos querelantes, que sustentam que Michael ofereceu bebidas alcoólicas aos garotos e os mostrou conteúdo para adultos. A defesa, entretanto, sugeriu que as crianças encontraram os itens por conta própria.
Também atacaram as imputações da família do menor de que foi mantida na mansão contra sua vontade, e convocou as testemunhas que disseram que não existiam indícios de sequestro quando a mãe foi a uma academia e seus filhos a uma dentista. As saídas para o SPA e ao dentista aconteceram quando eles supostamente estavam em cárcere privado.
O segurança Shane Meredith declarou que encontrou os menores na adega de vinhos. Disse que desceu as escadas e surpreendeu os garotos. "Vi os meninos rindo, rindo de maneira boba", contou Meredith. "Pude vê-los com uma garrafa de álcool... Eu lhes disse que precisavam sair dali imediatamente... Eles estavam bastante assustados".
Meredith revelou que metade da garrafa estava vazia. Carol McCoy, dermatologista que atendeu a mãe em um SPA no dia 11 de fevereiro de 2003, disse que a mulher era livre para ir onde quisesse. "Ela disse algo que sugerisse que sua liberdade estava restringida?", perguntou o advogado de defesa Robert Sanger. "Não", respondeu McCoy.

Assistente Social Disse que Acusador Negou ter sido Abusado por Jackson


Terça-feira 17/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

Uma assistente social disse ao júri do julgamento contra Michael Jackson que a mãe do jovem que agora o acusa de abuso sexual lhe disse que Jackson ajudou seu filho a sobreviver do câncer. A funcionária dos serviços infantis Irene Peters contou que entrevistou o acusador e sua família pouco depois de fevereiro de 2003, quando foi exibido o documentário de Bashir. 
Peters disse que a mãe do acusador lhe confessou que o cantor era como um pai para seus filhos e que em um momento pensou que ele era "o responsável da sobrevivência (do garoto) ao câncer". Além disso, Peters disse que quando entrevistou o menino lhe perguntou abertamente se ele dormiu na mesma cama com Michael Jackson.
"Ele me disse que não e se mostrou um pouco agitado: 'Todos dizem que Michael Jackson abusou sexualmente de mim. Ele nunca me tocou'", contou Peters, referindo-se a sua conversação com o garoto. A assistente social contou que a entrevista ocorreu em 20 de fevereiro de 2003. Mas o incidente em que Jackson supostamente molestou o menino teria acontecido depois dessa data.

Ex-empregado de Neverland Disse que Ninguém se Queixou de Maus-tratos

Um ex-empregado de Michael Jackson disse que a irmão do acusador falou com ele frequentemente durante sua visita a Neverland, inclusive depois, e que nunca se queixou de ter sido maltratada.
O ex-empregado Angel Vivanco, que era ajudante de cozinha em Neverland, disse que passou algum tempo com a irmã cinco ou seis vezes depois do expediente, enquanto a família estava no rancho, em fevereiro e março de 2003, ou seja, período em que Jackson é acusado de abusar do irmão da menina e de conspirar para manter a família em cativeiro.
Vivanco disse que irmã continuou lhe ligando durante duas semanas depois de ter saído do rancho, mas que nunca disse que Jackson ou qualquer outra pessoa a tivesse maltratado. Vivanco declarou que o irmão mais novo do acusador uma vez lhe pediu um milk-shake com licor e em outra ocasião colocou uma faca em seu pescoço. Vivanco também disse que o acusador usou em uma ocasião um palavrão ao exigir algo para comer.
No confronto seguinte, com o promotor Ron Zonen, Vivanco admitiu deixar de relatar sobre esses incidentes quando interrogado inicialmente pelas autoridades, porque eles não reconheceram o nome da família durante a entrevista. No entanto, a testemunha disse que contou a dois supervisores sobre os incidentes.


Primo de Michael Jackson Flagrou Gavin e seu Irmão em Situação Desagradável



Quarta-feira 18/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

Um primo de Michael Jackson disse ao júri que flagrou Gavin e seu irmão mais novo se masturbando enquanto assistiam um canal pornográfico na televisão. Rijo Jackson, hoje com 12 anos, mas tinha 10 quando visitou Neverland em fevereiro e março de 2003, contou que numa noite dormiu na mesma área destinada aos hóspedes, onde também estavam o acusador e seu irmão.
"Vi que estavam indo em direção a TV, sintonizaram em um canal que tinha mulheres peladas e começaram a fazer sujeiras", disse Rijo Jackson aos membros do júri. Quando o advogado de defesa lhe pediu que esclarecesse o que queria dizer com "sujeiras", o garoto respondeu que os viu se masturbando. "Perguntaram-me por que eu não fazia (também), mas eu disse que não queria porque era sujo", adicionou.
Rijo Jackson, com o cabelo amarrado em forma de rabo de cavalo até quase a cintura e vestido com um terno cinza e uma gravata rosa, disse que durante sua visita a Neverland viu o acusador de seu primo e seu irmão roubarem dinheiro e objetos de um escritório. Além disso, Rijo contou que havia visto os garotos levar vinho ao quarto de Jackson. A irmã mais velha de Rijo, Simone Jackson, que depôs na terça-feira, disse que viu os meninos tirarem vinho da geladeira.


Juiz Desconsidera Depoimento de Larry King para a Defesa



Quinta-feira 19/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

O juiz Rodney Melville excluiu o depoimento do entrevistador televisivo Larry King, que foi convocado pela defesa, por considerar que suas declarações seriam irrelevantes. Melville emitiu esta decisão após ouvir a versão de King sobre uma conversação com o advogado Larry Feldman, que representava a família Arvizo.



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Sem que o júri estivesse presente, King disse que Feldman lhe havia dito que a mãe do acusador queria dinheiro, e se referiu a ela como "uma louca". Em declarações anteriores para a promotoria, Feldman desmentiu ter formulado essas afirmações sobre seus clientes, e adicionou: "Se alguém disser isso é uma mentira absoluta".

Depois de ouvir a versão de King, o juiz determinou que seu depoimento não impugnaria o testemunho de Feldman e o entrevistador deixou o local. Feldman foi contratado pela família Arvizo após terem saído pela última vez de Neverland em 2003. O advogado lhes transferiram a Stan Katz, um psicólogo que os entrevistou, e transmitiu as autoridades suas suspeitas de abuso de menores.

No banco das testemunhas, mas sem a presença do júri, King disse que falou com Feldman em um restaurante de Beverly Hills antes do começo do julgamento, e que o advogado lhe disse que não assumiu a representação do caso da mãe do acusador porque não encontrou credibilidade nele e pensou que o que a motivava era o desejo de ganhar dinheiro.

"A mãe era uma 'louca", essa foi a palavra que ele usou", contou King diante do juiz. "Disse que pensava que a mulher queria dinheiro". Durante o dia, a defesa marcou um ponto ao ser autorizada a mostrar um vídeo do rancho Neverland mostrando o número de relógios distribuídos por todo o lugar, de acordo com a família do acusador eles não poderia saber que horas eram quando estavam sequestrados. Ele também mostrou como funciona o sensor do alarme que se encontra dentro da casa principal e como é ativado quando um estranho tenta entrar no quarto de Michael Jackson.




Juiz Pretende Punir Mesereau e Geragos Volta a Depor


Sexta-feira 20/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

O juiz do julgamento de Michael Jackson disse que poderia punir o advogado de defesa Thomas Mesereau por falsear as condições em que Jackson ignorou a confidencialidade com seu ex-advogado Mark Geragos. "Sinto-me enganado pelo Sr. Mesereau e estou considerando... sanções de algum tipo contra ele", falou Rodney Melville em uma audiência antes de Geragos voltar a depor. 
Jackson ignorou o privilégio advogado-cliente até o período em que foi preso em novembro de 2003, mas esse limite não foi informado até que Geragos o mencionou ao depor na semana passada. A promotoria e o juiz ficaram surpresos pela limitação e, no momento Mesereau se desculpou, dizendo que não achou que o período após a prisão fosse importante.
Retomando seu discurso, o vice-promotor Ron Zonen perguntou a Geragos sobre a espionagem da família do reclamante que realizava um investigador particular, Bradley Miller. Geragos disse que contratou um detetive porque estava preocupado que a família poderia ir à imprensa sensacionalista para vender uma informação falsa ou a um advogado para processar Jackson.
"Eu disse: 'Descubra com quem estão se reunindo e o que estão fazendo'", contou Geragos. O advogado começou a depor no dia 13 de maio, mas lhe concederam uma semana de prazo por conta de outros compromissos com outros casos. Os promotores acreditam que Geragos deveria depor sobre o período posterior a prisão, entretanto, o juiz resolveu que ele só teria que testemunhar sobre o período pela dispensa de confidencialidade de seu cliente.
O advogado Mark Geragos disse que colocou a família do menor sob investigação porque suspeitava que tentassem extorquir Michael Jackson. "Estava preocupado se fossem a um advogado para efetuar algum tipo de denúncia ou que fossem à imprensa", adicionou, como parte da estratégia da equipe de defesa de Jackson para desacreditar a família do acusador. Geragos disse que começou a duvidar dos Arvizo logo após a exibição do documentário de Bashir.


Em HIStory Michael Jackson Oferece sua Própria Versão

por Tim Molloy

Maio de 2005
tradução de Bruno Fahning.

Uma ordem do juiz impede a Michael Jackson mencionar em público seus problemas legais, e a defesa não disse se o cantor prestará depoimento durante seu processo por suposto abuso sexual de menores. Porém, Jackson parece ter oferecido sua melhor defesa no álbum lançado há uma década.
"HIStory" (um jogo de palavras que poderia ser traduzido como "Sua história") foi lançado em junho de 1995, pouco depois do cantor pagar milhões de dólares para um menor que o acusou em 1993 de abuso. O atual caso é resultado de supostos atos cometido em 2003. O álbum, composto por dois discos, foi anunciado como uma representação do "passado, presente e futuro" de Jackson.
"Penso com frequência que se realmente alguém deseja entender Michael Jackson deve ouvir as canções de 'HIStory'", disse J. Randy Taraborrelli, um analista de um programa jornalístico da emissora CBS e autor da biografia Michael Jackson: The Magic and the Madness (Michael Jackson: A Magia e a Loucura). "Ele não se expressa totalmente em uma entrevista cara a cara", contou Taraborrelli. "Ele faz melhor isso em suas canções".
Raymone K. Bain, porta-voz de Jackson, confirmou que muitas das canções de "HIStory" estão relacionadas com as virtudes do cantor nessa época. E ao parecer, várias delas poderiam ter sido escritas também em resposta aos atuais problemas de Michael. Em "Childhood" diz, "As pessoas acham que não estou bem... pois amo coisas muito elementares. É meu destino tentar compensar a infância que nunca tive... antes de me julgar tente me amar com paixão... devido à dolorosa juventude que tive".
Em entrevistas gravadas, inclusive algumas exibidas ao júri durante o processo, Jackson ofereceu explicações similares para justificar a transformação de sua mansão de Neverland em uma terra de fantasias infantis em que passa boa parte de seu tempo com crianças. Segundo assegurou, dessa maneira poderia recuperar o tempo que perdeu com sua fama como cantor.
Em outra ocasião, "Money", Jackson ataca as pessoas que são capazes de mentir para obter dinheiro. O argumento principal de sua defesa é que a família do acusador inventou um suposto abuso sexual para tentar arrancar dinheiro. A referência mais óbvia de Jackson a seus problemas legais é "D.S.". Nessa canção, ele critica alguém chamado "Dom Sheldon". O principal promotor sem seu recente caso é alguém de nome muito parecido, Tom Sneddon.
Sneddon tentou levar Jackson ao banco dos réus em 1993, mas o caso foi encerrado após o garoto ter se negado a cooperar com a justiça depois de um acordo extrajudicial com o cantor que se viu obrigado a pagar uma verdadeira fortuna. Taraborrelli acredita que a canção que melhor reflete os sentimentos de Jackson é "Stranger In Moscow", uma lacerante descrição de um homem ferido por "uma rápida e súbita caída em desgraça" que caminha à sombra do Kremlin. "Como se sente quando está só e sente frio dentro de seu corpo?", canta Jackson. "Como um estrangeiro em Moscou".


Empregada Assegura que Alarme do Quarto de Jackson Sempre Tocou Igual


Segunda-feira 20/05/2005

tradução de Bruno Fahning.


Uma das ex-empregadas de Michael Jackson ofereceu um depoimento que pareceu contradizer as declarações do irmão do acusador. A empregada doméstica, Maria Gomez, disse que um alarme que soa quando alguém entra no quarto de Michael tinha o mesmo volume no início deste ano que tinha anteriormente. 




O depoimento da empregada no julgamento foi para desacreditar a versão do irmão do acusador, que declarou que em duas ocasiões entrou na suíte de dois andares onde está o quarto principal de Jackson e o viu molestar seu irmão na cama. A defesa argumenta que os eventos narrados pelo garoto nunca ocorreram, e tenta demonstrar que o alarme indicaria ao cantor que alguém estaria entrando na suíte.

Gomez foi interrogada com relação a uma prova efetuada por uma testemunha da defesa para medir o volume do alarme. A mulher disse ao advogado de defesa Robert Sanger que a campainha soou no mesmo volume durante o teste como tem sido nos últimos anos. Os promotores sugeriram que o alarme poderia ter um volume maior durante o teste do que quando o acusador de Jackson e o irmão dele se hospedaram em Neverland entre fevereiro e março de 2003.

É aguardado o depoimento de Jay Leno para esta terça-feira com relação à ligação que, segundo a defesa, o acusador fez ao apresentador. Os advogados de defesa dizem que a família do garoto tentou chantagear Leno e outras celebridades. O comediante Chris Tucker, que igual a Jackson se tornou amigo do menino quando ele lutava contra um câncer, apresentará seu depoimento sobre o tempo que passou com os Arvizo, incluindo uma viagem para visitar Michael em Miami em fevereiro de 2003. É desconhecida a data de seu testemunho.



Janet Arvizo Esbanjava Dinheiro Enquanto Supostamente Estava Sequestrada

O contador público Mike Radakovich disse ao júri que Janet Arvizo recebia um cheque de 769 dólares da assistência social ao mesmo tempo em que recebia dinheiro de Jackson e seus assessores. Além do mais, a mulher recebeu mais de 32 mil dólares depois de um processo civil contra uma loja onde ela e seus filhos foram detidos suspeitos de roubo.
A mulher não informou outras fontes de renda que tinha, ao aceitar o dinheiro da assistência social, o que implica fraude, por sua vez, disse Mercy Martinez, funcionária do Departamento de Assistência Social, ao Tribunal de Justiça. "Ela estava recebendo dinheiro com um pretexto falso", relatou o jurista Jim Moret. "Ela ganhava dinheiro de seu noivo, de Michael Jackson e ao mesmo tempo recebia da assistência social".
A mãe do menor acusador se negou a discutir o assunto sobre estar envolvida em uma fraude contra o estado quando deu seu depoimento no julgamento de Jackson, invocando a quinta emenda da Constituição para evitar ser incriminada. O reporte financeiro analisado pelo contador Radakovich mostra que a mulher gastou 7 mil dólares em uma farra no mesmo período em que denunciou que estava sequestrada por Jackson e seus assessores, entre fevereiro e março de 2003.
Durante esse período a mulher comprou roupas, produtos de beleza e pagou jantares caríssimos, como também taxas de certidões de nascimento, os quais – segundo ela – solicitados por Jackson e seus assessores como parte de um plano para mandar sua família ao Brasil. O contador disse ainda de dois cheques de 10 mil dólares recebidos por ela de um ator para seu filho, então doente de câncer. Isto ocorreu no mesmo período, dois anos atrás.


Jay Leno Recebia Ligações Suspeitas de Gavin Arvizo


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Terça-feira 24/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

O comediante e apresentador de televisão, Jay Leno depôs no julgamento contra Michael Jackson e falou de chamadas "suspeitas" do acusador. O apresentador do The Tonight Show, um programa noturno que conta com uma numerosa audiência nos Estados Unidos, disse quem em 2000 recebeu ligações em sua secretária eletrônica. 
Leno explicou que, para um garoto que tinha câncer, as chamadas eram muito elogiadoras e que pareciam ser ensaiadas. "As mensagens diziam: sou um grande admirador seu, você é o maior que há", disse Leno. "Para uma criança de 10 anos eram demasiadamente efusivas. Pareceu-me pouco comum. Sou um comediante cinquentão, não o Batman".
O depoimento de Leno vem num momento em que os advogados de defesa se preparam para descansar depois de semanas de testemunhos com a finalidade de desacreditar a mãe do jovem que acusa o cantor. "Quando uma pessoa jovem é tão efusiva, soa suspeito", disse Leno. O apresentador disse que costumava chamar crianças internadas em hospital sete ou oito vezes por semana, e que os convites eram distribuídos por instituições de caridade como a Make a Wish.
Leno lembrou de uma conversa que teve com o acusador de Jackson. "Creio que falei com ele. Acho que possivelmente falei com seu irmão e também com sua mãe". "Ninguém me pediu dinheiro e eu não mandei nada a ninguém", disse o comediante. Leno declarou que recebia entre 15 e 20 ligações por semana de crianças doentes e que no ano 2000 começou a receber mensagens do acusador de Jackson em seu correio de voz. Naquela época, o garoto estava com câncer.
Leno disse que o garoto o chamava de herói, e que ele achou que era raro um menino tão jovem fosse admirador de um comediante de mais de 50 anos. "Eu não sou o Batman", disse o artista. "Parecia um pouco estranho". Jay contou que as ligações da criança pararam depois da intervenção de Louise Palanker, uma comediante amiga sua que também conhecia o menino. Antes de deixar o banco das testemunhas, Leno fez propaganda para seu programa ao dizer: "Esta noite teremos a atriz Renée Zellweger".




Defesa Encerra a Apresentação do Caso com o Depoimento de Chris Tucker


Quarta-feira 25/05/2005
tradução de Bruno Fahning.



A defesa de Michael Jackson concluiu hoje seu turno de apresentação de testemunhas e provas,  

sem que Michael deponha para dar sua versão dos fatos. Em seu lugar, a equipe do cantor preferiu concluir com o depoimento de um bom amigo que o astro conheceu graças ao acusador: o ator e humorista Chris Tucker.
Conhecido por sua alegria contagiante e seus gestos hilários em filmes como Hora do Rush e O Quinto Elemento. Tucker se mostrou controlado e sério no julgamento enquanto oferecia um dos depoimentos mais duros contra a acusação. Tucker descreveu a suposta vítima como um garoto muito inteligente e esperto que lhe pediu presentes, dinheiro e até um carro várias vezes.

"Ele dizia coisas como 'Chris, me dá isso... não estou muito bem'", lembrou o humorista em um tom muito sério. Seu depoimento coincide com a versão da defesa que apresentou a família do acusador como vigaristas profissionais acostumados a tirar dinheiro dos famosos. Segundo confessou Tucker, ele conheceu o menor em um evento beneficente realizado em 2000 para este jovem com câncer. 

O ator lhe deu 1 mil e 500 dólares quando o garoto disse que não havia arrecadado nenhum dinheiro e que sua família era muito pobre. Tucker explicou que essa lamentação lhe surpreendeu, porque poucas pessoas participaram do evento, mas lhe deu dinheiro de qualquer maneira. Além disso, o ator lembrou que foi o menor que o apresentou a Jackson. Até então, Tucker já tinha sido avisado que esta família, especialmente a mãe, era "louca", algo que Jackson precisava saber.





O depoimento de Tucker oferece um sólido final ao turno da defesa que deste modo não precisou chamar Jackson para depor. Thomas Mesereau deu a entender no começo do julgamento que chamaria seu cliente para testemunhar. "Michael lhes contará", repetiu uma e outra vez ao júri em sua apresentação do caso. Com o final do turno da defesa, uma vez concluído o depoimento de Tucker, a acusação tomará a palavra para apresentar novas testemunhas.
Segundo disse o promotor, Thomas Sneddon, espera concluir com esta nova fase para amanhã, quinta-feira, momento em que a defesa poderá responder a novos interrogatórios da acusação. Para a semana que vem, tanto a defesa como a acusação podem estar prontas para apresentar ao júri suas conclusões. Provavelmente até o final da próxima semana, o caso passará para as mãos do júri para sua deliberação.



Juiz Nega Pedido para Mostrar Fotos do Órgão Genital de Jackson





Quinta-feira 26/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

Uma fita de vídeo onde a polícia entrevista Gavin Arvizo poderá ser mostrada ao júri, segundo decisão tomada pelo juiz nesta quinta-feira. Entretanto, Rodney Melville decidiu que a promotoria não poderá mostrar aos jurados fotos tiradas em 1993, como parte de uma investigação sobre outro caso de abuso sexual de um menor, onde aparece o órgão genital de Michael Jackson."Vou negar a petição de apresentar como evidência a mancha no órgão genital", disse Melville. "O efeito prejudicial sobre passaria o valor probatório". A promotoria acredita que a fita de vídeo ajudará a demonstrar que a história do acusador – que quando cometido o suposto abuso sexual tinha 13 anos – tem sido consistente desde sua primeira entrevista com a polícia em 2003.
Em resposta, os advogados de defesa disseram que poderiam chamar como testemunhas o garoto e a sua mãe, assim como Stan Katz, o psicólogo que entrevistou o menino, e o advogado da família, Larry Feldman. Os quatro depuseram no início do julgamento. A refutação da promotoria começou na quarta-feira, depois da defesa concluir sua apresentação sem que Jackson pudesse depor.




Defesa Desistiu Interrogar Gavin Arvizo e Outras Testemunhas



Sexta-feira 27/05/2005

tradução de Bruno Fahning.

O julgamento de Michael Jackson se aproxima do final, logo que os promotores mostraram ao júri um vídeo do acusador, entrevistado pela polícia, e que a defesa decidiu não refutar uma série de argumentos. As últimas alegações do julgamento poderiam começar na próxima quarta-feira. 

A fita mostrava uma entrevista realizada em 2003, quando o garoto, triste e em voz baixa, disse aos investigadores pela primeira vez que sofreu o abuso de Jackson. A defesa decidiu depois não solicitar que o acusador voltasse ao banco das testemunhas.

O vídeo continha poucas declarações que não foram realizadas pelo garoto no julgamento. No entanto, o menino foi através do vídeo, a última testemunha a quem o júri iria ver. A sala ficou em silêncio, e quando as luzes se acenderam, os jurados estavam sérios e cabisbaixos. Jackson não quis comentar depois de deixar o tribunal.

O júri acompanha o caso desde o dia 28 de fevereiro, quando começaram os primeiros depoimentos. A promotoria apresentou mais de 80 testemunhas e a defesa convocou 50, antes de concluir sua exposição principal do caso, esta semana. Em seguida, o Ministério Público chamou 15 testemunhas para rebater as afirmações da parte contrária. Algumas destas testemunhas já depuseram antes.

Na fita, o menino descreveu o alegado abuso sexual, praticamente com a mesma linguagem que usou em seu depoimento durante o julgamento. O vídeo mostra o garoto, de calções e camisa azul, sentado em uma cadeira. O jovem sorriu ocasionalmente, coçou o braço e mexia com um botão de sua camisa. A entrevista foi realizada pelos investigadores policiais de Santa Barbara em 6 de julho de 2003.

O juiz Rodney S. Melville disse que só admitiu o vídeo de maneira que os jurados pudessem ver a atitude do garoto, e não para que determinassem se dizia a verdade ou não. Melville disse que limitaria as perguntas da defesa a questões relativas a espontaneidade e conduta do menino. O advogado de defesa Robert Sanger disse originalmente que a defesa desejava perguntar ao garoto sobre a data das acusações, a fim de demonstrar que suas declarações à polícia não foram espontâneas.
Embora a defesa dissesse que durante seu turno de réplica queria chamar ao acusador de novo ao banco das testemunhas, renunciaram este depoimento. "Ouvimos todas as provas", resumiu Melville antes de por fim a audiência. O júri voltará a ser convocado na próxima terça-feira para receber instruções do juiz sobre o resto do processo e se espera que tanto a defesa como a acusação apresentem seus argumentos finais entre quarta-feira e quinta-feira. Cumprindo esse prazo, na sexta-feira o caso poderia passar para as mãos dos jurados para sua deliberação.


Juiz Muda uma das Acusações Contra Michael Jackson


Segunda-feira 31/05/2005
tradução de Bruno Fahning.

O juiz do processo contra Michael Jackson rebaixou uma das acusações, e apesar disso, poderia favorecer a promotoria. Rodney Melville disse aos advogados que iria reduzir a acusação de administrar álcool a um menor com a intenção de seduzi-lo, o qual é considerado um delito grave, para simplesmente oferecer bebida alcoólica a um menor.
O juiz procedeu assim, a petição da promotoria e sob a objeção dos advogados de defesa. As demais acusações permanecem iguais. Observadores jurídicos manifestaram que a medida proporcionava vantagens para a promotoria, a acusação sendo modificada poderia ser mais fácil provar. Jackson poderia enfrentar entre dois e quatro anos de cadeia se considerado culpado ao oferecer álcool a um menor para seduzi-lo, mas ao rebaixar a acusação, a sentença poderia consistir em uma multa e um período menor na prisão.
O juiz tomou a decisão enquanto discutia com a promotoria e os advogados de defesa sobre como instruiria ao júri antes de entregar-lhes o caso, assim como os limites que estabeleceria para as alegações finais. "Eles estão discutindo os fundamentos que regem tudo o que acontece a partir de agora, os argumentos, as deliberações e o veredito", disse Jim Hammer, ex-promotor de São Francisco que está acompanhando o julgamento como analista na televisão.
Melville também disse que fornecerá a cada membro do júri um conjunto de instruções por escrito antes de ir para o painel que permitirá ao júri consultá-las durante as deliberações. Nem Michael Jackson e nem os jurados estiveram presentes durante a sessão desta segunda-feira no tribunal. O principal advogado de defesa, Thomas Mesereau Jr., tampouco esteve.



Júri Começará a Deliberar a partir da Quinta-feira


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Quarta-feira 01/06/2005

tradução de Bruno Fahning.



As oito mulheres e quatro homens membros do júri do processo contra Michael Jackson receberam instruções antes de ouvir as alegações finais de ambas as partes e retiraram-se para deliberar o seu veredito. A acusação e a defesa aspiram concluir as apresentações de seus casos até a quinta-feira. 

O juiz Melville determinou nessa terça-feira que o júri só poderá considerar acusações anteriores de abuso sexual contra Jackson se estas revelarem uma tendência à pedofilia. A decisão do juiz de permitir aos promotores apresentar acusações anteriores – que não foram a tribunal – contra Michael por abuso sexual representou um duro golpe para a estratégia da defesa e definida com uma das mais importantes do julgamento.

O juiz também determinou que se especificasse ao júri que não deve considerar que a informação do documentário do jornalista britânico sobre o que se baseou a promotoria seja verdade. Analistas que acompanham o julgamento acreditam que as instruções serão um guia crucial para o painel no manejo de tantas evidências confusas surgidas da presença de mais de 140 testemunhas.

Em suas alegações finais a promotoria deverá apresentar Jackson como um predador sexual obcecado por meninos, a quem mostra pornografia e incentiva consumir bebida alcoólica para abusar sexualmente deles em Neverland, seu rancho na Califórnia. Do lado oposto, a defesa apresentará o cantor como vítima de falsas acusações por parte de um adolescente treinado por sua mãe para mentir sob juramento em um maquiavélico esquema de extorsão.




Promotoria Disse que Existe Exploração e Abuso por Parte de uma Celebridade


Quinta-feira 02/06/2005
tradução de Bruno Fahning.

Em uma de suas conclusões a promotoria disse que "Michael Jackson explorou sexualmente um garoto de 13 anos, vítima de câncer, como parte de um padrão de amizade com menores para em seguida cometer abusos". "Este é um caso sobre a exploração e abuso de um sobrevivente de câncer, de 13 anos, das mãos de uma celebridade internacional", falou o vice-procurador distrital, Ron Zonen, no início dos argumentos finais do Ministério Público. 
Zonen centrou sua atenção no jovem acusador de Jackson, mas também disse que a evidência mostrava que o cantor seguia um padrão de amizade com garotos para depois abusar deles. Ele também rebateu as alegações da defesa de que a mãe do menino havia planejado tudo sobre a acusação. Michael entrou no tribunal de braços dados com sua mãe, enquanto um grupo de 100 fãs gritava: "Lute, Michael, Lute!".

Alguns fãs do popstar, que não puderam conseguir assentos na sala de audiências, vestiam roupas brancas para demonstrar sua fé na inocência de Jackson. Outros seguravam cartazes que diziam: "Polônia te ama, Michael" e "Japão te adora, Michael". Especialistas judiciais consideram que o principal advogado de defesa, Thomas Mesereau, provavelmente usará seu discurso final para estabelecer um forte vínculo entre o acusador e sua mãe.

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Os analistas do caso opinam que a credibilidade da mãe do acusador caiu diante do júri devido a suas estranhas declarações sobre a fraude contra a previdência social e depoimentos prestados no tribunal alegando que ela fabricou evidências e mentiu sob juramento. Ambas as partes poderão concluir seus argumentos na quinta-feira à tarde. Em seguida, o caso passará aos membros do júri para que comecem as deliberações.

Zonen leu ao júri uma frase da primeira dissertação do advogado de Jackson, Thomas Mesereau, em que este afirmava: "Creio que uma argumentação inicial é como um contrato". Ele disse que Mesereau convidou ao júri para julgá-lo com base no cumprimento de suas promessas quando se apresentaram os depoimentos. O promotor mencionou uma série de supostas incoerências relativas a essa declaração.

Zonen supôs que Mesereau afirmava que a mãe do acusador esteve envolvida em chantagens a várias celebridades, incluindo os comediantes George Lopez e Jay Leno. Mas disse que Lopez havia criticado ao pai do menino, e não a mãe dele, em seu depoimento. E Leno declarou no tribunal que o garoto teria lhe ligado, mas não lembra se ele pediu dinheiro. O promotor também disse que Mesereau teria dito ao júri que demonstraria que a mãe pediu dinheiro ao pugilista Mike Tyson e aos atores Adam Sandler e Jim Carey.

"Viram algum deles entrarem aqui?", perguntou Zonen. "Não há evidência de que ela tenha recebido nada de nenhum dos três". O promotor reconheceu que Janet cometeu fraude por meio de relatórios de renda para receber benefícios sociais. Disse que ela o fez quando se separou do marido e tinha três crianças para cuidar. "Isso foi um erro. Foi fraude. Não deveria ter feito", adicionou Zonen. "Foi a única coisa que fez em sua vida que deveria ter evitado".



Agora Enfrenta a Tensa Espera em seu Rancho Neverland

Junho de 2005
tradução de Bruno Fahning.


Após 14 semanas de julgamento com 140 testemunhas e 700 provas apresentadas, o cantor Michael Jackson pode finalmente recolher-se de novo a intimidade de seu paradisíaco rancho Neverland. O artista, acusado de abuso de menores, aproveitará para descansar com sua família, assegurou sua porta-voz Raymone K. Bain. 
"Poderá ser seu último fim de semana em liberdade", especulou por sua vez um analista do canal de notícias FoxNews à frente de uma eventual condenação. Por outro lado, o jurista da emissora MSNBC afirmou que "na segunda-feira haverá uma absolvição". As opiniões acerca de como terminará "o julgamento do século" estão divididas e os nervos tensos. "Ninguém queria estar na pele de Jackson", disse Bain de forma diplomática. "Agora vem a parte mais difícil, a espera".
Também para os 12 membros do júri, a quem o juiz ordenou sigilo absoluto sobre todo o processo, se aproximam momentos de intenso trabalho. Deverão se reunir diariamente durante seis horas de segunda a sexta-feira. O destino do cantor está nas mãos de oito mulheres e quatro homens. O mais jovem tem 20 anos e o mais velho tem 79. Todos analisarão as dez acusações contra Jackson, entre elas abusos sexuais contra um menor, oferecer bebida alcoólica e conspiração para manter em cárcere privado a família do adolescente.
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Tanto a promotoria como a defesa cimentou sua posição com dois vídeos no último dia de alegações. O promotor Ron Zonen mostrou de novo o jovem que acusa Jackson ao ser interrogado pela polícia, no momento em que descreve tenebroso como foi violado e abusado pelo artista. "Acabam de ver os sete piores minutos da vida deste garoto", disse Zonen, para quem Jackson não conteve seus impulsos pedófilos.
O advogado do cantor, Thomas Mesereau, rebateu a imagem de "monstro" para um homem excêntrico, mas amante das crianças e dos animais que se tornou uma vítima de pessoas que querem dinheiro a custa de sua ingenuidade. Em alguns fragmentos do documentário de Bashir, Jackson fala de sua fantasia dePeter Pan, de nunca crescer. "Se condenarem Jackson, então eles (a família do acusador) ficarão milionários", advertiu o advogado, para quem a mãe e o menor desejam conseguir uma condenação mediante acusações falsas para poder em seguida reclamar uma fortuna em um processo civil.
Um comentarista disse que as "caras de pôquer" do júri não permitem saber em quem acreditam. "Em princípio é uma batalha sobre a credibilidade do jovem e sua família", opinou o jurista Andrew Cohen. "Se acreditam na família, haverá uma falha acusatória". Que Michael Jackson é um tipo "raro" isso foi mais do que comprovado pela promotoria, brincou um comentarista de televisão, mas isso não o transforma em um delinquente.
Com o final do julgamento se aproximando aumentam as especulações sobre possíveis ações surpresas do Rei do Pop. "Se você fosse Michael Jackson, realmente esperaria com calma ou em pânico?", se perguntou o jurista da MSNBC. Não se sabe se Neverland está sendo vigiada para evitar uma possível fuga, afirmou. Mas o juiz Rodney Melville tem total confiança no réu, que pagou uma fiança milionária. Ele só exigiu que, em caso seja considerado culpado, se apresente no prazo de uma hora na Corte de Santa Maria.


Mesereau Encerra suas Alegações Finais e Júri se Reúne para Deliberar



Sexta-feira 03/06/2005

tradução de Bruno Fahning.

O julgamento contra Michael Jackson passou ao júri após a defesa apresentá-lo como vítima de estelionatários que tentaram cometer "a maior fraude de suas vidas". "Eles tentaram se aproveitar de Michael Jackson", disse o advogado de defesa Thomas Mesereau ao júri. "Querem lucrar com ele. Esperamos só uma coisa: o veredito de vocês". 

O júri esteve reunido por algumas horas, até que suspendeu suas deliberações por conta do fim de semana. Jackson estava com uma aparência magra nos últimos dias, e funcionários do hospital Santa Ynez Valley Cottage em Solvang revelaram nesta sexta-feira o cantor foi para uma sala de emergência na noite anterior. Entretanto, a porta-voz do hospital, Janet O'neill, se recusou a dizer a causa da presença dele no lugar.

Na manhã dessa sexta-feira Jackson também estava mais magro, mas chegou ao tribunal a tempo com seus pais, suas irmãs Janet e LaToya e seus irmãos Jermaine, Tito e Randy. Michael segurava o braço de sua mãe enquanto caminhava até o interior da Corte. Depois das alegações finais de Mesereau e de uma refutação da promotoria, o juiz Rodney S. Melville ordenou ao júri que começasse as deliberações e lhe entregou 98 páginas de instruções.

O juiz explicou a Jackson que ele poderia permanecer em Neverland durante as deliberações do júri, mas ordenou aos advogados que ficassem no máximo por dez minutos no tribunal para o caso do júri precisar de alguma informação. Rodney Melville disse aos jurados que começassem suas deliberações. "Vocês não são parte nem advogados neste caso, vocês são juízes imparciais dos fatos", explicou.

Além disso, Melville deu um conselho: cada membro do júri deve chegar a uma decisão, mas ao mesmo tempo deve estar aberto a mudar de opinião se parecer correto. As oito mulheres e quatro homens do painel escutaram mais de 130 testemunhas, entre elas o acusador de 15 anos, e três jovens, incluindo o ator Macaulay Culkin, que disseram ter passado temporadas em Neverland e nunca terem sido objeto de abusos.

Nessa manhã de sexta-feira, Mesereau concluiu seus dois dias de alegações com uma súplica veemente para que declarem o réu inocente, e se concentrou em derrubar a credibilidade do acusador e sua família, os quais qualificaram de mentirosos e fraudulentos. Mesereau disse ao júri que apesar de seu cliente beber e ler revistas pornográficas, isto não eram crimes e que a evidência apresentada pela promotoria era "uma tentativa bárbara e mal intencionada para desumanizar o Sr. Jackson".
"Estão tentando fazer com que Michael Jackson pareça tão nocivo, tão brutal, tão devastador e se vocês têm a menor dúvida razoável sobre as ambiguidades e as mentiras, não há mais nada o que dizer", explicou Mesereau. "Vocês têm que declarar Michael Jackson inocente". Fora do tribunal, várias dezenas de fãs gritavam e seguravam cartazes de estímulo e apoio. Um deles dizia: "Michael Jackson é amor". Outro cartaz se referia ao promotor da Suprema Corte de Santa Barbara, Tom Sneddon, e dizia: "Sneddon e os outros mentirosos arderão no inferno".


 Fãs Demonstram seu Amor, Carinho e Apoio por Michael Jackson


Terça-feira 07/06/2005
tradução de Bruno Fahning.


Fãs penduraram faixas, levaram cartazes e decoraram a entrada do rancho Neverland com corações de papel e estrelas. Eles voaram para Califórnia de todo o mundo para estarem perto quando seja lido o veredito. Realizaram declarações de amor ao longo das tranquilas estradas rurais e prepararam pombas brancas para libertarem e celebrarem a absolvição que esperam ouvir do júri.

Os fãs de Michael Jackson, que permaneceram ansiosos e às vezes cansados durante a vigília de quase cinco meses de duração do julgamento, só podem esperar agora que o júri concorde com eles. "É frustrante para nós", disse Gaby Parker, de 26 anos, acrescentando que "deve ser pior para Michael". Mais de uma centena de fãs se aglomeraram na saída do tribunal, balançando cartazes e soltando fogos de artifício caseiros, preparados no caso de um anúncio rápido do veredito.




"Não se metam com os fãs de MJ", "Justiça, não nos decepcione", diziam os cartazes. Mas por trás da euforia, a tensão era evidente. "Não estamos tentando pensar (no veredito) o tempo todo, mas sabemos que pode acontecer a qualquer momento", disse Ronan Davie, quem cancelou seu voo de volta para sua casa na Escócia para esperar o veredito na Califórnia. "Estar na sala do tribunal poderia ser um sonho ou um pesadelo".

Os fãs, que se encontram do lado de fora atrás das cercas e cordões que rodeiam o tribunal, têm uma gaiola com 10 pombas brancas. "Para cada veredito inocente, soltaremos uma", disse Fariba Garmani, de 44 anos. Depois de o júri terminar suas deliberações na segunda-feira, os fãs conduziram seus automóveis até Neverland, onde serpentinas e corações vermelhos de papel, estrelas e pombas adornavam a entrada do rancho. "Será uma surpresa para Michael", disse Parker. Os seguidores trocaram histórias sobre Jackson, puseram suas canções favoritas do cantor nos rádios e reclamaram da mídia.






Mais um Dia sem Veredito

Terça-Feira 08/06/2005
tradução de Bruno Fahning.


O júri do processo contra Michael Jackson concluiu um novo dia de deliberações sem chegar a um veredito, enquanto um pequeno exército se fãs esperava ansiosamente do lado de fora do tribunal e a porta-voz de Michael pedia calma.

Os membros júri, que delibera durante seis horas diárias com descansos rápidos, só são vistos quando chegam e quando saem. Eles são transportados em dois veículos brancos escoltados pelos agentes do escritório do xerife. Como ainda não chegaram a um veredito, a tensão tomou conta dos vários fãs de diversas partes do mundo e dos que estão agrupados fora do tribunal esperando notícias.

"Sua vida depende de 12 pessoas que estão atrasando muito", disse Marcos Cabota, que veio da Espanha para estar presente no final do julgamento de quatro meses. O reverendo Jesse Jackson, líder dos direitos civis nos Estados Unidos, pediu para os fãs manterem a calma inclusive se emitissem um veredito de culpado. "Se a conclusão é negativa, qualquer ato de violência prejudicaria o processo", disse Jesse Jackson fora do tribunal. "Michael Jackson não aprovaria isso".



Michael Jackson não é visto em público desde domingo quando esteve num hospital durante cinco horas para receber tratamento devido, segundo sua porta-voz, a uma dor nas costas. Por sua vez, o advogado Thomas Mesereau em um breve comunicado disse que não deu autorização para que alguém fale ou dê conferências representando Michael Jackson ou sua família e que existe uma ordem de silêncio e a equipe de defesa continuará respeitando-a. Este comunicado é em alusão as contínuas declarações à mídia por parte do reverendo Jesse Jackson.



O Quinto Dia Terminou sem Veredito

Quinta-feira 09/06/2005
tradução de Bruno Fahning.

O júri do caso de Michael Jackson concluiu nesta quinta-feira suas deliberações de meio-dia e foram embora do tribunal sem anunciar um veredito. 
O painel havia deliberado durante mais de 22 horas sobre as acusações. As deliberações se estenderam durante cinco dias.
O tribunal não revelou o motivo pelo qual as deliberações foram menores na quinta-feira, mas o juiz observou na semana passada que alguns jurados pretendiam assistir a cerimônia de formatura da escola.
Segundo uma fonte da Corte, o júri não apresentou nenhuma pergunta para o juiz Rodney Melville e nem solicitaram novas leituras dos registros dos depoimentos durante as deliberações desta manhã.
Sem informação proveniente da sala onde se reúne o painel – cujos membros estão proibidos falar do caso com terceiros –, os únicos dados que se teve das deliberações surgiu na segunda-feira, quando a Corte anunciou que haviam perguntado ao juiz Melville, sem dar detalhes do assunto.


Sem Veredito o Clima Fica Tenso Fora do Tribunal


Sexta-feira 10/06/2005
tradução de Bruno Fahning.

A falta de um veredito, os fãs de Michael Jackson e os jornalistas que acompanham o julgamento iniciaram uma guerra que obrigou ao juiz emitir uma ordem de restrição.

Trata-se de Diane Dimond, repórter do Court TV, que cansada de ouvir as ameaças e insultos que recebia há duas semanas de um dos fãs de Jackson na porta do tribunal de Santa Maria conseguiu a ordem de restrição.

Não vai muito longe porque os jornalistas e os fãs estão separados por uma cerca de metal improvisada de um pouco mais de três metros de distância, às portas do tribunal onde o júri iniciou suas deliberações na semana passada.

Fora, o ambiente está alcançando "proporções bíblicas", como descreveu a repórter suíça Marlene von Arx referindo-se aos sacos de pedras que acumularam os fãs de Jackson e que por acaso foram confiscados. 

Alguns dos possíveis torpedos iriam incluir "mensagens de texto carinhosas" dirigidas à imprensa, segundo descreveu com sarcasmos aos próprios repórteres o chefe da polícia de Santa Maria, Danny Macagni.

O aquecimento é literal dado que cerca de 150 fãs de Jackson e 1.200 jornalistas estão ao vivo diariamente das 08h30 às 14h30 num pequeno parque de estacionamento fora do tribunal.



A Semana Termina sem Veredito e a Segurança é Reforçada


O júri completou uma semana de deliberações sem chegar a um veredito, prolongando o processo. Os integrantes do jurado foram conduzidos em duas camionetas brancas com escolta policial depois de deixar o tribunal do centro da Califórnia e cruzar uma barricada construída para manter isolada a multidão.

Mais de 2 mil jornalistas de 32 países estão credenciados acampando fora do tribunal. Espera-se que a segurança seja reforçada quando finalmente o júri anuncie sua decisão, em parte, devido aos meios de comunicação e aos fãs de Jackson que aguardam impacientes fora da Corte.

"A toda hora há um grupo como este a espera de um veredito. Sabemos que há possibilidade de distúrbios", disse o sargento Erik Rainey, do Departamento do Xerife do Condado de Santa Barbara. Apesar de durante o julgamento ter sido cerca de 30 agentes nas mediações do tribunal, o número poderá duplicar, segundo Rainey. "Temos planejado (enfrentar) vários tipos de eventos e um deles é que Jackson permaneça sob custódia", disse.



NOT GUILTY
Michael Jackson é considerado inocente de todas as acusações.

Segunda-feira 13/06/2005
tradução de Bruno Fahning.


O júri composto por oito mulheres e quatro homens coincidiu unanimemente com as proclamações de inocência de Michael Jackson, o que pôs ponto final ao julgamento que tomou durante meses a atenção internacional. O veredito foi lido hoje, pouco depois de uma hora que o júri que acompanhou o caso ter anunciado que chegaram a uma decisão. 

A notícia foi recebida entre gritos de alegria dos fãs que esperavam as notícias na porta do tribunal de Santa Maria. Jackson vestido com um terno e gravata preta sobre a camisa branca saiu do tribunal emocionado e entrou rapidamente em seu veículo. A decisão pôs fim ao julgamento que começou no final de janeiro e que incluiu mais três meses de depoimentos e pouco mais de uma semana de deliberações. 



O anúncio também representa um duro golpe para a promotoria, que acreditava na culpa do réu das dez acusações, incluindo abuso sexual de um menor de 13 anos entre fevereiro e março de 2003. O veredito foi unânime por parte dos doze membros do júri, nenhum deles eram afro-americanos e selecionados de uma população agrícola e descritos como conservadores.

As oito mulheres e quatro homens que compõem o júri começaram a deliberar no último dia 3 de junho e alcançaram sua decisão depois de mais de 30 horas de discussões. Uma vez comunicada a existência do veredito, Jackson tinha uma hora para apresentar-se ao tribunal de Santa Maria onde foi julgado. Com a decisão de hoje, Jackson ficou livre e é aguardada a emissão de um comunicado.



Todo Mundo Feliz Pelo Resultado



Os fãs e amigos de Michael Jackson em todo mundo mostraram sua alegria logo após o declararem inocente no julgamento, cuja informação deu volta no planeta. O veredito que declarou inocente o cantor foi transmitido em muitas emissoras de televisão, da Califórnia até a Croácia, passando pela América do Sul.

Jackson foi declarado inocente das 10 acusações que lhe pesavam. Em Santa Maria, onde aconteceu o julgamento, uma multidão gritou "inocente" e lançou confete ao ar quando emitiram a decisão. "Isto demonstra que a justiça pode prevalecer nos Estados Unidos", disse Tara Bardella, de 19 anos, quem veio do estado do Arizona há duas semanas esperando pelo veredito. "Te amamos Michael!".

No Reino Unido, seu amigo Uri Geller disse estar feliz pelo veredito. "Não posso acreditar. Estou muito feliz. Não tenho palavras". "Sempre disse que acreditava que ele não era culpado e não é", adicionou. "Estou tremendo, isso é tão importante. Ele não decepcionou seus fãs e a todas pessoas que o ama". "O pesadelo acabou", disse Geller.

Na América do Sul, algumas pessoas manifestaram sentimentos encontrados pelo veredito. "Fui um grande fã de Michael Jackson", disse Valdeci Pereira, um pastor evangélico do morro Dona Marta, no Rio de Janeiro, onde Jackson filmou um clipe em 1996. "A magia foi esquecida. As pessoas não vão ouvir a sua música da mesma maneira". Roberto Bravo, um chileno de 33 anos, confia que Jackson deixará para trás os escândalos.

"Espero que ele comece uma nova etapa de sua vida", disse. Entre várias pessoas entrevistadas em uma loja de discos na Cidade do México, as reações foram de incredulidade à alegria. O interesse pelo caso chegou inclusive ao Oriente Médio. Os canais de notícias árabes Al-Jazeera e Al-Arabiya transmitiram imagens ao vivo quando Jackson chegou ao tribunal para ouvir o veredito. Na Alemanha, várias emissoras sintonizaram para dar o veredito ao vivo. Os portais da internet de muitos jornais em todo o mundo publicaram rapidamente a decisão.





Um comentário:

  1. Muito legal o blog, está de parabéns, essa postagem sobre o julgamento está completíssima, e apesar de ser sobre esse momento tão doloroso, é importante ver todas as injustiças que Michael passou. Obrigada por disponibilizar.

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