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quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O caso Chandler

Com um trabalho maravilhoso da daniBJ do Fórum Number Ones o caso Jordan Chandler com uma pesquisa completa.
Todos os fãs sempre defendem Michael quando alguém diz algo absurdo sobre essas acusações, mas defendê-lo com conhecimento da causa é o mais correto a ser fazer. Por isso vale a pena você tirar um tempo para ler todas estas informações.

Considero importante traçar um linha cronológica dos acontecimentos, ainda que, muitas vezes, seja preico voltar no tempo ou avançar para analisar certos aspectos, uma ordem cronológica facilita a compreensão do que ocorreu, sobretudo para quem nada sabe sobre o assunto. Assim, depois de conversamos, Tay e eu, decidi colocar aqui de forma resumida, o que eu tenho no blog The Untold Side of The Story, que é um apanhado de tudo que pesquisei e li sobre os casos Chandler. Assim, o que vier a ser acrescentado depois, será de mais fácil contextualização.

Assim:

Caso Chandler
Escrito por daneBJ


1º parte:


Se Michael não tivesse saído de casa aquele dia...


Alguém consegue imaginar o maior astro do mundo chutando o pneu de um carro quebrado no meio de uma rua movimentada como a Wilshire Boulevard?

Isso ocorreu em um dia de março de 1992, um dia que jamais deveria ter existido.

Michael Jackson dirigia seu Jipe pela Wilshire Boulevard, em Beverly Hills, quando o motor fundiu. Nervoso, sem praticamente nenhum conhecimento de mecânica, ele chamou o “911” para pedir socorro, mas eles informaram que aquela situação não configurava uma emergência e o aconselhou a pedir um reboque.

Agitado, ele ficou andando de um lado para outro, chutando o pneu, enquanto tentava pensar no que fazer. Foi assim que a esposa de Mel Green o viu. Green era um empregado da locadora de automóveis Rent-a-Wreck, que ficava a uma milha de distância dali.

Sua esposa ligou dizendo: “Você não acreditaria se eu dissesse quem está no meio da rua chutando o pneu do carro. Michael Jackson! Se eu fosse você viria pra cá para tentar descobrir o que está acontecendo.”

A empresa de aluguel de carros onde Green trabalhava pertencia a Dave Schwartz, um homem de setenta anos, casado com June Chandler. Isso mesmo, Dave Schwartz era o padrasto de Jordan Chandler. Terrível coincidência, não?

Depois de que foi informado pela esposa de que MJ estava no meio da rua com um carro quebrado, Mel Green foi socorrê-lo. Enquanto isso, Dave Schwartz ligou para June para pedir a ela que levasse Jordan, filho do primeiro casamento dela com Evan Chandler, e Lilly, filha dela com Schwartz, para a loja, pois eles teriam uma grande surpresa. Jordan estava com 12 anos e Lilly 6.
June chegou à Rent-a-Reck antes que Green retornasse levando Michael consigo. Ela estava com a filha, mas não com Jordan, que somente chegou depois, conforme ela veio a testemunhar no julgamento de MJ em 2005, onde afirmou que o cantor concordou em esperar cinco minutos a mais, para que Jordan o conhecesse.
Não seria a primeira vez que June Chandler entrava em contato com Michael, mas a primeira que chegou a falar diretamente com ele.
Em 1983, depois que MJ foi queimado durante a gravação do comercial para Pepsi, June escreveu uma carta em nome de Jordan e enviou ao hospital onde MJ estava internado, no envelope colocou uma foto do menino e o número do telefone de sua casa, além de afirmar que o garoto, de apenas três anos, era um grande fã.
MJ ligou para agradecer a atenção, como fez com todos os outros fãs e indicou Jordan para um teste de um comercial. Ele fez, mas não passou.
Em 198989, durante a Bad Tour, o empresário de MJ entrou em contato com June Chandler e ofereceu ingressos gratuitos para um show. Ela aceitou, esperando conhecer MJ nos bastidores, mas não aconteceu.
Jordan teve a oportunidade de ver Michael em um restaurante, certa vez, mas não teve coragem de ir até ele.
Portanto, aquele dia em maio de 1992, era a grande chance da família.
Segundo Mel Green e a esposa, o casal, June e Dave, bombardearam Michael Jackson com declarações do tipo: “Ele é seu maior fã”, na opinião da esposa de Green, era como se “Michael sentisse que devia algo ao menino.”
Conforme June Chandler testemunhou em 2005, o encontro não durou muito mais que dez minutos. Tempo no qual ela não apenas disse a Michael o quanto Jordan o adorava, mas novamente entregou a ele o número do telefone dizendo: “Você deveria ligar para o Jordie, porque vocês têm muito em comum e podem se tornar grandes amigos.”
Segundo o psiquiatra Matis Abrams, que foi quem fez a denúncia contra MJ ao Departamento de Serviço para Crianças e a Família de Los Angeles, Jordan lhe disse que, o padrasto, quando foi escolher o carro com Michael disse ao cantor que não havia necessidade de pagar, desde que ele prometesse ligar para o garoto. Ao ser questionado sobre o motivo de Dave fazer isso, Jordan teria respondido que, “Ele sabia o quanto eu era fã de Michael.”
June Chandler, em seu testemunho no julgamento de Michael, voltaria a afirmar que Jordan era um grande fã de MJ. Segure-se a transcrição:

Sneddon: Agora, deixe-me voltar no tempo. Antes desta reunião que aconteceu na empresa de seu marido em 1992. Você sabe se Jordan manifestou alguma admiração pelo Sr. Jackson?
June Chandler: Ah, e muito, sim.
Sneddon: Como é que ele mostrava essa admiração?
Mesereau: Objeção. Boatos.
Sneddon: Eu não pedi uma declaração. Excelência, eu pedi uma exposição.
Juiz: Tudo bem. Ele não está pedindo nada que foi dito. Você entendeu a pergunta?
June Chandler: Será que você repetir a pergunta, por favor?
Sneddon: Sim. Como foi que seu filho Jordan, demonstrou admiração pelo Senhor Jackson, antes daquele encontro na empresa de David Schwartz?
June Chandler: Ele tinha uma jaqueta brilhante, que ele costuma usar para ir às festas. Ele tinha uma luva branca como a de Michael Jackson e dançava por aí como Michael Jackson.
Sneddon: E tudo isso foi antes de ele conhecer o Sr. Jackson?
June Chandler: Antes de ele conhecer Michael Jackson, sim.

Uma semana depois de ter conhecido Jordan Chandler, Michael ligou para ele e passaram a conversar sobre suas vidas e o que gostavam de fazer para se divertir. Jordan disse que gostava de vídeo games, então Michael o convidou para seu apartamento em Century City, Califórnia. Michael tinha uma enorme coleção de jogos eletrônicos lá. Mas Jordan não pode ir, pois precisava estudar para provas escolares. Na semana que se seguiu, os dois continuaram se falando e se tornaram amigos.
No dia 27 de junho de 1992, Michael Jackson deu início a Turnê Dangerous. Embora a produção dos megaconcertos exigisse muito da energia de Michael, que comandava absolutamente tudo, da iluminação à venda de ingressos, o cantor continuou se falando com Jordan por telefone durante os nove meses em que excursionou pelo mundo.
Jordan não era a primeira criança a quem Michael dedicava sua atenção. Por toda a vida ele esteve cercado de crianças, como o ator Emmanuel Lewis, a filha de Quincy Jones, Kidada, entre outras.
“Um de meus passatempos prediletos é estar com crianças, conversar com elas. As crianças sabem muitos segredos e é difícil convencê-las a contar. Crianças são incríveis. Meus momentos mais criativos sempre acontecem quando eu estou com crianças. Quando estou com elas, a música vem tão fácil como o ato de respirar. Quando estou cansado ou entediado as crianças me dão vida.” Contou Michael, em uma de suas entrevistas.
Durante a Turnê Dangerous, Michael teve a companhia de dois amigos, Brett Barnes, um garoto australiano de onze anos a quem Michael ajudou na carreira artística (Brett veio a se tornar coreógrafo de artistas como Britney Spears) e o Príncipe Albert Von Thurn und Taxis, de nove anos, filho da Princesa Glória Von Thurn und Taxis, da Bavária.
As pessoas que trabalhavam com ele durante a Turnê, estavam acostumadas a ter crianças com eles e ninguém, desde os motoristas aos músicos, jamais testemunharam um ato impróprio do cantor em relação a seus amiguinhos.
Michael voltou aos Estados Unidos em dezembro, a tempo de encontrar Neverland decorada para o Natal, o que foi uma gentileza de Elizabeth Taylor, e ligou para Jordan para contar que Liz havia deixado a casa maravilhosamente enfeitada e que gostaria que estivesse lá para ver.
Mas com uma agenda cheia de compromissos em janeiro, dentre eles as apresentações no NAACP (Associação para o Progresso das Pessoas de Cor) o baile de gala do presidente Clinton, o American Music Awards, o Superbol, dentre outros eventos, Michael não teve tempo para os novos amigos.
Sua lendária entrevista à Oprah Winfrey foi transmitida para o mundo todo no dia 10 de fevereiro de 1993. E no dia seguinte, ele ligou para os Chandler convidando-os para passar o fim de semana em Neverland.
Naqueles três dias, June e as crianças se divertiram como nunca, desfrutando do parque de diversões, da piscina e no cinema, onde viram filmes inéditos emprestados a Michael por estúdios com a Woner Bross. Eles também foram a uma loja de brinquedos cerca de uma hora de distancia, fechada para que Michael pudesse fazer compras com seus amigos.
A amizade entre Michael Jackson e a família se desenvolveu rapidamente. Tornando-se frequentes as visitas à Neverland e ao apartamento em Century City e, além disso, Michael frequentava a casa de June Chandler.
O que Michael mais gostava em Jordan era o senso de humor do menino, que caçoava do cantor pela maneira como ele se vestia, que dirigia, e seu ar desajeitado.
Michael gostava de ser tratado como uma pessoa comum. Gostava da forma natural como Jordan agia com ele. Além disso, Jordan Chandler era um garoto inteligente e extremamente criativo, o que agradava Michael, também. Ele acreditava que Jordan teria futuro como produtor de cinema.
Enfim, os dois se entendiam perfeitamente bem, e tinham muita coisa em comum. Não é estranho que se tornasse grandes amigos, a não ser pela diferença de idade. Mas se deixarmos o preconceito de lado, isso não era um ponto tão relevante.
O produtor Sam Martin disse, em uma de suas entrevistas, que Michael era um sujeito desconfiado, sempre com as “antenas” ligadas, pois as pessoas estavam sempre tentando tirar algo dele. Sam Martin afirmou que só via Michael tranquilo, quando ele estava na companhia de crianças.
Michael Jackson não mantinha uma estreita amizade apenas com a família de Jordan Chandler. Ele também tinha como seus convidados frequentes os Culkins, os Barnes, os Robsons, os Cascios e outros. E não apenas as crianças, mas também os pais eram convidados para sua casa. Como testemunhou os empregados de Neverland, os pais sempre estavam por perto e sempre havia muitas pessoas em volta da garotada.
A família Cascio talvez tenha sido a mais próxima a Michael, uma amizade que durou até o fim da vida do astro.
O pai, Dominic Cascio, era gerente do hotel Helmsey em Nova Iorque, onde Michael esteve hospedado. Durante uma conversa no escritório de Dominic, Michael viu a foto das crianças e pediu para conhecê-los. Dominic o apresentou aos filhos, Frank, com três anos e Ed, apenas um bebê. Anos depois nasceria a filha do casal, Marie Nicole e Aldo Cascio.
Os Cascios mantinham uma estreita amizade com Michael, frequentando a casa do cantor e também o recebendo na deles. As crianças cresceram perto do artista e, conforme disseram em entrevista à Ophra Winfrey, em outubro de 2010, Michael jamais se comportara mal com eles. Oprah, que perece não saber nada sobre Michael, anunciou os Cascios como uma família que mantinha uma amizade secreta com o astro. Mas isso não é verdade, é só mais uma amostra de como a mídia distorce os fatos. Pois Michael foi visto na companhia dos Cascios em inúmeras viagens. E deram entrevistas em sua defesa em 1993 e em 2005.
Dominic e Conie Cascio, os pais, contaram à Ophra que nunca tiveram a menor dúvida quanto à inocência de Michael. Eles disseram, ainda, que precisaram explicar aos filhos o que estava acontecendo em 1993 porque eles erm jovens de mais para compreender.

Frank Cascio se tornou um dos mais importantes assessores de Michael Jackson e Ed é um dos compositores e produtores do primeiro álbum póstumos do artista.
Foram os três, Frank, Ed, e Nicole, que vieram com Michael ao Brasil, quando ele gravou o clipe para música They Don’t Care About Us.
O relacionamento de Michael com Jordan Chandler e sua família não era diferente, nem mais especial do que o relacionamento entre o astro e todas as outras famílias que já foram mencionadas.
Como fazia com qualquer criança que entrava para seu circulo de amizades, Michael deu a Jordan e a sua irmã alguns presente. E também à mãe deles, por quem ele tinha sincero apreço.
Os presentes não eram uma forma de seduzir ou comprar o afeto, mas uma forma de demonstrar carinho. Michael presenteava seus amigos não importando quão rico eles fossem. Ao contrário do que se insinua na imprensa, ele não vivia na companhia de crianças desprivilegiadas, para se aproveitar da condição de pobreza delas. Michael gostava de crianças, simplesmente. Sem distinção de classe, raça idade ou sexo. Apenas crianças.
Para alguns, pode parecer estranho que um homem adulto aprecie a companhia de meninos e meninas, mas não é difícil compreender Michael, quando você o coloca dentro do contexto de sua própria infância, diz Mary Fisher em seu artigo intitulado “Was Michael Jackson Framed”, de 1995.
Tendo começado a vida artística aos cinco anos, Michael Jackson foi forçado a abrir mão de uma infância normal, em troca de muito trabalho, vivendo cercado por adultos, que exigiam dele nada menos que a perfeição. A começar pelo pai, Joseph Jackson, um homem inegavelmente rude e violento, que ao descobrir o talento dos filhos, sobretudo o extraordinário talento do pequeno Michael, passou a guiar os meninos como um empresário tirano, esquecendo-se de seu papel de pai.
Não é estranho que um homem, embora adulto, goste da companhia de crianças, quando ele mesmo aprecia as distrações e brincadeiras próprias desta fase. Se colocado de lado o preconceito, o que se vê é um homem de alma alegre, pura e infantil, que não queria ficar preso a convenções; que não pensava que por ter 30, 40 ou 50 anos, não poderia mais subir em árvores, ou fazer guerras de balões de água.
Os adultos envolvidos não se opunham de forma alguma ao relacionamento entre Michael e as crianças, ao contrário. E por quê? Seria absurdo julgarmos que todos estivessem cegos ou fascinados pela fortuna do cantor, a ponto de ignorar atos impróprios por parte dele em relação aos seus filhos. Portanto, só se pode concluir que os pais não se opunham, porque confiavam em Michael. E confiavam porque podiam.
Joy Robson, em seu depoimento no julgamento de Michael, em 2005, disse que confiava no cantor com seus filhos absolutamente. Pois Michael não era uma pessoa comum “ele é um menino puro. Conhecê-lo é amá-lo e confiar nele”, afirmou ela. Joy Robson não era a única a pensar assim.
June Chandler gostava muito de Michael. “Ele era o homem mais gentil que ela conheceu”, disse um amigo de Chandler.
“Não há nem uma gota de maldade nele.” June Chandler disse sobre Michael Jackson.
Tudo ia bem entre Michael e os novos amigos, até que o pai biológico do menino, Evan Chandler, começasse a interferir.
Evan Robert Charmatz nasceu no Bronx em 1954. Mudou-se para West Palm Beach em 1973, para exercer a profissão de dentista e mudou seu nome para Chandler por considerar que Charmatz soava muito judaico. Conforme contou um colega.
Ele seguiu os passos do pai e irmãos e se tornara um dentista, mas detestava essa profissão. “Ele sempre quis ser um escritor”, disse um amigo.
Com o sonho de se tornar um roteirista Evan Chandler se mudou para Los Angeles nos anos setenta. Estava casado com June Wong com quem teve Jordan.
A carreira de dentista de Evan nem sempre foi estável. Em 1978 quando trabalhava em uma clínica de baixa renda de L.A., a Crenshaw Family Dental Center, ele fez restaurações em dezesseis dentes de um paciente durante uma única consulta.
O Conselho de Examinadores Odontológicos considerou-o ineficiente e ignorante em sua profissão. Sua licença foi revogada. Porém, a revogação foi suspensa e o Conselho decidiu afastá-lo por noventa dias e o colocou sob observação por dois anos e meio.
Arrasado Chandler foi para Nova Iorque. Escreveu um roteiro de cinema, mas não conseguiu vendê-lo.
Ele retornou a Los Angeles com a esposa meses depois e voltou a trabalhar como dentista. Em 1980, quando Jordan nasceu, o casamento do casal estava chegando ao fim.
“Uma das razões para June deixar Evan foi seu temperamento.” Diz um amigo da família. O divórcio ocorreu em 1985. A custódia de Jordan foi concedida integralmente a June e uma pensão alimentícia de 500 dólares por mês foi fixada em benefício da criança. Mas conforme documentos, Evan, até 1993, quando surgiu o escândalo contra Michael Jackson, devia 68 mil dólares a ex-esposa. Dívida que ela acabou perdoando.
Em 1991, um ano antes de conhecer Jackson, Chandler teve outro problema em sua profissão. Uma modelo o processou por negligência odontológica, depois que Evan restaurou alguns dos dentes dela.
Em sua defesa, Evan alegou que a mulher tinha assinado um documento em que reconhecia os riscos envolvidos. Mas quando o advogado dela, desconfiando da autenticidade de tal documento exigiu que fosse apresentado o original, Chandler disse que a maleta onde se encontrava tinha sido roubada do porta-malas de seu Jaguar.
“Isso é como dizer ‘O cachorro comeu meu dever de casa’”, disse Edwin Zinman, o advogado da modelo.
Apesar dos percalços, Evan tinha uma profissão bem sucedida em Beverly Hills.
A primeira chance no cinema ocorreu em 1992 quando Jordan teve a ideia de fazer uma paródia sobre Robin Hood, que acabou sendo rodado e recebeu o título de “Robin Hood, Men in Tigths” (Homens em Calças Justas).
Embora retratado pela mídia como um pai corajoso lutando por seu filho, Evan Chandler, na verdade, era um pai ausente, que fazia promessas que jamais cumpria ao menino, como a de comprar um computador para que escrevessem roteiros juntos.
Ele tinha se casado de novo, com uma advogada, e com ela teve outros dois filhos, além de ter de cuidar de um consultório que o mantinha ocupado. Portanto, não lhe sobrava tempo para Jordan, pelo menos, ele não lhe dedicava esse tempo. A verdade é que Evan somente se interessou pelo filho, quando soube amigo de quem ele tinha se tornado.
Mesmo sendo ausente, Evan não gostou da presença de outro homem que estava se tornando tão importante e influente na vida de seu filho. Ele logo passou a demonstrar ciúme. Quando Michael deu a Jordan um computador, ele ficou furioso, pois disse que queria fazer isso ele mesmo. O computador então ficou no apartamento de Michael e Jordan só podia usá-lo quando ia até lá.
O primeiro encontro entre Evan e Michael ocorreu na casa da ex-esposa daquele, no final de junho de 1993.
Em 22 de maio de 1993, Michael compareceu ao aniversário de cinco anos de Nikki, filho mais novo de Evan, deixando os convidados de queixo caído, pela surpreendente surpresa. Os amigos de Evan comentavam entre si, incrédulos. “Ele é amigo de Michael Jackson?!”. Naquela noite Michael dormiu na casa de Evan Chandler, no quarto com Nikki e Jordan. Os garotos dividiram um beliche, enquanto Michael dormiu em um saco de dormir. Evan contou que, depois que os três assistiram a Peter Pan, ele entrou no quarto para desligar os aparelhos e colocá-los para dormir.
Evan sempre afirmou que jamais viu Michael fazer qualquer coisa inapropriada com seus filhos.
Evan se gabava da amizade com o cantor para seus amigos e sócios e até passou a incentivar a convivência do artista com o menino.
Leia aqui o que diz uma cliente de Evan, Carrie Fisher, sobre o fato:

Chandler podia implicar quando era deixado de fora, mas sempre gostava quando Michael se hospedava em sua casa. Quando Michael ficou com eles em maio de 1993, Evan lhe sugeriu que construísse um anexo a casa para que pudesse ficar lá sempre que fosse a Los Angeles. Esse pedido de Evan foi confirmado por June no julgamento de Michael. Essa proposta foi levada a sério, a ponto de consultarem o departamento de zoneamento urbano. Quando soube que a ampliação não poderia ser feita, Evan pediu a Michael simplesmente que lhe comprasse uma casa maior.
Ainda no mês de maio, Jordan, sua mãe e Lilly, viajaram com Michael para Mônaco para participarem do WMA (uma premiação de música) “Evan começou a ficar enciumado e se sentiu deixado de lado.” Disse Freeman, advogado de June Chandler naquela época.
Mary Fischer, jornalista da GQ, escreveu um artigo intitulado “Was Michael Jackson Framed” (Michael Jackson foi vítima de conspiração?) (colocar link para o artigo original). Ela relata nesse artigo que “Quando retornaram de Mônaco, Jackson e o menino ficaram novamente com Evan para uma visita de cinco dias, na qual dividiam o mesmo quarto. Michael dormia no chão, em um saco de dormir, Jordan e Nikki dividiam uma beliche. Evan afirmou que sempre que os via juntos na cama, estavam vestidos. Evan Chandler nunca alegou ter testemunhado algo de errado.”
Apesar disso, Evan não demorou a começar expor seu desconforto com o relacionamento entre Michael e Jordan, chegando a mencioná-lo a alguns amigos. Um deles, Carrie Fishier conhecia o médico de Michael, Arnold Klein e ligou para Klein para perguntar se havia algo de errado naquele envolvimento. Klein, respondeu-lhe imediatamente que Michael era uma criança grande, muito doce e generoso e absolutamente correto. Não havia nada com que se preocupar. Aliás, disse Klein, afastar os dois seria um grande erro.
Alguns amigos de Evan, como Mark Torbiner, no entanto, continuou a expor suas opiniões preconceituosas, dizendo a ele que não era comum uma amizade entre um adulto e um adolescente. E que não estava certo dividirem o mesmo quarto. Torbiner, no entanto, não é uma pessoa de caráter ilibado.
Leia sobre Torbiner aqui:

Evan ficou cada vez mais instável e passou a tomar atitudes que afastavam Jackson, June e até o padrasto do garoto, Dave Schwartz, que até então era amigável com ele.
Mas se Evan nunca viu nada, de onde vieram as desconfianças?
Elas não vieram de lugar algum.
Quando Michael voltou de Mônaco, em maio de 1993, com June Jordan e Lilly, O tabloide The National Enquaire publicou uma foto deles na capa dizendo “Michael Jackson adotou uma nova família” e insinuou que Michael e June estavam tendo um romance. Claro que isso chateou Evan e Dave.
Por ciúme, certamente, Dave pediu a June que se afastasse de Michael. Ele pensava que o cantor estava levando embora sua família. Mas June disse que não se afastaria, pois gostava de Michael. Embora chateado com a forma como o tabloide retratou a situação, Dave Schwartz não se antagonizou com o cantor, pelo contrário. O ciúme logo passou e ele voltou a se entender bem com a mulher e Michael.
Evan Chandler, por outro lado, tomava atitudes dúbias. Ele alegou que suas suspeitas já tinham começado por essa época e como relatado acima, ele manifestou-as a amigos como Carrier Fishier. Sendo assim, por que razão Evan convidou Michael para ficar em sua casa logo que ele voltou de Mônaco, se ele tinha suspeitas de que o filho estava sendo molestado pelo astro?
E mais: por que Evan sugeriu que Michael ampliasse a casa para que pudesse ficar lá com eles, sempre que fosse a Los Angeles, com mais conforto? E quando soube que não poderia ser construído o anexo que sugeriu, pediu a Michael que lhe comprasse uma casa maior? Essa é a atitude de quem suspeita que o filho esteja sofrendo abuso sexual? Trazer o agressor para mais perto? Seria uma atitude lógica?
Só se pode concluir que nunca houve suspeita alguma. Evan apenas preparava terreno para seu plano, quando falava sobre essas “suspeitas” com seus amigos. O que realmente o incomodava era ser deixado de lado. E ele demonstrou isso em uma conversa com o padrasto de Jordan, gravada por Dave, no dia 9 de julho de 1993.

Eu tinha uma boa comunicação com Michael. Eu o admirava e respeitava. Não há razão para ele deixar de me ligar. Nós tivemos uma conversa e eu disse a ele o que eu gostaria que deixasse de acontecer nessa amizade, eu disse a ele o que eu quero. Não entendo porque ele não retorna minhas ligações.”
O que levou às acusações de abuso sexual infantil, então?
é preciso analisar bem os fatos para responder a essa pergunta.
Evan Chandler era um homem violento, diagnosticado como bipolar, ele estava sob tratamento para essa doença. Mas nem sempre o seguia à risca.
O jornalista J. Randy Taraborrelli, que escreveu a biografia não autorizada de Michael “A Magia e a Loucura”, admitiu ter usado o próprio Evan Chandler como fonte e ter se encontrado às escondidas com ele por diversas vezes durante o escândalo de acusação de abuso sexual envolvendo Michael.
Em seu blog, Taraborrelli escreveu:


"Eu encontrei com ele várias vezes na década de 1990. Eu tive muitos encontros secretos com Evan Chandler, tentando chegar ao fundo do que estava acontecendo. Eu era muito jovem, inesperiente e desejava que tivesse meu atual nível de conhecimento para aplicar na época. Tenho histórias sobre aquele cara que nunca cheguei a publicar. Ele era tão inconsistente quando elas vieram. Ele estava tão determinado a conseguir meu apoio, eu achava que ele era um pouco assustador. Se você ler o meu livro, terá ideia de como eu me sentia, me sinto, sobre ele. Quando saiu, ele me ligou gritando por eu não ter simplesmente comprado sua história 100%. Na verdade, ele me ameaçou, e eu pensei... amigo, ok, agora eu sei quem você realmente é. Eu desejva que tudo tivesse acontecido diferente. Para ser honesto, eu gostaria que MJ nunca tivesse feito acordo, e eu disse a Michael isso, diversas vezes. Mas... ele sentia que tinha de salvar sua vida, e eu entendi isso também. Ele realmente estava mal. No entanto, eu gostaria que tivesse ido a julgamento, para que pudéssemos ter provas concretas apresentadas em um tribunal de justiça - como o absurdo caso Arvizo - onde realmente foram capazes de atravessar isso e chegar a algumas decisões concretas. Tudo parece tão inútil agora, porém, não é? E uma vergonha."


Taraborelli, em sua edição de 2010 da biografia não autorizada de Michael, também escreve que Evan Chandler o ligou depois que sua edição de 2003 foi publicada e disse: "Você me deve. Se algum dia eu te vir de novo, não vai ser bom para você. é melhor você se esconder porque eu estou indo atrás de você".

Segundo os documentos judiciais arquivados em 2006, (nos quais constam que Jordan Chandler processou seu pai e obteve uma ordem de restrição permanente contra ele) Evan Chandler bateu em seu filho por trás com um peso de 1 quilo, o que significa que não houve chance de defesa. Em seguida o acertou nos olhos e tentou sufucá-lo. A data do incidente é mais do que interessante. Agosto de 2005.
Michael Jackson foi absolvido de todas as acusações feitas pelos Arvisos em 13 de junho de 2005. Mas a mídia, que foi negativamente criticada pela ccobertura tabloidiana antiética, antiprofissional e tendenciosa continuou a mentir sobre o cantor e não deu atenção ao ocorrido.
Evan estaria irado porque Jordan decidiu não depor contra Michael Jackson?
Se Jordan tivesse defendido MJ, Evan poderia ter enfrentado acusações de extorsão. Mas se ele tivesse ido ao tribunal para reiterar as acusações feitas em 1993, poderia ter sido muito ruin para Michael. Mas ele se recusou a testemunhar e disse que se o promotor Sneddon insistisse nisso, encontraia uma forma legal de se livrar.
Se Jordan tivesse decidido depor contra Michael, a defesa possuia testemunhas que contraditariam suas alegaçãos. Colegas de escola e faculdade, a quem Jordan disse diversas vezes que tinha acusado Michael por que seu pai o obrigara, conforme contou Tom Mesereau, advogado de Michael, em um seminário na universidade de Harvard, onde o caso MJ foi discutido.
Mas Jordan não foi encontardo pelos promotores. Ele fez as malas e saiu dos Estados Unidos antes que Tom Sneddon, promotor responsável pelo caso, conseguisse um meio legal de colocá-lo no banco de testemunhas.
Jordan não quis depor contra o homem a quem acusara de tê-lo molestado. E por que não? Ele não estaria perdendo a chance, e pela segunda vez, de colocar na prisão um criminoso? Ou ele não tinha coragem de repetir mentiras diante de um tribunal?
Jordan não depôs em 1993, o advogado Larry Feldman fez tudo para evitar isso. Lógico que ele não iria cometer o erro de ir menir sobre Michael em 2005, tampouco poderia dizer a verdade e se comprometer ou comprometer o pai. Mas Evan, provavaelmente, pensava que ele podia e devia, ter ido ao tribunal para fazer falsas acusações contra Michael de novo.
Não se pode compreender Evan Chanlder. Controle emocional e racionalidade não parecem ter feito parte do caráter dele. Não supreende que ele tenha se matato com um tiro na cabeça em 2009. Poucos meses depois da morte de Michael Jackson.
Mas June Chnadler esteve no tribunal, ela testemunhou, mas nada do que disse prejudicou Michael. Ela não tinha nada a dizer, realmente. Muito pelo contrário. Em determinado momento, ela chegou a afirma que nunca se sentiu desconfortável por Michael Jackson estar perto do filho dela.
Ela também afirmou que a primeira vez que Jordan dormiu no quarto de Michael foi em Neverland, a pedido do menino que, segundo ela, insistiu dizendo: “Tem outras crianças aqui que ficam no quarto dele, por que eu não posso?” Ela deu permissão e nunca houve motivo para não fazê-lo.
Michael Jackson tinha genuíno carinho por June, pelo menos no início, mas nunca se sentiu bem perto de Evan Chandler, ele nunca sentiu que o pai de Jordan fosse sincero. Em uma briga entre pai e filho, Jordan disse a Evan que Michael sabia que ele, Evan, apenas fingia gostar dele.
Uma das razões para Evan não ser sincero era que, apesar de ser um pai ausente, ele sentia ciúme do relacionamento entre Michael e Jordan. O menino se afeiçoou ao cantor e com ele se entendia muito melhor, pois Michael, apesar de ser um astro multimilionário com uma agenda lotada de compromissos, dedicava-lhe muito mais atenção.
Não é difícil entender por que uma criança se relacionava tão bem com Michael Jackson. Ele não era apenas um artista extraordinário, original, extremamente criativo e cativante, ele tinha o espírito infantil. Gostava de brincar, gostava das mesmas coisas que as crianças gostam, ele as compreendiam e elas o compreendiam muito bem.
Em entrevista a Larry King, em 2000, Lisa Presley, então divorciada de Michael, respondeu à pergunta de Larry sobre o envolvimento de Michael com crianças: “Ele é uma criança e outras crianças percebem isso.” “Ele realmente tem uma conexão com crianças, com bebês.
Não são poucas as pessoas que descrevem Michael como uma criança. Como um homem com alma de criança, um coração infantil no corpo de um adulto. Nem todos viam isso de forma positiva e o descrevem não apenas como um menino, mas um menino mimado e difícil. Para alguns a recusa em crescer era um problema psicológico provocado pelos traumas de infância, ou simplesmente por não ter vivido a infância de forma plena, que deveria ser tratado.
Para outros, Michael simplesmente gostava demais da infância e dela não queria sair. Muitos consideravam o lado infantil de Michael o que ele tinha de mais adorável, como o advogado Johnny Cochran.
Apesar das divergências de opiniões sobre o que fez de Michael um homem-criança, o fato é que são muitas as pessoas que tinham esta percepção dele como um menino. O que não significa que ele tivesse a mente de uma criança. Longe disso. Michael Jackson era um homem extremamente inteligente, que comandava cada detalhe de sua carreira com muita competência. O que fazia de Jackson um menino, segundo aqueles que com ele conviveram de perto, era a sua capacidade de ser manter puro, com coração inocente e jovial.

As pessoas que conheciam Michael de perto e o descrevem como um adulto de coração infantil não são idiotas ou cegos adoradores. São pessoas inteligentes e nada ingênuas. Em entrevista a Larry King, o empresário Donald Trump, amigo de longa data de Michael, afirmou que o cantor frequentava sua casa, onde passava tarde inteiras brincando com os filhos do empresário. Trump considerava ridículas as acusações de pedofilia contra Michael, pois segundo ele, Michael era uma criança, e afirmou ter certeza absoluta de que ele jamais cometera abuso contra qualquer criança.
Quincy Jones, que trabalhou com Jackson nos álbuns Off The Wall, Thriller e Bad, dedicou várias páginas de sua autobiografia ao cantor. Dentre outros pontos interessantes, Jones fala da amizade entre Michael e sua filha, Kidada. Na época em que o produtor e Michael começaram a trabalhar juntos, o astro tinha vinte anos de idade, a menina, oito. Segundo conta Quincy, Michael e Kidada passava as tardes inteiras brincando e quando era preciso tratar de trabalho o pai a pedia que lhe “emprestasse” Michael por alguns instantes. Kidada era tão ligada a Michael que chegou a efetuar noventa interurbanos para ele em um único mês. Para Quincy, Kidada e Michael se davam tão bem porque tinham a mesma alma pura e infantil.
Intrigante que a imprensa nunca tenha dado muita atenção à amizade entre Michael Jackson e crianças do sexo feminino, embora fossem muitas.
Keith Badgery, que foi motorista de Jackson durante a Dangerous Tour, escreveu o livro “Baby You Can Drive My Car” onde fala da experiência incrível de trabalhar para o cantor, por que desenvolveu um a sincera admiração. Em seu livro, Keith fala na amizade entre Michael com crianças, afirmando não ser verdade o que a imprensa dizia, de que Michael preferia a companhia de crianças, mas sim, que ele preferia a companhia de pessoas que ele conhecia desde que elas eram crianças e, portanto, podia confiar.
Durante uma viagem a Londres, relatada pelo cinegrafista que acompanhou Michael e Uri Geller em suas excursões, Michael esteve o tempo todo na companhia de uma jovem inglesa que se hospedou no mesmo hotel que ele. Dias depois, Macaulay Culkin se juntou ao grupo.Mas se buscarmos por reportagens daquela época, encontraremos fotos de Michael e Macaulay por toda parte, fazendo compras, se divertindo, mas não veremos a garota. E por que não?
Haveria algum interesse em convencer o público de que Michael era homossexual? Como se isso fosse um ponto negativo? Um argumento na tentativa de convencer o público de que ele era pedófilo? Como se homossexualismo e pedofilia andassem juntos?
Michael sempre afirmou que não era gay, e seus amigos reafirmam o que ele disse:

O fato é que Michael Jackson gostava de crianças, meninos ou meninas. Mas sua amizade com meninas não ganhava capas de revistas
A mesma manipulação dos fatos pode ser constatada quando a mídia mostra Michael na companhia de crianças, sem a presença dos pais, embora eles estivessem por perto. Como quando ele viajou na companhia dos Cascios para Europa. Michael foi fotografado com os garotos, mas o pai, Dominic, não aparece nas fotografias, embora estivesse lá com eles.

Agradecimentos:
à Helena criadora do vindicatingmj.wordpress.com, que permitiu a tradução e uso do conteúdo como fonte.
à Carolina Mendes (carolmj) por sua contribuição nas traduções.

Fontes:
“A magia e a Loucura”. TARABORRELLI. J.Randy. 2003
“Baby You Can Drive My Car”. BADGERY.Keith.2002
“Moonwalke” JACKSON. Michael Joseph. 1988
“History vs Evanstory” by thetis. Publicado em http//:vindicatemj.wordpress.com
“Rendemption: The Truth Behind Michael Jackson Child Molestation AlLegations”. HUGHES.2004
“Whay Gloria Allred abandoned the Chandlers’ case. Publicado em http//:vindicantemj.wordpress.com, Traduzido por Carolina Mendes.
“Was Michael Jackson Framed”. Mary Fischer. GQ magazzine.1994
Outras fontes:
Entrevistas, reportagens, seminários, livros e artigos sobre Michael Jackson coletados ao longo dos últimos quarenta anos e preservados nos diversos fóruns dedicados ao cantor e o acervo pessoal desta autora.

2º parte:
O Plano

Voltemos a nossa pergunta: se jamais presenciou um gesto malicioso, lascivo, da parte de Jackson, por que Evan Chandler passou a acreditar que Michael molestava Jordan?
Importante ressaltar que Jordan jamais fizera uma queixa contra Michael até ficar sob o domínio do pai e afastado do restante de sua família. Quando questionado sobre se Michael o havia tocado, ou se já tinham se visto nus, Jordan negou reiteradas vezes e mostrou-se aborrecido com as perguntas.
é compreensível que crianças muito pequenas se calem em relação a este tipo de violência. é natural que elas não saibam como agir. Mais complexa é a situação quando o agressor é um membro da família, quando é o próprio pai, pois a criança se sente desamparada. Mas Jordan não era uma criancinha. Era um adolescente de 13 anos, inteligente, esperto, capaz de escrever um roteiro de cinema, recheado de piadinhas sexuais. E Michael não era um membro de sua família. Então, por que o garoto suportaria qualquer abuso calado?
Depois da semana em que Michel se hospedou na casa de Evan, a convite do próprio, Evan Chandler começou a falar mais abertamente de suas “suspeitas”, embora ele sempre tenha afirmado que NADA inapropriado aconteceu durante aquela estadia.
Aos poucos, Evan foi tomando medidas no intuito de afastar Jordan de Michael e de June. Entre elas, exigiu que a ex-mulher assinasse um documento onde se comprometia a não tirar Jordan de Los Angeles. Ora, Neverland fica em Los Olivos, Santa Maria, município de Santa Bárbara, assim sendo, Jordan não poderia ir nem sequer a Neverland, sem autorização de Evan.
Depois de conseguir que Jordan passasse um fim de semana com ele, como visita, Evan se recusou a levar o menino de volta para June e por isso ela o processou. Os dois entraram em uma batalha judicial ferrenha pela custódia, mas Evan nunca disse ao juiz daquela causa que havia suspeita de abuso sexual. Por que não? Não seria a coisa mais sensata para um pai fazer? Bem, Evan não disse nada e perdeu a causa e a ordem judicial foi de que devolvesse a criança à mãe. Mas ele já tinha um plano traçado.
Instruído pelo advogado Barry Rothman, Evan levou Jordan ao psiquiatra, Mathis Abrams, que acabou denunciando Michael Jackson após ouvir a história muito duvidosa de Jordan. Ressalte-se que Abrams não é um especialista em abuso sexual infantil e nem mesmo é um pediatra. Ele também nunca teve a chance de examinar Michael Jackson nem voltou a ver Jordan Chandler. O médico foi apenas uma peça no tabuleiro. Ele tinha o dever de denunciar qualquer suspeita por mais absurda que fosse e assim o fez.
Antes de levar Jordan ao psiquiatra, porém, Evan já tinha conseguido um “laudo” médico de Abrams. Rothman ligou para o psiquiatra e por telefone contou-lhe uma história fictícia na base do “O que seria se isso estivesse acontecendo?” Com o laudo em mãos, Evan talvez devesse ter ido à polícia, não? Mas não foi o que ele fez. Ele procurou Michael e exigiu dinheiro. Evan nunca quis colocar Michael na prisão. Tudo que ele queria, desde o início, eram os vinte milhões de dólares.

Quando os Chandlers resolveram acusar Michael, alegaram que as relações sexuais ocorreram em Mônaco, durante a viagem para participar do WMA. Jordan estava na companhia de sua mãe, como sempre esteve. E por que razão o menino se calaria sobre um fato tão sério quanto este? Por que ele negaria quando questionado pelo investigador particular Antony Pellicano se Michael o tinha tocado?
Se Jordan jamais disse uma palavra contra Jackson e se os adultos que faziam parte da vida do garoto nunca viram nada de errado, o que levou às acusações de abuso sexual?
Junte ao ciúme de Evan, seu temperamento instável, sua ambição e desejo por se tornar uma roteirista de cinema, e encontrará a resposta para a pergunta.
Em 1991, Jordan teve uma ideia: fazer uma paródia sobre Robin Hood, e disse isso ao pai. Os dois entraram em contato com o Rei da Paródia, Mel Brooks, que aceitou produzir o roteiro escrito por pai e filho.
O Los Angeles Times publicou em 13 de junho de 1993:

Vocês todos já ouviram falar sobre médicos roteiristas. Bem, aqui vai uma novidade: dentista roteirista. Um dentista de Beverly Hills, Evan Chandler, o homem que foi contratado para cuidar dos dentes de Sherry Lansing, Christian Slater, Valéria Golino, entre outros, encontrou um novo paciente na cadeira, numa manhã, interessado em ouvir algumas ideias de seu filme. O paciente foi o roteirista J. David Shapiro, a ideia veio realmente de seu filho, então com 11 anos de idade Jordie Chandler. O filho de Evan Chandler se virou para o pai e disse: ‘Sabe o que seria uma grande ideia? Uma paródia de Robin Hood.’ O Rei das Paródias, Mel Brooks, gostou do roteiro que a dupla lhe enviou e decidiu torná-lo seu próximo filme. Ele foi estrelado por Costner, no papel do herói atirador de flechas, que roubava dos ricos para dar aos pobres. Brooks e Chandler tinham um amigo em comum, Saphiro. O filme recebeu o título de ‘Robin Hood, Men in Tights.’”
Brooks apoiou o menino sobre a questão dos créditos, pois ele, o pai e Saphiro, discutiam a esse respeito. Brooks pensava que Jordan e o pai deveriam receber o crédito pela história; ele e Saphiro, pelo roteiro. A questão era se incluíam ou não Jordie nos créditos ao final do filme.
"Mesmo o garoto estando 12 ou 14 anos atrasado, ainda era uma boa ideia”, disse o autor de paródias como Blazing Saddles e Young Frankstein.
Evan e Jordan Chandler foram capazes de escrever um roteiro de Hollywood. Uma história fictícia que se tornou um filme. A ideia era de Jordan, e ele participou da redação do roteiro. Quem já viu "Robin Hood: Men in Tights" sabe que ele está cheio de piadas e insinuações sexuais. June Chandler teve uma discussão com Evan Chandler, porque ele não quis dar a seu filho parte do dinheiro ganho pelo script. Ela disse que ele lhe devia US$ 5.000.00.
Embora Jordan tenha co-escrito o roteiro, ele não recebeu créditos por isso, nem parte do dinheiro. O que levou sua mãe a cobrar de Evan. Segundo ela, o ex-marido estava passando o próprio filho para trás.
A amizade com Michael poderia ser a grande alavanca para o mundo do cinema. E Evan contava com isso.
David Noradahl, um pintor que trabalhou no esboço do logotipo para a empresa de produções cinematográficas que Michael estava criando, revelou em uma entrevista concedida em 2010 a Deborah L. Kunesh algo interessante:

"Eu estava trabalhando em esboços para a sua empresa de produção cinematográfica, chamada de ‘Lost Boys Productions’.... A Sony tinha dado a ele (Michael) $ 40 milhões para iniciar esta empresa de produção e o pai do menino (Evan Chandler), considerou mostrar algum material par de um roteiro... ele se imaginava um roteirista de Hollywood e por se considerar um amigo de Michael Jackson, assim como seu filho, esse cara acreditava que Michael iria colocá-lo em sua empresa de produções, que iria torná-lo um sócio nesta empresa de produções cinematográficas e é aí que a ideia dos 20 milhões dólares veio. Ele queria ½ do dinheiro da Sony. Foi comprovado. Foi uma extorsão. Michael ouviu seus assessores e todos eles lhe disseram para calar a boca e ir para a Coréia, vá em frente com sua turnê, você está no meio de uma turnê. Nós vamos cuidar disso...”
Nota da escritora: você pode ouvir essa entrevista no Reflections On The Dance

Também foi mencionado nos Los Angeles Times de 28 de agosto de 1993:

Fontes da indústria cinematográfica disseram que o pai do menino pediu US$ 20 milhões para a produção de filmes, do dinheiro que foi ofertado a Michael Jackson pela Sony em contrato de financiamento. Embora o pai do menino não tenha se pronunciado publicamente sobre esta acusação ou qualquer outro aspecto do caso, ele tem dito a amigos que a acusação de extorsão não é verdadeira.”
O pedido de Evan para a parceria no cinema não era um segredo nos círculos da indústria cinematográfica. Segundo seu irmão, Ray Charmatz, ele discutiu sobre o assunto com sua esposa, Natalie. Nessa conversa Evan Chandler diz que seu filho, Jordan, pediu a Michael que lhe desse um emprego em sua produtora cinematográfica.
Mas Michael não tinha intenção de tornar Evan Chandler seu sócio, ele sequer confiava naquele homem. Evan, pelo que demonstra sua conversa telefônica com Dave Schwartz, gravada por esse último, deixou claro a Michael o que esperava daquela amizade e quando teve certeza de que Michael não o daria, partiu para o ataque.
Michael se afastou de Evan, assim como June e Jordan, também. Nenhum deles queria falar com ele e estavam todos unidos contra ele.
Na referida conversa telefônica entre Evan Chandler e Dave Schwartz, Evan deixou claro que tentara diversas vezes falar com a ex-mulher e com Michael, mas eles o evitavam. Ele afirma ter marcado encontros aos quais eles não compareceram e que June havia sido rude com ele. Ele reclama da indiferença de Michael e diz querer a atenção do cantor. Dave Schwartz gravou a conversa e no dia 9 de julho de 1993. Em seguida, ele e a esposa, June, mostraram a fita a Michael.
De fato, June e Dave há algum tempo estavam tentando alertar Michael de que Evan estava tramando algo, mas ele disse estar acostumado com aquilo, que era algo que sempre acontecia a celebridades e que as pessoas estavam sempre tentando tirar dinheiro dele. Michael não pensava que Evan tramaria algo tão diabólico contra ele, mas ao escutar a fita, ele mudou de opinião.
àquela altura, Michael já tinha pedido ao seu advogado Bert Fields que tomasse algumas providências para protegê-lo de Evan. Bert Fields contratou o investigador particular Antony Pellicano. Antony estava com Michael quando escutaram a gravação.
“Depois de ouvir a fita durante dez minutos, eu sabia que era um caso de extorsão.” Diz Pellicano.
Segue-se a transcrição daquela conversa:

Chandler: Deixe-me colocar as coisas desta maneira, eu tenho certas palavras que irei usar, eu fui instruído a fazer dessa forma.
Schwartz: Sim
Chandler: Ok? Porque eu não quero dizer nada que possa ser usado contra mim.
Schwartz: Sim.
Chandler: Então eu sei exatamente o que eu posso dizer. é por isso que eu estou falando.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu tenho algumas coisas em papel para mostrar a algumas pessoas.
Schwartz: Sim.
Chandler: E é isso. Minha parte inteira vai levar dois ou três minutos,
e eu vou me virar e... (irregularidades na fita) E é isso. Não será nada mais que eu possa dizer.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu darei uma volta e eles terão uma decisão a tomar.

Schwartz: Sim.
Chandler: E com base nessa decisão, eu vou decidir se vamos ou não vamos falar novamente ou se isso irá adiante.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu tenho que fazer um telefonema. Assim que eu sair, vou ao telefone.

Schwartz: Sim.
Chandler: Eu farei uma chamada telefônica.
Schwartz: Sim.
Chandler: E direi "vá em frente" ou direi “não vá em frente, ainda”, é assim.

Schwartz: Sim.
Chandler: Assim que será. Eu fui orientado sobre o que fazer e eu tenho que fazer. Eu não sou... Acontece que eu sei o que está acontecendo, entende? Eles não querem falar nada comigo. Vocês têm se recusado a falar comigo. Mas agora terão que me ouvir. Esta é a minha posição. Pense sobre isso. Eu não estou dizendo nada de ruim sobre Michael, ok? Eu tenho tudo isso no papel.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu vou entregar o papel e inadvertidamente eu não (irregularidade na fita), eu entregarei o papel a Michel e direi “Michael, aqui está seu papel”. “June, aqui está o seu papel”.
Schwartz: Sim.
Chandler: "Compare os papeis. Leia tudo que está aí. Isso é o que eu sinto sobre isso. Vocês querem conversar mais? Vamos conversar novamente.
Schwartz: Sim.
Chandler: "Se vocês não"... (inaudível), mas, veja tudo o que eu estou tentando fazer agora, eles me forçaram a ir... (inaudível) no papel e entregar a eles para que leiam.
Schwartz: Sim.
Chandler: Porque... (inaudível). Quero dizer, não é lamentável? Ora, por que eles querem cortar-me, para ir tão longe, gastar tanto dinheiro, gastar tanto tempo em minha vida chorando, ficando fora de meu trabalho, não pagando... (irregularidades na gravação) ninguém mais? Por que eles querem me deixar assim?


*******************************************

Chandler: Bem, eu tenho que contar os dias, porque eu não quero que isso dure para sempre. Mas, eles estão indo para Turnê no dia 15 de agosto. Eles vão embora. Eles ficarão fora do país.
Schwartz: Sim.
Chandler: Por quatro meses.
Schwartz: Isso é ruim?
Chandler: Bem, eu não poderei me comunicar com eles sobre isso quando eles tiverem partido, poderei?
Schwartz: Eu quero dizer, mas você pensa que...
Chandler: Mas, na verdade, eles não irão.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eles não sabem ainda, mas eles não vão.
Chandler: Será mais uma tentativa, e essa é a única razão, porque este advogado que eu encontrei, eu quero dizer, eu entrevistei muitos e peguei o mais sórdido filho da puta que eu pude encontrar.
Schwartz: Sim.
Chandler: E tudo que ele mais quer e tornar isso público, o mais rápido que puder, com o maior impacto que puder.
Schwartz: Sim.
Chandler: E humilhar tantas pessoas quanto puder, e ele é mau... (inaudível).
Schwartz: Você acha que isso é bom?
Chandler: (falam simultaneamente, incompreensível) que ele está me custando muito dinheiro.
Schwartz: Você acha que isso é bom?
Chandler: Eu acho isso ótimo. Eu acho isso terrível. O melhor. Porque quando alguém, quando alguém lhe diz “eu não quero falar com você...”
Schwartz: Sim
Chandler: é verdade. Quero dizer, será um massacre se eu não conseguir o que eu quero, mas eu acredito que essa pessoa conseguirá o que ele quer.
Schwartz: Sim.
Chandler: Então, ele não adoraria... (inaudível) nada melhor que isso vá adiante. Ele é sórdido, ele é mau... (conversa simultânea) nada melhor que... (Incompreensível)
Schwartz: Sim.
Chandler: Ele é muito inteligente... (irregularidade) e ele está com fome de publicidade... (irregularidade) melhor para ele.
Schwartz: Sim.
Chandler: Então é assim que será.
Schwartz: Você não acha que todo mundo perderá?
Chandler: (simultânea, inaudível) humilhá-lo totalmente, em todos os sentidos.
Schwartz: Isto. Todo mundo não sairá perdendo com isso?
Chandler: Isso não é o problema. Veja, a questão é que se eu tiver que ir tão longe...
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu não posso parar e pensar "Quem ganha e quem perde?"
Schwartz: Sim.
Chandler: Tudo o que posso pensar é: “Eu só tenho um objetivo, e o objetivo é chamar a atenção deles.”
Schwartz: Sim.
Chandler: Então isto (inaudível) preocupações são... (inaudível) e enquanto eles continuam não querendo falar comigo, eu não posso dizer a eles quais são as minhas preocupações, então, tenho que ir passo a passo, cada hora de escalada do mecanismo de chamar a atenção, e isso é tudo que me interessa, uma forma de chamar a atenção. Infelizmente, depois disso, é totalmente fora de (irregularidades). Vai sair do nosso controle, isso será realmente enorme, vai seguir por si mesmo e estará completamente fora de controle. Vai ser extremamente enorme, e eu não vou ter alguma maneira de pará-lo. Ninguém mais poderá nesse momento. Quer dizer, uma vez que eu faça aquele telefonema, esse cara vai destruir todos que estiverem no caminho, de forma mais suja, desonesta, cruel, que ele possa. Eu dei a ele carta branca para fazer isso. Isto será depois de manhã, quer dizer, eu tenho feito tudo o possível, de minha parte, para dizer a eles para sentarem e conversarem comigo; e se eles continuarem... (inaudível) eu escalarei aquele mecanismo de chamar a atenção. Ele é o próximo, eu não posso ir a alguém legal... (inaudível). Isso não funciona com eles. Eu já descobri isso. Eu tentei falar com eles e eles me disseram “Vá se foder”.
Schwartz: Sim.
Chandler: Basicamente, o que eles precisam saber, verdadeiramente, é que a vida deles acabou. Se eles não se sentarem. De uma forma ou de outra isso será o próximo passo ou (inaudível) Eu não irei parar até conseguir a atenção deles. Eu não vou parar até eu chamar a atenção deles.
Chandler: As outras vezes que eu tentei falar com eles que precisávamos conversar tudo o que eu consegui foi: "Vá se foder. Nós não estamos falando com você”. Então, agora, eu tinha que deixá-los saber e fazer com que eles soubessem com certeza, que eles têm (inaudível) eles vão se machucar. Então (inaudível) Eu tenho que fazer (inaudível). Se eles não se sentarem e conversarem comigo, eles vão se machucar. Eles não podem continuar dizendo para eu ir-me foder. Eles precisam conversar. Eu quero conversar com eles. Não quero machucar ninguém. Eles estão me forçando a fazer isso. Eles estão me forçando a fazer isso por se recusar a sentar e falar comigo. Isso é tudo que eu peço. “Vocês se sentam e falam comigo (irregularidades na fita) lado da história. Eu escutarei vocês, daí, todos sentamos e conversamos sobre como isso pode ser resolvido”.
Schwartz: Sim. Então é isso...
Chandler: Isso é tudo que eu pedi.
Schwartz: Mas quando você diz “vencedor”, o que você quer dizer com “vencer”?

Chandler: Eu vou conseguir tudo que eu quero e eles serão totalmente... eles serão destruídos para sempre. Eles serão destruídos. June perderá Jordie. Ela nunca mais terá o direito de vê-lo.
Schwartz: Sim. Será que isso ajuda...
Chandler: A carreira de Michael acabará.
Schwartz: Isso ajuda o Jordie?
Chandler: A carreira de Michael chegará ao fim.
Schwartz: E isso ajuda o Jordie?
Chandler: Isso é irrelevante para mim. Isso é bobagem. Não. Michael tem que estar lá. Ele é o principal. Ele é o único que eu quero. Deixe-me colocar-lhe dessa forma, Dave. Ninguém nesse mundo foi autorizado a vir para esta família e se colocar entre June, Jordie e eu. Se eu passar por isso, eu ganho um grande momento. Não há maneira de eu perder. Eu chequei todos os lados, de dentro para fora.
Schwartz: Mas quando você diz "vencedor", o que você quer dizer com “vencer”?

Chandler: Eu vou conseguir tudo que eu quero.

*****************************
Chandler: Você sabe, você tem que me perdoar por uma coisa, mas fui orientado por meu... (advogado?). Se eu disser algo a alguém...
Schwartz: Sim. Tudo bem.
Chandler:... não me incomodar em chamá-lo de novo. Ele disse que este caso está apenas aberto (irregularidade na fita) “Se você abrir sua boca e soltar isso, não me procure mais”.
Schwartz: Tudo bem. Eu respeito isso. Tudo bem.
Chandler: Não que eu não confie em você ou nada.

*************************************

Schwartz: Mas por que não? Por que não poderíamos ir conversar sobre isso...
Chandler: Porque a coisa já... A coisa já foi posta em movimento.
Schwartz: Sim.
Chandler: Irá acontecer amanhã entre 08h30min e 08h36min.
Schwartz: Sim.
Chandler: Está fora das minhas mãos. Não faço mais nada.
Schwartz: Sim.
Chandler: Após 08h36min de amanhã. Tudo foi definido, automaticamente posto em movimento.
Schwartz: Sim.
Chandler: Eu não voltarei a entrar em contato...
Schwartz: Sim.
Chandler: ...com essa pessoa. Essa coisa é...
Schwartz: Deixe-me perguntar isso, então...
Chandler: (simultânea, incompreensível) 08h36min, a menos que eu ligue...
Schwartz: Sim
Chandler: ...e diga-lhe que não faça isso.
Schwartz: Então por que você não liga e diz isso?
Chandler: Porque eu não vou.
Schwartz: Por quê? Por que você não vai comigo? Quero dizer, nós confiamos um no outro. Nós respeitamos um ao outro. Por que você não pode ir comigo e nós decidimos juntos.
Chandler: Porque eu não quero falar com você sobre isso.
Schwartz: Por quê?
Chandler: Eu quero falar com June, Jordie e Michael. (simultânea, inaudível) Michael Jackson – A carreira de Michael Jackson acabou, Dave. Este homem vai ser inacreditavelmente humilhado. Você não acreditará. Ele não vai acreditar no que está preste a acontecer com ele.
Schwartz: Sim.
Chandler: Será pior que o pior pesadelo dele. (inaudível)... Não vender mais nenhum disco.
Schwartz: sim.
Chandler: Com certeza. E eu, eu quero dizer... eu estou (inaudível) isso apenas tem que acontecer em ordem para conseguir...para continuar (inaudível) e isso não terá de acontecer, se eles aparecerem amanhã.
Schwartz: Sim.
Chandler: Mas se eles não aparecerem, e eu quero deixar isso bem claro, eu tenho tentado tornar isso bem claro, esta é a última chance de conversar. “Se vocês conversarem, nós temos uma chance, se nós não conversarmos, está acabado. Está fora de minhas mãos.” Eu quero dizer, o que mais eu posso fazer? Então por que você não me apoia agora e vamos nos livrar de Michael Jackson? Há outras pessoas envolvidas, estão esperando meu telefonema, que será dado em certo momento.
Schwartz: Sim.
Chandler: - [irregularidade fita]. Eu paguei a elas para fazer isso. Eles estão fazendo seu trabalho. Eu apenas tenho que ir em frente com isso, no tempo certo.
Schwartz: Hmm Hum.
Chandler: Refiro-me ao tempo previsto. Tudo está acontecendo de acordo com um determinado plano, que não é só meu. Há outras pessoas envolvidas.




Fonte:



3º parte:

“O mais sórdido, cruel, sem escrúpulos, que eu pude encontrar.”

Se Evan Chandler tinha sinceras suspeitas, por que não ir à polícia? Por que contratar um advogado sem escrúpulos? Por que traçar um plano e pagar a outras pessoas? Quem eram essas pessoas e qual o papel delas no esquema? Não podemos responder a todas essas perguntas, mas uma coisa é certa: não é preciso seguir planos quando se diz a verdade. Muito menos se apoiar em pessoas como Barry Rothman.
O mais lógico e correto seria procurar a polícia e denunciar Michael Jackson, mas Eva Chandler preferiu procurar por um advogado. E não qualquer um. Ele escolheu o advogado mais sórdido que ele pôde encontrar, dentre todos que havia consultado, como ele mesmo disse, na transcrição que se encontra no capítulo anterior.
Barry Rothman foi apresentado a Chandler por Mark Torbiner. Rothman tornou-se cliente de Evan. Na verdade, decidiram trocar os serviços advocatícios pelos odontológicos.
"Este advogado que eu encontrei, eu escolhi o filho da p*** mais sujo que eu poderia encontrar", Chandler disse na conversa gravada com Schwartz. "Tudo o que ele quer fazer é levar isso a público o mais rápido possível e da forma mais alarmante possível e humilhar tantas pessoas quanto puder. Ele é safado, ele é mau, ele é muito esperto, e ele está com fome de publicidade".
Essa foi a maneira como Chandler o descreveu para Dave Schwartz. Para seus empregados, Barry Rothman era ainda pior. Ele era o demônio.
“Conhecer Barry Rothman é acreditar que ele poderia ter arquitetado aquele plano todo. Ponto final.” Disse Geraldine Hugues, uma antiga secretaria de Rothman que trabalhou para ele durante todo o escândalo envolvendo Jackson e que manteve uma espécie de diário sobre o que era discutido entre e Rothman e Evan Chandler.
“Isso (fazer acusações falsas contra Michael) é tipo de coisa que faz parte do caráter dele.” Completou Geraldine.
Nota: Geraldine Hugues é autora do livro “Redemption” (Redenção: A verdade por trás das acusações contra Michael Jackson).
Geraldine seria testemunha de defesa se o caso tivesse ido a julgamento. Ela afirma em seu livro que Evan e Rothman arquitetaram um plano contra Michael com o intuito de extorquir-lhe dinheiro e critica o descaso da polícia em relação à acusação de extorsão que Michael apresentou contra os dois. Segundo ela, a polícia jamais levou a acusação de extorsão a sério, jamais fizeram uma busca no escritório de Rothman, se tivessem feito, ela diz, teriam encontrado provas.
Antigos sócios, clientes e empregados revelaram um padrão de manipulações e fraudes cometidas por Rothman.
Conforme o excelente artigo “Was Michael Jackson Frammed”, escrito por Mary Fisher e publicado na revista GQ, Barry Rothman fez tantos inimigos que sua ex-mulher uma vez disse que era surpreendente que alguém ainda não o tivesse assassinado. Ele tem uma reputação de canalha.
“Ele parece ser um caloteiro profissional... Ele não paga a ninguém.” Concluiu o investigador Ed Marcus em relatoria ao Tribunal Superior de Los Angeles, como parte de uma ação judicial contra Rothman. Depois de analisar o perfil financeiro do advogado, que exibia mais de trinta credores que o estavam perseguindo.
Mais de vinte ações civis foram registradas contra Rothman no Superior Tribunal Justiça, diversas reclamações foram feitas à Comissão do Trabalho e ações disciplinares em três incidentes foram abertas contra ele pela ordem dos advogados da Califórnia.
Em 1992, ele foi suspenso por um ano. Mas a suspensão foi revogada e o colocaram sob observação.
Em 1987, Rothman devia US$16.800.00 em pensão alimentícia para os filhos.
Por meio de um advogado a ex-esposa, Joanne Ward, ameaçou penhorar os bens dele. Ele concordou em pagar a dívida. Mas um ano depois, como Rothman ainda não tinha pagado, o advogado de Ward tentou penhorar a valiosa casa dele em Sherman Oaks. Para sua surpresa, Rothman disse que não era mais proprietário da casa. Três nãos antes, ele tinha lavrado a escritura da casa para a Tinoa Operations Inc., uma empresa panamenha.
Segundo o advogado de Ward, Rothman alegou ter US$200.000,00 em dinheiro da Tinoa em sua casa, quando foi vítima de assalto. Transferir a casa foi a única maneira de devolver o dinheiro para a Tinoa. Ele alegou.
A ex-mulher e seu advogado suspeitaram de que aquilo não passava de uma artimanha de Rothman, mas nunca puderam provar.
Apenas quando teve seu Rolls Royce rebocado foi que ele resolveu pagar a dívida.
Documentos apresentados ao tribunal Superior de Los Angeles parecem confirmar as suspeitas de Ward e seu advogado. Eles mostram que Rothman criou uma elaborada rede de contas bancárias no exterior e empresas de fachada, aparentemente para esconder alguns dos seus bens, em particular a casa e grande parte dos US$531.000.00 decorrentes de sua eventual venda, em 1989.
As empresas, inclusive a Tinoa, podem ser ligadas a Rothman. Ele adquiriu uma empresa panamenha não operacional, embora existente, e arranjou as coisas para que seu nome não estivesse na lista de executivos, mas ele detinha poder incondicional como procurador e isso o deixava no controle da movimentação financeira.
Ex-empregados contam que tinham que implorar por seus salários. E às vezes os cheques que ele dava, eram devolvidos. Ele menosprezava as secretárias, humilhava. Diz uma delas. Por essa razão não conseguia manter secretárias especializadas na área jurídica.
Ele contratava empregados temporários por uma ou duas semanas e em seguida os demitia aos berros, dizendo que eram incompetentes. Não pagava pelos serviços alegando terem sido insatisfatórios.
Não demorou a que as agências de emprego percebessem o engodo e passassem a exigir pagamento antecipado.
Em 1992, ele sofreu uma medida disciplinar pela ordem dos advogados de Los Angeles fundamentada em um caso de conflitos de interesses.
Rothman tinha sido demitido no ano anterior por sua cliente Muriel Metcalf, a quem ele representava em um processo de custódia e pensão alimentícia.
Metcalf o acusou de superfaturar a sua conta. Quatro messes depois de ser demitido, Rothman passou a representar a empresa do ex-marido dela, sem que houvesse notificado a ex-cliente quanto a isso.
O que chama mais atenção neste caso, é que Metcalf acusou o marido, Bob Brutzman, de abusar do filho deles, um menino de 12 anos, quando Rothman ainda a representava. Brutzman negou a acusação.
O fato de Rothman conhecer a acusação não o impediu de representar Brutzman, o que lhe rendeu a medida disciplinar. Conta Mary Fisher em seu artigo.
O fato de Rothamn ter se envolvido no caso citado demonstra, também, que ele estava familiarizado com acusações de abuso sexual. A acusação contra Butzman, tudo indica, foi falsa e apenas uma artimanha de Rothman para tentar forçar Brtzman a aceitar um acordo que beneficiasse a ex-esposa. Mas quando ela se voltou contra ele, ao descobrir que estava sendo lesada, a acusação de abuso sexual contra o marido desapareceu.
Em 1992, Rothman tentava fugir de diversos credores. A Folb Management, uma agência imobiliária estava entre eles. Rothman devia a Folb US$ 53.000,00 em aluguel e juros por um escritório na Sunset Boulevard. Processado pela Folb, Rothman alegou que a segurança do prédio era tão inadequada que um dia assaltantes conseguiram roubar mais de US$ 6.900,00 em equipamentos de seu escritório. O advogado da Folb disse ao tribunal: “O senhor Rothman não é o tipo de pessoa em cuja palavra se possa acreditar.”
Em novembro de 1992 o escritório de advocacia de Rothman faliu, listando 13 credores, com dívidas montando em US$ 880.000,00 e bens não declarados.
Depois de analisar os documentos da falência, um ex-cliente que Rothman estava processando por custos judiciais em US$ 400.000,00, notou que Rothman tinha deixado de colocar na lista uma propriedade de US$ 133.000,00 e ameaçou denunciá-lo por fraude contra credores. Encurralado, Rothman desistiu do processo contra ele em questão de horas.
Rothman e Evan se conheceram no consultório deste último. Era maio de 1993 e os dois estavam, como se pode notar, em péssima situação financeira.
Durante uma festa de formatura, Evan confrontou a ex-mulher com suas “suspeitas”, ameaçando ir a público com as provas que tinha. Que suspeitas, se ele jamais viu nada? Quais provas, se ele nunca apresentou alguma?
“Ela considerou aquilo tudo uma bobagem.” Disse o advogado dela, Michael Freeman. Ela disse ao ex-marido que ia tirar as crianças da escola para poderem acompanhar Michael na segunda parte da Turnê. “Evan ficou irado e ameaçou ir a público. Que pai em sã consciência iria arrastar seu filho para os holofotes públicos?” Questiona Freeman. “Você iria querer proteger o seu filho.”
Foi Rothman quem instruiu Evan a procurar o psiquiatra Mathis Abrams, segundo consta nos diários de Geraldine Hugues.
O psiquiatra seria peça fundamental no esquema, uma vez que, por lei, estava obrigado a informar às autoridades sobre qualquer suspeita de violência contra crianças. Assim, Evan não se comprometeria, nem correria o risco de ser acusado de perjúrio ou difamação. Pois a denúncia viria do médico. Evan nunca acusou Michael formalmente, ele jamais assumiu essa responsabilidade.
Por que um pai hesitaria em avisar às autoridades sobre a suspeita de abuso sexual contra seu filho? Por que Evan Chandler não procurou uma delegacia assim que começou a suspeitar?
Pela mesma razão pela qual ele nunca falou sobre as suspeitas com o juiz que julgava seu processo de custódia: ele não queria proteger Jordan e punir Michael Jackson. Queria dinheiro.
Procurar o psiquiatra, como dito, foi parte do plano. O laudo que ele confeccionou viria a ser usado como uma arma contra Michael Jackson, um instrumento usado por Evan para chantageá-lo.
O que Evan queria? O que ele quis dizer com ganhar tudo que queria? O que ele disse a Michael que queria?
Segundo Michael, o que Evan desejava e exigia dele eram os vinte milhões, metade do dinheiro que a Sony disponibilizou para que Michael criasse uma empresa de produções cinematográficas. Essa questão é confirmada dor David Noradahl.
E faz sentido, pois no encontro que Evan teria com Michael em seguida, ele usou o laudo dado por Mathis Abrams para tentar coagir Michael a lhe dar os vinte milhões.
Interessante que a mãe e o padrasto do menino estavam ao lado de Jackson. Durante todo o tempo que Michael esteve com Jordan Chandler, o menino estava na companhia dos outros adultos, também. Evan Chandler sempre afirmou não ter visto nada de errado, portanto nada aconteceu na casa de Evan. E a mãe? Ela teria visto? é de se imaginar que a mãe testemunhou algum abuso e com ele foi conivente? E além de permitir que o filho sofresse abusos, ainda apoiava o agressor contra o pai do garoto? Por que June Chandler faria algo tão sórdido?
A resposta imediata para isso é sempre “dinheiro”. Mas June não era uma pessoa pobre, seu marido possuía uma empresa, eram de classe alta, não eram pessoas desesperadas por dinheiro. Não é razoável imaginar que ela prostituísse o próprio filho.
Segundo o depoimento de June ao delegado, Michael era o único homem em que ela confiava, o único que ela queria perto de seus filhos. Pois todos os outros homens de sua vida a tinham decepcionado.
No mesmo dia em que June e Dave Schwartz mostraram a fita a Michael, Pellicano se encontrou com Jordan Chandler e sua meia irmã Lilly, no apartamento de Michael em Century City. Sem a presença de Michael, Pellicano diz ter olhado nos olhos do garoto e ter lhe feito perguntas diretas como: “Michael já tocou em você?” “Alguma vez você o viu nu na cama?” A resposta a todas essas perguntas foi NãO. Jordan negou repetidas vezes que alguma coisa ruim tivesse acontecido.
Como Evan disse a Dave, ele pretendia se encontrar com Michael, June e Jordie, para conversarem e tentar “um entendimento”. Isso seria no dia 10 de julho de 1993. Mas os três não compareceram à reunião.
Quando Michael recusou-se a encontrar com Chandler, ele e Rothman passaram para a segunda parte do plano.
Em 11 de julho de 1993, deram início aos atos necessários para conseguir a custódia do menino. Evan pediu à ex-mulher que deixasse Jordan com ele por uma semana.
Bert Fields disse mais tarde em uma declaração ao tribunal, que June Chandler permitiu que o menino fosse por causa de uma garantia dada por Rothman a Fields de que o menino voltaria no tempo especificado, não esperando que a palavra de Rothman não tivesse valor algum e que Evan Chandler não devolveria o menino.
Wylie Aitken, advogado de Rothman, afirma que quando seu cliente deu a apalavra ele tinha realmente a intenção de devolver o garoto à mãe. Porém quando soube que ele seria levado para fora do país, para acompanhar Jackson na turnê, mudou de ideia.
Mas, na verdade, Evan já sabia que June tinha a intenção de tirar os filhos da escola e levá-los na viagem, desde a festa de formatura em junho. Evan chegou mesmo a dizer, na conversa telefônica com Dave, que June não sabia, mas ela e o menino não iriam a lugar algum. Evidente que ele já pediu pela visita de uma semana com o intuito de não devolver o filho.
A conversa foi gravada em 9 de julho, antes de Evan pedir a visita. E na fita fica claro que Evan e Rothman nunca tiveram a intenção de cumprir o acordo de visita.
No dia 12 de julho, apenas um dia após Evan Chandler assumir o controle de seu filho, ele exigiu que a ex-mulher assinasse um documento, preparado por Rothman, que a impedia de tira o menino de Los Angeles.
Isso significava que Jordan não poderia acompanhar Michael na turnê. Ele não poderia ir sequer a Neverland, já que ela fica em Santa Bárbara. De acordo com o depoimento de June ao delegado responsável pela investigação contra Michael, ela não queria assinar os documentos, pois queria viajar na companhia do cantor, mas ela contou, Michael pediu que assinasse, pois assim Evan ficaria mais tranquilo.
Isto demonstra que Michael não fazia questão da companhia de June e nem do filho, mas ela, sim, queria viajar com ele. Deparamo-nos com uma questão: Se Michael tinha desejo sexual pelo garoto, por que ele mesmo insistiria para a mãe assinar um documento que, como consequência, os manteria afastados?
June contou ao tribunal que assinou o documento sob coação, exercida por Evan. “Ele disse que eu não teria o menino de volta para mim.” Contou ela.
Daí se seguiu uma difícil batalha pela custódia, piorando a relação entre os pais e tornando ainda mais complexas as acusações de má-conduta feitas por Chandler contra Michael Jackson.
Enquanto isso, Rothman tratou de contratar um perito a fim de conseguir respaldo para as acusações que estava em vias de fazer. Ele ligou para o psiquiatra Mathis Abrams e pelo telefone apresentou a ele uma situação hipotética.
Sem ter se encontrado com Chandler, o filho dele ou Michael Jackson, o Dr. Mathis Abrams escreveu uma carta de duas páginas que enviou a Rothman no dia 15 de julho. (Seria ele uma das tais pessoas envolvidas a que Evan se refere na gravação?)
Nesta carta ele afirmava haver uma “suspeita razoável de que abuso sexual pudesse ter ocorrido”.
Abrams ainda advertiu que se a situação fosse real, ele teria o dever de comunicar às autoridades, o Departamento de Serviços para Crianças e a Família (DSCF) de Los Angeles.
De acordo com as anotações existentes nos diários de Geraldine Hugues, ex-secretária de Rothman, feitas no dia 27 de julho, era óbvio que Rothman estava guiando Evan no plano.
Rothman redigiu uma carta para Chandler, aconselhando-o sobre como denunciar abuso de crianças sem se responsabilizar, diz a anotação.
Até esse ponto, nenhuma acusação formal tinha sido feita, apenas insinuações, afirmações veladas, que se interligavam com a feroz batalha pela custódia.
Em 4 de agosto de 1993, porém, as coisas se tornaram muito claras. Chandler e seu filho se encontraram com Jackson e Pellicano em uma suíte no West Wood Hotel Marquis. Ao ver Jackson, diz Pellicano, Chandler deu um abraço afetuoso no cantor (?!) e disse “é bom te ver Michael”.
“é bom te ver Michael”?! Evan considerava bom rever o homem que ele acreditava ter molestado seu filho?! E deu-lhe um abraço afetuoso?! Não há coerência entre o que Evan Chandler dizia e suas atitudes.
Pellicano diria mais tarde, ao falar sobre esse dia, que teve certeza de que aquele homem estava mentindo. Pois se ele, Pellicano, tivesse a mais remota suspeita de que seu filho havia sido molestado e tivesse a chance de se encontrar com o algoz, ele estaria no corredor da morte, pois certamente mataria o sujeito.
Mas Evan Chandler tinha uma postura muito diferente de Pellicano. Ele deu um abraço no homem que acusava de ter molestado seu filho. E ainda disse que era bom vê-lo!
Jordan também correu em direção a Michael e o abraçou. Eles não se viam há algum tempo e o menino disse ao astro que sentido sua falta.
Os quatro se sentaram, Jordan e Evan em um sofá diante de Michael e Pellicano. Evan foi direto ao ponto. Disse a Michael que acreditava que ele havia feito sexo com Jordan. Chocado, Michael olhou para o garoto e perguntou: “Sobre o que ele está falando Jordie?” Mas o menino, abaixou a cabeça, envergonhado.
Evan continuou dizendo que queria vinte milhões de dólares, que deveriam ser usados para produção de quatro roteiros de cinco milhões cada um. Roteiros escritos por ele mesmo, é claro. Ou iria a público apresentar suas acusações.
Ele ameaçava ir a público. Procurar a imprensa, fazer um escândalo se não recebesse o dinheiro. Não disse que iria denunciar Michael à polícia, como seria certo fazer. Como havia dito a Dave Schwartz na conversa telefônica: “Será um massacre se eu não conseguir o que eu quero.”
O dinheiro, ele disse, serviria para pagar os estudos de Jordan, um psiquiatra para o menino e para ele, Evan, se aposentar.
O que David Noradahl contou a Deborah Kunesh faz todo sentido, não?
Michael Jackson negou que tivesse tocado em Jordan e disse que não daria a Evan dinheiro algum. Então Evan retirou do bolso a carta escrita por Abrams e a leu.
Quando Chandler leu as partes sobre abuso sexual infantil, o menino, diz Pellicano, abaixou a cabeça e, em seguida, olhou para Jackson com uma expressão de surpresa, como se dissesse “Eu não falei isso.”
Michael ficou perplexo com o que ouviu e disse que nem mesmo conhecia aquele médico. De fato, Abrams colocou naquela carta conclusões vazias, suposições, feitas a partir de uma situação hipotética; ele não tinha se encontrado com as partes. Mathis Abrams nem mesmo é um especialista no assunto, ele não é um pediatra e nem trata casos de pedofilia.
Michael não cedeu à chantagem, afirmando veementemente que jamais havia tocado em Jordan. Pellicano pôs Evan para fora da suíte. Quando chegou à porta, Evan apontou o dedo para Michael e o ameaçou:
“Eu vou arruinar você.”
Segundo Pellicano, Evan ainda teve a desfaçatez de perguntar se Jordan poderia ficar com o computador que Michael deu de presente a ele. Pellicano não sabia do que se tratava, mas disse que não poderiam ficar com porcaria nenhuma.
Mais tarde, naquela mesma noite, em um encontro com Pellicano no escritório de Rothman, Chandler e Rothman voltaram a fazer a exigência de US$ 20.000.000,00.
Em 13 de agosto, houve outra reunião no escritório de Rothman.
Pellicano voltou com uma contraproposta - um acordo para um roteiro de US$ 350.000.00. Pellicano diz que fez a oferta como uma forma de resolver a disputa da custódia e dar a Chandler uma oportunidade de passar mais tempo com seu filho, trabalhando em um roteiro juntos. Chandler rejeitou a oferta. Rothman fez uma ultima tentativa: um acordo para três roteiros ou nada - que foi rejeitada. No diário de Geraldine Hugues, uma anotação de 24 de agosto revela a decepção de Chandler: "Eu quase consegui um negócio de US$ 20.000.000.00", ela ouviu Chandler dizer a Rothman.
A oferta, segundo Pellicano e Fields, era uma tentativa de resolver a questão de forma a não prejudicar o menino, por quem tinham simpatia e, acreditavam, estava sendo vítima da ambição do pai. Usado por Evan para extorquir dinheiro de Michael.
Michael Jackson também acreditava que Jordan estava sendo forçado. Assim como June Chandler e Dave Schwartz também pensavam, conforme seus depoimentos ao delegado demonstrariam.




4º parte:
Criando memórias

O passo seguinte de Evan foi fazer Jordan falar aquilo que ele precisava que fosse dito. E para isso, lançou mão de uma droga poderosa conhecida como Amytal Sódico.
Antes de Chandler assumir o controle de Jordan, mantê-lo afastado da mãe, do padrasto, irmã e amigos, o garoto jamais tinha se queixado de má conduta por parte de Jackson.
Mas um dia no consultório de Evan a situação mudou. Sob o pretexto de extrair um dente problemático do menino, Evan Chandler chamou o dentista anestesista Mark Torbiner, que era seu amigo e um profissional de conduta bastante reprovável. Torbiner aplicou em Jordan o Amytal Sódico. (para saber mais sobre Torbiner clique aqui).
A jornalista da KCBS-TV, de Los Angeles, informou no dia 3 de maio de 1994, que Chandler havia aplicado a droga em seu filho, mas o dentista alegou que ele fez isso apenas para extrair um dente e que, sob influência da droga, o garoto veio com as alegações.
Questionado por Mary Fischer para seu artigo na revista GQ, sobre o uso do medicamento no menino, Torbiner respondeu: "Se eu usei, foi para fins odontológicos.”
Mas segundo especialistas as alegações de Jordan Chandler feitas sob influência da droga não podem ser consideradas confiáveis. Na, verdade, são altamente questionáveis.
"é um medicamento psiquiátrico em que não se pode confiar para produzir a realidade", diz o Dr. Resnick, um psiquiatra de Cleveland.
"As pessoas são muito sugestionáveis sob efeito dele. As pessoas vão dizer coisas sob o efeito do Amytal sódico que são descaradamente falsas." Completa Resnick.
Amytal sódico é um barbitúrico, uma droga que causa extrema confusão mental. é invasiva, ela coloca as pessoas em estado hipnótico quando injetada de forma intravenosa. Segundo alguns especialistas, o efeito é ainda mais forte que a hipnose.
O uso foi difundido após a II Guerra Mundial, para tratamento de soldados em estado catatônico, ou que sofriam de amnésia.
Mas estudos científicos realizados em 1952 comprovaram que a droga não era “um soro da verdade” como era erroneamente considerada. O estudo ainda demonstrou os riscos da droga, que pode induzir a formação de falsas memórias. Através de perguntas, falsas memórias podem ser facilmente implantadas nas pessoas sob seu efeito.
“é perfeitamente possível implantar uma ideia através de uma mera pergunta”. Diz Resnick.
Os efeitos do Amytal podem ser ainda mais graves. As ideias implantadas podem ser tornar “memórias” e os estudos mostram que mesmo quando a verdade é dita o paciente continua a acreditar na fantasia.
"A ideia pode se tornar sua memória e os estudos mostraram que mesmo quando você lhes disser a verdade, eles vão jurar sobre um monte de Bíblias que aconteceu.”. Explica o médico.
Holly Ramona, uma garota de 20 anos, que vivia em Napa, Califórnia, esteve envolvida em um caso famoso, julgado naquela cidade, em 1993.
Submetida a várias sessões de terapia, onde em pelo menos uma lhe foi administrado Amytal sódico, Holly acusou o próprio pai, Gary Ramona, de molestá-la, quando ela era criança.
Gary Ramona negou a acusação veementemente e processou o terapeuta da filha, que havia ministrado o medicamento. Julgado, Gary Ramona foi absolvido pelo júri que acreditou que o terapeuta e o psiquiatra de Holly reforçaram as falsas memórias.
Ramona foi o primeiro caso bem sucedido para o chamado "fenômeno de memória reprimida", que resultou em milhares de acusações de abuso sexual durante a última década. Muitas das quais se mostraram infundadas.
Você pode ler sobre mais casos de acusações de abuso sexual falsas aqui:
Holly Ramona afirmou que o pai a violentava desde os quatorze anos e que a engravidara. Ele ainda a teria forçado a realizar um aborto, com uso de um cabide. Mas quando Holly foi submetida a exames, constaram que a jovem era virgem e que nunca tinha estado grávida.
O uso de Amytal sódico para sedar durante uma extração de dente, como alegou Chandler, é muito suspeita. Pois não se trata de uma droga usada para esse fim e que, ainda, causa efeitos tão perturbadores na psique do paciente.
"é uma medicação absolutamente psiquiátrica." Conforme o Dr. Kenneth Gottlieb, um psiquiatra de San Francisco, que tem administrado Amytal sódico em pacientes com amnésia. Dr. John Yagiela, o coordenador do departamento de anestesia e controle da dor da Faculdade de odontologia da UCLA, acrescenta: “é incomum utilizá-lo [para extrair um dente]. Não faz sentido quando existem alternativas melhores e mais seguras. Essa não seria a minha escolha.”
Os efeitos de Amytal são tão graves, que muitos médicos apenas o utilizam em hospitais.
"Eu nunca iria querer usar um medicamento que mexe com o inconsciente da pessoa, a menos que não houvesse outro medicamento disponível", diz Gottlieb.
"E eu não iria utilizá-lo sem um equipamento ressuscitador, para o caso de alergia, e somente o usaria na presença de um anestesista geral."
“Chandler, ao que parece, não seguiu estas orientações. Ele realizou o procedimento em seu filho em seu consultório, e ele contou com um anestesista odontológico (Mark Torbiner) como especialista. (Foi Torbiner quem apresentou Chandler a Rothman, em 1991, quando Rothman precisou de um serviço odontológico)”, diz Mary Fisher em seu artigo de 1995.
Foi sob o efeito do Amytal e depois de Evan Chandler perguntar diversas vezes a Jordan se Michael o havia tocado, que o garoto, completamente grogue, fez que sim com a cabeça.
Nota: Para saber mais sobre o processo de criar memórias leia o artigo científico “Criando memórias falsas” acessando o link abaixo:

Diante de um a “revelação” como essa, ainda que induzida por perguntas e estando o menino sob o efeito de uma droga hipnótica, era de se esperar que Evan fosse diretamente a uma delegacia. Mas não foi isso que ele fez. E por que não?
Porque ele não queria proteger Jordan, queria chantagear Michael.
Lembremos que, embora Evan Chandler disputasse a custódia de Jordan com a ex-mulher, jamais disse ao juiz daquela causa, que havia suspeitas de abuso sexual. O juiz, mesmo sendo da esfera civil, poderia tomar uma atitude com o intuito de proteger o adolescente, mesmo que considerasse a suspeita infundada. Mas Evan nada disse sobre a questão.
Ele perdeu o caso e o juiz determinou que devolvesse Jordan à mãe, imediatamente. Mas ele não cumpriu a ordem.
Conforme relatou Mary Fischer em seu artigo, em 16 de agosto, três dias depois de Chandler e Rothman terem recusado o acordo para um roteiro de US$350.000,00 a situação chegou ao seu limite.
Em nome de June Chandler, Michael Freeman comunicou a Rothman que entraria com uma ação na manhã seguinte para forçar Chandler a devolver o menino.
Se perdesse o controle sobre Jordan, Evan veria seu plano ir por água abaixo. Em vez de levar o garoto de volta à mãe, ele o levou até Mathis Abrams, o psiquiatra que enviou a Rothman sua avaliação da situação hipotética de abuso sexual infantil.
Durante uma sessão de três horas, o rapaz alegou que Jackson havia tido relações sexuais com ele. Ele falou de masturbação, beijos, carícias dos mamilos e sexo oral.

O próximo passo era inevitável. Abrams, que é obrigado por lei a relatar qualquer suspeita de violência contra crianças às autoridades, ligou para uma assistente social do Departamento de Serviços para Crianças e a Família em 17 de agosto de 1993 e relatou as alegações, o DSFC, por sua vez, informou à polícia.

A polícia emitiu mandados de busca para Neverland e para o apartamento de Century City em 21 e 22 de agosto de 1993. Michael Jackson estava na Tailândia para o pontapé inicial da segunda etapa da Dangerous World Tour e ele estava fora dos EUA desde 20 de agosto.
A investigação completa de Michael Jackson estava prestes a começar.

5º parte:
“Será um massacre se eu não conseguir o que quero”

Exatamente como Evan previu em sua conversa telefônica com Dave Schwartz, a coisa saiu do controle quando ele levou Jordan ao psiquiatra. Ao serem informadas de que havia suspeita de abuso sexual infantil, as autoridades deram início às investigações, como deveriam fazer. E para a história chegar à imprensa, foi questão de tempo. Pouco tempo.
Conta Mary Fischer em seu artigo para GQ que, cinco dias depois de Abrams ligar para as autoridades, a mídia ficou sabendo da investigação. Na manhã de domingo, 22 de agosto, Don Ray, jornalista freelance, em Burbank, estava dormindo quando seu telefone tocou. O autor da chamada, um de seus informantes de dentro da polícia disse que tinham sido emitidos mandados de busca para o rancho e o condomínio de Jackson. Ray vendeu a história para a KNBC LA-TV, que deu o furo de reportagem às 4 da tarde do dia seguinte.
Eram 23 de agosto e Conan Nolan do canal 4 KNBC LA-TV, transmitiu a informação apenas cinco horas após tê-la recebido. Ele disse que a polícia realizou uma busca nas instalações de Michael Jackson como um resultado de acusações feitas por uma mulher que alegava que seu filho foi abusado em uma das casas do cantor.

Um relatório também foi realizado mais tarde naquele dia na estação de TV KNBC-filial de Nova Iorque, WNBC. As outras redes relataram a notícia em 24 de agosto de 1993.

A notícia foi transmitida às pressas, sem que se preocupassem em checar, para não perderem o furo de reportagem. Na verdade, foi Evan Chandler quem acusou MJ, não June Chandler, e as alegações foram relatadas pelo Dr. Abrams.

ERay rastreou o serralheiro que acompanhou os policiais e foi assim que ele descobriu a história. O serralheiro disse que esperava que eles não encontrassem o que estavam procurando. Don Ray diria mais tarde que ele estava com vergonha de ser jornalista pela forma como os seus colegas cobriram o caso e lincharam Michael Jackson. Ele se sentiu mal por dar a notícia. Ele disse que optou por não comunicar a natureza do alegado abuso.

Foi uma coincidência que esta fonte da polícia escolheu a véspera da abertura da Turnê para revelar essa notícia a Don Ray?

Depois disso, Ray "assistiu esta história ir longe, como um trem de carga", diz ele. Dentro de vinte e quatro horas, Jackson foi o assunto principal em setenta e três noticiários só na área de Los Angeles e estava na primeira página de todos os jornais britânicos. A história de Michael Jackson e o garoto de 13 anos se tornou um frenesi de exageros e rumores infundados, com a linha, que separa a imprensa séria dos tabloides, praticamente eliminada.

A extensão das alegações contra Jackson não foram conhecidas até 24 de agosto. Uma pessoa de dentro do Departamento de Serviços para a Criança ilegalmente vazou uma cópia do relato de abuso para Diane Diamond do Hard Copy.

Diane Dimond, reporter de tabloide, disse que seu chefe a chamou em seu escritório para assistir à cobertura da KNBC e ele a colocou na história. Burt Kearns escreveria mais tarde em seu livro “Tabloid baby” que ele recebeu um facs do relatório de Serviço para Crianças e o deu a Dimond para que ela o divulgasse.

Ele serviu como o editor-chefe do tabloide Hard Copy e A Current Affair, e a maioria das coberturas vergonhosas vieram esses dois programas, que têm sido descritos como lixos tabloidescos. O Hard Copy também tem sido rotulado como um dos piores tabloides e suas âncoras Diane Dimond, Terry Murphy, e Barry Nolan foram rotulados como "as coisas mais repugnantes que você poderia ver na sua sala de estar com menos de seis pernas."

A NBC "Dateline" foi acusada de copiar esses programas. Diane Dimond foi negativamente criticada por suas reportagens tendenciosas sobre Michael Jackson, seu envolvimento com o Ministério Público e suas histórias imprecisas. Ela se descreveu como "um tubarão sempre em movimento na água", e Ishmael Reed da Broadcasting & Cable se referia a ela como a "caçadora de Michael Jackson".

Ela tem sido desacreditada a cada história "contar tudo", e ela comprou um chapéu autografado do cantor em um leilão em Hollywood por US$ 1.200.00. "Eu apenas tive que comprá-lo. Eu queria tocá-lo e colocá-lo". Ela respondeu, cinicamente.

Seu envolvimento com muitas pessoas é considerado suspeito, já que "as testemunhas contam-tudo" contavam apenas no programa dela. Ela estava em torno de indivíduos de caráter e atividades duvidosos e que estavam atrás de Michael Jackson.

O Hard Copy é um programa sensacionalista e Diane Diamond tornou-se uma das principais detratoras de Michael, chegando a ser processada pelo cantor, por pagar pessoas para fazerem falsas acusações contra ele em seu programa.
“Poucas horas depois, o escritório de uma agência de notícias britânica em Los Angeles também obteve o relato e começou a vender cópias para qualquer repórter disposto a pagar US$ 750,00. No dia seguinte, o mundo todo conhecia os detalhes explícitos contidos no relato. ‘Enquanto estavam deitados, um ao lado do outro, na cama, Jackson colocou a mão dentro das calças [da criança]’, escreveu a assistente social. A partir daí, a cobertura da imprensa logo demonstrou que valia tudo sobre Jackson.” Relatou Mary Fischer.
"A concorrência entre as agências de notícias tornou-se tão acirrada", disse Conan Nolan da KNBC, que "as histórias não estavam sendo verificadas. Foi uma coisa muito infeliz." O The National Enquire (Tabloide britânico) colocou vinte repórteres e editores no caso. Uma equipe bateu em 500 portas em Brentwood tentando encontrar Evan Chandler e seu filho. Utilizando os registros de propriedade, eles finalmente conseguiram, avistaram Chandler em sua Mercedes preta. “Ele não ficou feliz. Mas eu fiquei”, diz Andy O’Brien, fotógrafo de um tabloide.

No dia 24, à noite, o comandante da Polícia de Los Angeles, David Gascon confirmou que uma investigação havia começado há uma semana, mas ele não revelou detalhes. Ele disse que a investigação estava em um estágio inicial, e que o chefe Williams "está muito preocupado que a investigação seja feita de forma objetiva e com absoluta lealdade a todos os envolvidos." Ele acrescentou que a equipe de Jackson estava cooperando plenamente com os detetives.

No mesmo dia, Antonny Pellicano apareceu no noticiário confirmando as alegações, dizendo que se tratava de uma tentativa de extorsão mal sussedida. Pellicano também diria, mais tarde, que recebeu um telefonema informando-o sobre o que estava acontecendo e percebeu que as ameaças de Evan Chandler haviam se materializadas.

A família de Michael convocou uma coletiva de imprensa onde expressou seu apoio ao cantor. Eles continuariam a defendê-lo, em entrevista e declarações na TV durante todo o processo. Exceto por La Toya que, por dinheiro acusou o irmão, foi desmentida pela família e nos anos seguintes implorou que a perdoassem, culpando o marido pelas mentiras que contou sobre Michael.
Howard Weitzman, advogado criminal que representava Michael, leu sua declaração sobre o caso:

“‘Eu estou confiante de que o Departamento (de polícia) conduzirá uma investigação justa e através dessa investigação será provado que não houve nenhuma conduta reprovável de minha parte. Eu pretendo continuar com minha turnê mundial e aguardarei todos vocês nas cidades agendadas. Eu estou profundamente agradecido pelo apoio incondicional de minha família e de meus fãs pelo mundo todo. Eu amo todos vocês. Obrigado.’ Michael.”
O advogado de June Chandler, Michael Freeman, falou a Larry King, da CNN, que ela não sabia das alegações até a polícia informá-la. Ele acrescentou que ela estava chocada com as notícias.
Descobriu-se logo que o Chefe Williams não estava verdadeiramente preocupado.

A polícia de Los Angeles provou ser a maior fonte de vazamentos de informações confidenciais, e os acontecimentos que se seguiram realmente demonstrou que o Chefe Williams e seu departamento não realizaram uma investigação justa de ambos os lados.

Eles eram extremamente injustos com Michael Jackson. Nos dias que se seguiram, Michael Freeman se reuniu com o Departamento de Serviços para as Crianças e disse que estava muito chateado com o vazamento e os funcionários da polícia e do DCFS diria mais tarde que eles estavam com medo de ser despedido e todo mundo estava destruindo cópias mantidas em suas mesas. O juiz Tucker emitiu uma ordem à políca de Los Angles e ao DCFS e ao LAPD LA & Family Services lembrando-os de que vazamento de informações confidenciais sem a aprovação do tribunal é contra a lei.

Pellicano também apareceu no noticiário no mesmo dia e disse que o que estava acontecendo era o resultado de uma tentativa de extorsão que dera errado. Ele não revelou a natureza das alegações.

Os meios de comunicação foram repetindo o falso rumor de que a mãetinha acusou Jackson e arquivado o relatório. Eles nunca verificaram nada, pois eles estavam tratando esta história de forma desonetsa e irresponsável, como sempre costumavam fazer, quando se trata de Michael Jackson.

A mãe nunca o acusou de nada, Evan Chandler fez, e Dr. Abrams informou às autoridas. Os meios de comunicação eram muito pouco profissionais para esperar por uma confirmação oficial, e eles estavam alimentando o público com imprecisões.

Michael Frreman diria mais trade que os policiais disseram a June Chandler, com expressão facial séria, que o cantor se encaixa no "perfil clássico do pedófilo".

O que os policiais fizeram foi tentar convencer June a se voltar ocntra Michael (o que ela acabaria por fazer) fazendo uma afirmativa rizível. Não existe perfil clássico de pedófil, segundo a ciência, e o comprotamento de Michael não condiz com o que é normalmente observado em indivíduos acomentidos por esse destúrbio, a que os especilaistas chamam de “características semelhantes” entre os agressores.

Esse incidente virou motivo de piada na cobertura de imprensa fora dos EUA.

A KNBC-TV informou que os detetives haviam apreendido bens, incluindo vídeos e fotografias. Esses itens foram falsamente apresentados como "provas" pelos preguiçosos tabloides sensacionalistas. Que provas? Não havia nenhuma evidência de qualquer coisa e como resultado Jackson nunca foi preso.

O fato de que a polícia emitiu mandados baseado em uma alegação infundada de Jordan Chandler levantou um monte de perguntas no momento. Eles não tinham nada para corroborar a sua história e a busca não resultou em nada. Não foi encontrada nenhuma evidência contra o cantor. Para solicitar um mandado de busca, a polícia precisa provar que têm uma causa provável de que um crime foi cometido, e não tinham nada.

Uma explicação foi oferecida pelos o Los Angeles Times:


"Deanne Tilton-Durfee, diretora executiva do Conselho do Condado de Los Angeles Inter-Agência sobre Abuso e Negligência, advertiu que muitos podem estar se precipitando. ‘Estes tipos de investigações ocorrem milhares de vezes por ano. é prematuro atribuir muita credibilidade a isso ainda. Celebridades são vulneráveis ​​à extorsão’, disse Tilton-Durfee, que disse ter visto muitas denúncias feitas contra os anfitriões de alto perfil que não foram fundamentadas.”

Das 2,9 milhões de relatos de abuso infantil feita por todo o país em 1992, apenas cerca de 40% são justificados, disse ela. No ano anterior, o Departamento de Polícia investigou 4.213 denúncias de abuso infantil, resultando em 1.219 apreensões.

As autoridades estão obrigadas a investigar todos os relatos credíveis que recebem de abuso físico ou sexual, embora tais investigações devessem ser confidenciais até as acusações criminais serem arquivadas.

Em Los Angeles, os relatórios de abuso de crianças normalmente são enviados para a polícia ou o Departamento de Serviços para Crianças, que cruzam as referências de seus casos. Apesar de o Departamento Serviços para Crianças investigar para determinar se uma criança está em perigo e se deve ser removida de uma casa, a polícia normalmente procede a uma investigação paralela somente se houver razão para suspeitar de atividade criminosa.

Mandados de busca, tais como aquelas que foram realizados em Neverland e no apartamento de Michael, não são raros em investigações de abuso infantil. "Legalmente, um mandado de busca pode ser usado muito liberalmente com uma alegação de abuso", disse Tilton-Durfee.

Barry Tanlow, um advogado de defesa criminal e perito em mandados de busca, disse Adam Sandler da Daily Variety:

"é errado tirar algum tipo de conclusão que Jackson é culpado com base no fato de que um mandado de busca foi emitido. Há magistrados que rotineiramente aprovam mandados de busca. Eles assinam tudo que estiver na frente deles."

Fontes policiais disseram ao Times:


"Não há nenhuma evidência médica, nenhuma prova gravada, o mandado de busca não resultou em nada que possa suportar uma acusação criminal."

Alguns repórteres preguiçosos da mídia tentaram sem sucesso criar insinuações apresentando a história falsa do motorista Gary Hearne, mas seu esforço morreu logo após o depoimento gravado de Hearne. Sr. Hearne disse que foi instruído para remover uma pasta do condomínio Century City depois que a polícia tinha concluído a sua busca. Ele também disse que nunca a abriu. Fontes da polícia pôs fim à imaginação dos tabloides.

A pasta foi retirada após a busca que, aliás, não resultou em nada. Então, não haveria motivos escusos para a ordem. Os advogados de Michael, provavelmente, apenas queriam documentos que se encontravam naquela pasta que, àquela altura, já tinha sido examinada pelos policiais.

O Departamento de Polícia de Los Angeles continuaria a não falar sobre o caso porque, como eles disseram, não queriam alimentar qualquer tipo de expeculação. Sem informações precisas e confirmadas, e sem provas, os tabloides continuariam a criar histórias.

A imprensa repetia as afirmações infundadas do relatório obtido ilegalmente e não mencionou a descrição de extorsão que estava no mesmo documento. A polícia foi criticada por suas táticas e o mundo testemunhou o mau uso do caso pelos meios de comunicação, bem como o seu esforço inegável para manchar a imagem de Jackson.

A triste consequência desta subcultura foi que muitos desses repórteres de tabloide mais tarde se vangloriariam sobre o seu comportamento pouco profissional e vergonhoso. Os repórteres dos tabloides cuja "cobertura" foi desacreditada inúmeras vezes, continuam a mentir diante dos telespectadores.

E o público nunca se preocupou em olhar para os fatos. As pessoas estavam cognitivamente deficientes da cobertura imunda e até hoje eles continuam a apresentar rumores falsos, exibindo a sua ignorância aqui e ali.

Vários jornais atacaram a âncora da CBS, Paula Zahn, por sua decisão de chamar a repórter de tabloides, Diane Dimond, do Hard Copy.

“Durante toda a cobertura do suposto abuso sexual, liguei na CBS This Morning e vi Diane Dimond sendto entevistada por Paula Zahn. E eu me lembro de pensar: ‘Este é um momento seminal na regressão do jornalismo. ’" Howard Rosenberg , crítico de TV do Los Angeles Times.

Jornalistas sérios estavam muito preocupados porque os repórteres do tabloide estavam aparecendo em importantes canais de notícias. The Salt Lake Tribune caracterizou o incidente CBS "um momento marcante, em 1993, do processo de mídia incestuosa."
Os relatórios internacionais, sobre tabloides sendo usados ​​como "fontes" na América, foram muito mais condenatórios. Esta triste realidade foi também revelada nos arquivos do FBI, onde podemos ver as capas dos tabloides nos seus relatórios e eles tiveram que gastar tempo e dinheiro para verificar a alegação de cada pessoa louca. Eles não encontraram nada credível nessas alegações e esta é uma situação muito preocupante para a polícia quando um caso chega à imprensa, envolvendo pessoas mentalmente desequilibradas, que estão tentando se envolverem em uma investigação a fim de se sentirem importantes por cinco minutos.
Burt Kearns, que desempenhou um papel fundamental na televisão tabloide, viria a revelar:
"Aqui está como isso funcionava: Digamos alguém no escritório ouviu ou decidiu iniciar um boato de que Michael Jackson foi pego en flagrante com sua lhama. O editor de atribuição, em Nova Iorque chamaria o escritório de Los Angeles para verificá-la. Se a história acabou por ser não confirmada ou considerada falsa, não era necessariamente abatida ou declarada morta. Se a história era boa o suficiente, alguns vet tabloide de Nova Iorque colocariam lenha na fogueira vazando para um dos muitos jornalistas de tabloides britânico acampados em Los Angeles. O Brit iria apoderar-se do rumor, pagar alguém como uma suposta ‘fonte anônima’ para confirmá-la, em seguida, escrever a história como um evangelho para um dos tabloides ultrajantes de Londres. A história seria a próxima a ser enviado por facs a partir de Los Angeles para Londres, publicado na Inglaterra, em seguida, enviados por fax de volta para A Current Affair escritório em Nova Iorque, onde o pessoal iria fazer uma história rapidamente sobre o que eles sabiam que nunca aconteceu em Los Angeles. A história incluiria um tiro da manchete de jornal britânico para mostrar que estavam apenas informando ‘o que o mundo está falando’. Assim, uma história que foi gerada em New York City, abatida em Los Angeles, enviada para a Inglaterra, publicada em Londres, voltaria para Nova Iorque e cruzaria toda a América em seu caminho de volta para New York City. Os advogados da Fox aceitariam bem a história porque foi atribuída à jornais de Londres ."

Kearns acrescentou que não era nenhuma supresa que Jackson precisasse mais de seus comprimidos prescritos e que a TV tabloide tratasse seus telespectadores como "garandes idiotas".

Greta Van Susteren lembrou a todos durante sua aparição na CNN que o trabalho de um repórter é o de apresentar somente os fatos comprovados e não boatos e opiniões. O crítico de mídia do Los Angeles Times disse que a história de Jackson eliminou a fronteira entre a imprensa sensacionalista e os meios de comunicação chamada respeitável. O New York Times se recusou a continuar a escrever sobre a história até que evidências factuais sobre o caso saísse de fontes oficiais.
Na verdade, New York Times abrangia apenas os fatos que foram verificados a partir de fontes oficiais e não relataram nada que veio de tabloides. O respeitado jornal francês Le Monde disse que o cantor tinha sido condenado pela imprensa com base em boatos e não em fatos provenientes do inquérito policial.
Le Monde abrangia apenas os fatos e não os rumores, enquanto ao mesmo tempo, criticava a imprensa sensacionalista, junto com tantos outros jornais internacionais com esse status. Barbara Reynolds, do USA Today apareceu em Maria Tillotson, da CNN, para dizer que a imprensa não era justa sobre Michael Jackson e eles passaram muito tempo apresentando as alegações não confirmadas de Evan Chandler como se fossem verdade, mesmo que Michael Jackson não tenha sido acusado de um crime e mesmo sabendo que essa pessoa queria alguma coisa de Jackson.
Ela passou a dizer que, de repente, a imprensa esqueceu quem Michael Jackson era e eles passaram pouco tempo apresentando o outro lado da história em que inúmeras crianças e suas famílias estavam defendendo o cantor.
A histeria, nesse período de tempo na América, onde todos pensavam que seu vizinho era um molester da criança e qualquer um poderia facilmente ser acusado, também foi mencionada. De fato, durante os anos 90 essa questão se transformou em uma epidemia, levando a várias acusações falsas.
Não tendo encontrado nenhuma prova incriminatória, a polícia começou a entrevistar todo mundo que estava perto do cantor, usando números de telefone encontrados em uma agenda de endereços e telefones que apreenderam do condomínio Century City. Uma fonte policial disse ao Times que "eles estão ainda entrevistando os amigos dos amigos para ver se eles foram informados de alguma coisa."
Novamente, isso foi apresentado de forma desonesta pelos repórteres de tabloides, que disseram que outras pessoas acusaram Michael. Na realidade, ninguém mais fez acusações contra Jackson, a polícia os rastreoou, os procurou, pediu para ser entrevistados, mas todos eles defenderam Jackson. Muitas das crianças apareceram na televisão para defender publicamente o cantor (Bret Barnes e Wade Robson, entre outros) e fizeram a mesma coisa no julgamento de 2005. Famílias que se tornaram amigas de Jackson continuam a defendê-lo até hoje.
Outro mito do tabloide foi que Jackson estava planejando se render. Na verdade, a única coisa que ele estava planejando era o seu concerto naquela noite. Howard Weitzman imediatamente os desmentiu: "Não existe um plano para ele se entregar, porque não há nenhuma razão para ele se entregar." Esse desejo fantasioso da mídia nunca se materializou.
Não havia razão para que Michael se entregasse, porque não existia um mandado de prisão contra ele. Não havia sequer uma acusação, apenas investigações. Isso demonstra, mais uma vez, como a imprensa passa informações totalmente descabidas o tempo todo.
Enquanto isso, a investigação quanto à extorsão havia começado. Dado o fato de Jordan Chandler descrever o incidente no relatório do Departamento de Serviços para as Crianças, a Sra. Rosato, que diz em seu relatório “a criança afirma que seus pai e advogados, se encontraram com Jackson e advogados e discutiram sobre resolver a questão com dinehiro”. Chandler e Barry Rothman se recusaram a ser entrevistado pela polícia para a afirmação de extorsão.
Ao mesmo tempo, Jackson estava cooperarando plenamente para a investigação de abuso. Rothman entrou com uma ação de difamação contra Jackson, Pellicano e Weitzman, porque ele teve que deixar a representação de Chandler, uma vez que houve uma investigação de extorsão contra ele.
A triste verdade é que a polícia fez um péssimo trabalho investigativo quanto à acusação de extorsão. Eles não gastaram o mesmo tempo, a mesma quantidade de dinheiro dos contribuintes, eles não tinham a mesma raiva, eles não emitiriram mandados de busca contra Rothman e Chandler; e quando eles se recusaram a cooperar, eles não chamaram um Grande Júri como fizeram para Jackson.
O chefe Williams falhou em sua promessa de ser justo com Michael Jackson. A extorsão não foi igualmente investigada. As autoridades estavam obcecadas e tendenciosas contra o cantor. Isso também foi notado e criticado pela imprensa internacional.
Um leitor escreveu ao jornal Los Angeles Times:
"é terrível ver a forma como os repórteres de notícias locais de televisão estão cobrindo as acusações contra Jackson. Depois de liderar cada noticiário com histórias e histórias paralelas sobre a investigação, várias estações têm tomado a posição de criticar duramente a imprensa britânica por revelar os nomes dos acusadores. Uma vez que as estações locais são tão ansioso para revelar o nome de alguém acusado de abuso sexual infantil, porque eles não vão revelar os nomes dos acusados ​​por extorsão? Pelo menos a imprensa britânica é consistente.”
DeWayne Wickham do USA Today, criticou seus colegas pela cobertura parcial e imprecisa, por não incluir a extorsão mencionada por Jordan Chandler no relatório DCFS e por apresentar apenas as alegações infundadas e não conforadas. Ele acrescentou que acusar Jackson, cujo afeto das crianças é mundialmente conhecido, de uma ofensa sexual é algo semelhante a afirmar que o Papa quebrou seu voto de celibato. Era óbvio que um crime foi forjado e usado para derrubar uma estrela internacional. Charles Madigan do The Chicago Tribune atacou a mídia e escreveu que o caso Jackson é "o desenho tubarões famintos."
O reverendo Jesse Jackson e Louis Farrakhan pediu para a mídia não julgar e não destruir alguém através de insinuações.
A polícia disse ao The Times que tinham dificuldade em controlar a informação apresentada pela mídia, porque os tabloides estavam pagando às pessoas para contar falsas histórias. Eles também disseram ao Daily Variety: "Com as recusas e afirmações contraditórias por toda parte e como não há evidência física para ligar a ninguém, podemos ter dificuldade para desenvolver o caso que a DA pode arquivar. A história de todos têm buracos."
O problema é que os policiais não buscavam pela verdade, por provas, mas pegar Michael Jackson de qualquer forma, indo atrás de peassoas evidentementes malucas, com suas histórias fantaiosas e absurdas, ou tentando forças as crianças que conviveram com Michael a fazer acusações contra o cantor, pressionando-as, intimidando-as e lançando mão de mentiras e conceitos ridículos, como quando disseram a June Chandler que Michael se encaixava no perfil clássico de pedófilo, algo que não existe, conforme especialistas.
Com esse inferno armado para ele, Michael já apresentava sintomas de estresse e foi hospitalizado duas vezes por exaustão, desidratação e dores de cabeça e teve que cancelar alguns shows. Ele continuou lançando declarações gravadas para seus fãs, reafirmando sua inocência e informando-os sobre seus problemas de saúde.
A polícia emitiu um mandado de busca para o Hotel Mirage, em Las Vegas. Eles disseram que fizeram isso para corroborar uma informação. Esse foi um movimento desesperado porque não era segredo para ninguém que June, Jordan e Lilly tinham estado com Jackson lá. Na verdade todos eles poderiam descrever a cor do tapete. De acordo com o garçom, Chad Jahn, que lhes serviram no restaurante chinês do Mirage. Jackson e Jordan nadaram com golfinhos no centro marinho do hotel. Ele também disse: "Eles falavam em sussurros e riam como um pai e filho."
Em dezembro de 1993, enquanto o cantor ainda estava sob tratamento médico, o presidente da A.L. Polícia da Comissão, disse à CNN que a polícia de Los Angeles estava investigando alegações de Jordan Chandler apenas. Esta afirmação refutava (novamente) os repórteres de tabloides, que especulavam falsamente a existência de outros acusadores que estavam sob investigações.
Também se descobriu que, em 1993, o tabloide National Enquirer ofereceu 200.000 dólares a Ronald Newt para mentir e dizer que algo aconteceu entre seus filhos e Jackson.
Sr. Newt recusou-se a mentir e o filho dele contou sobre o que foi conversado naquela reunião:
"Diga que ele o tocou. Tudo que você tem a fazer é dizer isso. Mas você pode ter que assumir a situação. Você pode ter que ir na ‘Oprah’, na frente de todas essas pessoas. Você tem que estar preparado para isso. Basta dizer isso. E nós vamos dar-lhe dinheiro.”
Jim Mitteager trouxe o contrato assinado pelo editor do tabloide, David Perel. Jim Mitteager gravou a conversa, como sempre, que foi incluíd nas famosas fitas Mitteager. Estas fitas provam como os tabloides criaram histórias falsas sobre Jackson.
Tivesse o Sr. Newt concordado em mentir por dinheiro, teríamos outra história tabloidesca e outra vítima fantasma de Michael Jackson. Johnnie Cochran se referiu ao incidente em sua entrevista para Ebony, em abril de 1994.
Muitos amigos, médicos, familiares e membros do pessoal de Jackson, publicamente, disseram que a mídia lhes ofereceu dinheiro para mentir sobre o cantor ao longo dos anos. Eles também disseram que os editores lhes pediram para escrever mentiras obscenas, caso contrário, não estavam interessados ​​em publicar seus livros.

6º parte:

Fome de publicidade...e dinehiro

Em 28 de agosto de 1993, o jornal Los Angeles Times se referia a um homem que se vangloriava de ter procurado a polícia para informá-la de que ele havia entrevistado alguns jovens. Esses jovens, também tinham sido entrevistados pela polícia e nada tiveram a acrescentar sobre as acusações contra Michael. O tal homem disse que os tinham entrevistado para um livro em que ele estava trabalhando há anos. Um livro que, segundo ele, foi escrito tendo por base os diários de Jordan Chanlder. Diários que Jordan nunca teve, por sinal. Esse homem atende pelo nome de Victor Gutierrez
Como se não bastasse, Gutierrez ainda afirmou possuir uma fita de vídeo em que Michael aparece em postura comprometedora com o próprio sobrinho, Jeremy, filho de Jermaine. Gutierrez alegou que tinha recebido a fita das mãos da mãe de Jeremy, Margareht Jackson.
Margareht, no entanto, disse nunca ter se encontrado com Victor Gutierrez e que Michael jamais molestara seu filho ou qualquer outra criança. Ela dissse que só poderia agradecer a Michael Jackson, pois ele assumiu os gastos com os estudos dos sobrinhos, depois que ela e Jermaine se divorciaram.
Até mesmo os Chandlers desmentiram Gutierrez. Ele tem sido desacreditado por todos os envolvidos. Ray Charmatz, irmão de Evan Chandler, se referiu a Victor Guttierez como um sleazebag. Ele foi processado por Michael Jackson por suas mentiras, desafiado a mostrar a tal fita e como ela não existia foi condenado a pagar-lhe 2.7 milhões de dólares. Ele teve que fugir do país para evitar o pagamento e declarou falência.
Não para por aí. Do nada, um homem apareceu e começou a fazer rondas para os tabloides. Ernie Rizzo fez "declarações" em todo o lugar, mas logo se descobriu que ele era uma farsa completa. Ele contatou a imprensa dizendo que ele era um investigador trabalhando para Evan Chandler.
Ao mesmo tempo, ele contatou os Chandlers dizendo que ele era um investigador para tabloides, do Hard Copy. Quando ele foi desacreditado por Evan Chandler, disse à imprensa que ele estava trabalhando para June Chandler. Quando isso foi muito desacreditado, ele voltou a afirmar que ele estava trabalhando para o pai, mas era um "segredo", e é por isso que ninguém confirmava! O homem era uma piada.
O advogado de Evan Chandler, Richard Hirsch, fez várias declarações públicas sobre Rizzo e suas mentiras em várias ocasiões, enquanto Rizzo ficava mudando a sua história:
"Sr. Rizzo não está funcionando ou autorizado a falar en nome da família.”
"Eu tenho notificado Ernie Rizzo que ele não está autorizado a falar em nome do pai ou da família. Neste ponto, ele não é mantido por alguém ligado ao caso.”
"Ele está de férias na Califórnia e é livre para dizer qualquer coisa que ele goste, como qualquer outro turista. Mas isso é tudo o que ele é, um turista.”
Ernie Rizzo estava tão desesperado para permanecer no noticiário e manter seu nome conectado a um caso famoso que ele contactou novamente a imprensa (não a polícia) e disse que alguém lhe enviou documentos de um alegado acordo entre a mãe de um adolescente e a " Organização Michael Jackson ", alegadamente assinado em 7 de julho de 1992, por US$ 600.000.00. Rizzo disse que acreditava que havia 50% de chance de ser real.
Na realidade sua história não tinha credibilidade alguma. Os advogados de Jackson disseram que tal acordo era falso. Nenhum advogado de Jackson participou de tal procedimento que, aliás, foi escrito em papel comum, com o título do Acordo Geral, não foi escrito na terminologia legal e não continha as assinaturas reais e não havia nenhuma coisa como uma "Organização Michael Jackson". A polícia verificou e não encontrou nenhum mérito nisso.
Bert Fields processou o tabloide Globo por US $ 10 milhões de dólares. Este seria apenas o início de quão longe as pessoas iriam se juntar a uma história internacional e ganhar publicidade e alguns dólares.
Muitas pessoas saíram da toca para reivindicar todos os tipos de coisas para tabloides depois que a história de 1993 foi tornada pública. A pobreza e a ganância podem criar todos os tipos de "memórias". Na verdade, os repórteres dos tabloides poderiam se referir a ele novamente em 2005, esperando que o público não se lembrasse da história falsa de setembro de 1993.
A história contada por Rizzo veio realmente de uma mulher com um passado obscuro que tentou enganar Jim Mitteager, repórter de tabloide. Aqui está um trecho da nova investigação feita por Roger Friedman sobre a história, que já foi provada falsa em 1993. Trechos do artigo de Friedman, que foi publicado em 25 de março de 2005:

“Mitteager, pelo menos no caso de Jackson, dependia fortemente de uma viga chamada Taylea Shea. Sua veracidade conseqüentemente tornou-se parte integrante de um monte de informação sensacionalista da época.
Shea, que parece ter ido por um número de pseudônimos e tinha uma longa lista de endereços e números de telefone, não pôde ser contatado para esta história, apesar de muitas tentativas.
Vizinhos no endereço Los Angeles, em que ela viveu por longo tempo, não se lembraram dela com carinho. Eles se lembram de uma mulher traficante e que sempre estava em apuros.
‘Ela deveria estar na cadeia, se ela já não está’, disse um ex-amigo e vizinho.
Em uma fita, Shea lê o que soa convincente como um documento legal elaborado entre Jackson e um menino de 12 anos chamado Brandon P. Richmond, que é representado por sua mãe, Eva Richmond.
Brandon, de acordo com o documento, recebeu 600.000 dólares de Jackson. Ele e Jackson não teriam mais qualquer contato um com o outro.
Shea deu o documento, datado de Julho de 1992, a Mitteager, no ano seguinte.
Isso teria sido um sucesso de público, se fosse verdade, porque faria de Brandon o primeiro dos acusadores de Jackson.
Shea também diz na fita que o documento legal veio dos escritórios do famoso advogado de Hollywood Bert Fields, advogado de Jackson na época.
Nenhuma razão é dada para que Jackson e Brandon Richmond fossem separados. A implicação, porém, é clara.”
O Globo publicou a seguinte história sobre estes acusadores fanatsiosos:

Com o tempo, assumiu-se que Brandon P. Richmond era, na verdade, Brandon Adams, um menino que tinha aparecido no filme Monwalk.
As discussões sobre as fitas indicam que os tabloides também acreditaram que os dois Brandons eram a mesma pessoa. Mas há um problema com a história de Shea: ela nada acrescenta.
Por um lado, uma fonte próxima a Fields, diz que o documento usa uma linguagem incomum para acordos de costume.
Depois há a família real.
De acordo com os Adams, com quem me encontrei em janeiro, eles não conhecem nenhuma Eva Richmond.
A mãe de Brandon Adams é Marquita Woods. E a avó de Brandon me garante que ela não sabe de nada de um pagamento de US $ 600.000.00 A família vive em uma casa modesta em Baldwin Hills, Califórnia, há 30 anos.
Brandon Adams, que agora tem 25, é um ator esforçado. Ele apareceu em "D2: The Mighty Ducks" e no filme "MacArthur Park", e atualmente está trabalhando na construção de uma carreira musical.
"Eu gostaria de ter 600.000 dólares", disse ele. "Estou quebrado."
Os Adams apontaram que Brandon nunca visitou Neverland, apenas a casa da família Jackson, em Encino. Por um curto período de tempo que eles eram amigos, não só com os Jacksons, mas com Sean Lennon e sua mãe, Yoko Ono, que também faziam parte de "Moonwalker". Mas o relacionamento parece ter terminado bem antes da história sensacionalista de Shea
Shea simplesmente mentiu para Mitteager para conseguir um bom dinehiro? Parece que sim.
Curiosamente, ninguém com quem falei nos tabloides conseguia se lembrar de Shea. E a sua alegada fonte principal - um advogado associado ao escritório de Larry Feldman, advogado do acusador - insiste com veemência que ele não sabia de Shea e tinha pouco conhecimento do caso de qualquer maneira.
A mulher pobre pensou que desde que Michael Jackson era rico, ele teria uma organização. Larry Feldman e o escritório estavam envolvidos na divulgação de notícias falsas sobre Michael Jackson para pressionar por um acordo e pôr fim à loucura dos tabloides, ou Taylea Shea mentiu sobre isso também?
Ernie Rizzo não tinha nada a ver com as alegações de 1993 e não estava nem perto das partes envolvidas. Também foi logo revelado que ele tinha uma relação antagônica com Anthony Pellicano, em razão de um caso anterior, e ele entrou na cena por vingança. Para os próximos anos, "repórteres", usá-los-iam como uma "fonte", só provando a falta de credibilidade deles.
E não para por aí, o casal filipino Marcos e Faye Quindoy, que trabalharam em Neverland como governanta e cozinheiro de 1989 até 1991, também queria seus minutos de fama, e claro, dinheiro. Eles deixaram o emprego, alegando que lhes eram devidos $ 500.000 dólares (!), E eles entraram com uma ação por esse motivo. Após a divulgação do escândalo, eles disseram que saíram porque "não podiam suportar o que eles estavam observando”.
Mas em 1992, eles tinham apenas coisas boas a dizer sobre Jackson no show de Geraldo Rivera. Quando foram perguntados sobre a razão de não ir à polícia, mas decidiram falar aos tabloides após as alegações, quando souberam que estavam pagando pelas históriasrias, deram esta resposta ingênua e ridícula: "Nós éramo apenas testemunhas, não vítimas”! Mark Quindoy era um advogado no país dele, mas apareceu em uma conferência de imprensa, falando sobre as graves alegações, com um sorriso estúpido no rosto enquanto se gabava sobre isso. Eles estavam em busca de um bom negócio.
Eles estavam em busca de um bom negócio. Depois de vê-los em tabloides, os detetives Sicard e Linden viajaram para Manila (com dinheiro dos contribuintes) para entrevistar o casal e considerou-os inúteis como testemunhas.
O sobrinho de Quindoy, Glen Veneracion, desmentiu os tios. Ele disse que eles eram oportunistas que fariam qualquer coisa por dinheiro. Ele também disse que só tinha coisas boas a dizer sobre Michael Jackson, e agora eles estavam saltando no bandwagon. Ele deu informações sobre seu tio e tia para advogados de Jackson e se ofereceu como testemunha de Jackson. A invenção do diário Quindoy daria ideias para criminosos mais tarde. Também se verificou que os Quindoys tinham um contrato com um tabloide de três anos atrás para vender informações sobre Michael Jackson.
Depois de o casal filipino, Philippe e Stella Lemarque (ex-empregados de Neverland que foram despedidos em 1991) procuraram pela ex-estrela pornô Paul Baressi para ajudá-los a vender suas histórias e fazer as negociações por eles. Stella estava namorando Baressi antes de seu casamento e sabia de suas conexões com os tabloides. Eles venderam a sua história (descrevendo carícias em Culkin por Jackson) a um tabloide britânico por US $ 100.000, e quando o preço se tornou $ 500.000 a história mudou. Na época, o Lemarques tinha uma dívida de US $ 455.000.
A história dos Lamarque foi comprada pelo Hard Copy e como disse um membro da equipe daquele programa, a história ficava mais sórdida, quanto mais alto era o cachê. Macaulay os desmentiu e mais tarde viria a defender Michael Jackson em seu julgamen. Ele é o padrinho de Prince e Paris Jackson e ele falou em defesa de Michael no Larry King Live em 24 de maio de 2004.
Veja o trecho da entrevista aqui:
O pai de Macaulay Culkin, Kit Culkin, chamou os Lemarques de um "par predadores". Não só o Sr. Culkin desacreditou o casal, ele também disse algo que foi corroborado por todos os outros pais e pessoal de Neverland: que havia sempre pais presente; que eles tinham acesso a qualquer parte da casa; e que havia o pessoal cuidando das crianças.
Baressi estava ajudando o casal e eles estavam inventando histórias de acordo com o preço. Ele viria a explicar em detalhes como ele manipulava os meios de comunicação, envolvendo as autoridades para que elas pudessem soar mais credíveis e pedir um preço melhor.
Ele admitiu que não se importava se a história era verdadeira, desde que ele tivesse uma boa porcentagem do negócio, e ele estava dando versões diferentes da história fictícia de tabloides para decidir qual conto de fadas que eles gostavam mais.
Os Lemarques tinham uma longa história de lucro em cima de Michael Jackson, e eles estavam negociando com o National Enquirer, em 1991, para vender histórias sobre Jackson, tais como o casamento de Elizabeth Taylor em Neverland. Eles até pediram o tabloide para cobrir suas despesas, se Jackson os precessacem. Philippe Lemarque depois criou um site pornográfico chamado Virtual Sin.
O frenesi da mídia continuou e Dr. Bonnie Maslin (psicólogo clínico) apareceu em Geraldo Rivera para lembrar a todos que você deve conhecer bem uma pessoa antes de fazer quaisquer alegações quanto a se eles são capazes de tal ato, acrescentando:
“Eu vou alfinetar qualquer profissional que responda a esta pergunta. Porque o que você está fazendo é aplicar a psicologia de poltrona a uma pessoa que você simplesmente não conhece. Você está tendo boatos se transformando em verdade.”
Dr. Maslin falou algo pontual. E o que ele disse leva-nos a questionar a atuação de Mathis Abrams no caso. Foi acertado o relatório apresentado por esse psiquiatra, sendo que ele jamais esteve com Michael Jackson? Será que Abrams levou em conta que Jordan tinha sido drogado? Será que ele ao menos sabia desse fato?
A todo tempo vemos pessoas na imprensa fazendo afirmações de forma presunçosa, como se fossem os mais especilizados psicológos e pesiquiatras, oferecendo declarações que não passam de impressões pessoais, absolutamente incorretas, como se fossem a mais pura verdade. O público foi bombardeado por julgamentos equivocados e interpretações hilárias que cientificamente não existem.
Carole Liebman, uma psicóloga americana que adora seu título de mestra, diagnosticou Michael Jackson como pedófilo sem nunca ter estado com o cantor. Ela jamis falou com Michael e seu diagnóstico baseia-se em especulações e suposições.
Ela denunciou Michael às autoridades diversas vezes, exigindo que ele fosse afastado dos filhos, por considerá-lo pergigoso, mas quando questionada sobre como chegara àquela conclusão, ela disse, cinicamente, que o tinha diagnosticado através de uma entrevista dada ao programa “60 minutos”. Nesse ponto o entrevistador disse a ela que não acreditava ser possível diagnosticar alguém através da televisão, em uma entrevista de menos de uma hora, Liebam então respondeu: “Você não possui mestrado em psicologia, ok?”. é o cúmulo da presunção.
Ela alegava ter fontes confiabilíssimas como ex-empregados que não trabalhavam para Michael havia mais de dez anos e pessoas que conheciam outar pessoas que diziam saber de algo. Enfim, ela baseava-se em informações de terceira mão, ou de quinta.
Seria mais uma a valer-se de tudo por alguns minutos sob os holofotes?
Liebman passou os anos seguintes, obcecada por Jackson; escrevendo sobre e ele e dando entrevistas para falar de um homem, com quem ela nunca trocou um “bom dia”, como se ela fosse uma especialista, uma expert em Michael Jackson. Ela também ajudou Randy Taraborrelli a escrever a biografia não autorizada de Michael e as opiniões distorcidas dela é, talvez, um dos pontos mais negativos do livro.
Em uma entrevista em 2003, Liebman, que dividia o palco com uma amiga da família Jackson, quase levou esta última à loucura ao afirmar que Michael tinha admitido que sofrera abuso sexuall quando criança, pois, segundo ela, ele havia dito que dividia a cama com outros membros da família.
A amiga dos Jackson a corrigiu, dizendo que Michael dividia a cama com os irmãos, porque eram pobres e não havia muito espaço para todos. Liebman, então, insistiu que eram “membros da família”. O entrevistador questionou a méica se todas as pessoas pobres, que precisam compartilhar as camas por falata de espaço, se tornavam pedófilas e ela respondeu que “não”, apenas Michael Jackson. Ela também disse que o diagnosticou como pedófilo porque ele havia dito que ia ao banheiro com crianças e que dormia com os filhos.
Na verdade, a doutora Liebman tira tudo do contexto. A mulher é uma louca. Michael nunca disse que ia ao banheiro com crianças. Foi Lisa Presley quem disse, em entrevista a Diane Sawyer, em 1994, que as crianças não perdiam Michael de vista. Que ele nem podia ir ao banheiro sem que eles fossem atrás dele. Mas, obviamente, Presley usou de um exagero para ilustrar a situação, que era o quanto as crianças queriam ficar perto de Michael
Veja parte da entrevista aqui:


Quanto a Michael dormir com os filhos, isso é anormal? O entrevistador questionou Liebman sobre isso, perguntando se os pais não podiam dormir com as crianças, quando elas sentiam medo ou quando viam um filme juntos, ao que ela respondeu: “Só assim, mas eu não aconselho.”
Acabaram questionando a doutora Liebman se ela tinha algum problema pessoal contra Michael Jackon ou se ela havia sofrido abuso. Ela respondeu rindo que “Não, eu nunca fui molestada.”
Mas não podemos nos esquecer da empregada. Em 15 de dezembro, o Hard Copy apresentou "O doloroso segredo da empregada que arrumava o quarto”. Blanca Francia disse a Diamond e a outros repórteres que tinha visto Jackson nu tomando banhos de chuveiro e em banheiras de hidromassagem com garotos. Ela também disse a Diamond que havia testemunhado o seu próprio filho em posições comprometedoras com Jackson - uma alegação em que os Grandes Júris, aparentemente, nunca acreditaram, como bem colocou Mary Fisher em seu artigo.
Uma cópia do depoimento sob juramento de Francia revela que o Hard Copy lhe pagou US$20.000,00 e que Diamond tinha verificado as alegações dela, tendo descoberto que eram falsas. Interrogada por um advogado de Jackson, Francia admitiu nunca ter realmente visto Jackson no chuveiro com ninguém, nem o tinha visto nu com os meninos em sua jacuzzi. Eles sempre estavam com suas roupas de banho, ela esclareceu.
A cobertura da imprensa, disse Michael Levine, um assessor de imprensa de Jackson, “seguiu uma visão proctologista do mundo. O Hard Copy foi repugnante. O tratamento vicioso e vil desse homem na mídia se deu por motivos egoístas. Mesmo que você nunca tenha comprado um álbum do Michael Jackson, você deve ficar preocupado. A sociedade é construída sobre alguns poucos pilares. Um deles é a verdade. Quando você abandona isso, você vai ladeira abaixo.”
Francia trabalhou para Michael Jackson de 1986 até 1991, e ela também alegou que tinha se demitido por desgosto. Sua credibilidade foi destruída quando foi revelado que ela havia sido demitida porque estava roubando a casa.
No tabloide Hard Copy, ela foi apresentada como uma pessoa próxima a Jackson, mas também se verificou que Blanca Francia mal conhecia Michael Jackson. Ela alegou que tinha visto o cantor tomar banho de chuveiro com um jovem. Esse jovem seria Wade Robson, que já havia defendido publicamente o cantor e desmentiu toda a história de Francia, quando foi entrevistado pela polícia. Ele também foi testemunha de defesa no julgamento de 2005 e novamente negou ter sofrido qualuqer abuso.
Quer dizer, ela queria que as pessoas acreditassem que um sujeito tímido como Michael deixou a porta aberta enquanto tomava banho com uma crianças e assim ela pôde testemunhar e vender a história a tabloides?
Ela chegou ao ponto de dizer que tinha visto Michael tomar banho com o filho dela (Sem parar para pensar que se comprometia com tal alegação, pois se fosse verdade, ela teria permitido abuso contra o próprio filho, o que seria prostituição infantil) e nada fez para detê-lo. A empregada estava sonhando com um processo legal de US$ 20 milhões contra o cantor, depois de ter visto o que os Chandlers foram capazes de fazer.
Após a exibição de sua entrevista no Hard Copy, Francia reclamou que sua entrevista foi editada de forma que ela apareceu dizendo coisas que ela nunca disse. Após sua entrevista ao tabloide, Francia foi interrogada pela polícia e depôs no processo civil. Sob juramento, ela disse que nunca viu Jackson nu com ninguém e culpou o Hard Copy por alterar sua história.
Francia foi desacreditada por um ex-segurança, Larry Glenn, que disse que nunca Jackson tinha se comportado de forma inadequada com ninguém e que ela nunca viu Jackson sem roupa.
Outra empregada, Shanda Lujan, também refutou Francia: "Eu acho que é ridículo. Ele era ótimo com crianças. Eu acho que ele seria um bom pai. Ele é simplesmente maravilhoso com eles." Lujan também tinha permissão para entrar no quarto de Jackson.
Francini Orosco, outra empregada, criticou Francia também por suas mentiras e disse: "você poderia dizer muita coisa que ela tinha uma quedinha por ele, muito ciúmes de outras camareiras. Ela não queria ninguém próximo a Michael. Há muita inveja por aí." Os três citados apareceram no programa Larry King Live, em 23 de dezembro de 1993.
Também se tornou conhecido que Francia estava muito envolvida com os tabloides. Tão envolvida que ela usou uma repórter do Nacional Enquirer, Lyndia Encinas, como tradutora durante seu interrogatório policial.
Francia vendeu sua história ao National Enquirer, também. As fitas Mitteager revelam uma conversa interessante, datada de janeiro de 1994, entre o editor do tabloide David Perel e repórter Jim Mitteager sobre novidades em relação à história de Francia estar envolvida com uma repórter do tabloide (a história de Lyndia Encinas estar prestes a aparecer).
Estes são trechos do artigo de Roger Friedman sobre a questão, que apresentou peças das fitas:

"Não. Só espero que os policiais não enlouqueçam quando virem a história. "
"Eles meio que sabem o que está acontecendo", respondeu Perel.

Também o editor do tabloide Globo falou sobre as histórias nas fitas Mitteager
"Jim, quando você fizer essas ofertas, fale de muito dinheiro e não recue. Quer dizer, falem em 50 mil. Precisamos de Frank Dileo (ex-empresário de Michael Jackon) contando tudo, falo em US$ 100.000, se o tivermos. Precisamos de todas as celebridades amigas de Jacko. Tudo o que disserem.”


"Toda criança que já tenha estado com Jacko, queremos saber quem ela é... onde ele está... qualquer fotos disponíveis. Queremos fazer ofertas a qualquer membro da família. Temos de ir com o dinheiro. Grandes ofertas. é a maior história desde a morte [Elvis] Presley. "

Blanca Francia havia dito aos investigadores em 1993 e 1994 que seu filho havia negado repetidamente que ele foi molestado. Também se queixou porque os assistentes do xerife estavam ligando para seu filho e se reunindo com ele, enquanto ela não estava presente.
Ela disse que se sentiu desconfortável e que ela não sabia o que os xerifes estavam falando com o filho. Após a sua reclamação os investigadores marcaram reuniões separadas para ela e o garoto, com um terapeuta, pago com o dinheiro dos contribuintes, é claro. O promotor estava presente durante as sessões de Jason, algo que não é permitido na terapia. A transcrição da entrevista de Jason Francia com a polícia revela que eles mentiram para ele, fizeram perguntas induzitivas para e que as outras crianças que se queixaram do comportamento da polícia estavam corretas:


Det. Neglia: Eu percebo como isso é difícil. Sei como é doloroso pensar nessas coisas que você tentou tão duramente não pensar, mas você está indo bem. E você também está ajudando o garoto que ele está incomodando agora.
Jason Francia: O que você quer dizer que ele está incomodando?
Det. Birchim: Ele está fazendo a mesma coisa.
Jason Francia: Macaulay Culkin.
Det. Neglia: Apenas ele está mais dentro disso. Sua mãe o puxou para fora de lá. Mas a mãe de Macaulay não vai tirá-lo de lá. Eles o alimentam.
Det. Birchim: Ele está fazendo coisas piores.
Det. Neglia: é muito pior com ele.
é claro que eles estavam mentindo. Macaulay Culkin negou repetidamente que Michael houvesse agido mal com ele. Além disso, um oficial, Federico Sicard, disse ao advogado Michael Freeman (advogado de June Chandler) que ele havia mentido para as crinças que ele entrevistou ao dizer que ele próprio tinha sido molestado quando era criança.
Mais uma vez, a partir da transcrição da mesma entrevista polícial durante o depoimento de Jason em 2005, revela-se a postura desonesta da polícia:

Mesereau: Você se de lembra que um xerife entrevistou-o dizendo-lhe: "O sr. Jackson é um pedófilo", e os outros dizendo " Ele faz grande música, ele é um cara ótimo, besteria.” Você se lembra disso?
J. Francia: Não me lembro de que, especificamente, mas eu acho que me lembro de ouvir isso na fita, era minha voz ou a voz dele.
Jason Francia, em seu depoimento sob juramento, em 1994, disse que os investigadores pressionaram-no a contar histórias. Quando ele foi interrogado sobre isso, em 2005, ele teve amnésia:
Mesereau: Você se lembra de afirmar na entrevista: "Eles me fizeram sair com muito mais coisas que eu não queria dizer. Eles continuaram empurrando. Eu queria me levantar e bater-lhes na cabeça." Você se lembra disso?
J.Francia: Não.
Mesereau: Será que refrescaria sua memória eu lhe mostrar a transcrição?
J.Francia: Provavelmente, não. Mas você pode mostrar para mim mesmo assim.
Mesereau: Você não se lembra de nada do que você disse naquela entrevista, neste momento?
J. Francia: Na verdade não.
Em outra parte de sua entrevista com a polícia, ele tentou inventar uma história. Quando Tom Mesereau, em 2005, apresentou a transcrição, Jason Francia foi atingido com amnésia novamente:

Mesereau: O que foi gravado - certo? - Quando perguntado se o Sr. Jackson disse alguma coisa a você sobre se deveria discutir o que aconteceu, você se lembra de dizer ao entrevistador: "Não, mas estou trabalhando nisso"?
J.Francia Eu não me lembro disso.
Mesereau: Será que atualizar sua lembrança se eu lhe mostrar a transcrição?
Jason farncia: Não. Mas -. Você poderia trazê-la.
Muereau: Bem, não posso, a menos que você esteja disposto a ver se refresca sua memória.
Jason Francia: Certo. Traga. Eu vou dar uma olhada Eu vou ler só para ver se refresca minha memória.
Mesereau: Você já tinha revisto estas páginas antes?
Jason Francia: Sim
Mesereau: A transcrição? Ela refresca sua memória sobre o que você disse sobre o assunto?
J. Francia: Não, não refrescam.
Mesereau: Não.
J.Francia: Desculpe.
Jason Francia em seu depoimento em 1993, disse que os policiais o pressionaram ao ponto de deixá-lo maluco. Eles o forçaram a contar histórias inverídicas. Jason negou que Michael o tivesse molestado e disse que sentiu vontade de bater na cabeça dos policiais. Mas em 2005 ele havia mudado de ideia e resolveu acusar Michael Jackson, depondo contra ele naquele julgamento. Porém, ele entrou em contradições tantas vezes que seu testemunho foi considerado imprestável.
Estudos científiocos demonstram que uma criança deve ser interrogada de forma cuidadosa. Porém, o que os policiais fizeram em relação a Jason, e muitas outras crinaças que tiveram contato com Michael Jackson, foi tentar induzí-las a falar sobre algo que não havia acontecido, usando de ardis vergonhosos, como mentir que já tinham sido molestados e que Michael estava fazendo novas vítimas, tentando fazer a criança se sentir culpada. é um tipo de estratagema muito eficaz, pois embora nunca tenha visto nada e nunca tenha sofrido nada, a criança começa a se perguntar “E se ele fez isso com alguém? Se eu não falar nada, ele vai continuar e a culpa será minha.” Crianças são muito sugestionáveis, é muito fácil fazer com que a mente delas comecem a produzir uma história inverídica, recheada de detalhes, muitos deles absurdos, quando você a provoca com perguntas induzitivas, como as que faziam os policiais encarregados do caso. E tudo isso foi muito cruel, pois Michael nunca fez vítima nenhuma.
Você pode ler sobre outros casos em que a atuaçõ da polícia e dos psicólogos levaram a acusações absurdas e à condenação de inocentes nos links que se seguem:
Os policiais interogavam com a ideia pré-estabelecida de que Michael era culpado e valia tudo para conseguir oegá-lo, ainda que fosse uma confirmação forçada, uma acusação falsa, vinda de uma criança psicologicamente torturada por horas de interogátoris, cujas perguntas seuquer conseguiam compreender relamente.
Hollida Wakefield escreveu em um artigo científico para o American Journal of Forensic Psychology, em 2006:

"Pesquisas realizadas durante os últimos anos demonstram, de forma dramática, a importância de se entrevistar de forma correta testemunhas que são crianças. Entrevistadores com preconceitos pré-existentes, que fazem perguntas induzitivas, sugestivas, correm o risco de confirmar suas crenças e receber informações falsas. Há, agora, um claro consenso na comunidade científica sobre como as crianças devem ser entrevistadas, a fim de obter úteis informações forenses, precisas e não contamindas. Infelizmente, os entrevistadores de campo não estão usando essas técnicas. Em vez disso, eles prontamente escorregar em comportamentos indesejáveis​, com o risco de comprometem a integridade da entrevista e da confiabilidade das informações que a criança lhes dá."
O testemunho de Jason Francia, em 2005, foi tão ridículo que os jurados foram ouvidos por membros da mídia rindo dele. Repetiam parte de seu depoimento durante os intervalos. O comportamento deles foi relatado ao juiz Melville. Paul Rodriguez, o primeiro jurado, tinha a dizer a Nancy Grace sobre Jason Francia após o veredicto em 13 de junho de 2005:

Grace: Mr. Rodriguez, você acredita neste menino (Jason Francia), que agora é um jovem pastor, que está acusando Michael Jackson de tê-lo molestado no passado?

Rodriguez: Bem, nós temos um pequeno problema com isso porque ele não tinha ideia de onde parte do seu dinheiro veio, e ele não quer falar com sua mãe. E assim, esse é o tipo de coisas em que não podemos focar - e nós guardamos- no fundo de nossas mentes.
Grace: Então, seria seguro dizer que você não acredita nele?
Rodriguez: Sim, seria dificil acreditar nele.
Grace: Sim. E sobre o garoto que se tornou um jovem ministro, que declarou claramente Jackson o molestou na sua juventude. Acariciado seus órgãos genitais?
Rodriguez: Novamente, como você disse antes, você sabe, sobre sua situação ou o seu testemunho, era difícil comprar toda a história, quando ele agiu como se ele não sabia de nada. Quero dizer, ele agiu de modo muito parecido com a mãe do outro acusador (June Chandler), você sabe, ele simplesmente não parecia tão credível. Ele não pareceu convencer-nos, como nós queríamos ser convencido. E ele - ele estava deixando muitas lacunas em suas declarações.
Blanca e Jason Francia foram interrogados pela polícia, em 1993, e deram seus depoimentos em 1994 para o Grand Juri no âmbito do processo penal sobre o caso Chandler. Como resultado, Michael Jackson não foi acusado de um crime, pois não havia nada que justificasse um indiciamento. Blanca e Jason Francia, que haviam dado histórias diferentes de acordo com quem estava sendo perguntado a eles e as venderam a tabloides, não foram testemunhas credíveis. Jason Francia disse a um repórter, em 2004, que Michael Jackson nunca teve comportamento inadequado, ele sempre foi bom para ele, e se gabava de estar em Neverland. Na verdade, Jason Francia não pôde sequer ser considerado uma suposta vítima, porque nunca houve um inquérito para ele e acusações nunca foram feitas.
Tem mais...
Enquanto Michael se encontrava em tratamento, a mídia apareceu com outro mentiroso. Reynoza.
Esse cara estava pedindo para as pessoas acreditarem que ele conhecia Jackson há 10 anos, nunca tinha se comunicado com ele nqueles dez anos, mas de repente, no meio dessa provação, quando estava em tratamento e sob investigação, Michael Jackson não só escolheu chamar esse sujeito, entre todas as pessoas em sua vida, como também lhe informou sobre seus planos futuros, dizendo que ele nunca ia voltar aos Estados Unidos.
Claro que Jackson voltou. Enquanto Reynosa estava repetindo seu conto de fadas, foi relatado que o avião em que Jackson estava tinha aterrisado nos EUA. Para registro, Michael Jackson não sabia quem ele era. Raynoza tinha agendado uma entrevista para os USA Today, mas quando ele descobriu que o jornal não pagaria pela entrevista, cancelou. Depois de manipular a mídia para seus poucos minutos de fama, ele viria a fazer a mesma coisa para o caso de O.J. Simpson, alegando que ele poderia ser uma testemunha. O juiz o considerou não confiável e ele foi caracterizado como um mentiroso conhecido a partir do caso de Michael Jackson.
Era hora dos cinco ex-guardas de Hayvenhurst entrarem para o circo armado pela mídia em torno do caso. Eles processaram Michael, motivados por vingança e fome de dinehiro. Esses guardas (não guarda-costas pessoais) eram Leroy Thomas, Morris Williams, Donald Starcks, Fred Hammond e Aaron White.

Os Quindoys e Lemarques entraram com uma ação contra Michael Jackson copycat, alegando que eles foram demitidos em 01 de fevereiro de 1993 porque sabiam demais. (Caso BC093593 arquivado, novembro de 1993 em Los Angeles).

Em seguida foram os cinco ex-guardas a alegar o mesmo.

é claro que eles nunca informaram nada à polícia, preferiram ir para os tabloides vender suas histórias, como todo o resto. Não eram nada criativos ou convincentes, mas os tabloides compraram e venderam as histórias absurdas deles à sua audiência.

Era a segunda ação judicial que intentavam contra Michael. Eles entraram pela primeira vez, quando foram suspensos (sua ação foi julgada improcedente), mas não mencionaram nenhuma lembrança obscena. Seu segundo processo ocorreu após as alegações de 1993 e isso teve um efeito diferente em sua memória. Seu advogado foi Charles Mathews.

Bert Fields negou veementemente as acusações e disse: "Isso nunca aconteceu. Ninguém nunca foi demitido por qualquer coisa que eles sabem ou não sabem sobre Michael Jackson."

Ele também revelou que eles estavam trabalhando para os Jacksons, e não para Michael Jackson e que não foi ele quem os demitiu. Também saiu que quando eles foram demitidos, Morris Williams chamou o jornalista Florence Anthony (amigo de Michael Jackson) e pediu-lhe para ajudá-lo a encontar MJ. Disse-lhe que sabia que Michael Jackson não tinha conhecimento de que ele havia perdido o emprego e que podia ajudá-lo a recuperá-lo. MJ ajudou-o a recuperar seu emprego, mas depois ele foi demitido de novo.

Williams teve sua ação julgada improcedente porque sua demissão não era injusta. Na realidade, os guardas foram substituídos por uma empresa de segurança que era menos onerosa para os Jacksons e essa empresa forneceu os guardas, pagando por suas férias e seguro.

Como de costume, também se descobriu que os guardas foram pagos po suas histórias pelos tabloides (Hard Copy deu-lhes US $ 150.000) e eles admitiram que eles precisassem de dinheiro para sua ação. A família Jackson desacreditaram suas reivindicações e assim o fez outros guardas que estavam trabalhando com eles e que também haviam sido demitidos.

Eles apareceram a fim de desmentir os cinco ex-guardas e disse que eles estavam mentindo para ganhar dinheiro, e que nunca Jackson teve um comportamento inadequado com ninguém. Os 5 guardas também foram vender segredos do relacionamento da família Jackson com Michael Jackson, mas os problemas entre Michaele e a família já não eram segredos há muito tempo.

Leroy Thomas disse que MJ pediu-lhe para ir à casa de banho privada e destruir uma imagem de um jovem nu.

Ele esperava que as pessoas acreditassem que Jackson, que não vivia em Encino há anos, que não era seu empregador, de repente, decidiu confiar nele, deu-lhe a chave e, então, transformou-o em uma testemunha de seus crimes, em vez de destruir a foto ele mesmo?!

Leroy Thomas gostava de ver seu rosto na TV, tanto que ele cometeu o erro de fazer um teste de detector de mentiras para demonstrar a Maury Povich. Leroy Thomas foi pego no detector de mentiras em sua fantasiosa história de imagens de jovens nus. Sua motivação tornou-se mais evidente quando ele anunciou que estava trabalhando em um livro sobre Michael Jackson.

Na verdade, os guardas, quando questionados, disseram que nunca testemunharam um comportamento inadequado e eles tinham uma história diferente para a polícia do que aquela que deram para os tabloides.

Depoimento de Williams em 1994:


"Então você não sabe nada sobre o Sr. Jackson e [o menino], não é?" Um dos advogados de Jackson perguntou ao ex-guarda de segurança Morris Williams, que estava sob juramento.

"Tudo que sei é a partir dos documentos jurado que outras pessoas juraram".

"Mas, além do que alguém pode ter dito, você não tem conhecimento de primeira mão sobre o Sr. Jackson e o menino, não é?"

"Isso é correto."

"Você falou com uma criança que tenha alguma vez lhe dito que o sr. Jackson fez algo impróprio com ela?"

"Não."

Quando perguntado pelo advogado de Jackson, onde ele tinha começado as suas impressões, Williams respondeu: "Exatamente o que eu tenho ouvido na mídia e que tenho visto com meus próprios olhos."

"Okay. Esse é o ponto. Você nunca viu nada com seus próprios olhos, não é?"

"Isso mesmo, nada."

Em Setembro de 1994, durante o processo civil, Jackson foi autorizado a fazer perguntas aos cinco seguranças sobre as cusações de abuso de crianças, devido à investigação criminal em curso. Durante o julgamento, vários tabloides desfilaram "testemunhas", e eles não tinham efeito sobre o júri. Descobriu-se que todos eles foram pagos para contar suas histórias contraditórias.

Ralph Chacon e Adrian McManus testemunharam para ajudar seus amigos. Eles disseram que tinham juntado forças e eles estavam vendendo histórias para a mídia. Ralph Chacon, que não podia pagar seu aluguel no momento, se gabava para seus vzinhos e senhoria, em 1994, que ele estava prestes a tornar-se rico por ser uma testemunha no julgamento civil contra Jackson. Adrian McManus depôs em 7 de dezembro de 1993 sobre o caso de Jordan Chandler.

Ela disse que nunca presenciou atos sexualmente inapropriados por Michael Jackson e que ela deixaria seu próprio filho com ele. Quando McManus decidiu fazer algum dinheiro e também se juntou à ação dos guardas, ela mudou de história. Isso foi em um 2 de dezembro de 1994.

Um colega de trabalho de McManus, Francine Contreras, definiu Adrian como uma mentirosa e uma ladra em seu depoimento de 2005. Entre outras coisas, ela disse que nunca Adrian McManus nunca disse a ela qualquer coisa negativa sobre Michael Jackson e que ela havia testemunhado a empregada roubando no trabalho. Antes da ação civil, os ex-funcionários não tinham nada de ruim a dizer sobre Jackson.

O julgamento da ação civil por demissão injusta foi realizado em julho de 1995 e Michael venceu. Os ex-empregados Ralph Chacon e McManus, na realidade, tinham sido demitidos por furto e foram condenados a indenizar Michael pela difamação e a pagar a corte por serem litigantes de má-fé. Sem dinheiro para pagar a indenização, declaram falência pessoal.

Chacon se dizia testemunha das mais tórridas cenas entre Michael e suas vítimas. Ele disse ter presenciado beijos na boca em pleno jardim, banhos de chuveiro, de banheira, carícias por todo o corpo e até sexo oral.

Insinuando uma penetração, Chacon afirmou que, um dia, Michael pediu por vazelina e quando abriu aporta para recebê-la, estava completamente nu e tinha uma ereção. Ele ddise que Jordan estava no quarto com o cantor.

Porém, o próprio Jordan Chandler negou que houvesse ocorrido pentreções (muito inteligente da parte dele, pois se houvesse alegado que aconteceram, seria submetido a exame e constatariam que era mais uma mentira) e também que tivessem ocorrido beijos na boca.

Que criminoso descuidade era Michael Jackson! O que passava por sua cabeça, para praticar seus atos espúrios diante de todos? Pelo que conta Chacon, Michael não temia que seus crimes fossem conhecidos e testemunhados. Ele não escondia sua perversão.

Mas Ralph Chacon não sabia mentir muito bem. Segundo a cronologia que ele emsmo traçou, após ter, supostamente, testemunhado os crimes de Michael, ele pediu permição ao cantor para que seus próprios filhos passassem férias em Neverland!

Então é isso: O sujeito sabe, não foi ningué que o contou, ele não leu sobre isso, ele viu, testemunhou, que seu patrão é um pevertido, um pedófilo, mas pediu permição para que os próprios filhos fossem para casa dele?! Ele levaria os proprios filhos para perto do mais abjeto se humano que ele conhecia?! Era nisso que ele queria que as pessoas acreditassem?!

Obviamente que ninguém engoliu as fantasias pornográficas de Chacon. E por isso ele foi condenado por difamação. Mas por incrível que pareça, Chacon e McManus voltaram a atacar em 2005, ao ser aceitos como testemunhas de acusação no julgamento de Michael. Uma decisão do juiz Melville que foi das mais absurdas, pois era óbvio que os dois tinham desejo de vingança e se foram considerados como culpados de difamação em 1993, como poderaim ser admitidos como testemunhas em 2005?!

O momento que todos esses ex-funcionários escolheram para recuperar sua memória e vender suas histórias para os tabloides foi altamente questionado. No momento em que se soube que Jackson estava fechando outro negócio multimilionário, desta vez com a EMI e que possuía a maior empresa editorial independente do mundo. Ouvir que Jackson estava se tornando mais rico ajudou essas pessoas a recuperar suas memórias?

Em outro momento humilhante para os tabloides, o London Daily Express publicou uma entrevista imaginária com Jermaine Jackson e eles foram publicamente desacreditados quando se descobriu que nunca Jermaine deu uma entrevista para o tabloide e ele os ameaçou com uma ação judicial de US$ 200 milhões. A entrevista foi uma alucinação o escritor de tabloide. Jermaine também falou sobre quando ele deu uma entrevista com sua mãe para Jim Moret de Showbiz Today e acrescentou que seus advogados cuidaram dele.

Enquanto isso, a polícia (no exercício do quinto mandado de busca) apreenderam fichas médicas de MJ para ver se a descrição da Jordan estava correta. O frenesi da mídia continuou, e um leitor escreveu para o Los Angeles Times "O que há sobre esse cara que faz com que repórteres e âncoras de jornais percam sua integridade jornalística e respeito próprio?"

Talvez o golpe mais doloroso que Michael viria a sofre, ocorreu em 08 de dezembro de 1993. E partiu de um membro de sua família.
Jack Gordon (marido e empresário de La Toya) achou que era hora de ele ganhar dinheiro em cima do caso.
Na verdade, Jack e La Toya estavam tentando tirar dinheiro de Michael e também de Katherine Jackson havia algum tempo.
La Toya, que quando mais jovem era a mais recatada das irmãs, a mais “Caxias” eles diziam, a mais devotada à religião, há algum tempo apresentava comportamento agressivo e revoltado com o que ela dizia ser um “descaso de Joseph com sua carreira”.
Na realidade, Joseph fez o que pôde pela carreira de La Toya, mas ela não tinha talento.
Para acalmá-la, ele contratou Gordon como seu empresário, mas logo se arrependeu, pois sentiu que Gordon a estava manipulando e jogando-a contra a família. La Toya acabou se casando, às escondidas, com Jack Gordon.
A primeira coisa que ela fez sob a orientação dele, foi tirar a roupa para Play Boy. Nenhum dos Jackson aprovou. Katherine ficou extremamente desgostosa, assim com Joseph. La Toya passou a dizer que Michael era o único que a apoiava.
Mas não era verdade, Michael jamais apoiaria tal coisa. Ele ficou muito chateado com ela por fazer a sfotos e principalmente por dizer que ele aprovava quando não era verdade.
Michael chegou até mesmo a tentar impedir a publicação das fotos, procurando os editores da Play Boy que acabaram convencendo-o de que as fotos seria editadas de forma a não “mostrar muito”. Eles mentiram, claro.
Michael e La Toya tinham sido muito ligados na juventude, mas naquele momento o relacionamento entre eles ficou abalado, pois ela estava muito diferente da La Toya que ele conhecia.
Ela soltou outra bomba em cima da família ao anunciar a publicação de um livro chamado “Groing up with Jacksons”, outra ideia de Gordon,onde ela diria que ela e Michael tinha sofrido abusos sexuais de Joseph!
Michael sempre negou que isso tivesse acontecido e parou de falar com La Toya, chegou até mesmo a trocar o telefone para evitá-la.
Ela passou a chantagear Michael exigindo dinheiro para não publicar aquela hostória sórdina em seu livro. Mas ele se negou a dar-lhe um centavo que fosse e disse que não a daria ainda que ameassace se matar.
Ela voltou-se contra à mãe, então, exigindo de Katherine dinheiro para não contar n livro que ela era conivente com os abusos.
Segundo La Toya, Joseph a violentava com a permissão de Katherine!
Ela chegou a dizer em uma de suas entrevistas que um dia, Joseph entrou em seu quarto para fazer sexo com ela e katherine disse: “ Não, Joe, ela já teve o bastante.”
Katherine processou La Toya pela difamação.
Essas acusações ridículas acabarm por não ser publicadas no livro, aparentemente a editora não lhe deu credibilidade e não quis correr o risco de sofrer um processo.
Joseph Jackson tem muitos defeitos, mas ele não é um canlha capaz de violentar os próprios filhos, sobretudo um menino, pois ele é um sujeito extremamente machista e preconceituoso.
Sem querer fazer a defesa de Joseph, cujo temperamento violento sabemos que causou muitos traumas a Michael, é preciso reconhecer que, embora a forma como educou os filhos não tenha sido muito apropriada, pela violência e excesso de disciplina, seu objetivo era torná-los homens dignos, fortes e vencedores. Ele jamais praticaria um ato tão repugnante como molestá-los e muito menos Katherine seria conivente com isso.
Sem conseguir o que queria com as chantagens, La Toya e seu marido partiram ao ataque quando as acusações de pedofilia contra Michael estavam causando estardalhaço na imprensa. Ela e Jack Gordon saíram em busca do programa de T.V. disposto a pagar mais por sua hostória.
Começou-se o leilão pelas “revelações” com o tabloide inglês News of The World que ofereu uma quantia alta, somente superada pelo National Enquaire e Star.
Por US$ 50.000.00 ela topou abrir a boca e contar os segredos de sua família. Se é que havia mais algum, pois ela já os vinha contando há muito tempo em suas diversas entrevistas desde que romprera com eles.
Porém, duarante uma semana de negociações ficou claro que eles não tinham muito que dizer e os tabloides, que já tinham pagado por muitas falsas histórias, começaram a desinteressar-se pelo casal. Ameaçados de ficar sem a boldada, Jack Gordon tratou de convocar uma coletiva.
Foi em Tel Aviv, Israel, durante sua turnê que ela dipsarou um tiro contra o próprio irmão, lendo um discurso preparado:
“Michael é meu irmão e eu o amo muito, mas eu não posso e não serei cumplice de seus crimes contra crinacinhas. Se eu permancer calada, isso significará que sinto a humilhação e a culpa que essas crianças estão sentindo e eu considero isso muito errado. Esqueçam o superstar, esqueçam o ícone. Se ele fosse qualquer outro homem de 35 anos que tivesse dormido com garotinhos, vocês não gostariam desse cara.”
Por US$ 500.000.00 ela aceitou dizer na imprensa que Michael era pedófilo e que possuía provas contra ele.
Ela disse que Katherine a havia apresentado cheque que foram trocados por altas quantias em dinheiro usado para comprar o silêncio de vítimas. Ela disse que se identificava com as crianças porque também tinha sido vítima de abuso sexual.
“Quando os pais abusam de seus filhos, eles se tornam abusadores”. Ela disse em tom solene.
“Vocês imaginam quantas crianças estão indo a psiquiatras por causa de Michael? São muitas crianças.”
A única pessoa que precisava de psiquiatra evidentemente era ela mesma.
Indignada com as mentiras de La Toya, Katherine deu uma coletiva de imprensa na casa e negou as acusações absurdas da filha. Ela e todos os outros mebros da família negaram que Michael tivesse abusado de alguma criança ou sofrido abuso.
“La Toya está mentindo e eu direi isso na cara dela. Não posso acreditar que tenho uma filha dizendo essas coisas para liquidar o irmão. Aquele peste oportunista do marido de La Toya deve ter feito lavagem cerebral nela.” Disse Katherine, visivelemte abalada.
Nas semnas seguintes La Toya e Gordon foram de país a país espalhando suas mentiras e ganhando muito dinehiro em troca. As acusações dela causaram danos a Michael mais do que qualquer outra história fantasiosa criada por seeus ex-empregados, porque ela era imrã dele.
A família contiunou a desmentí-la e ela disse que eles apoiavam Michael porque eram sustentados por ele.
Em dezembro de 1993 ela aceitou participar de um programa chamado La Maquina da Verdad, em Madri. Onde o jornalisata Randy traborrelli a perguntaria sobre as alegaçõe de abuso sexual infantil contra Michael, enquanto ela estaria ligada ao detector de mentiras.
O dia marcado para o programa foi o 22 de dezembro de 1993, o mesmo em que foi transimitodo a mensagem de Michael, direto de Neverland, falando ao público sobre a bsuca corporal a que tinha sido submetido.
La Toya caiu em prantos enquanto assistia às dolorosas declarações de Michael. Subitamente, Jack Gordon apareceu e disse que a brincadeira havia acabado. Que ela não passaria por dector nenhum.
Ela quis saber o porquê e ele disse que havia pedido mais dinheiro, pois Michael estava chorando na TV, mas os produtores do programa não concordaram.
“Nós concordamos com US$ 50.000.00, mas com Michael se desclabelando na TV eu pedi US$ 100.000.00. Eles não concordaram. Então para o inferno com eles.”
Jack agarrou-a pelo braço e a arrasou para fora do estúdio. Olhando para trás, La Toya gritou para os que lá estavam, inclusive Taraborrelli: “Diga a Micahel que eu sinto muito”.
Jack Gordon fez muito bem em arrastar La Toya para fora daquele estúdio. Ela viria a repetir insistemente que as acusações que fizeram contra Michael foram inventadas pelo marido que a obrigou a dar àquela apunhalada no irmão. Era muito provável que ela fosse pega pelo dector, sobretudo depois de ter ficado abalada ao ver o quanto Michael estava sofrendo injustamente. Talvez, naquele momento, aquela desequilibrada tenha enfim tomado conciência do mal que suas mentiras tinham causado.
Ela pediu perdão à família e Michael voltou a falar com ela cerca de dez anos depois do ocorrido.

A saúde de Michael fica abaladaSer acusado de tão horrendo crime afetou Michael Jackson sobremaneira. Frágil e sensível, Michael não conseguia lidar com esse tipo de pressão. Ele não queria ceder à chantagem e repetia o tempo todo que não pagaria nem um centavo a Evan Chandler por algo que ele não tinha feito. Mas era difícil para ele suportar o massacre da imprensa liderado por Dieane Diamond.
Michael queria lutar, mas a cobertura desonesta da mídia começou a minar as forças do cantor. Ele ficou fisicamente e emocionalmente muito abalado. A ponto de seus amigos, assessores e advogados, comecar a temer por sua saúde e por sua sanidade.
Devido a um acidente em uma coluna do palco duarante um show, Michael teve necessidade de tomar nalgésicos. é bem verdade que o cantor sofria de dores crônicas, em razão da Lupos (doença que causa inflamção nas juntas e que provoca escoriações na pele, quando exposta ao sol), mas ele tentava consumí-los de forma moderada.
Nem mesmo quando submetido à cirurgia Michael abusava de remédios, pois era preciso manter-se lúcido para tomar decisões importantes em relação a sua carreira e demais negócios. Porém, ser atacado por todos os lados fez Michael sucumbir à dor física e, principalmente, à dor emocional.
Ele logo se viu viciado em analgésicos em razão do stress emocional e das dores físicas que estava suportando. Ele estava em meio a Turnê Dangerous, cujas apresentações de duas horas exigiam dele muita energia e horas e horas de ensaio.
Na sexta-feira, 12 de novembro de 1993, Michael Jackson cancelou os shows restantes de sua turnê, informando seus fãs, através de uma declaração gravada, sobre seu vício em medicamentos prescritos:

"Meus amigos e os médicos me aconselharam a procurar imediatamente orientação profissional, a fim de eliminar o que se tornou um vício. é hora de eu reconhecer a minha necessidade de tratamento para recuperar a minha saúde. Eu percebo que a realização da turnê não é mais possível e eu preciso cancelar as datas remanescentes. Eu sei que posso superar o problema e ficarei mais forte. Quando saí nesta turnê, eu tinha sido alvo de uma tentativa de extorsão e pouco depois foi acusado de conduta horrível e ultrajante. Fui humilhado, envergonhado, ferido e estou sofrendo uma grande dor no meu coração. A pressão resultante dessas falsas acusações juntamente com a incrível energia necessária para eu me apresentar gera uma tanta aflição que me deixou fisicamente e emocionalmente esgotado. Tornei-me cada vez mais dependente dos analgésicos para passar os dias da turnê. Elizabeth Taylor, minha amiga, tem sido uma fonte de força e de conselhos desde que a crise surgiu. Nunca vou esquecer o seu amor incondicional e incentivo para me ajudar a passar por esse período. "
Elizabeth Taylor concedeu uma entrevista coletiva para informar ao público que ela havia enviado MJ para uma clínica de reabilitação depois de testemunhar a sua condição, mas não disse onde. Mais tarde descobriu-se tratar da clínica Charter em Londres.





Michael fez o último concerto da Dangerous na cidade do México. Em seguida, foi levado para Londres por Liz e o marido dela, para ser internado na clínica Charter. A imprensa o aguardava na porta, como abutres à espera da carniça.
Não demorou a que as pessoas que cercavam Michael começassem a dizer que ele deveria pagar para se livrar daquele pesadelo. Seus advogados, amigos e até mesmo a noiva, Lisa Marrie Presley.
“Vale mais uma noite de sono que preservar a imagem”. Disse a Presley.
“Ou salvamos a imagem dele, ou a vida”. Pensava Liz Taylor.

Larry Feldman, em seu bem conhecido e confessado jogo com a mídia, tentou compensar, interpretando a internação do cantor como uma desculpa para permanecer fora do país.
Muitas pessoas não foram capazes de ver os fatos e ler nas entrelinhas. Como Howard Weitzman os colocou corretmente, se Jackson precisava de uma desculpa para permanecer fora do país, ele teria ficado em sua turnê.
Não havia mandado de prisão e não existia razão jurídica para que ele estivesse nos EUA. Ele tinha o direito de estar em qualquer lugar que ele gostasse e ele não precisa de nenhuma desculpa para isso nem poderia ser rotulado como um fugitivo.
O médico pessoal de Michael Jackson forneceu uma declaração juramentada de que o cantor estava sob tratamento para dependência de drogas (arquivado em 23 de novembro de 1993 para o caso SC 026.225). Outra declaração foi protocolada no mesmo dia pela advogada Eva Wagner para o mesmo caso, que disse que quando ele depôs no México para o caso de direitos autorais, ele estava de olhos vidrados, mal conseguia ficar acordado, tinha fala pastosa e foi incapaz de se concentrar nas questões.
Bert Fields disse que o cantor "mal era capaz de funcionar adequadamente em um nível intelectual", uma afirmação que Michael não gostou porque deixou seus fãs tristes. O vídeo do depoimento de Jackson no México para um caso de direitos autorais (que ele ganhou) provou que ele estava incoerente e sob medicação.
Outros do time de Jackson acharam que era um erro retratar o cantor como um incapaz. "Foi importante dizer a verdade. [Larry] Feldman e a imprensa assumiram a posição de que Michael estava tentando se esconder e que foi tudo uma farsa. Mas não foi." Disse Fields.
Michael também não gostou da declaração, por considerar que ela faria seus fãs sofrerem.
Devido à cobertura suja dada pela imprensa e as constantes insinuações de Lary Feldman de que ele estava tentando se esconder, o médico que estava tratando Jackson para o vício emitiu um comunicado. Dr. Beauchamp Colclough afirmou que o cantor não estava se escondendo e que ele não estava em tratamento para qualquer condição que não fosse seu vício em drogas. Os advogados de Jackson convidaram Larry Feldman para visitar MJ na clínica e testemunhar a sua condição, mas ele recusou.

A propósito, houve um lápso de minha parte, pois pouco falei sobre Larry Feldman. Feldman é um dos mais conceituados advogados dos Estados Unidos. O que não significa que ele seja honesto. Ele assumiu o caso Chandler depois que Evan precisou se livar de Rothman, já que os podres dele foram expostos. Na verdade, Rothman foi substituido, primeiramente, por Gloria Alred, mas ela foi demitida, depois de dizer em uma coletiva de imprensa, que lutaria por um julgamento.

Você ficou surpreso com o que acabou de ler? Sim, ela foi demitida por dizer que lutaria por um julgamento. Mas voltaremos a falar disso mais tarde.

Alred recbeu uma carta de demissao e uma ordem para ficar calada, escrita pelo próprio Larry Feldman. Feldman usou de um jogo sórdido com a imprensa para vencer a resitência de Michael, passando informações para os tabçoides, de forma a provocar escândalos que deixaram Michael sem saida. O estratagema funcionou muito bem.

Feldman viria a representar os Arvizos no caso contra MJ em 2005, também.
Parte 9

“Não venderá mais nem um disco (?)”

Michael Jackson foi massacrado pela imprensa inescrupulosa e repórters de tabloides, todos preguiçosos, que não chacavam as informações antes de transmití-las, fazendo da situação uma corrrida desenfreada por furos de reportagens. Alguns até pagaram por falsas histórias, como Diane Diamond em seu odioso programa Hard Copy.
Ap´ss receber alta de seu tratamento contra o vício em analgésicos, Michael regressou aos Estados Unidos e teve a oportunidade de se defender. Em uma cerimônia na NAACP, em que foi apresentador, ele disse ao público que estava sendo vítima de um golpe. Da palteia alguém gritou “Nós amamos você Michael.” E outras palavras de apoio ao cantor.

Seus amigos mais fiéis também tomaram sua defesa. Elisabeth Taylor, a mais fiél de todos, esteve sempre pronta a falar em defesa do homem que ela afirmou conhecer o coração, mente e alma.
Michael recebeu o apoio esmagador de seus fãs em todo o mundo. Eles apareceram na TV e estações de rádio para apoiá-lo mesmo que ele não fosse o tema de discussão no programa. Os pais estavam chamando, porque seus filhos queriam manifestar o seu apoio.
Dois garotos de 10 anos de idade, Jeremy e James Aslop, escreveram uma carta de apoio ao cantor e eles fizeram uma música chamada "Michael". O videoclipe foi jogado na MTV News e foi descrito por Lisa L'Anson como "brilhante".

A Pepsi viria a anunciar que a turnê Dangerous tinha terminado, porque o contrato já havia terminado, mas os fãs que sentiram que a empresa tentou distanciar-se de Michael boicotaram abertamente os seus produtos e, como resultado, as vendas da Pepsi cairam. Tommy Mottola foi nomeado o novo gerente da Sony Music Entertainment, substituindo Walter Yetnikoff. Ele foi criticado por não apoiar a Michael como Yetnikoff teria feito.

Revistas não-tabloides e revistas de música davam suporte e diretores de programas de emissoras de rádio afirmaram que as pessoas estavam constantemente pedindo a música de Michael. Em várias entrevistas disseram que Jackson teve uma contribuição tão grande para a música que não poderiam virar as costas para ele, apenas por causa de uma reclamação sem fundamento, sem nenhuma evidência para apoiá-la, sem julgamento e sem convicção.

Eles também pediram aos meios de comunicação social para substituir sua cobertura ridícula por uma cobertura objetiva e lembrou-lhes de que não é seu trabalho decidir se Jackson era culpado ou inocente. Eles apontaram que os ouvintes estavam reclamando da cobertura dos tabloides e tratamento de Jackson na mídia.

As pessoas também escreveram para os jornais para reclamar da cobertura lasciva e ligavam para a MTV para deixar mensagens de apoio. Orlando Sentinel escreveu sobre a reação dos leitores "Mesmo as pessoas que não gostam da música do homem ou o seu estilo de vida não podiam acreditar que as alegações de que a estrela pop tinha molestado um menino de 13 anos de idade fossem verdadeiras."

Houve um aumento nas vendas do álbum de MJ.

Várias celebridades defenderam-no publicamente. Frank Dileo (seu ex-empresário que foi demitido em 1990) e John Branca também. Em entrevist a Rolling Stone, Dileo disse: "Eu confio em deixar meus próprios filhos com ele”.

“Ele morou na minha casa, em Encino, durante sete meses. Não há nenhuma maneira de ele fazer isso, não é de sua natureza." Dileo defendeu Jackson em 2005, também.

O hábito de Michael Jackson de ficar em casa de outras pessoas era bem conhecido. E milhares de crianças interagiram com Michael ao longo dos anos. Todas elas tinham somente coisas boas a dizer sobre ele.

O pai de Macaulay Culkin diria mais tarde que, quando ele perguntava a seus filhos o que eles queriam fazer, eles respondiam que queriam ir para Neverland. Ele também disse que Jackson tratou todos seus filhos de forma igual (tanto meninos quanto meninas) e que suas filhas nunca foram deixadas de fora das brincadeiras. Ele acrescentou que o cantor se sentiu muito confortável em torno de sua família como "um deles".

O professor da Escola de Direito de Harvard, Alan Dershowitz, que já representou várias celebridades, disse que viu Michael com crianças e que ele iria confiar em seu filho com ele. Em uma entrevista, em 2009, Allan Scanlan, que operou o parque de diversões no rancho Neverland, por mais de 15 anos, tinha apenas coisas boas a dizer do proprietário da fazenda e sua relação com as crianças.

Bob Bom é uma das muitas pessoas que conheceu o cantor quando eram jovens e, como todo o resto, ele tem defendido Jackson e até mesmo se ofereceu como testemunha de caráter no julgamento de 2005.

Os fãs de Michael estavam protestando no mundo inteiro em apoio de sua inocência. O premiado ator, Maximilian Schell, pagou para ter um anúncio no The Hollywood Reporter, a fim de publicar sua carta de apoio a Michael Jackson. Ele também apareceu em uma entrevista coletiva onde falou sobre o assunto e apresentou a carta manuscrita para a mídia.

Vejam a carta aqui:

http://www.greektube.../view/134775/2/

William G. Steiner, ex-diretor da Fundação da Criança Orangewood, uma organização sem fins lucrativos que atendem crianças abusadas e negligenciadas, disse que "os casos como aqueles contra Michael Jackson apresentam problemas significativos, especialmente em batalhas de custódia. O cantor merece a nossa presunção de inocência. E as vítimas reais dos abusos merecem o nosso apoio.”

Ele passou a dizer:


"Michael Jackson é particularmente vulnerável. Qualquer figura pública ou indivíduo que trabalha em torno das crianças ou associados com elas não está imune a tal acusação que, de vez em quando, é improcedente. Pessoalmente, e correndo o risco de alienar os meus filhos, eu acho que Michael Jackson é um excêntrico, embora um excêntrico mais talentoso. Há uma qualidade infantil nele. Não é de surpreender-me, portanto, que Michael Jackson se sentisse confortável rodeado pelas crianças. Talvez ele tenha boas razões altruístas para tanta atenção às crianças e ele certamente não poderia ser um pedófilo, mas sinceramente eu acho que ele provavelmente é muito solitário e, em certa medida, vive em seu próprio mundo de fantasia.”

Ele acrescentou que, embora os meios de comunicação estejam muito ocupados analisando Jackson, verdadeiros criminos estavam fugindo. Um olhar cuidadoso sobre a notícia durante esse período revela que houve inúmeros relatos de assédio sexual nos EUA, especialmente na Califórnia, envolvendo padres, pais e professores. Ao mesmo tempo, Woody Allen foi acusado de molestar sua filha adotiva, mas ele não foi investigado como Jackson.

Em 20 de dezembro de 1993, os líderes da Regional Oeste da NAACP maldisse a mídia por sua cobertura desonesta sobre as alegações contra Michael Jackson e lembrou a todos de que a mídia tem uma longa história em tentar destruir os negros. Eles também enviaram uma carta ao Delegado de Los Angeles, Gil Garcetti, e o Chefe de polícia de LA, Willie Williams, questionando a manipulação da investigação criminal.
Partes da carta incluíam: "Qual é o interesse de sua equipe de investigação? Por que alguns fatos da investigação que está ocorrendo ‘vazaram’ e outros não? Esta investigação está sendo realizada de forma ética?”
Eles também disseram que a cobertura sensacionalista e tendenciosa foi racista e se houvesse provas que seustentassem as acusações, elas deveriam ser apresentadas em uma Corte não em uma redação. E se alguém seria nomeado para julgar o caso, esse alguém não seria uma âncora de telejornal, mas alguém nomeado pelo Grande Juri.
Em meio ao bombardeio que sofria, Michael continuou vendendo muito bem. O álbum Dangerous permaneceu no topo das paradass por 98 semanas. Até aquele momento, tinha vendido 20 milhões de cópias.
Michael continuava ganhando muito dinheito. Black or White foi a música mais tocada do ano. Suas músicas, em geral, eram pedidas nas rádios e mesmo aqueles que não eram fãs, ligavam para as emissoras para expressarem sem desgosto pela forma injusta como o cantor estava sendo tratado.
A mídia ainda não tinha conseguido fazer sua lavagem cerebral e grande parte de público ainda se lembrava de que Michael Jackson era um ser humano extraordinário que há anos vinha promovendo o fim da desigualdade e se envolvendo em causas beneficentes.
Ao contrário do que se esperava o escândalo não prejudicou o público da Turnê que acabou sendo a mais lucrativa da história, 300 milhões de dólares, com direito a registro no Guines Book. Michael doou toda a renda para Fundação Heal The World, o que o deu mais um registro no Guines, como celebridade que mais havia doado dinheiro para caridade.
Naquele ano, 1993, e nos seguintes, ele ganhou muitos prêmios e foi homenageado em diversos programas. Ganhou inclusive o Choice Awards Children’s, (prêmio dedicado a quem faz o bem às crianças), em 1994; o prêmio de humanitário do ano, também em 1994, diversos prêmios da música e como o artista mais querido da América, este em 1995.
9º parte:

Provas forjadas, investigação antiética, manobras dos acusadores, desentendimentos na equipe de defesa, mais sujeira da imprensa. Mas... e como fica Michael ?

Foi relatado, em novembro de 1993, que Jordan Chandler tinha dado uma descrição dos órgãos genitais do cantor. Essa informação causou um reboliço na imrensa. Em todas as revistas, jornais e noticiários flava-se que o “o garoto foi capaz de descrever os genitais de Michael Jackson”.

Howard Weitzman, advogado de Michael, disse que não estava ciente de qualquer mandado de busca sobre o assunto e acrescentou:

"Você deve estar brincando comigo. O jovem irá depor no momento apropriado. E não estamos preocupados com essas questões no presente caso. Nós não acreditamos. Ponto.”

Michael, neste ponto, ainda estava na Europa, tratando-se pelo vício em analgpesicos. Enquanto nos Estados Unidos o mundo vinha abaixo com mais esta bomba.
Em 23 de novembro de 1993, Feldman deu uma entrevista coletiva em frente ao tribunal (depois que o Juiz Rothman havia negado o movimento da defesa para adiar o julgamento civil) e entre outras coisas, ele disse que queria um exame médico do corpo de Jackson e que ele estava em vias de solicitar isso.

Na mesma entrevista coletiva Howard Weitzman, advogado de Michael, disse que a DA de Santa Bárbara, Thomas Sneddon Jr. não lhe dera cópias do material apreendido e que isso era incomum.

Sneddon continuaria seu comportamento incomum em 2003-2005, também, como bem sabemos.

Fields, que demontrava fervorosamente acreditar na inocênica de Michael, afirmou na conferência de imprensa que, com base nas evidências, estavam confiantes de que venceriam no julgamento civil e um eventual julagamento na esfera criminal. Weitzman acrescentou, ao ser questionado sobre se havia outras acusações, que ele tinha apenas conhecimento de investigação sobre as alegações de Chandler e de mais ninguém.

O Times obteve uma carta que Fields enviou para o chefe de polícia, Willie Williams, quando os pais das crianças disseram-lhe o que aconteceu durante os interrogatórios policiais. Ele a enviou em 28 de outubro de 1993:


"Estou ciente de que seus oficiais disseram mentiras ultrajantes, que assutaram os jovens, como ‘temos fotos de você nu’, a fim de empurrá-los para fazer acusações contra o Sr. Jackson. Naturalmente não há essas fotos desses jovens e eles não têm acusações a fazer. Mas seus oficiais parecem estar prontos para empregar qualquer dispositivo para gerar evidências potenciais contra o Sr. Jackson."

Howard Weitzman acrescentou que a polícia estava tentando enganar as pessoas para fazer acusações falsas, porque não tinham provas. O chefe William respondeu que ele estava satisfeito com a investigação de seus oficiais, mas estas revelações causaram reações negativas na imprensa internacional, em relação à postura da polícia de Los Angeles.

As alegações de abuso sexual foram investigadas pelo Promotor de Los Angeles, Garcetti e o Promotor de Santa Barbara, Sneddon; o chefe do departamento de Serviço para Crianças, Lauren Weis; e o chefe do LA County District Attorney's Crime Unit e também pelo FBI. Como resultado desta investigação maciça, nada que incriminasse Jackson jamais foi encontrado, não houve testemunhas críveis e nenhuma acusação foi arquivada.
Um quarto mandado de busca foi expedido, desta vez para a casa da família Jackson em Encino, que também resultou em nada incriminador.
Não havia essa investigação aprofundada para as acusações de extorsão. As autoridades nunca levaram a sério e não servia ao seu propósito tampouco. Por esta época (novembro de 1993), era óbvio, pelo menos fora dos EUA, que eles não poderiam continuar a investigação de abuso sexual sem dar mérito para as alegações de extorsão. Milagrosamente, nada vazou do inquérito de extorsão. O vazamento só acontecia em relação aos boatos que prejudicavam a imagem de Michael Jackson. OuviLer foneticamente

A investigação de Jackson envolveu pelo menos doze detetives do Condado de Santa Bárbara e de Los Angeles, em outubro de 1993. A investigação teve por base a percepção de um psiquiatra, Mathis Abrams, que não é especialista em abuso sexual infantil, nem é um pediatra. Como bem ressaltou Mary Fischer em seu artigo para GQ.

Abrams, conforme o relatório da assistente social da DSCF, "sente que a criança está dizendo a verdade.”

“Em uma era de queixas generalizadas, e muitas vezes falsas, de abuso sexual infantil, a polícia e os promotores têm dado grande importância para o testemunho de psiquiatras, terapeutas e assistentes sociais.” Ponderou Mary Fischer.

Para relembrar, Abrams nunca se encontrou com Michael Jackson. Nem mesmo voltou a ver Jordan Chandler, o que era necessário, para que ele pudesse analisar melhor as declarações do menino e verificar se elas eram, de fato, merecedoras de credibilidade.

Mathis Abrams não foi o demônio nesta história, por certo. Ele fez aquilo que lhe competia fazer: uma denúncia às autoridades competentes para que elas averiguassem a verdade das alegações. Jordan contou a Abrams uma história muito bem ensaiada, Abrams não era especialista no assunto e tomou a melhor atitude no intuito de proteger o menino. Ele veio a dizer anos depois que nunca mais viu Jordan Chandler e que ele desejava ter tido a chance de examiná-lo de novo.

Mas ele simplesmente foi descartado após servir aos propósitos de Evan. Mas ainda precisavam de um profissional que assegurasse a veracidade das alegações, por isso, Larry Feldman contratou do Doutor Garner, que é a maior autoridade em pedofilia nos Estados Unidos. Garner também é especialista em acusações falsas de abuso sexual. Ele tem uma carreira longa tratando crianças que fazem acusações fantasiosas. A opinião de Garner seria muito preciosa, se favorável aos Chandlers. Mas não foi.

Garner foi dispensado, o que só pode nos levar a crer que ele deu uma opinião contrária aos interesses dos Chandlers. Ora, ele é a maior autoridade no assunto, se ele dissesse que Jordan estava dizendo a verdade, isso seria fatal, pois quem mais iria questionar a veracidade das alegações?

Mas Garner foi dispensado e não voltou a ver Jordan Chandler também. No entanto, ele concedeu entrevista onde disse que as alegações de Jordan eram bastante questionáveis, sobretudo porque não havia quem as corroborassem. Não havia outra criança acusando Michael e um pedófilo não tem apenas uma vítima. Segundo Garner, trata-se de uma doença progressiva, a pessoa nunca fica satisfeita.

Em seguida, Feldman enviou Jordan a outro psiquiatra, Stanley Katz e esse, sim, deu a opinião que eles precisavam. Katz viria a se envolver também no caso Arvizo, em uma segunda cruzada contra Michael Jackson.

As investigações prosseguiram, foram extensas e agressivas. A polícia apreendeu a agenda telefônica de Jackson durante as buscas em suas residências, em agosto, e questionou quase trinta crianças e suas famílias. Alguns como Wade Robson e Bertt Barnes disseram que eles haviam compartilhado a cama com Jackson, mas como todos os outros, deram a mesma resposta: Jackson não havia feito nada de errado.

"As evidências eram muito boas para nós", disse Fields. "O outro lado não tinha nada, a não ser uma boca grande."

Apesar da inexistência de evidências que apoiassem a convicção de que Jackson era culpado, a polícia intensificou os seus esforços. Dois oficiais voaram para as Filipinas para tentar conferir a história da "mão nas calças" contada pelos Quindoys, mas aparentemente decidiram que ela não tinha credibilidade.

A polícia também empregou técnicas bem incisivas de investigação – o que, supostamente, incluía contar mentiras – para pressionar crianças a fazer acusações contra Jackson. De acordo com vários pais que se queixaram a Bert Fields, oficiais afirmavam categoricamente que seus filhos haviam sido molestados, apesar das crianças negarem aos pais que qualquer coisa ruim tivesse acontecido. O que levou Fields a se queixar através de uma carta, já transcrita aqui, ao Chefe Williams. Um oficial, Federico Sicard, disse ao advogado Michael Freeman que ele havia mentido para as crianças que ele tinha entrevistado, dizendo-lhes que ele próprio tinha sido molestado quando criança.

O problema dessas técnicas inaceitáveis foi levantada no julgamento de 2005, no Caso Arvizo, e um dos investigadores teve de admitir, sob interrogatório, que isto não era o que foi ensinado na academia de polícia.

Além disso, a fita do interrogatório de Gavin Arviso, em 2003, explicitamente prova que os investigadores envolvidos usaram técnicas tão inadequadas, que um dos jurados, Paul Rodriguez, disse que a polícia tentou fazer Gavin oferecer acusações.

Quem já escutou essa fita tem notado o comportamento desonesto dos policiais e as perguntas induzitivas.

Também em 2005 uma gravação de uma entrevista do ator Corey Feldman para a polícia de LA, em 1993, com a sargenta Deborah Linden e o detetive Russ, demonstra o comportamento vergonhoso exibido pela polícia no caso de Michael Jackson. Embora Feldman negasse completamente qualquer abuso, eles continuaram exercendo pressão sobre ele.

Feldman, então, disse saber como é um abuso porque ele sofreu abusos sexuais, mas não por parte de Michael Jackson. Ele chegou a nomear seu agressor, mas os investigadores não quiseram saber. Eles só se interessavam se a acusação fosse contra Michael Jackson!

Peças de seu interrogatório policial de 1993:


"Eu mesmo fui molestado, por isso sei como é passar por estes sentimentos, e acredite, a pessoa que me molestou, se ele fosse quem fez isso comigo, esta seria uma história diferente, porque eu estaria lá fora, na frente, fazendo algo para que esse homem pagasse pelo que ele fez."
“Você não sabe quantas vezes eu quebrei a cabeça e pensei ‘há algo que eu estou esquecendo? Existe algo que, você sabe, eu estou pensando que não aconteceu, mas ele realmente fez ?’ Se eu pudesse encontrar algo, eu adoraria ser capaz de lhe dizer, mas nada aconteceu."

Corey Feldman também apareceu no Larry King Live, em 21 de novembro de 2003, e repetiu que nunca Jackson agiu inadequadamente com ele e que ele nunca o tinha visto agindo de maneira inadequada com qualquer outro garoto em Neverland. Ele também revelou que Corey Haim não era uma "vítima" de Michael Jackson.

Não importa quão duro os investigadores tentassem fazer as pesssoas contar história mirabolantes, não havia como o Ministério Público justificar todo o dinheiro desperdiçado com esse caso forjado. Eles entrevistaram todos que conhecia Michael e não encontraram nada.

No início de dezembro, Maureen Orth apareceu no programa de Larry King para promover seu artigo sobre as alegações feitas contra Michael, que seria publicado em janeirode 1994. J. Randy Taraborelli estava lá para “defender” Michael Jackson contra o artigo de Orth (Mas ele usou os artigos dela como fonte para o livro dele, embora os artigos dela sejam recheados de absurdos como afirmar que Michael sacrificava vacas em Neverlnad em rituais voodoos!) e Katherine Jackson ligou furiosa, explodindo contra Orth. Maureen Orth pareceu desconfortável sob o ataque de Katherine.

Um dado importante neste caso é que June Chandler, a mãe de Jordan, esteve do lado de Michael até os últimos minutos do segundo tempo. Ela e o marido, Dave Schwartz, não acreditavam nas acusações e afirmavam que Evan estava manipulando o menino.

Mas após uma reunião com os oficiais Sicard (que mentiu a uma criança sobre já ter sido vítima de abuso, para encorajá-la a falar) e Rosibel Feruffino, ela começou a mudar de ideia.

Os oficiais disseram a June Chandler que havia outra criança acusando Michael Jackson de abuso, (o que revelou ser uma mentira mais tarde) e que eles estavam convencidos de que Michael tinha molestado aquela criança, porque ele se encaixava perfeitamente no perfil clássico de pedófilo, Conforme contou Larry Freeman, advogado de June, que participou daquela reunião.

“Não existe esse tal perfil clássico. Cometeram um erro completamente estúpido e ilógico", diz o Dr. Ralph Underwager, um psiquiatra de Minneapolis, que tem tratado de pedófilos e vítimas de incesto desde 1953.

Jackson, acredita o médico, “pagou” por causa de "equívocos como estes, que puderam passar por fato em uma era de histeria."

Na verdade, como um estudo do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA mostra, muitas alegações de abuso sexual infantil – 48% daquelas registradas em 1990 – eram comprovadamente infundadas.

"Era só uma questão de tempo antes que alguém como Jackson se tornasse um alvo", diz o psiquiatra Phillip Resnick. "Ele é rico, excêntrico, vive rodeado de crianças e essa é a fragilidade dele. A atmosfera é tal que uma acusação ia mesmo acontecer."

June tentou falar com Michael sobre o assunto. Ela queria explicações, pois fora afetada pelas declarações mentirosas e equivocadas dos oficiais. Magoado pela desconfiança dela, Michael não quis conversar. Temendo ser acusada de negligência pelo ex-marido, June se voltou contra Michael se unindo a Evan.

Michael Freeman, que até aquele momento a tinha representado, abandonou o caso. Ele declarou para imprensa que Evan Chandler não era uma pessoa verdadeira.


“A coisa toda era uma confusão. Eu me sentia desconfortável com Evan. Ele não é uma pessoa autêntica e eu sentia que ele não estava fazendo as coisas do modo certo.”

Se June se uniu ao ex-marido naquele momento ela também não poderia ser considerada uma pessoa sincera.

As acusações feitas por Jordan eram de que as relações sexuais teriam ocorrido em Mônaco, durante a viagem em que acompanharam o cantor.

June Chandler estava lá. O tempo todo. Se Michael tivesse abusado de Jordan, teria sido com o consentimento dela!

Com medo de ser acusada de negligência ou até prostituição infantil, ela decidiu se aliar ao ex-marido, com quem ela sequer queria falar, até aquele momento, um homem a quem ela chamava de mentiroso e acusou de extorsão.

Joy Robson, mãe de Wade Robson, amigo de Michael, conheceu June em Neverland e disse que ela era uma caçadora de fortunas.

Os empregados não gostavam dela, pois, segundo testemunharam, ela dava ordens em Neverland que se fosse a senhora Jackson.

O senhor Hirsch, um advogados dos pais, disse que ambos estavam por trás do processo civil. Mas June Chandler, em seu depoimento no julgamento de 2005, refutou que estivesse envolvida. Ela negou ter processado Michael, dizendo que a família de Jordan (ou seja, Evan) tinha feito.


Mesereau: Quando você processou Michael Jackson, você o fez por intermédio de Larry Feldman, correto?
June Chandler: Eu não processei Michael. Jordan Chandler e a família dele (o pai) processaram. Nós não processamos Michael Jackson.

Quando ela foi lembrada de que seu nome constava na ação civil, ela disse que isso foi ideia de Evan Chandler. O advogado dela, naquela época, Michael Freeman, disse que June estava com medo que Evan a acusasse-a de negligência. Se ela não o apoiasse naquele esquema.

Hirsch também disse que pai e filho tinham sido entrevistados por policiais em várias ocasiões, sobre as acusações contra Jackson. Sabemos sobre duas dessas ocasiões. Em primeiro de setembro de 1993, a pedido de Tom Sneddon, e em primeiro de dezembro de 1993, também por Sneddon. Os detecteis Deborah Linden e Rosibel Feruffino (que mentiram para June) estavam presentes. Jordan foi interrogado pelo delegado distrital de Los Angeles, Lauren Weis.

Ao longo dos meses, os advogados de ambos os lados foram contratados e demitidos enquanto lutavam sobre a melhor estratégia a ser tomada. Rothman deixou de representar os Chandlers no final de agosto, quando foram apresentadas por Jackson as acusações de extorsão contra os dois. Ambos, então, contrataram caros advogados criminalistas de defesa para representá-los. Rothman contratou Robert Shapiro, um famoso criminalista que veio a defender OJ Simpson. Saphiro também defendeu Evan e June Chandler na acusação de extorsão. Porém ela negou, em 2005, que soubesse sobre as acusações de extorsão!

Incrível como estas pessoas mentiam de forma tão descarada.

June Chandler admitiu que tivesse se encontra com Saphiro no escritório de Feldman durante o caso, mas disse que não sabia quem exatamente era Saphiro, que não tinha conhecimento sobre o papel do advogado no caso, nem mesmo sabia que ele era um criminalista.

Mas isso não tem cabimento, pois Saphiro é um dos mais famosos advogados criminais dos Estados Unidos.

Já Feldman negou que soubesse de qualquer acusação de extorsão, embora June tenha afirmado que foi ele quem apresentou Saphiro a ela, no escritório dele!
Os testemunhos de June e Feldman foram muito contraditórios, o que demonstra como os dois não passam de grandessíssimos canalhas.

De acordo com o diário de Geraldine Hugues, secretária de Rothman na época, em 26 de agosto, antes das acusações de extorsão ser apresentadas, ela ouviu Chandler dizer a Rothman: "é o meu rabo que está em perigo e correndo risco de ir para a prisão."

As investigações acerca das acusações de extorsão foram superficiais, porque, segundo Geraldine Hugues, "a polícia nunca as levou a sério. Mas muito mais poderia ter sido feito. Por exemplo, como haviam feito com Jackson, a polícia poderia ter emitido mandados de busca para as residências e escritórios de Rothman e Chandler. E quando ambos, através de seus advogados, se recusaram a ser entrevistados pela polícia, um grande-júri poderia ter sido convocado.”

Vamos recapitular:

Pela metade de setembro, Larry Feldman, advogado civil que tinha sido presidente da Associação dos Advogados de Tribunal de Los Angeles, começou a representar o filho de Chandler e imediatamente assumiu o controle da situação. Ele entrou com uma ação civil de US$30.000.000,00 contra Jackson.

Depois que a notícia da ação se espalhou, os lobos começaram a se amontoar na porta. Com a declaração de Feldman à imprensa de que estavam pedindo uma indenização de 30 milhões, porque acreditavam que o relacionamento entre Michael e Jordan era sexual, todos, até mesmo que nunca tinha se aproximado de Michael decidiu que era hora de ganhar algo com a situação.

Disse Feldman, na frente do tribunal em Los Angeles:

“O relacionamento entre Jackson e o menino é gentil, afetuosos, eles estão apaixonados, mas acreditamos que também seja sexual, daí a indenização.”

Ok, então vamos todos processar Michael Jackson, agora!

De acordo com um membro da equipe de advogados de Jackson, "Feldman recebeu dezenas de cartas de todos os tipos de pessoas dizendo que haviam sido molestadas por Jackson. Foram a todos eles tentando encontrar alguém, e não encontraram ninguém."

Mesmo que tinha defendido Michael até aquele momento passou a vender histórias falsas sobre envolvimento sexual dele com crianças, quando percebeu que aquele caso renderia milhares de dólares. Entres essas pessoas, vários de seus empregados, que em um primeiro momento defenderam-no, afirmando que nunca tinham visto nada e que confiavam nele inteiramente, mas depois apareceram com falsas acusações.

Bert Fields, o primeiro a representar Jackson no caso, trouxe Howard Weitzman, um conhecido advogado criminalista de defesa com uma série de clientes famosos.

Alguns previram um problema entre os dois advogados no início. Não havia espaço para dois fortes advogados acostumado a protagonizar seus próprios shows.

Desde o dia em que Weitzman se juntou à equipe de defesa de Jackson, "ele falava de um acordo", disse Bonnie Ezkenazi, um advogado que trabalhou para a defesa.
Com Fields e Pellicano ainda no controle da defesa de Jackson, eles adotaram uma estratégia agressiva. Eles acreditavam incondicionalmente na inocência de Michael e juraram lutar contra as acusações no tribunal.

Pellicano começou a reunir evidências para usar no julgamento, que estava marcado para 21 de março de 1994. "Eles tinham um caso muito fraco", diz Fields. "Nós queríamos lutar. Michael queria lutar e passar por um julgamento. Nós sentimos que poderíamos ganhar."

As divergências no time de Jackson aceleraram em 12 de novembro, depois que o porta-voz de Jackson anunciou, numa conferência de imprensa, que o cantor cancelaria o restante de sua turnê mundial para entrar em uma clínica de reabilitação para tratar seu vício em analgésicos.

Em 23 de novembro, os atritos chegaram ao máximo. Com base em informações que ele afirmou ter recebido de Weitzman, Fields disse em um tribunal cheio de repórteres que uma acusação criminal contra Jackson parecia iminente.

Fields teve uma razão para fazer essa declaração: Ele estava tentando atrasar a ação civil constatando que havia um caso criminal que deveria ser julgado primeiro. Fora do tribunal, os repórteres perguntaram por que Fields fez o anúncio, ao que Weitzman respondeu essencialmente que “Fields se confundiu”. O comentário enfureceu Fields, "porque não era verdade", ele disse. "Foi um ultraje. Fiquei muito chateado com Howard."

"Havia esse grande grupo de pessoas querendo fazer coisas diferentes e era como se mover através de areia movediça para obter uma decisão." "Era um pesadelo, e eu queria dar o fora dele.” Disse Fields.

Pellicano, que havia recebido seu quinhão de críticas pela sua conduta agressiva, pediu demissão, no mesmo momento.
Fields tinha razão ao pedir a suspensão no processo civil. O equívoco não foi quanto ao fato de existir a possibilidade de um processo criminal. Ela havia, é claro, pois o inquérito ainda não tinha sido concluído.

O futuro mostraria que um processo criminal não ocorreria, pois a polícia jamais encontrou uma evidência contra Michael e os dois Grandes Júris convocados decidiram por não indiciá-lo. Mas, naquele momento, Fields estava certo em se precaver e pedir a suspensão do processo civil era a medida correta.

Embora ainda nem tivesse sido reunido um Grande Júri, o movimento de Fields foi acertado, ao pedir a suspensão por seis anos. Ocorre que, seis anos é o prazo prescricional para a promotoria conseguir um indiciamento em relação ao crime de abuso sexual infantil.

Portanto, quando Fields pediu que o processo civil fosse adiado por até seis anos, ele não estava dizendo que seria por seis anos exatamente, mas até a decisão do processo criminal, que poderia ocorrer daquele momento até seis anos mais tarde.

O processo civil deveria se suspenso até que um (possível) o processo criminal estivesse concluído. O inquérito poderia levar ao indiciamento e um julgamento na esfera penal.

Michael Jackson estava disposto a ser julgado em um tribunal penal, o Chandlers não estavam. O juiz ordenou que não prosseguissem com o processo civil até sua decisão em 23 de novembro. A mídia informou mal ao público sobre a questão. Disseram que Michael estava tentando adiar o julgamento civil porque estava com medo.

O prórpio Michael foi mal esclarecido quanto à questão. John Branca ligou para ele e contou o que estava ocorrendo:


Branca: Eu não queria trazer mais um problema para você, mas há algumas pessoas aqui que acreditam que você quer aidiar o julgamento por seis anos.

Michael: Do que você está flando Branca?! De jeito nenhum, eu sou inocente, eu não quero que o julgamento seja adiado nem um dia. Quero que isso seja resolvido o mais rápido possível.

Branca explicou a ele o movimento de Fields, mas Michael não concordou.

Michael: Eu não quero que o caso seja adiado. Não me espanta que as pessoas pensem que estou com medo.



Ter o processo civil suspenso até decisão do criminal é um direito do réu, garantido pela Constuituição americana, uma vez que o processo civil pode interferir no criminal, pois há mais liberdade de movimentos.

Era direito de Michael ser julgado primeiro no processo criminal, se o Grande Juri tivesse decidido por indiciá-lo. O que, como bem sabemos, não ocorreu neste caso.

O veredito de inocência no processo criminal elide a possibilidade de uma condenação no civil, exceto quando a decisão é fundada em ausência de provas. Ou seja, com a segurança de que Michael seria julgado inocente, caso fosse levado a julgamento na esfera penal, Fields agiu muito acertadamente ao pedir que o processo civil fosse trancado.

Não era Michael quem temia um julgamento, mas os Chandlers.

Lary Feldman apresentou uma moção exigindo que o precesso civil não fosse adiado sob o argumento de que Jordan esqueceria os fatos enquanto aguardava a decisão no processo criminal.

Esquecer abusos sexuais que ele descreveu com detalhes?!

Mas uma vez os Chandlers demonstraram temer um precesso penal e ter que depor diante de um juri. Eles precisavam de um acordo que colocasse fim a tudo aquilo antes que Jordan comessasse a entrar em contradição.

O juiz acabou decidindo não suspender o processo civil, embora seja um direito do réu, pois acatou o argumento de Feldman.

As pessoas leigas, principalmente manipuladas pelas informações equivocadas oferecidas pela imprensa sensacionalista, não entendem a diferenças entre processo penal e civil e não puderam compreender os movimentos de Fields.

Esse é o procedimento padrão em todos os casos semelhantes por causa da dupla incriminação. A Quinta Emenda Constitucional (EUA) garante ao reu o direito a um processo justo. Isso significa, dentre outras coisas, que ele não pode ser levado a uma autoincriminação.

O processo civil, portanto, não deve ocorrer até decisão no processo criminal, pois pode acarretar danos à defesa do reu, que iria para o julgamento criminal com a estratégia já revelada.

Além disso, a decisão na esfera criminal faz coisa julgada no cívil, portanto a necessidade de que o processo criminal ocorra em primeiro lugar.
Vamos tentar explicar melhor:

Se uma pessoa é condenada pela prática de um crime na esfera criminal, essa decisão acaba com a necessidade de se produzir provas no processo civil, já que a culpa foi reconhecida na esfera criminal, bastando que, no âmbito civil, apenas se discuta o valor da indenização. Não há condenação à prisão em um processo civil, o que se discute na esfera cívil são valores. Quanto é devido e se é devido.

Por outro lado, se absolvido na esfera criminal, exceto com base em ausência de provas, o reu não pode vir a sofrer uma condenação no cívil, pois foi reconhecida a inocência dele ou a inexistência de crime no processo criminal.

Assim sendo, Fields agiu muito bem, pois quando Michael fosse absolvido na esfera criminal (se ele fosse a julgamento na esfera criminal, é claro) eles poderiam ir para cima dos Chandlers com tod a força.

Atualmente, o próprio Feldman ri da ignorância das pessoas que criticaram Fields, à época, e disseram que estavam com medo de enfrentar um jugamento. Ele falou sobre isso no Seminário de Direito, Frozen In Time, em 2010, ressalatnado que as pessoas, inclusive advogados, comentavam sobre o caso na TV sem saber nada do que estavam falando. Ele declarou que a atitude de Fields estava absolutamente correta, pois ele estava tentando garantir o dreito de Michael Jackson à Quinta Emenda, ou seja, o direito de ter um processo criminal justo. O que não seria possível, se um processo civil ocorresse antes. Feldman sabia que o processo deveria ser suspenso para garantir os direitos de Michael, por isso mesmo que ele lutou para impedir a medida. E venceu.

E se não houvesse indiciamento, como de fato não houve?

Bem, de toda forma estariam mais fortes e prontos para enfrentar o processo civil sem temer que revelar suas estratégias de defesa, pois a ação criminal já estaria prescrita como o decurso do prazo de seis anos, que foi o tempo de supensão que Fields pediu.

Mas o juiz acatou o desavergonhado argumento de Feldman!

A desculpa de Feldman de que Jordan poderia esquecer o que, supostamente, sofrera é tão ridícula que até surpreende que um magistrado o tenha aceitado.

Não é preciso conhecimento sobre as leis americanas para saber que o depoimento de Jordan poderia ser colhido antecipadamente.

Esse tipo de procedimento é bastante comum e em terminologia jurídica é chamado de “produção antecipada de provas”.

é realizado justamente quando há risco de se perder a prova, quando os vestígios podem ser apagados pelas intérperes do tempo, pela perda da memóra, ou pela morte da testemunha.

Se Larry Feldman temia que Jordan esquecesse o que ocorreu, mas realmente quisesse justiça, bastaria ele requerer ao juiz que o testemunho do garoto fosse colhido antecipadamente. Assim, o testemunho de Jordan ficaria registrado para sempre e poderia ser usado quando um julgamento viesse a ocorrer.

O que Feldman não queria é que Jordan depusesse e coresse o riso de ser acusado de perjúrio.

Bert Fields disse alto e claro que Michael Jackson queria testemunhar e limpar seu nome no processo penal antes do julgamento civil, um direito constitucional que todos nós temos. Ninguém perguntou por que uma pessoa "culpada" iria insistir em um julgamento criminal que poderia colocá-lo atrás das grades e por que seus advogados estavam lutando para ter o movimento concedido.

Evidente que Michael estava seguro de sua inocência e de que iria prová-la.

Infelizmente, em 23 novembroo de 1993, o Juiz David Rothman negou o pedido da defesa de ter o julgamento civil suspenso, considerando-a prematura, uma vez que nenhuma acusação havia sido feita contra o cantor naquele momento e ordenou que Jackson depusesse no julgamento civil no dia 31 de janeiro de 1994, marcando o julgamento civil para o dia 21 março de 1994.

Com essa decisão, o juiz não deixou escolha para Michael. A única maneira de ter um julgamento criminal justo (se a investigação pudesse levar a um) seria por fim à ação civil.

Explico:

Como disse antes, existe maior liberdade de movimentos em um processo civil. Dessa forma, ele pode interferi no penal de forma negativa para o réu. Por essa razão deveria ser suspenso até decisão na esfera criminal. Além do mais, a decisão no processo criminal faz coisa julgada no civil, ou seja, não pode ser mais discutida.

Há excessões. Não faz coisa julgada a decisão criminal quando baseada em ausencia de provas. Ou quando o ato não é punível, no que tange ao direito penal, mas continua sendo civilmente punível.

Portanto se um julgamento penal tivesse ocorrido e se o juri decidisse que Michael Jackson não cometera o crime ou que crime algum tivesse acontecido, ele não poderia passar por um julgamento civil, consequentemente, teria acabado as chances dos Chandlers em receber uma indenização. E indenização era tudo o que eles queriam.
Mas como o juiz negou a supensão, era preciso por fim ao processo civil, ou Michael poderia ser prejudicado, por, digamos assim, “revelar suas cartas antes do jogo final”.
Michael concordou em prestar seu depoimento para o processo civil em 18 de janeiro de 1994. O Los Angeles Times escreveu, em 04 de dezembro de 1993:


“Michael Jackson concordou em ser deposto 18 de janeiro sobre as alegações de que ele molestou sexualmente um menino de 13 anos de idade, os advogados de ambos os lados do caso disseram sexta-feira.”


“Os advogados de Jackson disseram que ele está ansioso para contar seu lado da história, sob juramento, mas eles também alertaram que podem se opor à deposição de Jackson (no processo civil) se ele for acusado criminalemte. Eles ainda estão analisando a data em que o depimento ocorrerá.”


“Em uma última audiência, o juiz da Corte Superior, David Rothman, determinou o depoimento de Michael para antes do final de janeiro. Mas Rothman também observou que ele poderia reconsiderar essa ordem se Jackson fosse indiciado criminalemte. Bertram Fields, um dos advogados de Jackson disse, sexta-feira, que o artista pode solicitar uma alteração na data de deposição se houver mudanças significativas no andamento da investigação criminal, antes do final de Janeiro.”
"Se as coisas mudarem no caso criminal, iria reconsiderar toda a questão do caso civil. Queremos que o processo criminal seja decidido primeiro."

Estavam corretos os advogados, pois, como já foi explicado, o processo civil pode prejudicar o criminal.

Observem que, os advogados não estavam tentando impedir o processo criminal, como a imprensa tantas vezes fez parecer, mas impedir que a açõ civil prosseguisse antes que uma decisão fosse tomada na esfera penal.

Também o que leva o público a certa confusão, sobretudo para pessoa não emericanas, é o fato de que nos Estados Unidos, ações indenizatórias também podem ir a julgamento popular. E um acordo, na esfera civil, impede tal julgamento. O acordo, aliás, é insentivado pela própria lei, pois há necessidade de se evitar que os processos se prolonguem.

Como no Brasil, apenas crimes contra avida vão a julgamento popular, as pessoas pensam que Michael se livrou, com o acordo, de um julgamento criminal, quando a imprensa diz a frase mais idiota que podia “O caso foi resolvido fora dos tribunais”.

O caso não foi resolvido fora dos tribunais. Foi resolvido antes de um julgamento civil, um julgamento popular, como ocorre no Brasil apenas em casos de crimes contra a vida, porque nos Estados Unidos ações indenizatórias vão a juri popular.

Com o acordo, o julgamento não se fez necessário, mas o acordo foi absolutamente lícito e foi realizado dentro de um processo civil em curso, não às escondidas. O referido acordo foi homologado por um juiz, depois de ter sido supervisionado e analisado por advogados de ambos os lados e, inclusive, um juiz nomeado para representar os interesses de Jordan Chandler. O que é outra peculiariadade da justiça americana. Quando há interesse de um menores, nomeia-se um juiz para representá-lo e cuidar dos interesses dele, assim, mesmo que os pais de Jordan Chandler fosse os maiores canalhas do mundo (e são) o garoto estava amparado pelas autoridades.

Portanto, o acordo foi lícito e efetuado no curso de um processo civil totalmente em conformidade com os preceitos legais e não impedia Jordan Chandler, nem ninguém de depor no processo criminal. Tal cláusula não existe, nem poderia existir. Ela seria nula.

O que Michael queria não era impedir os Chandlers de contar a história deles em um tribunal criminal, pois lá, ele, Michael, poderia se defender. Ele queria que os Chandlers parassem de acusá-lo na imprensa, pois na mídia, Michael Jackson não tinha chances de se defender de coisa nenuma, ele já estava condenado.

Por essa razão, é que o acordo civil determinou que os Chandlers não poderiam voltar a falar sobre o caso NA IMPRENSA. Não em um processo criminal. Mas eles violaram o acordo várias vezes, já que a violação não assegurava a Michael o direito de receber o dinheiro de volta. Com dinheiro não mão, os Chandlers voltaram a difamar o cantor, sobretudo Ray Charmatz, irmão de Evan, que escreveu o livro “All That Glitters”, onde conta histórias sórdidas e acusa Michael, além de ter iso em todoas os programas de TV afirmando ter provas contra Michael. Provas que ele nunca apresentou aliás, embora tenha sido intimado para isso.

Leia sobre as façanhas de Ray Charmatz aqui:


Portanto, o acordo pôs fim ao processo civil e é preciso que se grite isto: NãO é POSSíVEL ACORDO ENTRE VíTIMA E ACUSADO PARA EVITAR JULGAMENTO CRIMINAL EM UM CRIME DE ABUSO SEXUAL INFANTIL.

O julgamento criminal não ocorreu por decisão de dois Grandes Juris e não porque Michael “calou a boca” dos Chandlers.

O objetivo de Fields e de Michael era claro: justiça. Ele estava disposto a arriscar sua liberdade, porque se ele fosse considerado culpado, iria para a prisão.

Larry Feldman, advogado de Chandler, lutou pela não suspensão do processo civil, pois só queria o dinheiro, não justiça. Ele lutou e pediu por dinehro. Somente dinheiro.
Quando Feldman entrou com a ação civil contra o cantor, em setembro, Anthony Pellicano disse que como eles não puderam pegar o dinheiro por meio de extorsão eles tentaram outra maneira.

Na verdade, se um julgamento civil ocorresse após um julgamento criminal, com condenação, Feldman não teria necessidade de gastar tempo nem dinheiro no caso recolhendo provas, porque o governo teria feito para ele. Depoimentos escritos e gravados a partir do processo penal podem ser usados na esfera civil. E isso garantia que o testemunho de Jordan, se ele o desse, seria registrado para a memória de todos, para sempre. Portanto não havia motivos jurídicos e processuais, para Feldman impedir a supensão do processo civil.

O que ele tinha a temer afinal?

Seria muito mais fácil para os Chandlers conseguir a indenização, se Michael fosse condenado no processo penal. Mas eles sabiam que Michael não seria condenado.
Portanto, a estratégia era criar um circo com o apoio da mídia, a fim de exercer muita pressão em Michael, com o intuito de deixá-lo debilitado, para que ele cedesse e pagasse pelo que não fez, sem passar por um julgamnto criminal, onde certamente seria absolvido.

Evan Chandler é quem temia um julgamento no âmbito criminal. Pois quando Michael provasse sua inocência, Evan poderia ser acusado de perjúrio e calúnia. Assim, eles lutaram com unhas e dentes para evitar que o caso fosse a julgamento.

Eles não queriam nem mesmo um julgamento civil; queriam por fim a tudo aquilo de forma rápida, como disse o irmão de Evan, Ray Charmatz, em seu livro “All That Glitters” e conseguiram isso com a ajuda da imprensa, que massacrou Michael Jackson até que ele sucumbisse.













10º parte:

“Se Michael for a julgamento estamos perdidos”


Gloria Allred foi contratada pelos Chandlers como advogada e em uma conferência de imprensa, em 2 de setembro de 1993, no Regent Beverly Hills Wilshire Hotel ela disse: “Meu cliente quer que a verdade apareça. Ele está pronto, ele está disposto, ele é capaz de testemunhar.”

Mas ela estava muito enganada quanto à verdadeira situação. Evan não queria que Jordan desse seu testemunho juramentado, em interrogatório, sob o risco de perjúrio. Ele nunca veio a testemunhar, realmente.

Suas medidas naquele ponto demonstram que eles não queriam entrar em um tribunal. Cinco dias após a conferência, Glória Allred foi demitida e repreendida pelo que falou e foi imediatamente substituída por Larry Feldman, advogado poderoso, que ajuizou a ação civil contra Michael, em 14 de setembro de 1993, pleiteando uma indenização de 30 milhões de dólares.

Na verdade, foi o próprio Feldman quem mandou a carta de demissão para Allred e ainda advertiu-a de que se voltasse a falar sobre o caso, ela seria punida pela Associação de advogados de Los Angeles, a qual ele presidia.

Os advogados de Michael responderam à ação civil negando as alegações.
Interessante que os Chandlers tenham citado com corréus as empresas de Michael e sua seguradora.
Essa medida é comum e necessária, em certas ações, quando há o chamado direito de regresso, responsabilidade subsidiária ou solidária entre os indicados para o polo passivo da demanda.

Explico:

Em um processo por acidente de ônibus, por exemplo, a vítima pode mover uma ação contra o motorista que dirigia o veículo, a empresa transportadora, que é quem tem a responsabilidade objetiva de indenizar e ainda deve indicar a seguradora, contra quem a empresa tem direito de regresso, ou seja, tem o direito de pedir o reembolso da quantia que gastar com a indenização.

Mas é peculiar essa medida em uma ação cujo fundamento para o pedido de indenização era abuso sexual. Na verdade, os Chandlers não alegaram que Michael tivesse molestado Jordan, no processo civil, eles acusaram o cantor de negligência. Eles alegaram que a convivência com Michael causou abalo psicológico em Jordan.

(Tremenda desfaçatez da parte deles, tendo em vista que essa convivência foi incentivada ao extremo pelos pais). Era em público, na imprensa, que eles acusavam Michael de abuso sexual. A denúncia, como já dito, partiu de Mathis Abrams, nunca dos Chandlers.

Negligência é uma acusação vaga e muito usada em ações de indenização. Aas ações deste tipo são consideradas causas ganhas, pois qualquer descuido pode vir a ser considerado negligência.

Os Chandlers indicaram no processo civil as empresas de Michael e a seguradora para garantia do pagamento. Foi, de fato, a seguradora quem pagou o acordo de cerca de 22 milhões de dólares.

Em entrevista a Larry King, o advogado Brian Oxman esclareceu que, em ações deste tipo, o que se busca é justamente um acordo com a seguradora, pois o acusado pode gritar o quanto quiser que não paga um centavo, que nada adianta, pois a seguradora paga. A menos que ela seja livrada de sua responsabilidade.

A seguradora tinha o direito de interferir no processo e propor um acordo, para evitar prejuízo maior para si, já que Michael tinha o direito de exigir reembolso de qualquer quantia de que tivesse que dispor. Para impedir que a seguradora assim procedesse, Michael Jackson teria que romper o contrato que tinha com ela. O que poderia ser tão financeiramente prejudicial quanto pagar pela indenização, ele mesmo.

é mais que claro que ações civis com pedido de indenização nos Estados Unidos se tornaram uma forma de fabricar dinheiro. São milhares de ações desse tipo por ano, sendo que, na maioria das vezes, o fundamento é absurdo e os pleiteantes são pessoas em busca de ganho fácil.

Há inúmeros casos de pessoas que, embora culpadas por um acidente, processaram a empresa exigindo indenização. E venceram! Os Arvizos (que viriam a acusar Michael em 2003) são um ótimo exemplo desta deficiência no sistema judicial americano, no que se refere às ações civis.

Os Arvizos intentaram contra empresas várias vezes e, em alguns dos casos, saíram vitoriosos, embora as empresas, como a JC Penny, (onde eles foram pegos furtando) fossem a verdadeira vítima.

São inúmeros os casos e em razão deles, muitos dizem que, para pagar uma indenização nos Estados Unidos, não é preciso ter culpa, basta ter dinheiro.
Bem, dinheiro era tudo que os Chandlers queriam. Daí a indicação das empresas de Michael e de sua seguradora para o polo passivo da demanda, eles estavam se resguardando, de todas as formas, que a indenização seria paga.

Não foi errado Michael aceitar o acordo para por fim ao processo civil. Acordos em processos civis são corriqueiros e é o que se busca em todos os casos.
A forma enganosa como a imprensa retratou, e retrata, essa medida é o que faz as pessoas terem uma concepção totalmente equivocada do que aconteceu. E dos motivos que levaram o cantor a por fim ao processo civil com um acordo.

Se Michael fosse julgado criminalmente e provasse sua inocência, o que certamente ocorreria, ele teria mais força em um processo civil.

Por isso, Fields pediu a suspensão de processo por até seis anos, quando o direito de processar Michael penalmente estaria prescrito. Fields queria que o processo penal ocorresse primeiro porque acreditava na inocência de Michael e que sairiam vencedores. Assim, enfrentariam o processo civil com toda força que a vitória no criminal lhes daria, caso ele ocorresse.

Mas os Chandlers não queriam um julgamento, nem mesmo um julgamento civil, eles queriam pressionar Michael, fazê-lo sofrer, humilhá-lo publicamente até que ele não suportasse mais e cedesse. Ciente de que um processo penal seria sua ruína, Feldman fez de tudo para evitá-lo, ao mesmo tempo em que usava a imprensa a seu favor, vazando informações que os tabloides tratavam de distorcer, transformando Michael Jackson em um monstro perverso.

Em 2005, durante seu testemunho no julgamento de Michael, June Chandler disse que Glória Allred tinha sido advogada deles por dois segundos. E riu.

Larry Feldman também se divertiu à custa da ingenuidade de Allred em relação à verdade por trás das acusações e seu desejo de justiça. Ele viria a falar dela com cinismo no Seminário Frozen In Time, em 2010. Ele ri agora, mas quando ela anunciou na conferência de imprensa que queriam um julgamento, todos ficaram aterrorizados e trataram de calar-lhe a boca. Ele mesmo a advertiu de que seria punida se voltasse a falar no assunto.

Ele partiu para seu jogo de manipulação com a mídia, oferecendo o descarado argumento de que se preocupavam com os sentimentos de Jordan: “O garoto será crucificado, todo mundo está batendo nesse menino em todos os jornais”.

Que tamanha mentira! A imprensa nunca atacou Jordan, o único crucificado foi Michael. Foi ele quem teve sua imagem destruída pela irresponsabilidade e ganância dos tabloides e até mesmo da imprensa dita séria. O que facilitou muito a vida de Larry Feldman, pois acelerou a decisão por um acordo. Que era o que os acusadores queriam, desde o início.

No dia em que propôs a ação civil, Feldman também falou algo interessante como forma de justificar a medida. Ele disse que a investigação criminal contra Michael demoraria muito para ser concluída, então era preciso o processo civil para acelerar as coisas. Ele também disse que não sabia se a investigação resultaria em um indiciamento.

Interessante não? Como ele sabia que a investigação demoraria muito para ser concluída? E por que ele demonstrou descrença de que ela resultasse em um indiciamento? Eles não tinham provas? Não deveria haver outras vítimas, já que Michael sempre teve acesso a inúmeras crianças? Por que seria difícil conseguir evidências que corroborasse a acusação?

Feldman cometeu um deslize ao dizer isso. Ele sabia a verdade e deixou que transparecesse. Infelizmente poucos, muito poucos, na verdade, prestam atenção a esses detalhes.

As investigações realmente foram longas e seria muito mais se Michael não tivesse sucumbido à tortura promovida pela mídia e os conselhos de seus amigos e até advogados, o que o levou a aceitar o acordo.

Milhões de dólares foram gastos com as investigações comandadas por dois departamentos de polícia. Santa Bárbara e Los Angeles. O promotor distrital de Santa Barbara perseguiu Michael Jackson com tanta fúria que muitos passam a pensar que ele tinha problemas pessoais com o cantor.

Na verdade, Sneddon queria apenas se promover em cima de um grande caso e conseguir sua reeleição. Sneddon era um dos mais poderosos promotores dos Estados Unidos e comandava um gabinete repleto de brilhantes promotores. Ele vez uma aberta campanha contra Michael na imprensa e pediu que as vítimas aparecessem para contar suas histórias para que ele pudesse jogar Michael na prisão.

Ele chegou a contratar uma empresa especializada em administração de páginas da web para criar um site onde as pessoas poderiam fazer denúncias contra Michael Jackson. Havia um canal direto para que membros da imprensa pudessem entrar em contato com seu gabinete.

Sneddon, por sua forma agressiva e obsessiva de perseguir os acusados, recebeu a alcunha de “cachorro louco”. O promotor de Santa Bárbara não era apenas determinado e implacável em sua perseguição, ele era desonesto, inescrupuloso, manipulador.As provas que ele não encontrava, ele forjava. As testemunhas que ele não tinha, ele criava, os motivos que ele não possuía, ele inventava. Mas nem mesmo ele, com toda sua fúria, foi capaz de convencer os dois Grandes Júris reunidos de que Michael devia ir a julgamento. Os dois Júris, concluíram que não havia fundamento para a acusação e não indiciaram Michael.

Deixem-me esclarecer algo sobre o processo criminal americano:

Para uma pessoa ser julgada, ela precisa ser indiciada por um Grande Júri, que é composto por 23 membros, em que pelo menos 17 precisam votar pelo indiciamento. Esses membros se reúnem em segredo e aprecia as provas apresentadas unicamente pela acusação. Não há defesa nesta fase do processo. Sem a presença das partes, eles decidem se há indícios suficientes de que o suspeito tenha cometido o crime.

Se a decisão do grande Júri for positiva, eles a informam ao juiz através de uma carta chamada Bill of Indictment ou True Bill. O sujeito passa de suspeito a acusado e é levado à presença de um juiz, numa audiência chamada Arraignment. Onde se declarará culpado ou inocente. Se declarar inocência é levado a julgamento perante um júri, denominado Petit Júri ou Trial Júri, diante do qual, aí sim, comparecem ambas as partes com seus representantes para um julgamento de fato.

O Grande Júri, em suma, tem a função de fazer uma triagem dos processos, só remetendo a julgamento aqueles em que há evidências de que o crime foi realmente praticado.

Leiam mais sobre o Grande Júri no link a seguir:


Dois Grandes Júris foram formados, Sneddon apresentou suas provas e testemunhas e os dois Grandes Júris decidiram que não havia indícios de que Michael Jackson tivesse cometido um crime.

Ridícula, descabida e totalmente equivocada a ideia de que Michael “pagou para não ser acusado”, algo que seus detratores adoram insinuar e a imprensa tendenciosa vem repetindo há 13 anos. O acordo pôs fim ao processo civil, o criminal nunca viria a acontecer, por decisão dos Grandes Júris, não pelo dinheiro.

Mas antes que o júri fosse formado, Larry Feldman, que o temia como temia o diabo, tratou de tomar medidas para acelerar o processo civil e abocanhar uma gorda quantia a título de honorários advocatícios, é claro.

Em setembro de 2010, Larry Feldman foi palestrante no seminário “Frozen In Time”. Na ocasião ele fez piada da incapacidade da imprensa em entender as questões legais “para entender o que estava legalmente acontecendo”, ele riu.

Ele também disse que, embora ninguém tivesse entendido o que realmente estava acontecendo sobre aquela hostória de seis anos (referindo-se ao pedido de adiamento no processo civil, feito por Fields), todo mundo "adorou e pegou". Ele falou sobre a pertinência da medida adotada por Fields e citou o direito de Michael, garantido pela Quinta Emenda, a um julgamento justo. Na verdade, descobriu-se que os repórteres de tabloide não conseguiam entender a terminologia jurídica, e todo mundo estava manipulando palavras e termos para, assim, desinformar o público.

Feldman também disse em 2010 "E como eu iria assistir na televisão, com a minha boca aberta, advogados de destaque, no Today Show, na ABC, falando sobre o caso Michael Jackson, e eles não tinham ideia do que os fatos eram, do que eles estavam falando, eles estavam simplesmente falando, e eles estavam muito felizes de estar falando."

Feldman demonstra na citação acima, o que ele pensava sobre os ignorantes membros da imprensa que nada entendiam sobre o que estavam falando, mas adoravam fazer estardalhaço encima do caso, que nem mesmo estava ao alcance da compreensão deles. E isso serviu perfeitamente aos interesses de Feldman.

Larry Feldman foi contratado pelos Chandlers em setembro de 1993. Ele substitiui Glória Allred. O caso começou com Rothman, mas este teve que ser dispensado, quand os “podres” dele forma revelados, comprometendo o sucesso do plano tão bem arquitetado. Glória Allred representou os Chandlers por apenas 36 horas.

No discurso que proferium, durante o seminário Frozen In Time, em 2010, Feldman disse:


"Outra coisa sobre a qual acabei de pensar é que o que esses casos tinham em comum, mesmo com dez anos de diferença, é que nenhum dos advogados, creio que exceto Ron Zonen, eram os originais do primeiro. No primeiro caso, o caso do primeiro menino, que foi resolvido, ele inicialmente foi representado por um advogado de nome Rothman, e depois Gloria Allred assumiu por 24 horas, 36 horas, deu uma coletiva de imprensa e acabou! (risos) Então, entrei para o caso."

Essa é uma jogada inteligente da parte de Larry Feldman. Em vez de falar sobre o conteúdo do caso, discutindo a diferença de suas estratégias e esclarecendo para a ansiosa plateia o porquê de ele ter substituído Gloria Allred, Larry Feldman transforma todo o assunto em uma piada e desvia a atenção do público ao pensamento de que os serviços de Gloria foram insatisfatórios para o cliente, que preferiu Larry Feldman.

Mas o que de fato aconteceu? Por que Allred deixou o caso logo após ter dado uma coletiva de imprensa, afirmando acreditar em seu cliente e dizer que ele queria “seu dia na corte”?

Desde o início Allred demonstrou que seu foco era o processo criminal. Ela queria justiça e afirmou estar em busca dos verdadeiros fatos do caso.
O LA Times disse sobre a abordagem de Gloria Allred:


“Determinada a focar a atenção no que ela chama de ‘acontecimentos reais’ a advogada Gloria Allred falou na quinta-feira pela primeira vez em nome do menino que acusou o super astro Michael Jackson de molestá-lo, dizendo que o garoto de 13 anos é 'corajoso’ e que ‘quer um julgamento’."

Allred recusou-se a falar sobre as alegações de extorsão dizendo que ela representava apenas a criança. "O que tenha ocorrido entre adultos não deve afetar o direito dessa criança de estar segura, protegida e de ser representada no tribunal", disse ela.

"Meu cliente quer... que a verdade seja revelada. Ele está preparado, disposto e capaz de testemunhar."

Ao ser perguntada se planejava um processo civil em nome do menino, Allred respondeu: "Estou reservando e preservando todas as opções para a criança, e não excluo nenhuma possibilidade."


Uma semana depois, o LA Times informou:

“A advogada Gloria Allred, que anunciou em meio a grande alarde, semana passada, que estava representando o menino de 13 anos que alegou ter sido molestado por Michael Jackson, disse, na sexta-feira, que não está mais no caso.”
"Exato", disse Allred. Ela se recusou a responder quaisquer perguntas sobre por que estava abandonando o caso, dizendo apenas: "Não posso comentar mais nada a respeito, infelizmente."

O verdadeiro motivo da dispensa de Allred é revelado no livro de Ray Charmatz, irmão de Evan, entitulado “All That Glitters”.

Na página 167 de "All That Glitters”, Ray Chandler descreveu a agonizante decisão que June, Evan e Dave Schwartz, tiveram que tomar ao escolher Feldman em vez de Gloria Allred:


“No fim da reunião, June e Dave, assim como Evan antes deles, não tinham dúvidas em trocar Gloria Allred por Larry Feldman. A escolha veio entre agitar uma campanha através da mídia para pressionar o promotor a conseguir o indiciamento através de um júri popular ou conduzir negociações sutis, por trás das cortinas, para um rápido e discreto e muito lucrativo acordo. Para evitar o trauma que um longo processo penal ou civil causaria a toda a família, principalmente a Jordie..."

Note como Ray Charmatz deixa claro que os Chandlers não queriam julgamento eles queriam um acordo altamente lucrativo. Eles queriam ganhar dinheiro à custa das vidas de Michael e Jordan!

Por mais que eu odeie Jordan Chandler, não posse negar que tenho repugnância pela forma como ele foi usado pelos pais.
Ray diz mais:


"Allred tinha boas intenções; ninguém duvidava da sinceridade e preocupação dela. E se o acusado fosse outro e não Michael Jackson, sua estratégia teria sido mais interessante. Mas a perspicácia de Larry e Bob fazia muito sentido. Conseguir uma condenação contra Michael Jackson seria quase impossível sem uma segunda vítima."

Aqui ele deixa claro que estavam sendo orientados por Larry Feldman e Robert Saphiro, a quem ele chama de Bob.

Lembram-se de que June teve a desfaçatez de negar que sabia quem era exatamente Robert Saphiro? E Larry Feldman teve coragem de negar que tivesse conhecimento de uma acusação de extorsão feita por Michael contra os Chandlers?

Bem, como eles explicam, então, a presença de Robert Saphiro, um famoso advogado criminalista, em suas reuniões?

A canalhisse dos envolvidos e tão evidente que chega a ser revoltante. Como alguém pôde, mesmo que por um momento, acreditar em tais pessoas?

Mas vamos nos ater as declarações do idiota do Ray, que na sua tentativa de lucrar espalhando mentiras acabou nos dando informações precisosas.

Pelo que ele disse, somente podemos concluir que os promotores envolvidos no caso precisariam ser pressionados para convocar um Grande Juri, na verdade, o promotor de Los Angelis declarou que pretendia esperar pelas provas produzidas, se é que haveria alguma, no processo civil, pois as investigações criminais não resultaram em nada. E era essa pressão que Glóra Allred pretendia fazer. Mas ela foi substuituída por alguém que entendeu melhor o propósito da família.

Ray também disse algo muito intrigante. Que seria impossível condenar Michael sem uma segunda vítima. Lembrando que, se um processo criminal ocorresse primeiro, Michael teria que ser condenado de qualquer jeito, ou as chances dos Chandlers de conseguir uma indenização seria nula.

Mas como eles sabiam que não havia uma segunda vítima? Não deveria haver outra vítima, se Michael era pedófilo e vivia cercado de crinaças?

Deveria haver outra vítima, certamente. Deveria haver centenas delas, pois não existe pedófilo com uma única vítma. Segundo os psiquiatras especialistas neste distúrbio, um pedófilo faz cerdade de 140 vímas ao longo da vida, se não for detido.

Michael sempre teve acesso a crianças. Se ele fosse pedófilo, a lista de vítimas seria maior que a lista de músicas dele.

Então, os espertinhos não queriam correr o risco de ver Michael absolvido na esfera criminal, o que fulminaria as chances de eles abocanharem uma bolada. Era preciso acelerar o desenrolar do caso, forçar Michael a pagar. E é claro, que os advogados tinham grande interesse nisso, pois a eles caberiam grande parte do dinheiro. Na verdade, Larry Feldman ficou com 6 milhões!

Insisto: Se as suspeitas eram verdadeiras, por que eles temiam um julgamento? Por que decidiram demitir Allred? E como sabiam que não havia outra vítima?!
Se Michael fosse pedófilo, certamente que não teria apenas uma vítima, pois pedófilos naõ se satisfazeem, eles colecionam um grande número de vítimas ao longo da vida, a menso que sejam detidos.

Michael sempre esteve cercado de crianças, ele semrpe teve acesso a elas, então, como não haveria outra vítima?

Como pode um pedófilo viver cercado de crianças sem fazer mal a elas? Por que apenas Jordan? Por que Michael não molestou os Cascios? Por que ele não molestou Amer Betti? Ou Jimmy Safeshuck? Ou os filhos de Donald Trump, com quem ele passava as tardes brincando? Ou os filhos de Depak Choppra?Ou Bert Barnes e Wade Robson? E por que não Macaulay Culkin?

Todas essas crianças defenderam Michael, negaram qualquer abuso, portanto, obviamente ele nunca fez mal a elas e como isso seria possível se ele fosse realmente pedófilo?

Você poderia dizer, mas talvez existissem outras que não aquelas por quem ele tinha amizade.

Mas se tais vítimas existissem certamente teriam sido encontradas, pois a polícia investigou com muita determinação. Gastaram milhares de dólares viajando atrás de crianças que conviveram com Michael. Mas todas defenderam o cantor, embora os policiais fizessem de tudo, até mentir, para forçá-las a dizer o que eles queriam que dicessem.

Não encontraram outra vítima porque nunca houve vítima alguma e seus acusadores sabiam disso.

Quem não sabia da verdade era Glória Allred e por isso ela estava disposta a lutar por “justiça” e queria um julgamento. Larry Feldman, no Seminário Fozen In Time, em 2010, fez piada de sua colega ao dizer “Pobre, pobre, Glória Allred, ela queria justiça para o menino enquanto estava totalamente às cegas a respeito do verdadeiro estado das coisas no caso.”

Maureen Orth, jornalista que se opunha abertamente a Michael Jackson, escreveu um artigo, em janeiro de 1994, onde fala sobre os motivos que levaram Glória allred a abandonar o caso:


"A advogada feminista e exibicionista, Gloria Allred, que representou o menino brevemente, rapidamente convocou uma coletiva de imprensa e anunciou que seu pequeno cliente queria ir em frente e contar sua história. Os pais, horrorizados, então, contrataram o irrepreensível Feldman, um ex-presidente do LA County Bar Association e do LA Trial Lawyers’ Association, cuja esposa, também advogada, trabalha com pessoas que sofreram abusos sexuais. Ele demitiu Allred através de uma carta e a avisou que se falasse sobre o caso poderia ser disciplinada pela ordem dos advogados."


Foi Feldman que demitiu Glória Allred a mando dos Chandlers, que, como disse o artigo, ficaram horrorizados com o que ela havia dito na coletiva: “o menino quer contar sua hostória”.

Por que as palavras de Allred deixaram os Chandlers horrorizados?

Certamente eles não se preocupavam com a exposição de Jordan, já falamos sobre esse ponto. Se em algum momento tivessem se preocupado com Jordan, nunca teriam usado a imprensa, Evan não ficaria ameaçado fazer escândalos, mas, sim, teria procurado a polícia, coisa que ele nunca fez. Se houvesse desejo em preservar Jordan, nunca teriam consentido que Ray escrevesse “All That Glitter”, onde ele se refere a Jordan como “um viadinho, amante de Michael Jackson”.

Ray sempre afirmou que receberu carta branca de Evan Chandler para escrever o livro que, aliás, começou a ser produzido antes que o caso chegasse ao fim.
O que não queriam era um longo processo penal, onde suas máscaras fatalmente cairiam.

Era preciso por um ponto final no assunto e o “irrepreensível” Larry Feldman era especilaista em conseguir o que eles queriam: gordas indenizações.

Vejam que Feldman advertiu Allred a não falar sobre o caso ou seria punida. Mas ela não havia dito nada de errado, apenas que o menino queria contar sua história, Allred deixou claro naquela coletiva, que acreditava em Jordan e queria um julgamento, uma ação civil estava em segundo plano.

Era esse o problema com Allred? Colocar a justiça em primeiro lugar, quando os Chandlers buscavam por dinheiro e nada mais?

Glória se enganou redondamente. Jordan não queria testemunhar, nunca quis, e nunca o fez.

A piadinha que Feldman fez sobre Allred no seminário tem propriedade.

Se Michael fosse indiciado e julgado, certamente provaria sua inocência e, assim, os acusadores se veriam em péssima situação, acusados de perjúrio, calúnia, tentativa de extorsão e teriam, eles, que indenizr o cantor.

Ray Charmatz conta em seu livro que Evan estava morrendo de medo de ir para a cadeia, acusado de tentar extorquir dinheiro de Michael.

Ao dizer que não queria um julgamento para “poupar o menino de traumas que um longo processo, civil ou penal, poderia provocar” Ray Charmatz deixa claro que não queriam julgamento algum. Eles estavam interessados em um acordo silencioso e lucrativo. Como ele afirmou na página citada.

Na página 128, Ray confirma que o interesse era unicamente o dinheiro. Ele, de certa forma, critica Michael pelo erro que cometeu, por não pagar no “momento oportuno”.


"Se Michael tivesse pagado os 20 milhões de dólares a ele exigidos, em agosto, e não em janeiro do ano seguinte, talvez tivesse passado os 10 anos seguintes como o artista mais famoso do mundo, ao invés de o pedófilo mais infame do mundo."

Michael não pagou em agosto, antes do escândalo, porque não devia nada. Não era culpado. Ele não queria, nem precisava dar um “calaboca” para Evan, como a imprensa insinua até hoje. Ele estava disposto a lutar.

Quando decidiu pelo acordo ele o fez pressionado por todos os lados.

Ele foi empurrado para essa solução, achincalahdo, massacrado por uma imprensa inescrupulosa e burra; bombardeado por todos os lados, até que sua saúde estivesse em risco e seus próprios conselheiros e amigos, comessacem a dizer que ele deveria pagar e acabar com aquilo de uma vez.

O LA Times também cita as palavras de Jordan em uma de suas entrevistas, em que o assistente social percebe que era unicamente um acordo financeiro o que estava na mente da família do garoto.


"Em 17 de agosto, em um relatório detalhado das alegações feitas pelo menino de 13 anos que alega ser vítima de abuso sexual, um assistente social da região escreveu: ‘O menor afirma que ele e seu pai e advogados, encontraram-se com Michael Jackson e advogados; e o confrontaram com alegações, em um esforço para fazer um acordo e evitar o julgamento."


é facil acreditar na desculpa dos Chandlers e de Larry Feldman de que o motivo para se esquivar de um julgamento era poupar Jordan de um trauma. Realmente poderia ser desagradável para o menino ser exposto e ver coisas terríveis ser relatadas diante de um juri e ainda ser repetidas na imprensa.

Mas, esperem um segundo? Não era Evan Chandler que, desde o início, ameaçava tornar o caso público? Evan não ameçava Michael e também June, dizendo que procuraria a imprensa se ele não conseguisse o que queria? E ele não contou a Dave Scwartz que seu advogado inescrupuloso, Barry Rothman, tinha sede de publicidade?

Agora, alguém me explique. Como esse homem poderia dizer que queria poupar Jordan de traumas que, possivelemte, seriam provocados pela exposição do caso em detalhes?

Para constatar se Evan, ou qualquer um dos envolvidos estavam preocupados com os sentimentos de Jordan, basta analisar a seguinte situação: logo após o acordo ser firmado, entre Michael e os Chandlers, Ray Charmatz passou a tentar vender seu livro. Aliás, como não conseguiu uma editora que o publicasse, ele criou a própria editora, com dinheiro dado a ele por Evan (ou seja, dinheiro de Michael!) e publicou o famigerado livro.

Violando os termos do cordo, ele publicou o livro “All That Glitter”, no qual se gaba de ter recebido carta branca de Evan para relatar o caso em detalhes. Ele se refere ao sobrinho com gay e amante de Michael Jackson espondo-o de forma vil, ao falar sobre sórdidas histórias (falsas é claro) entre os dois.

Já Larry Feldman tratou de entregar à imprensa, dez anos após o ocorrido, uma gravação em que Jordan acusa Michael de ter se comportado mal com ele.

A declaração de Jordan é bem hesitante, na verdade, ele disse: “O que Michael Jackson fez comigo foi nuito feio. E ele nem me ligou depois.”

???

Eles está aborrecido com o que relamente? Com o que Michael “fez” ou por ele não ligar depois? E o que Michael fez, que ele disse ser “feio”? Na verdade, o que o garoto disse não diz nada.

Mas se os interesses de Jordan eram um mero pretexto para não ir ao tribunal, quais seriam as verdadeiras razões para evitar qualquer tipo de processo, penal ou civil?
Certamente foi a total falta de provas. Não havia nada que incriminasse Michael, não havia vítimas, não havia outros acusadores, nenhuma prova material, testemunhal ou física, como disse fontes da própria polícia.

Após diversos mandados de busca relaizados nada foi encontrado. Após milhares de dólares serem gastos na investigação, nada foi encontrado que sustentasse uma cusação. Mesmo os policiais tendo viajado até a Austrália, na esperança de encontrar uma vítima, nada obtiveram. A “perseguida vítima”, aliás, era Bert Barnes, que defendeu o cantor.

Os acusadores tinham a seu favor apenas suas menstes perversas e o apoio da imprensa tabloidiana, que transmitia informações falsas, como a de que fotos de crianças nuas tinham sido encontradas na casa de Michael.

Absurdo! Pois pornografia infantil por si só é crime e se tais fotos existissem, Michael já estaria encrencado o suficiente, obviamente que teria sido preso e indiciado. Por dois crimes, na verdade, possuir pornografia infantil e abuso sexual, pois as fotos seriam um forte indício do crime de abuso sexual, já que demonstraiam um pervesidão.
A cobertura desonesta da imprensa foi fator preponderante no caso. O massacre à imagem de Michael Jackson por órgãos da mídia minou as forças do cantor e deu aos Chandler o que eles precisavam. A imprensa entregou a cabeça de Michael em uma bandeja para seus inimigos.

Não havia nada que corroborasse as alegações, Michael não seria condenado, ele sequer foi indiciado, pois os dois Grandes Juris negaram o indiciamnto por falta de evidências. Mas os Chandlers temiam que o indiciamento ocorrese e fizeram de tudo para evitar o julgamento e também que o processo civil fosse suspenso.

O que eles tinham contra Michael?
Nada, além da palavra de um garoto submetido ao amytal sódico e sob o domínio de um pai violento e intimidador!











11º parte:

“Será pior que o pior pesadelo”

Quando Jordan deu o que seria a descrição da genitália de Michael para a polícia, a mídia fez grande estardalhaço em torno da questão. Mas Jordan errou em sua descrição, o que levou os investigadores do FBI a concluirem que as informações tinham chegado a ele por outras pessoas.

Ele disse que Michael era circuncizado, mas ele não era.

Há uma grande diferença entre um penis circunciado e um não. Uma brve comparação: um penis circincidado tem a glande mais áspera e escura que um não, pois em a proteção do prepúcio, a regiaão delicada escurece e se torna ressecada.

Mas havia grande possibilidade de acerto, pois a maioria dos americanos, na verdade 85%, são circinciados.

Alguns defendem que um menino de treze anos não saberia a diferença. Sobretudo se Michael estivesse com o penis ereto queando visto por Jordan. Traborrelli, em seu livro, questiona se haveria muita diferença entre um penis circunciado ou não, quando este está ereto.

Ocorre que Jordan é judeu, portanto, ele certamente é circuncidado, assim como seu pai e tio, pois é uma imposição da religião judáica. Todos os judeus são cricuncidados. Destarte, ele saberia a diferença.

Jordan também afirmou que o penis de Michael era negro, com uma mancha clara, provocada pelo vitiligo, mas o penis dele, na verdade, era branco, com uma mancha escura.

Qual a desculpa para a confusão entre branco e preto, agora? Um tipo peculiar de daltonismo?

A descrição das manchas nas nádegas também não correspondeu à realidade, como as fotos tiradas pela polícia mostraram.

Mas a constatação dos erros de Jordan não recebeu a mesma cobertura que a informação de que ele havia feito tal descrição recebeu. A imprensa não queria gastar tinta e papel com fatos que beneficiassem Michael Jackson.

Jordan chegou a fazer um desenho ridículo do que seria o penis de Michael, que foi motivo de piada, pois se assemelhava mais a um cogumelo que a um órgão sexual.
O LA Times disse que a falta de provas assombraram o caso desde o início:


“‘Tenho provas (contra Jackson)’, o pai disse. Vocês ouvirão em gravações de áudio. A polícia disse que as investigações não produziram evidências físicas ou médicas que sustentassem um processo penal, mas eles continuam a interrogar pessoas e a revisar fotografias confiscadas de Jackson.”



“Fitas de vídeo, apreendidas em imóveis pertencentes a Michael Jackson, não incriminam o artista e a falta de evidências físicas de abuso sexual deixou os investigadores "em uma batalha" para conseguir declarações de outras vítimas, em potencial’, um policial de alta patente disse na quinta-feira.

‘Não há prova física ou gravada”, a fonte disse. "O mandado de busca não resultou em nada que sustentasse um processo penal.’

Quando a polícia executou os mandados de busca em um condomínio, em Los Angeles, e no rancho de Jackson, no distrito de Santa Bárbara, no fim da semana passada, saíram com várias fitas de vídeo. Na quinta-feira, fontes afirmaram que os investigadores ainda estavam revisando as fitas para pistas e até possíveis vítimas; diz-se que várias dessas fitas mostram Jackson na companhia de jovens admiradores.

Com pouca, se é que há alguma, evidência física que comprometa Jackson com as alegações envolvendo o menino de 13 anos, de Los Angeles, como centro do inquérito, os investigadores estão interrogando outros jovens próximos ao artista sobre se algum deles sofreu abuso.”

Vamos recapitular alguns fatos:

No dia 10 de dezembro de 1993 Michael regressou aos Estados Unidos. Ele esteve internado na clínica Charter, em Londres, para tratar seu vício em analgésicos.

Enquanto ele enfrentava aquele problema, a imprensa continuava sua cobertura odiosa sobre o caso.

Michael parecia saudável quando desembrarcou em seu país. Estava mais gordo e parecia tranquilo, apesar de todo o inferno criado em torno dele. Ele havia voado para América no avião particurlar so sultão de Brunei. Também um fã.

O Hard Copy noticiou que o cantor estava vendendo Neverland, provando, novamente, que não pesquisa as suas histórias. Na realidade, era uma propriedade vizinha que não tinha nada a ver com Jackson que estava à venda.

Imediatamente foi apresentado a Michael um mandado exigindo que ficasse nu e se sugeitase a uma inspeção, a qual ele não poderia se negar. Qualaquer recusa em cooperar seria admitida como evidência de culpa. Além disso, se ele se negasse a colaborar e se sujeitar a inspeção, a polícia o prenderia por “causa provável”.


O mandado foi cumprido no dia 29 de dezembro de 1993. Estavam presentes o guarda-costas de Jackson, Bille Bray; seus advogados, Johnnie Cochran Jr. e Howard Weitzman; seu médico pessoal, da turnê Dangerous, David Forecast, o dermatologista de Michael, Arnold Klein e o fotógrafo pessoal de Michael, Luis Swayne. Para as autoridades de Santa Barbara: o Promotor Distrital, Tom Sneddon; o delegado de Santa Barbara; o detetive Russ Birchim (para SBPD), o fotógrafo Gary Spiegel; o detetive Sicard (para o LAPD) e Dr. Richard Strick. Os médicos, exceto Klein; os fotógrafos; os guarda-costas de Michael Jackson; o delegado e os detetives foram os únicos presentes durante a pesquisa propriamente dita. Tom Sneddon e os advogados de Jackson estavam em outra sala.

Os advogados levaram Michael até a sala onde os outros o aguardavam. Um tablado foi montado, onde ele deveria ficar de pé, completamente nu, e se sujeitar a mais humilhante situação em sua vida.

Gary Spiegel, fotografo da polícia, contou que foi uma cena lastimável. Michael implorou que não o obrigassem a fazer aquilo. Por cerca de 35 minutos o corpo de Michael foi minuciosamente examindao e fotografado.

Em 22 de dezembro de 1993, Michael Jackson divulgou um comunicado ao vivo, do rancho Neverland, contando sobre a terrível esperiência. Kamau Omowale, porta-voz de Johnnie Cochran, informou a mídia e disse: "Eu não sei se ele vai ler a declaração ou se ele a decorou, mas ele irá definitivamente esclarecer as alegações do menino."

O Los Angeles Times escreveu:

"O anúncio do cantor foi tratado com a gravidade de uma coletiva de imprensa presidencial"

E também foi relatado por Jim Moret, da CNN como:

"Demonstrando o poder da mídia normalmente reservados para os líderes mundiais."

Todas as sete emissoras de Los Angeles interromperam suas programações para transmitir a declração ao vivo, que também foi mostrada em todo o mundo.
às 15h00min, Michael Jackson, através desta declaração forte e emocional, informou ao público sobre sua saúde, negou veementemente as acusações e criticou duramente a mídia pela cobertura irresponsável que estava dando ao caso. Pediu ao público para não tartá-lo como criminoso e decreveu o exame em seu corpo, que teve de suportar para provar sua inocência. Michael afirmou estar disposto a tudo para provar que não era culpado.
************************************************

 

Novamente as ameaças de Evan, constantes na gravação telefônica, se materializaram. Michael foi humilhado de forma inacreditável. Definitivamente, foi pior que o pior pesadelo dele.

Mas a descrição de Jordan estava errada e por essa razão, Michael não foi preso imediatamente, no dia em que ocorreu o exame.

A descrição dos genitais de Michael era um trunfo que os Chandlers e Larry Feldman acreditavam possuir. Mas como ela se mostrou incorreta, era preciso se livrar das fotos, que se tornaram uma prova contra eles.

Isso nos leva a crer que as características peculiares dos genitias de Michael nunca foram observadas por Jordan, mas vieram de terceiros (lembrem-se de que Evan afirmou haver outras pessoas envolvidas a quem ele tinha pagado), possivelmente de fichas médicas, mas não foram transmitidas aos acusados com precisão, daí o erro.

Ray Charmatz nos mostra isto em seu livro:


"Em setembro, Jordie havia dado uma descrição detalhada do penis e dos testículos de Michael à promotoria. Feldman tinha conhecimento disso, mas ainda tinha que discutir a respeito com seu jovem cliente. Se a descrição combinasse com as fotos da polícia, seria mais uma grande corcova nas costas do camelo que era a defesa de Michael. E o pobre animal já estava curvado."

Se a descrição correspondesse à relaidade, Michael teria sido preso imediatamente.

E a incompatibilidade ocorreu mesmo eles tendo trabalhado duramente junto a Jordan por várias horas na versão deles da descrição? Tanto trabalho e tudo em vão, ameaçando levar o caso a um beco sem saída?

Veja como Ray Chandler descreve em "All That Glitters" o cansativo processo de fazer aquele desenho infalível:


"Demorou várias horas para que Jordie desse uma descrição que Feldman entendesse..."
"... Mas eles insistiram e, no fim, chegaram a uma descrição que acabou coincidindo com precisão com as fotos tiradas poucos dias antes, pelas autoridades de Santa Bárbara."

Não era nada precisa, na relaidade, estava totalemete equivocada, pois ele disse que o pênis de Michael era circuncidado, e não era; além de dizer que era negro com uma mancha clara, quando era o contrário, branco, com uma mancha escura. As manchas nas nádegas também não correponderam à realidade. Taraborrelli diz no livro “A Magia e a Loucura”, uma biografia não autorizada, que a descrição estava correta exceto pela circuncizão. Mas não é verdade o que diz este “biógrafo”. Jordan ofereceu uma descrição totalmente díspare.

Evidente que a descrição não estava correta, ou Michael teria sido jogado atrás das grades, sob o argumento de “causa provável” como os chacais da imprensa estavam esperando anciosamente que acontecesse.

Em uma entrevista a no Prime Time Live, em 2994, iane Sawyer oerguntou a Michael sobre a descrição de Jordasn:

“Como o menino poderia saber sobre isso?”, ela perguntou se referindo as manchas.

Michael então respendeu:

“As fotos que a polícia tirou de mim? Não combiaram, não combiram. Ou por que eu estou aqui?”

Michael não sabia explicar muito bem e esta questão era muito importante para ser tratada sem destaque. O que ele quis dizer com “ por que estou aui, então?” é que se as manchas combinassem com a descrição de Jordan, ele teria sido imediatamente preso e como serviriam de prova robusta, provavelmente ele teria enfrenatdo um longo processo criminal e não estaria no programa de Sawyer naquele dia, estaria atrás das grades.

Lisa Presley, irritada com a pergunta de Daine Sawyer, disse a apresentadora:

“Você não vai me perguntar sobre as marcas?” Ao que Sawyer disse que ela tinha se oferecido.

Claro que Lisa estava dizendo que, como esposa de Michael ela tinha o tinha visto nu e poderia falar sobre a existência de manchas no corpo dele. Foi um momento tenso na entrevista, pois Presleu estava visivelemente aborrecida com a forma inquisitiva que Sawyer conduzia a entrevista. Lisa ainda reclamou que a imprensa não deu o devido destaque a revelação de que a descriçaõ não estava correta.

“A notícia saiu em um pedacinho assim”, ela mostrou com os dedos o tamanho reduzido. “Pela importância da informação, deveria ser assim,” ela fez com as maõs o tamanho de uma página inteira.

A imprensa não apenas deixou de revelar que a descrição não correspondia, como deturpou a verdade e permaneceu espalhando que combinavam, embora seja ilógico, pois como já martelei exaustivamente, se combinasse, Michael teria sido preso imediatamente.

Além disso, imediatamente, Larry Feldam apresentou uma moção pedindo que as fotos, ou cópias delas, lhe fossem entregue. O pedido foi negado. Diante deste fato, ele pediu por outro exame em Michael e novas fotografias. E caso seu pedido fosse engado, que as fotos fossem desentranhadas do processo.

Deixe-me explicar a situação:

Larry Feldman durante horas trabalhou com Jordan na descrição da genitália de Michael, algo que ele considerava um trunfo infalível eque colocaria o cantor na prisão. Sem dúvida que o faria, se a descrição estivesse correata, mas NãO estava.

Larry Feldman então pediu que as fotografias lhe fossem entregue. E também pediu por novas fotografias.
Entenderam o moviento no tabuleiro de Feldman?

Se as fotos fossem dadas a ele, Jordan viria a saber como era a genitália de Michael, não por tê-lo visto nu, diante de si, mas por ter visto as fotos, evidentemente.
Daí bastava dar nova descrição, desta vez correta, e as novas fotos mostrariam que ele estava (muito engenhosamente) correto.

Foi muita desfaçatez de Feldaman apresentar um pedido como esse.

O LA Times deu a notícia, mas sem explicar as razões por trás do pedido de Feldman, demsotrando que o advogado estava correto ao dizer que a imprensa falava do assunto sem nada entender, sem compreender as movimentações.

Sim, Feldman, eles nada entendiam, sobretudo suas ardilosas moviementações.

LA Times, 5 de janeiro de 1994:


“O advogado do garoto quer fotos do corpo de Michael Jackson”
“O advogado representante de um menino de 13 anos, que afirma ter sido molestado por Michael Jackson, levou documentos à Corte, em um esforço de obter fotografias do corpo do artista. Mês passado, Jackson se submeteu a uma revista corporal, feita por investigadores procurando evidências que confirmassem a versão do garoto.”

‘Acreditamos que o fato do meu cliente poder determinar como o Sr. Jackson é nu é uma evidência muito sólida da culpa do Sr. Jackson’, disse Larry Feldman, advogado do menino.’

Feldman disse que entrou com um pedido na justiça que é de ‘múltipla escolha’: Jackson pode prover cópias das fotografias policiais, se submeter a uma segunda revista, ou a Corte poderá barrar as fotos como evidências no processo civil.

Feldman disse que pediu cópias aos advogados de Jackson e ao gabinete do promotor de Los Angeles, mas foi recusado.”

Que outra razão, se não o erro de Jordan, levaria Feldman a pedir o desentranhamento das fotos? Ele não tinha declarado que as considerava uma prova cabal? Ele não deveria, portanto, esfregar as tais fotos na cara de todos?

Sim, Larry, se a descrição de Jordan correspondesse à realidade, isso seria um prova robusta de que ele, pelo menos, tinha visto Michael nu. Assim como ele estar errado era uma prova de que tudo não passou de uma mentira e você provou o quanto é canalha ao pedir que as fotos, uma prova em favor de Michael, fossem desentranhadas do processo.

http://articles.lati...michael-jackson

Ok. Então é isso:

Larry Feldman viu o tiro sair pela culatra, pois a descrição não correspondia à relidade e, consequentemente, as fotos se tornaram provas a favor de Michael. Seu trunfo reveleou-se um problema do qual ele precisava se livrar.

Ou por qual outra razão estapafúrdia, ele pediria que as fotos fossem descartadas como provas?! Vocês acreditam que, se elas demonstrassem que Jordan estava correto, ele não daria um jeito de “vazá-las” para imprensa?

Mas ele ainda tinha uma carta na manga. Que acreditava ser um às.

Michael Jackson era vítima de vitiligo. Essa doença provoca despigmentação da pele, daí as manchas brancas em todo o corpo do cantor. Na realidade, o vitiligo de Michael era do tipo contínua, as manchas extensas acabaram por clariar quase a totalidade de seu corpo, deixando apenas ilhotas do tom original da pele dele. Apenas pintas negras, aqui e acolá.

O vitiligo pode acelerar e provocar uma alteração significativa na aparecnia da pessoa em pouco tempo. A doença também pode regredir e as áreas afetadas sofrer uma repigmentação. Por essa razão, Feldman acreditava que se a descrição de Jordie estivesse errada, poderiam dizer que as marcas tinham mudado ao longo dos meses.
Mas Jordan e seu pai alegaram que as relações sexuais ocorreram em maio de 1993 e as fotos foram tiradas no dia 20 de dezembro de 1993. Por mais instável que a vitiligo seja, é improvável que, em seis meses, ela tivesse transformado um penis negro de mancha branca em um penis branco de mancha negra.

E quanto à circunsição? Qual seria a explicação para isso? Ah, claro a pouca idade de Jordan e sua inexperiência. Mas já dissemos que Jordan era judeu, portanto, circuncidado, uma vez que os adeptos dessa religião são obrigados a fazer a circuncizão.

Também cehgaram ao cúmulo de dizer que Michael poderia ter se submetido a uma cirurgia para reconstiuir o prepúcio, algo de que nem se tem ideia se é possível. Nunca se ouviu falar em constituição de prepúcio.

Um parênteses: Prepúcio é a membrana que reveste a glande, ou seja “a cabeça do penis” e é esta membrana que se retira quando a pessoa é circuncidada.
E por que cargas d’agua Micahel iria reconstituir o prepúcio enquanto esteva na Europa, se ele nem mesmo sabia que seria submetido a um exame corporal, nem o que Jordan havia dito?

Ray Charmatz conta que, mais tarde, naquela noite, Larry Feldman ligou para Evan:


"Diga-me uma coisa, Evan. Jordie está feliz? Ele tem noção do ponto que estamos agora?"

"Todos me perguntam isso, Larry. Ele estava muito mais feliz há umas duas semanas atrás. Estou começando a notar os efeitos do tempo se arrastando."

"Tenho certeza disso... Ah, sim, Lauren Weis me disse hoje que essa doença que Michael diz que tem, vitiligo, é capaz de mudar qualquer lugar pra onde se olhe, então qualquer coisa que Jordie diga é irrelevante. Pode mudar muito rápido com essa doença."

"Merda, esses caras parecem ter respostas pra tudo."

"Não, isso é bom pra gente!"

"Por quê?"

"Porque se ele estiver certo, está certo. E se estiver errado, temos uma explicação!"

"Ha!"

"é, não tem erro pra gente."

Interessante como eles tentram produzira a tal “prova infalível”, não?

E foi Lauren Weis, delegado de Santa Bárbara quem orientou Feldman sobre o vitiligo, que interessante...

Mais interessante ainda foi o que Evan disse sobre sentir o efeito do tempo.

Era preciso lutar contra o tempo e por isso não queriam um julgamento. Lutaram para impedir a suspensão do processo civil, deixando claro que a questão financeira estava em primeiro lugar. Aliás, era tudo uma questão de dinheiro, nunca pensaram em justiça, nunca houve desejo em mandar Michael para prisão. Até porque, as “suspeitas”, nunca existiram de fato.

O que Evan quis dizer sobre efeito do tempo se arrastando?

Estaria Jordan dando sinais de arrependimento? é possível.

Feldman perguntou a Evan se o garoto tinha noção do ponto em que haviam chegado.

Lembrando que Jordan foi submetido ao amytal sódico para fazer a “revelação” e depois sujeitou-se a uma entrevista de quatro horas com Abrams, que era especilaista em induzir os pacientes a criar falsas memórias.

Estaria o garoto recobrando a conciência e constatando que estava sendo manipilado por todos? Que acusara o homem de quem era fã, desde garotinho, do mais horrendo crime, injustamente?

As manobras de Feldman e dos Chandlers nos leva a pensar que sim.
Vejamos:

Eles demitiram Allred, que disse na coletiva de imprensa que Jordan queria depor. Ray Charmtaz deixou claro em seu livro que ninguém queria isso. Apenas Allred.
Feldman lutou para impedir a suspensão do processo alegando que Jordan esqueceria. Mas isso não era problema, pois o depoiemnto poderia se tomado antecipadamente.

Ele usou a imprensa para transformar a vida de Michael em um calvário e dessa forma, minar as forças do cantor, para acelerar a resolução do caso com um acordo financeiro.

Uma questão importante que a imprensa nunca mencionou, é que Jordan Chandler se afastou dos pais completamente após tudo isso. Em 2005, em seu depoimento no julgamento de Michael, June Chandler afirmou que não via o filho há dez anos.

Jordan pediu emancipação ao completar dezesseis anos e se afastou completamente dos pais.

Em 2005 ele se recusou a depor contra Michael Jackson.

Ele havia dito a colegas de faculadade que fora forçado a acusar o cantor, injustamente, por Evan. Em um Seminário de Direito em Harvard, Tom Mesereau, advogado de Michael, afirmou que ele tinha pessoas que conheciam Jordan Chandler prontas para testemunhar, refutando qualquer possível acusação de abuso sexual, que ele viesse a fazer contra Michael, em 2005.

Em agosto de 2005 ele apresentou queixa contra Evan, por agressão. E conseguiu uma restrição contra ele.

Evan Chandler se matou em novembro de 2009, com um tiro na cabeça. Jordan não compareceu à cremação. A propósito, ninguém compareceu. Nem um dos seus filhos, ele tinha mais dois além de Jordan. “Foi uma coisa horrivel.”, disseram os funcionários do crematório, “Nunca tinha acontecido algo assim. Ninguém apareceu”. Eles disseram.

Por outro lado há quem afirme que Jordan pediu permição à família Jackson para comparecer à homenagem feita ao cantor no Steple Center, em Los Angeles, depois que afirmou nunca ter sido molestado por ele e que só o acusara porque Evan o tinha forçado. No entanto isso não é um fato comprovado.

12º parte:
O começo do fim

Após Fields dizer que havia um iminente processo criminal contra Michael, um “meio” equívoco, por assim dizer, pois havia a posssibilidade, mas não era imintente, as coisas começaram a desandar.

Alguns membros da equipe não gostaram do que Fields disse. Weitzman o desmentiu, dizendo que ele estava equivocado o que chateou Fields.

Michael também não gostou do pedido de suspensão do processo civil, provavelemtne porque não tinha compreendido, naquele momento, que essa medida era fundamentla para garantir a lisura do processo criminal, se é que ele viria. Além de que o livraria de pagar uma indenização não devida, pois provando sua inocência na esfera penal, ele não poderia ser julgado no civil.
Até Liz Taylor opinou sobre a questão, considerando que a declaração de Fields arruinava a imagem de Michael.

Pellicano também foi reepreendido por ter apresentado os amigos de Michael Bert Barnes e Wade Robson à imprensa. Os garotos disseram que compartilhava a cama com Michael, mas que ele jamais os tinham tocado de forma lasciva. Michael não achou prudente expor os dois meninos naquela ocasião.

Assim, Fields e Pellicano pediram demição. Weitzman, então, chamou Jonnie Chrochan para equipe. Chrochan é um brilhante criminalista que defendeu OJ Simpson, então, Weitzman não pensava que Fields estava totlmente equivocado, afinal.

Michael chamou de volta John Branca que o tinha representado por anos e que fora substituído por Fields.

A nova equipe também acreditava na inocência de Michael totalamente, mas deram logo no início sinais de que queria resolver o caso com um acrodo financeiro. E a explicação que deram para isso foi a fragilidade de Michael, que demsontrava ser incapaz de suportar o bombardeio que vinha sofrendo na mídia.

Eles acreditavam que um julgamento longo poderia destruir a saúde do cantor e que sua imagem sofreria danos irreparáveis com a cobertura desonesta da imprensa.
Embora acreditasse em Michael e soubessem que não havia evidências contra eles, os advogados passaram a tentar convencê-lo a aceitar um acordo. Orientação que veio a se revelar desastrosa.

“Política e questões raciais haviam também se infiltrado em procedimentos legais - em especial em Los Angeles, que ainda estava se recuperando do calvário de Rodney King – e a defesa temia que não se pudesse confiar em um tribunal para obter justiça. Então, também, havia a composição do júri a ser considerada. Como um advogado disse: ‘Eles achavam que os hispânicos poderiam ter ressentimentos [de Jackson] pelo seu dinheiro, os negros poderiam ressentir-se dele por tentar ser branco, e brancos teriam problemas para contornar a questão de abuso sexual’”, comentou Mary Fisher, em seu artigo para GQ.

Na opinião de Resnick, "A histeria é tão grande e o estigma [do abuso sexual de crianças] é tão forte, que não existe defesa contra isso.”

Mary Fisher também diz em seu artigo que através do cumprimento dos termos de um acordo civil, segundo fontes, os advogados acharam que poderiam evitar um julgamento criminal através de um entendimento tácito de que Chandler concordaria em fazer com que seu filho não testemunhasse.

Mas esse entendimento é equivocado, não havia a intenção de impedir que Jordan depusesse em um processo criminal, nem poderia. O acordo não possuía tal cláusula, nem poderia ter, pois seria ilegal. E trata-se de um acordo homologado por um juiz. Além do mais, como até mesmo uma das maiores inimigas de Michael, Diane Diamond, disse: “Nenhum acordo civil é mais forte que uma intimação no processo penal”.

Outras pessoas próximas ao caso disseram que a decisão de fazer o acordo provavelmente tinha a ver com outro fator - a reputação dos advogados.

"Você pode imaginar o que aconteceria a um advogado que perdesse o caso de Michael Jackson?" diz Anthony Pellicano. "Não há nenhuma maneira de todos os três advogados saírem vencedores, a menos que façam um acordo. A única pessoa que sai perdendo é Michael Jackson."

Mas Jackson, diz Branca, "mudou de ideia [sobre levar o caso a julgamento], quando ele retornou a este país. Ele não tinha visto a cobertura massiva do caso e o quanto ela era hostil. Ele só queria que a coisa toda acabasse."

“As relações entre os membros da família do menino tinham se tornado amargas. Durante uma reunião no escritório de Larry Feldman no final de 1993, Chandler, ‘perdeu o controle e bateu em Dave [Schwartz]’, contou uma fonte. Schwartz, que estava separado de June a esta altura, foi ficando de fora das decisões que afetavam seu enteado, e ele tinha ressentimentos de Chandler por ele ter levado o menino e não devolvido.” Relata Mary Fischer em seu artigo.
“Dave ficou furioso e disse a Evan que, de qualquer modo, tudo não passava de extorsão, nessa hora, Evan se levantou, se aproximou de Dave e começou a bater nele", diz uma segunda fonte, conta Fisher no artigo para GQ.

Em 13 de dezembro de 1993, os advogados de Michael pediram uma ordem de mordaça para que a mídia não pudesse obter qualquer informação adicional e também pediram que Larry Feldman fosse impedido de fornecer informações sobre o processo civil para a promotoria.

Johnnie Cochran Jr., o novo advogado de Jackson, disse que:

“Temos de proteger o direito de Michael Jackson a um julgamento justo. Este caso não pode ser provado através de conferências de imprensa.”
Ele acrescentou que tinham a preocupação de que a Promotoria tentasse usar o processo civil para indiciar MJ:


“A Promotoria tem todo o poder para investigar. Eles podem conversar com as testemunhas eles mesmos. Por que eles ficam tentando se aproveitar dos depoimentos no caso civil?”

Larry Feldman iria reconhecer no seu discurso no Seminário Frozen In Time, a importância do direito do cantor à Quinta Emenda e ao fato de que as ações da defesa estavam se movendo em torno desse direito, qual seja, o de não ter o processo criminal prejudicado pelo civil.

Johnnie Cochran Jr. anunciou que o cantor estava de volta e pronto para provar sua inocência. A polícia de Los Angeles não anunciou o andamento das investigações nesse ponto, mas o Juiz Reuters, informou que iria anunciar a sua decisão de arquivar ou não as acusações no início de 1994.

Em 21 de dezembro de 1993, foi anunciado que Bert Fields e Anthony Pellicano já não eram membros da equipe de Jackson. Os dois continuariam a defender Michael publicamente em suas entrevistas.

Quando Cochran entrou para equipe, ficou claro que ele não se opunha a um acordo, como Fields e Pellicano. Para registro, Johnnie Cochran Jr. era um amigo de longa data de Larry Feldman e Feldman uma vez o representou em um caso.

Fields diria mais tarde:


“Eles tiveram um caso muito fraco, Michael queria lutar. Michael queria lutar e passar por um julgamento. Nós sentimos que poderíamos ganhar.”

Um membro da equipe de Jackson disse ao The New York Times que o cantor foi cercado por “assessores e sanguessugas”, que o manteve inacessível. Ambas as suas ex-esposas e também os maigos de Michael falam sobre tais sanguessugas em torno dele.

Uma das pessoas que representavam Jackson na época era Carl Douglas, que trabalhava para Cochran e foi membro da equipe de defesa. Douglas, quando foi chamado para falar sobre o caso no Seminário Frozen In Time, parecia preocupar-se mais com a fama que conseguiu por atuar como defensor no caso Jackson do que com o caso em si.

Ele se gabava de ser capaz de visitar Neverland, trabalhando com Johnnie Cochran, e comprar um carro novo com o seu pagamento como membro da equipe de Jackson.

Será que a nova equipe tinham os interesses de Michael Jackson em mente?

As autoridades informaram aos advogados de Jackson que iriam continuar a investigação, pelo menos até fevereiro, e foi noticiado que Michael Jackson estava gastando US$ 100.000,00 por semana com sua defesa.

Seus advogados perderam movimentos-chave que teriam atrasado o processo civil após a disposição do processo penal. Eles também haviam perdido o movimento para evitar que Larry Feldman passasse as informações do processo civil ao Ministério Público.

Ficou claro que Larry Feldman estava buscando um acordo como qualquer outro advogado inteligente faria.

Se ele estivesse interessado em justiça, e não em dinehiro, ele concordaria em não divulgar as informaçãos para a promotoria. Ao violar o direito do cantor a um julgamento justo, ele estava deixando os advogados de Jackson sem escolha.

Feldman, mais tarde, referir-se-ia à Quinta Emenda e seu efeito sobre as decisões dos advogados de defesa no processo civil:


“...então, apresentei uma moção de imediato para obter um julgamento rápido.”

“...havia um processo criminal por trás de caso civil, e eles tiveram que defender-se e preocupar-se com seus direitos à Quinta Emenda.”

Feldman, aqui, se referiu ao argumento de que Jordan, antes de completar 14 anos, tinha direito a um julgamento em noventa dias, algo que ele estava presteas a perder, pois seu décimo quarto aniversário de aproximava. Feldman queria resolver o caso antes que Jordan completasse 14 anos, portanto. Mas Fields pedia pela suspensão, defendendo o direito de Michael não ver as informações apresentadas no caso civil ser usadas no criminal.

Feldman falou mais elaboradamente sobre o assunto, quando ele discutiu a liquidação da ação civil no Seminário Frozen In Time, em 2010:


“Sim, [era] um acordo totalmente voluntário. Para colocar em contexto, no ponto que este caso estava, várias testemunhas tinham deposto, mas Michael Jackson não tinha deposto (para o caso civil), e em algum momento Michael Jackson ia ter de decidir se ele ia arguir a Quinta Emenda, o que ele não fez, ou se ele ia nos deixar colher seu depoimento. E havia um monte de manobras processuais pela defesa para tentar adiar essa decisão. E como essa decisão e os seus movimentos não foram capazes de realizar aquilo que eles queriam, Michael Jackson nunca reclamou a Quinta Emenda.”

Michael reclamou a Quinta Emenda sim, mas lhe foi negado mais esse direito.

Pessoas como Feldman, que não são ignorantes sobre a lei e os fatos do caso, sabem muito bem que em um julgamento civil se o réu invocar a Quinta Emenda, é o fim do caso. Processos civis são muito diferentes de julgamentos criminais. Feldman entendeu muito bem que Michael Jackson queria depor no processo penal em primeiro lugar e usou esse ponto fraco para pressionar por uma solução.

Larry Feldman disse ainda que:


“A defesa, com todo o respeito a eles, tinha que se preocupar não apenas em defender Michael Jackson no tribunal civil, mas o mais importante é que eles sabiam que havia um processo criminal por trás do processo civil, e eles tinham que defendê-lo e se preocupar com seu direito à Quinta Emenda.”

Larry Feldman teve que lutar duro para isso porque, em 11 de janeiro de 1994, Jordan Chandler atingiria 14 anos de idade e isso significava que ele deixaria de ter direito a um julgamento dentro de 90 dias.

Nesse caso, o processo criminal é que viria em primeiro lugar e Feldman não queria isso, então ele usou a idade de Jordan para pressionar o juiz:


“Se conseguíssemos fazer Michael Jackson responder à acusação antes que o garoto complete 14 anos de idade, ele teria direito a um julgamento em 90 dias. Esse foi o argumento usado para convencer o promotor distrital a me dar uma chance para ver se poderíamos obter este julgamento em 120 dias. Apresentamos a denúncia, eles responderam à denúncia por qualquer motivo e depois apresentamos uma moção de imediato para obter um julgamento célere.”

Feldman faria de tudo para encurralar Michael e forçar um acordo financeiro.Mas Michael estava resistindo mais que eles esperavam.

Enquanto Michael esteve internado, um acordo comercial foi fechado entre Jonh Branca e a EMI para administrar o catalogo da ATV em nome de Michael e o cantor recebeu por essa transação a quantia de US$ 70.000.000.00.

Michael estava ganhando muito dinheiro. As acusações, por estranho que pareça, fizeram as vendas de seus discos subirem.

“Seus royalts passados eram enormes, sobretudo por Thriller e os remanescentes do catálogo dos Beatles, suas ações e outros investimentos. O menino tinha muito dinheiro, milhões.” Disse um assessor.

Porém, Michael não queria dar um centavo desse dinheiro aos Chandlers. Sua equipe de defesa e amigos já considerava um acordo financeiro, mas ele não.
Um secretário se lembra de ter perguntado a ele, no dia seguinte ao negócio com a EMI, sobre um acordo:

“Mike, você pode entregar 20 milhões de dólares desse dinheiro da ATV. é dinheiro achado mesmo. Por 20 milhões de dólares, todo o caso de Chandler pode ser resolvido.”

“De jeito nenhum! Eu quero isso resolvido, sim, mas com pedidos de desculpas por todos os lados. Algum tipo de “revisão” da imprensa, seja como for. O que eu sei é que não darei um dólar sequer a ninguém. Não desperdiçarei meu dinheiro com esta mentira. Esqueça”, respondeu Michael, conforme se lembra o assessor.

Mas a pressão para que o processo civil fosse encerrado com um acordo continuou a vir por todos os lados. Havia motivos legais para isso: A necessidade de garantir um justo processo criminal, caso ele viesse a acontecer, já que o pedido de suspensão da ação civil foi negada.

Havia razões financeiras, pois a seguradora de Michael tinha direito de intervir no processo e pagar por um acordo menos dispendioso para ela, que tinha o dever de reembolsar Jackson de um gasto exorbitante, que certamente decorreria de um longo processo.

Também havia interesses de outras corporações em jogo: A Sony, gravadora de Michael; a Pepsi, a patrocinadora dele e várias outras pessoas em torno de Michael Jackson , as quais tinham muito a ganhar com ele e muito a perder se ele fosse arruinado.

Todas essas pessoas juntas pressionavam Michael a aceitar um acordo, afinal, em comparação com a capacidade que Michael tinha em gerar renda, os 30 milhões pedidos por Feldman na ação civil não eram nada.

Era preciso colocar uma pedra no assunto para Michael voltar a trabalhar e gerar milhões. Quanto ao que isso poderia significar para a impressão do público sobre Michael, não interessava muito aqueles que só pensavam em cifrões.

Havia razões práticas: o caso se arrastando por meses e meses, com a cobertura imprecisa da imprensa acabaria por afetar irremediavelmente a imagem de Michael, fazendo com que perdesse dinheiro, embora até aquele momento ele continuasse a vender muito, era possível que em longo prazo o bombardeio da mídia acabasse por prejudicar sua carreira. Como de fato veio a ocorrer.

Havia razões emocionais e de saúde: Michael estava sofrendo com as acusações injustas. Ficou doente, viciou-se em analgésicos, não dormia, não conseguia comer, perdeu peso. Ele tinha pedido Lisa Presley em casamento, mas a proposta não voltou a ser discutida, em razão do turbilhão em que se encontrava. Ele temia que ela desistisse.

E havia outros interesses em jogo: o interesse dos advogados envolvidos, pois nenhum deles queria sair perdendo. O acordo daria ganhos altíssimos a todos.
Neste ponto desejo expor que, em minha opinião, a saída de Bert Fields do time de defesa foi a pior coisa que aconteceu. Ele acreditava em Michael, ele queria lutar.
Fields não colocou seu próprio interesse acima de Michael, como fizeram os outros advogados.

Será que Michael sabia do bom relacionamento entre Chocran e Feldman? Se ele soubesse acreditaria que os dois advogados realmente travariam um batalha entre si?
Claro que os dois advogados tinham consciência de que o acordo seria o mais benéfico para suas carreiras e para os bolsos também.

Enfim, fazer um acordo, do ponto de vista prático, era a melhor solução. E não era nada escuso, como insistentemente a mídia retrata e as pessoas pouco esclarecidas insistem em engolir.

Em janeiro de 1994, a promotoria e a polícia já tinham gastado cerca de dois milhões de dólares nas investigações contra Michael.

Dois Grandes Júris tinham interrogado mais de duzentas pessoas, incluindo trinta crianças que conviveram com Michael. E nenhuma prova que corroborasse a acusação de Jordan Chandler foi encontrada. Os Júris decidiram não indicia-lo, por não haver evidências. Nenhuma outra criança acusou Michael de tê-la molestado. Sem outra vítima ou evidências, o caso estava realmente fraco para a acusação.

Portanto, Michael Jackson não seria criminalmente indiciado, tivesse feito acordo ou não!

O processo criminal continuaria aberto por mais seis anos, o prazo prescricional, e a polícia, FBI, e promotoria, (entenda-se Sneddon), continuaram a investigar o cantor por 12 anos, em busca de uma mísera evidência. Mas nunca encontraram.

O único testemunho que poderia pesar contra Michael, seria o de Jordan, mas Larry Feldman, advogado dos Chandlers, fez tudo para evitar que Jordan testemunhasse.

De qualquer forma, como os membros do júri reagiriam ao fato de que Jordan fora submetido ao amytal sódico e de que o psiquiatra Mathis Abrams, que fez a denúncia não era um especialista no assunto, além de que Garner, este sim um expert, declarou considerar inconscistente as alegações de Jordan?

O júri também escutaria testemunhas de defesa, que certamente haveria no julgamento, como Geraldine Hugues, que podia revelar muito sobre a trama arquitetada por Evan e Rothman.

Além disso, o depoimento de Jordan ao delegado foi considerado ensaidado. Um texto muito bem decorado. Não convenceu os 56 membros dos Grandes Juris convocados.

Esgotado e com todos a sua volta lhe dizendo que era melhor pôr um fim àquela tortura e prosseguir com sua vida, Michael Jackson concordou em pagar a indenização, no dia 25 de janeiro de 1994.

A quantia, conforme os documentos que acabaram sendo vazados para Diane Dimond, do Hard Copy, demonstram, quem pagou a indenização, de fato, foi a seguradora de Michael.

O acordo contém uma clausula de confidencialidade, ou seja, os dois lados não poderiam falar sobre o assunto. Mas os Chandlers não respeitaram isso. Pois Ray Charmatz escreveu o odioso livro “All That Glitter”, sob o pretexto de que não estava coberto pelo acordo. Mas obviamente isso é falso, pois a cláusula diz “qualquer membro da família Chandler”.

Evan ainda tentou conseguir permissão judicial para escrever, também ele, um livro contando suas histórias mentirosas, que receberia o título de Evanstory, em alusão ao álbum de Michael, lançado em 1995, HIStory. Mas ele foi impedido, pois violaria, mais uma vez, os termos do acordo.

A seguradora pagou 22 milhões de dólares, sendo que 14 milhões couberam a Jordan e 1 milhão a cada um dos pais. Larry Feldman recebeu 6 milhões por seus serviços, retirados dos 22 milhões.

No acordo está claro que Michael não admitia culpa. Há uma cláusula que diz que a parte contrária reconhece que não havia uma admissão de culpa por parte do cantor. Também não há uma cláusula de impedimento a que Jordan colaborasse com o processo criminal. Como de fato não poderia haver, pois seria ilícita.


Parte 13
A vida continua... e as falsas concepções sobre o caso também



Michael Jackson não pagou para não ser acusado. Essa é a verdade.
Não houve suborno ou uma forma de calar a boca dos Chandler. Ele não pagou a um juiz para livrá-lo de acusação alguma, também não pagou aos 56 membros dos Grandes Júris para não indiciá-lo e muito menos poderia pagar a todo contingente policial de Los Angeles e Santa Bárbara para não encontrarem evidências contra ele.


O acordo pôs fim ao processo civil, não ao criminal, esse jamais ocorreu em relação ao caso Chandler, porque não havia evidência alguma que desse suporte às alegações.

Não é errado, não é espúrio, firmar acordo em processos civis, é isso que qualquer advogado busca em ações desse tipo. é a melhor solução e não significa uma confissão de culpa.

Anthony Pellicano, que continuou amigo de Michael e o defendia, mesmo após ter se desligado da equipe, disse:


“Desde o começo esse caso era uma questão de quanto dinheiro o pai de Jordie poderia arrancar de Michael Jackson. Portanto, ele levou o que queria, acredito eu.”

Michael Freeman, advogado de June Chandler, que se desligou do caso quando ela se uniu a Evan, disse que, em sua opinião, Michael era inocente e afirmou:


“Eu penso que ele foi acusado injustamente. Acho que Evan Chandler e Barry Rothman enxergaram uma oportunidade e caíram de boca. Essa é minha opinião. Acho que tudo foi somente para conseguir dinheiro e a estratégia deles, obviamente, funcionou.”


Jordan Chandler recebeu a última parcela do dinheiro em 1999. Ele e o pai passaram a viver com nomes falsos em mansões caríssimas em bairros de luxo, mas não pensem que a vida deles foi uma maravilha.

A imprensa não conta, porque não a interessa dizer a verdade, mas Jordan se afastou completamente dos pais. Ele pediu emancipação, logo que completou dezesseis anos e livrou-se deles.

Em 2005, em seu depoimento durante o julgamento de Michael, June Chandler disse que não via o filho há dez anos. Ou seja, desde a emancipação.

Em 2005, Evan tentou matar Jordan, agredindo-o na cabeça, pelas costas, com um altere de cerca de 1 quilo e meio. Depois, o socou nos olhos e tentou sufocá-lo. Jordan o processou e ganhou restrição permanente contra ele.

Os amigos de Jordan Chandler disseram aos advogados de Michael que ele sempre dizia a eles que acusou Michael apenas porque fora obrigado pelo pai. Mas que era tudo mentira. Esses amigos testemunhariam em favor de Michael, caso Jordan tivesse decidido por reiterar as acusações em 2005. O que ele não fez.

Evan Chandler se matou em novembro de 2009, com um tiro na cabeça e ninguém compareceu à cerimônia de cremação. Nem um de seus filhos, nenhum membro de sua família, absolutamente ninguém.

Algumas pessoas afirmam que Jordan admitiu que foi forçado pelo pai, logo após a morte de Michael. Jermaine e Katherine Jackson falando sobre isso em entrevistas.
Apesar disso, a imprensa continua a insinuar que Michael Jackson cometera o crime, que ele era um molestador de crianças, negando-se a admitir a verdade e revelar os fatos.

Grande parte do público, lamentavelmente, ainda compra esta versão injusta da história, sem se preocupar em buscar informações verdadeiras sobre o caso.
Mas será que ninguém para e pensa em questões muito simples:

1º-Não existe pedófilo com uma única vítima, ou duas, com espaço de dez anos entre uma e outra. Se Michael fosse pedófilo, haveria dezenas de vítimas, pois ele sempre esteve rodeado de crianças.

2º-Seria impossível esconder uma vida criminosa, sendo uma pessoa comum, mais ainda se você é o maior astro do mundo, que não consegue tossir sem que isso vire notícia. Michael foi investigado durante 12 anos, por um promotor implacável, obsessivo e determinado a mandá-lo para prisão.

Um jornalista escreveu sobre a determinação de Sneddon em destruir Michael Jackson:


“Nem o mais ínfimo grão de poeira pisado por Jackson, deixou de ser examinado por com uma lupa.”

Se Thomas Sneddon não conseguiu provas contra Michael, é porque elas nunca existiram; e não existiam porque ele jamais cometeu um crime.

3º-As crianças que conviveram com Michael continuaram próximas a ele, mesmo depois de adultas. Elas o defenderam, foram suas testemunhas de defesa.

é coerente pensar que as trinta crianças interrogadas pelos Grandes Júris protegeram Michael, escondendo que ele as tinha molestado? As trinta crianças fariam isso?!
Ou ele realmente nunca as molestou?


Claro que não molestou! As trinta crianças não poderiam, todas elas, omitir a verdade para protegê-lo. E Por que haveriam de protegê-lo, se ele tivesse feito mal a elas?
Não tem cabimento dizer que as famílias dessas crianças defenderam Michael em troca de vantagens financeiras, porque nenhuma delas obteve vantagem alguma.

Negaram a prática criminosa porque era o certo a fazer. Pois que ele, de fato, nunca havia tocado em seus filhos.

E quanto aos amigos mais próximos, como os Cascios, Macaulay Culkin, Brett Barnes, Wade e Chantal Robson? Eles permaneceram perto de Michael por toda a vida.
Seria compreensível que quando crianças suportassem abusos sexuais caladas, pois a criança, muitas vezes, não sabe como reagir.

Também seria compreensível que ficassem calados depois de crescidos, pois ser vítima de abuso é algo que provoca vergonha.

Mas faria sentido que, sendo vítimas, eles permanecessem perto dele, depois de adultos, e defendessem-no, pública e judicialmente?! Que vítima de abuso sexual continuaria perto de quem a molestou?

Evidente que Michael nunca abusou dessas crianças, e se não abusou delas, não abusou de nenhuma.

Michael convivia com os filhos de seus amigos, Donald Trump, Depak Choppra, Quince Jones, e muitos outros e eles foram os primeiros a fazer sua defesa publicamente.
Teria sentido Michael Jackson passar uma tarde inteira brincando com os filhos de Trump, sem tocar neles, e cometer abuso contra outra criança?

As pessoas que acreditam que isso seria possível não compreendem a gravidade da doença mental que é a atração sexual por crianças. Um indivíduo que dela sofre, age por impulso, não tem freios, não se detém. Não haveria a possibilidade de escolher quais crianças poderia abusar ou não.

Por fim, a maior prova de que Michael não era um pedófilo são seus filhos. Nenhum louco pervertido teria criado filhos fisica e psicologicamente saudáveis.

Certamente ele cometeu alguns erros na criação de Prince, Paris e Blanket, como todo pai comete. é evidente, porém, que aquelas três crianças o adoram, o amam, e que ele foi o melhor pai do mundo, como disse Paris, em seu discurso emocionado no cerimonial do Staples Center.

Evan Chandler não esperava que a situação chegasse ao ponto que chegou. Ele acreditava que Michael pagaria qualquer valor para evitar um escândalo, mas ele se enganou. Michael não queria pagar por um crime que não cometera.

Não fosse o sofrimento que as alegações lhe causaram, sobretudo pela forma detestável como a imprensa cobriu o caso, ele teria lutado até o fim e provado sua inocência. Como fez em 2005, quando foi novamente acusado por uma família de aproveitadores. Mas dessa vez, Michael estava mais forte e melhor orientado pelo brilhante advogado Thomas Mesereau Jr., que acreditava na inocência do cantor, plenamente, e não permitiria que ele sucumbisse ao novo massacre promovido pela imprensa.

Após o acordo de 1993, Michael declarou:


“Várias pessoas estão sempre tentando me ferir e me constranger. Eu nunca imaginei que fosse dar na confusão que deu. Eu jamais machucaria uma criança e qualquer criança que tenha sido minha amiga sabe disso. Eu nunca, jmais, machucaria qualquer criança neste planeta.”


“Eu quero continuar com minha vida. Quero fazer discos. Quero cantar. Quero fazer shows novamente. Diga aos meus fãs que eu tenho absoluta confiança que eles me julgarão no palco e no estúdio de gravação, como sempre fizeram. Não acredito que este pesadelo atrapalhará minha carreira, porque passei muitos anos desenvolvendo minha relação com os fãs. Eles devem saber que sim, eu dei dinheiro, e daí? Mas eu não sou culpado. Não fiz nada de errado.”

Quanto à opinião do resto do mundo sobre o acordo ele disse:

“é meu talento. Meu trabalho árduo. Minha vida. Minha decisão.”

Por que a imprensa insiste em insinuar que Michael Jackson era um pedófilo, quando há tantas provas em contrário é algo que não é difícil de compreender. O que é sujo vende mais.

Mas por que muitas pessoas continuam sem querer enxergar que ele era inocente, apesar de todos os fatos que mostram essa verdade, é algo incompreensível.
***



Agradecimentos:

à Helena criadora do vindicatingmj.wordpress.com, que permitiu a tradução e uso do conteúdo.
à Carolina Mendes (carolmj) por sua contribuição nas traduções.

Fontes e ordem alfabética:

“A magia e a Loucura”. TARABORRELLI. J.Randy. 2003
“Baby You Can Drive My Car”. BADGERY.Keith.2002
"Michael Jackson Conspiracy". JONES, Aphrodite.2007
“Moonwalke” JACKSON. Michael Joseph. 1988
“History vs Evanstory” by thetis. Publicado em http//:vindicatemj.wordpress.com
“Rendemption: The Truth Behind Michael Jackson Child Molestation AlLegations”. HUGHES.2004
“Whay Gloria Allred abandoned the Chandlers’ case. Publicado em http//:vindicantemj.wordpress.com, Traduzido por Carolina Mendes.
“Was Michael Jackson Framed”. Mary Fischer. GQ magazzine.1994

Outras fontes:

Entrevistas, reportagens, seminários jurídicos e artigos sobre Michael Jackson coletados ao longo dos últimos quarenta anos e preservados nos diversos fóruns dedicados ao cantor e o acervo pessoal desta autora, incluindo entrevistas do próprio Michael e a transcrição dos testemunhos do julgamento que ocorreu em 2005.




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