Eu costumava falar com Michael durante três horas por dia.
Nunca descobri como ele conseguia arranjar tanto tempo, já que parecia tão ocupado, mas ele sempre telefonava e nós conversávamos, conversávamos e conversávamos.
Ele tinha um telemóvel que usava para falar comigo e mandar mensagens. Tudo isso fez parte de uma amizade que durou mais de 20 anos.
Conheci o Michael quando ele estava a começar a turnê Bad, em 1987.
Eu tinha 5 anos nessa época, e a equipe de Michael organizou uma competição de dança em todos os países, então eu decidi participar em Brisbane (*cidade australiana).
Lembro de dançar “Thriller” enquanto assistia ao clipe quando tinha apenas 2 anos de idade! A minha mãe tinha uma fita e, quando assisti, simplesmente enlouqueci! Eu costumava correr assustado para a cozinha toda a vez que o lobisomem aparecia na tela.
Quando eu fiz 3 anos, já tinha aprendido a coreografia inteira da música.
Eu acabei ganhando a competição de dança. Fomos ver um show do Michael em Brisbane e fui apresentado a ele no “meet and greet”.
Lembro de estar a usar uma roupa personalizada de “Bad” – peguei um cinto da minha mãe e dei umas cinco voltas ao meu redor.
Michael ficou impressionado e perguntou-me se eu dançava. Eu respondi que sim e então, ele disse: - “Gostarias de dançar comigo no show de amanhã?”.
Eu não conseguia acreditar. Ele se referia ao grande show da noite seguinte, em Brisbane.
A sua ideia era, de que eu apareceria no palco para dançar Bad, a última música do show. Ele tinha trazido algumas crianças órfãs, por isso, achou que seria bom que eu também aparecesse no final da apresentação de Bad.
No final da música, estávamos todos no palco, Stevie Wonder também estava lá, Michael veio até a mim e disse: “Vamos lá!”.
Levei um tempo para entender que aquilo significava algo como “Dê o seu show!”.
Então, corri para a frente do palco e joguei o meu chapéu para o público, que imediatamente, começou a delirar! Quando me virei, Michael já estava a dizer adeus para a multidão, as outras crianças já haviam ido embora e Stevie Wonder estava se dirigindo aos bastidores.
Quando percebi que Michael estava a chamar-me, saí a correr. Depois, a minha mãe e eu passamos duas horas no hotel com Michael e nos tornamos seus amigos.
Ele mostrou-nos os seus novos clipes para o filme Moonwalker e conversamos muito. Nós não pudemos manter contato após ter acontecido isso, mas eu entrei numa companhia de dança – literalmente, no dia a seguir ao show de Michael -, e dois anos depois, eu fui aos Estados Unidos para conhecer a Disneylândia.
Entrei em contato com Michael através de pessoas da sua equipa, e ele lembrou de mim! Eu e minha família fomos ao estúdio Record One, onde o seu próximo álbum, Dangerous, estava sendo mixado. Mostrei a ele alguns dos meus vídeos de dança e ele perguntou-me: “Tu e a tua família gostariam de ir a Neverland esta noite?”. Claro que todos nós fomos, de acordo, e acabamos por ficar no rancho durante duas semanas.
A nossa amizade floresceu. Durante aqueles 14 dias, ele me levava ao seu estúdio de dança, colocava alguma música e dançávamos durante horas!
Nós costumávamos sentar lá e assistir a filmes como "As Tartarugas Ninjas". Uma vez, saímos de Neverland no carro de Michael, escutando a música no último volume!
Ele ainda me ensinou a fazer o moonwalk. Nós estávamos no seu estúdio de dança, e Michael me mostrou passo por passo. Eu não consegui dormir a noite toda… A emoção de deslizar para trás ao lado do homem que o fez, que tornou esse passo famoso. era indiscritível!
Anos mais tarde, eu e minha mãe mudamos-nos para os Estados Unidos para que eu conseguisse realizar o meu sonho de trabalhar com a dança, e Michael nos ajudou muito! Ele me deu a oportunidade de começar bem, colocando-me num dos seus clipes mais famosos, "Black Or White". O papel que ele assumiu comigo era de um verdadeiro mentor.
Quando eu tinha 7 anos, ele disse que eu seria um director de cinema, e realmente foi isso que me tornei.
Michael criou uma sede de conhecimento em mim. Certa vez, um mini estúdio de gravação apareceu na minha porta, mas o melhor foi que Michael me impediu de me tornar uma criança mimada. Ele dizia: “Isto é para ti, mas eu quero ver-te fazer algo com isto. Não penses que é um dado adquirido ou eu levo de volta”.
A última vez que o vi foi em Julho de 2008. Estava em Las Vegas, trabalhando num programa e ele estava a morar lá.
Eu, a minha esposa, Michael e os seus três filhos fizemos um churrasco. Foi a coisa mais normal do mundo. Eu e a minha esposa fomos à Whole Foods (* supermercado da cidade) e compramos as coisas para cozinhar.
Mas quando chegamos, ele já tinha improvisado tudo. Eu disse: “oh homem, por que você trouxe tanta comida? Nós já temos o suficiente aqui”. Lembro de ter cozinhado no lado de fora da casa, enquanto Michael estava sentado, embaixo de um guarda-chuva.
Tivemos grandes momentos, ele era uma pessoa tão carinhosa! Acima de tudo, sentirei falta dessas conversas pelo telefone. Eu ainda tenho o telefone que usávamos para conversar. Simplesmente não suporto a ideia de apagar aquelas mensagens…
Michael Jackson mudou o mundo – e pessoalmente, a minha vida – para sempre. Ele é a razão pela qual eu danço, a razão pela qual eu faço música, e uma das principais razões para eu acreditar na bondade pura da espécie humana.
Ele foi meu amigo por mais de 20 anos. A sua música, a sua dança, as suas palavras de inspiração e encorajamento e seu amor incondicional vão viver dentro de mim eternamente.
Vou sentir muita saudade dele, mas sei que agora ele está em paz e encantando os céus com belas músicas e um moonwalk.
- Por Wade Robson
Wade Robson, ultimamente, trabalhava como jurado e coreógrafo da série de televisão da Fox, “So You Think You Can Dance?”.
FONTE: http:// falandodemichaeljackson.wor dpress.com/2011/03/29/ meu-mentor-michael-jackson http://www.facebook.com/media/set/?set=a.209980729038270.49089.209913822378294&type=3#!/photo.php?fbid=290611737641835&set=a.209980729038270.49089.209913822378294&type=3&theater
Nunca descobri como ele conseguia arranjar tanto tempo, já que parecia tão ocupado, mas ele sempre telefonava e nós conversávamos, conversávamos e conversávamos.
Ele tinha um telemóvel que usava para falar comigo e mandar mensagens. Tudo isso fez parte de uma amizade que durou mais de 20 anos.
Conheci o Michael quando ele estava a começar a turnê Bad, em 1987.
Eu tinha 5 anos nessa época, e a equipe de Michael organizou uma competição de dança em todos os países, então eu decidi participar em Brisbane (*cidade australiana).
Lembro de dançar “Thriller” enquanto assistia ao clipe quando tinha apenas 2 anos de idade! A minha mãe tinha uma fita e, quando assisti, simplesmente enlouqueci! Eu costumava correr assustado para a cozinha toda a vez que o lobisomem aparecia na tela.
Quando eu fiz 3 anos, já tinha aprendido a coreografia inteira da música.
Eu acabei ganhando a competição de dança. Fomos ver um show do Michael em Brisbane e fui apresentado a ele no “meet and greet”.
Lembro de estar a usar uma roupa personalizada de “Bad” – peguei um cinto da minha mãe e dei umas cinco voltas ao meu redor.
Michael ficou impressionado e perguntou-me se eu dançava. Eu respondi que sim e então, ele disse: - “Gostarias de dançar comigo no show de amanhã?”.
Eu não conseguia acreditar. Ele se referia ao grande show da noite seguinte, em Brisbane.
A sua ideia era, de que eu apareceria no palco para dançar Bad, a última música do show. Ele tinha trazido algumas crianças órfãs, por isso, achou que seria bom que eu também aparecesse no final da apresentação de Bad.
No final da música, estávamos todos no palco, Stevie Wonder também estava lá, Michael veio até a mim e disse: “Vamos lá!”.
Levei um tempo para entender que aquilo significava algo como “Dê o seu show!”.
Então, corri para a frente do palco e joguei o meu chapéu para o público, que imediatamente, começou a delirar! Quando me virei, Michael já estava a dizer adeus para a multidão, as outras crianças já haviam ido embora e Stevie Wonder estava se dirigindo aos bastidores.
Quando percebi que Michael estava a chamar-me, saí a correr. Depois, a minha mãe e eu passamos duas horas no hotel com Michael e nos tornamos seus amigos.
Ele mostrou-nos os seus novos clipes para o filme Moonwalker e conversamos muito. Nós não pudemos manter contato após ter acontecido isso, mas eu entrei numa companhia de dança – literalmente, no dia a seguir ao show de Michael -, e dois anos depois, eu fui aos Estados Unidos para conhecer a Disneylândia.
Entrei em contato com Michael através de pessoas da sua equipa, e ele lembrou de mim! Eu e minha família fomos ao estúdio Record One, onde o seu próximo álbum, Dangerous, estava sendo mixado. Mostrei a ele alguns dos meus vídeos de dança e ele perguntou-me: “Tu e a tua família gostariam de ir a Neverland esta noite?”. Claro que todos nós fomos, de acordo, e acabamos por ficar no rancho durante duas semanas.
A nossa amizade floresceu. Durante aqueles 14 dias, ele me levava ao seu estúdio de dança, colocava alguma música e dançávamos durante horas!
Nós costumávamos sentar lá e assistir a filmes como "As Tartarugas Ninjas". Uma vez, saímos de Neverland no carro de Michael, escutando a música no último volume!
Ele ainda me ensinou a fazer o moonwalk. Nós estávamos no seu estúdio de dança, e Michael me mostrou passo por passo. Eu não consegui dormir a noite toda… A emoção de deslizar para trás ao lado do homem que o fez, que tornou esse passo famoso. era indiscritível!
Anos mais tarde, eu e minha mãe mudamos-nos para os Estados Unidos para que eu conseguisse realizar o meu sonho de trabalhar com a dança, e Michael nos ajudou muito! Ele me deu a oportunidade de começar bem, colocando-me num dos seus clipes mais famosos, "Black Or White". O papel que ele assumiu comigo era de um verdadeiro mentor.
Quando eu tinha 7 anos, ele disse que eu seria um director de cinema, e realmente foi isso que me tornei.
Michael criou uma sede de conhecimento em mim. Certa vez, um mini estúdio de gravação apareceu na minha porta, mas o melhor foi que Michael me impediu de me tornar uma criança mimada. Ele dizia: “Isto é para ti, mas eu quero ver-te fazer algo com isto. Não penses que é um dado adquirido ou eu levo de volta”.
A última vez que o vi foi em Julho de 2008. Estava em Las Vegas, trabalhando num programa e ele estava a morar lá.
Eu, a minha esposa, Michael e os seus três filhos fizemos um churrasco. Foi a coisa mais normal do mundo. Eu e a minha esposa fomos à Whole Foods (* supermercado da cidade) e compramos as coisas para cozinhar.
Mas quando chegamos, ele já tinha improvisado tudo. Eu disse: “oh homem, por que você trouxe tanta comida? Nós já temos o suficiente aqui”. Lembro de ter cozinhado no lado de fora da casa, enquanto Michael estava sentado, embaixo de um guarda-chuva.
Tivemos grandes momentos, ele era uma pessoa tão carinhosa! Acima de tudo, sentirei falta dessas conversas pelo telefone. Eu ainda tenho o telefone que usávamos para conversar. Simplesmente não suporto a ideia de apagar aquelas mensagens…
Michael Jackson mudou o mundo – e pessoalmente, a minha vida – para sempre. Ele é a razão pela qual eu danço, a razão pela qual eu faço música, e uma das principais razões para eu acreditar na bondade pura da espécie humana.
Ele foi meu amigo por mais de 20 anos. A sua música, a sua dança, as suas palavras de inspiração e encorajamento e seu amor incondicional vão viver dentro de mim eternamente.
Vou sentir muita saudade dele, mas sei que agora ele está em paz e encantando os céus com belas músicas e um moonwalk.
- Por Wade Robson
Wade Robson, ultimamente, trabalhava como jurado e coreógrafo da série de televisão da Fox, “So You Think You Can Dance?”.
FONTE: http://
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